6 Anos Blogue Morrighan – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:51:15 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png 6 Anos Blogue Morrighan – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 E agora, o que se segue? [Diário de Bordo LVIII] Sobre a Apresentação do “Desassossego da Liberdade” https://branmorrighan.com/2015/07/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo.html https://branmorrighan.com/2015/07/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo.html#comments Tue, 07 Jul 2015 11:32:00 +0000

Quis começar com esta foto, embora pudesse ter começado com o elenco completo ou qualquer outra, porque a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso no passado sábado é: Gratidão. O Gil Cardoso apanhou, e muito bem, esta pequena pérola enquanto eu agradecia ao Miguel Reis (aka Tio Rex) pela sua presença e contributo neste dia tão especial. Mas o que é certo é que não é só ao Miguel que agradeço, mas a cada um dos presentes. De coração. 

Acho que, muitas vezes, quando as pessoas só vêem o resultado final não fazem ideia do processo todo para lá chegar. E este foi um processo longo. Com muitas alegrias pelo meio, mas também com (quase demasiados) dissabores. E porque este é o meu blogue e tenho liberdade para isso, vou-me estender um pouco mais do que o que fiz na apresentação onde não quis estar a colocar uma carga emocional demasiado intensa, embora emoção tenha sido a palavra de ordem do dia. 

Esta colectânea começou a ser idealizada há mais de um ano. Eu tinha-me reunido com o João Batista, editor da Livros de Ontem, e ele tinha-me convidado a fazer parte do programa Guest Bloguer onde pretendia valorizar o trabalho que todos nós fazemos de forma gratuita. O convite consistia em amadrinhar uma obra literária – escolher um autor e um manuscrito e ser editora convidada do livro. Ora, eu tenho um grande problema – que na verdade é sinal de sorte – que é ter criado laços e uma admiração muito fortes por uma boa parte dos autores que fui conhecendo ao longo do caminho. Andava a remoer, a remoer… 

Havia ainda outra questão. Há muito tempo que andava com estas três palavras na minha cabeça “Desassossego da Liberdade”. Tinha para mim que um dia se escrevesse uma obra teria este título. Só que a escrita não é um talento que eu possua, muito menos tempo para isso, e decidi partilhar este meu pequeno sonho com pessoas que me diziam alguma coisa. (Deixei muita gente de fora, eu sei.) Eu daria o mote, elas a sua escrita e eu poderia libertar, finalmente, esta ansiedade de existir algo com este cunho. Inspirada por Fernando Pessoa e pela minha própria vida – com o facto de me deparar constantemente com escolhas em que parece que tenho, ou não, de abdicar da minha liberdade – estas três palavras ganharam vida na mão de doze pessoas incríveis. Mas já lá vamos.

Comecei por partilhar este pequeno desassossego com o escritor Luís Miguel Rocha. Cúmplices de imensas ideias e projectos concretizados e por concretizar, chegámos à conclusão que poderia sair dali algo bonito. Seriam convidados autores que ou por se encaixarem no tema, ou por estarem completamente fora dele, me fazia sentido estarem presentes. Quanto mais não fosse pelo simbolismo pessoal. O Luís fazia parte desse leque, obviamente. Depois havia a questão de dar oportunidade a novos autores, coisa que não era uma novidade para mim. No ano anterior já tinha lançado um concurso de contos que tinha resultado numa obra literária editada por outra editora jovem. Criou-se então mais um concurso para cinco novos autores. A oportunidade destes partilharem o mesmo espaço com outros autores mais conhecidos, serviria como uma rampa de lançamento, mesmo que em evento único. Uns puxariam os outros e o que é certo é que a literatura portuguesa precisa de mais solidariedade e apoio entre escritores. Na minha cabeça o projecto fazia cada vez mais sentido.

Mas faltava algo. Sendo algo organizado por mim e espelhando um pouco daquilo que eu idealizo, mesmo que através da expressão dos convidados, faltava alguma irreverência, alguma inovação, principalmente no que toca ao cruzamento das diversas artes. Foi daí que surgiram os convidados especiais cuja arte principal é a música. O Guillermo de Llera eu conhecia por causa dos Primitive Reason, por quem tenho uma grande estima e carinho, e sabia que ele escrevia já algumas coisas. Li um pouco e achei que ele se encaixaria perfeitamente ali. E depois havia uma das pessoas que eu mais admirava no seio musical por todo o seu percurso – o Noiserv. Também começou como engenheiro electrotécnico no IST, mas a música acabou por falar mais alto e hoje em dia dedica-se-lhe a 100%. Não sei se conhecem o trabalho dele, mas é vasto e de um talento bastante único. Numa entrevista por causa dos 10 anos desde o seu primeiro concerto, falei-lhe do projecto. Sabia que ele tinha uma agenda descomunal, cheia de concertos e outras iniciativas, que o tempo era mais do que ocupado. Também lhe disse que tinha pensado em convidá-lo, mas que nunca o tinha feito por causa disso – íamos já em Novembro, se não me engano e os convites já tinham sido todos feitos bastante tempo antes. O que é certo é que ele ficou entusiasmado com a ideia e poucos dias depois a primeira versão do seu conto estava pronta, e que versão! Uma autêntica surpresa, ou não se considerarmos tudo o que tem feito, mas para a sua estreia no seio literário fiquei verdadeiramente orgulhosa. O Noiserv ia estrear-se na escrita através de uma iniciativa minha – YEAH! 

Eu sei, entusiasmo de criança e um nada infantil, mas todo este projecto é-me tão querido que o fui vivendo assim, como quem descobre o sol, o mar, o vento e a terra pela primeira vez. E ainda havia a questão da capa. Com todo o respeito por quem costuma tratar desses pormenores, também eu quis assumir essa parte e quem mais poderia escolher do que alguém cujo trabalho também me desassossega no bom sentido? O João Pedro Fonseca, desde que o conheci há quase ano e meio, tornou-se numa referência no meio artístico contemporâneo pela sua irreverência e pela sua visão do mundo. A harmonia terminava com ele a ser o autor do magnífico trabalho gráfico. 

Como nunca foi meu objectivo lucrar com qualquer iniciativa minha (todos os concertos que organizo, por exemplo, as receitas vão sempre totalmente para os artistas), decidi doar os direitos que me cabiam a uma Instituição sem Fins Lucrativos – a Burricadas, o Abrigo do Jumento. Conheci esta instituição através da banda Nobody’s Bizness que já antes tinha lançado um disco que revertia a favor desta causa. Comuniquei essa vontade aos autores e ao editor e todos quiseram dar a sua parte para esta causa! Estou ansiosa por ir visitar o burrinhos e os jumentos assim que tenhamos uma verba porreirinha para eles. E pronto, tudo se estava a encaminhar mais ou menos a bom ritmo. 

Em Dezembro o Luís esteve mal, bastante mal. Eu tinha acabado de apresentar O Cavalheiro Inglês, da Carla M. Soares (autora presente na colectânea), quando recebo uma mensagem de um familiar dele. De alguma forma as coisas, para mim, começaram a descambar por essa altura. A nível pessoal atravessei uma fase muito complicada que teve o seu pico na morte de um amigo meu de infância em Fevereiro e na morte do Luís, um dos meus melhores amigos, nem um mês depois. Também eu tive uma ida às urgências ainda em Fevereiro… Enfim! É verdade que para fora pouco transpareceu, tive o aniversário de grande sucesso no Musicbox, o aniversário no Maus Hábitos (Porto), etc. etc., mas sabem os deuses o resto. Não que me esteja a queixar, pelo contrário, mas fácil também não foi. O Luís nunca conseguiu acabar o seu conto. A pessoa que me ajudou a catapultar os maiores projectos do blogue até então, a que mais me tinha apoiado e dado a sua amizade, tinha desaparecido. Talvez vocês achem ridículo, mas quando finalmente me vi com os livros nas mãos desatei a chorar. Esperava-se o rejubilo e o orgulho, mas assomou-me uma tristeza enorme, misturada com a sensação de incompletude. 

Por muito frio que possa soar, a verdade é que a vida continua e haviam pelo menos seis estreias na literatura portuguesa (os cinco novos autores e o David “Noiserv” Santos) e também por eles tinha de seguir em frente e tratar de terminar de forma bonita o que tinha começado. O apoio incondicional dos autores convidados foi essencial. Veio então a questão da apresentação e quem já me vai acompanhando sabe que eu gosto muito pouco de coisas “by the book”. As apresentações formais de palcos com mesas e microfones, distantes dos leitores, etc. etc., embora as faça enquanto apresentadora convidada, não são algo que me deixe confortável. Lembrei-me então d’O Bom, o Mau e o Vilão, espaço que visitei aquando da apresentação da Revista Gerador #2, e a partir daí as coisas seguiram o rumo que lhes quis dar. A editora deu-me total liberdade e pus mãos à obra. Convidei o Tio Rex, cujo trabalho admiro muito, para abrir o final de tarde com meia dúzia das suas lindas canções, convidei todos os autores que pudessem estar presentes e ainda, ninguém sabia, preparei uma série de petiscos para o convívio final. 

Às 19h15, hora de início do evento, a sala que nos tinha sido concedida estava cheia, com pessoas de pé e ainda pessoas fora dela. Por muito que achem que não, eu fico ridiculamente nervosa a cada vez que tenho que assumir o papel de protagonista. Quando enfrento as pessoas a minha cabeça parece que esvazia e eu esqueço-me de tudo o que possa ter pensado ou preparado. Ok, não fiquem desiludidos, mas eu já não consigo preparar nada, sai tudo de improviso. E com isso acaba sempre por me escapar alguma coisa, muitas vezes importante, mas acho que não me safei demasiado mal. A última música do Tio fez com que eu me pusesse à prova de forma brutal (a música chama-se O Que o Tempo Destrói e fala sobre a morte e sobre o tempo passado sem essas pessoas), as lágrimas vieram-me aos olhos, o coração disparou e era como se de repente tudo aquilo que sempre tentei calar me viesse gritar aos ouvidos. As saudades, tudo. Bem sei que não foi planeado, nem o Miguel faz ideia disto que vos estou a contar (na verdade não o disse a ninguém). Entre exercícios de respiração e uma resistência férrea, após terminada a canção espetei um sorriso no rosto e enfrentei os leitores presentes. 

Dei primeiro voz aos novos escritores em que cada um falou da sua experiência perante esta colectânea. Motivações, emoções, tudo. O testemunho do Eduardo, em particular, não querendo desvalorizar os outros, claro, foi bastante eloquente e fez até com que algumas pessoas se emocionassem. Foi com muito orgulho que os ouvi, só faltou a Cláudia, e é uma honra ter uma colectânea com pessoas tão valorosas. E depois os meus queridos amigos de longa viagem, a Carla, o Nuno, o David e o Samuel. Sou uma sortuda por conhecê-los e partilhar com eles estes meus sonhos. O Manuel Jorge Marmelo e o Pedro Medina Ribeiro não puderam estar presentes, com muita pena minha, mas ainda assim foi uma tarde muito bonita. O João Batista também falou da editora, do processo de crescimento e do gosto que foi partilhar este projecto connosco. 

Estamos todos de parabéns. Principalmente todos aqueles que nos ajudaram no crowdfunding. Sei que ficaram para último, mas os últimos também são os primeiros no sentido que sem vocês nunca teria existido colectânea. E o statement foi forte, ultrapassámos em boa medida o que foi pedido. E pronto, apresentação terminada chegaram mais abraços, mais sorrisos, autógrafos e comidinha boa. 

Quero fazer aqui um grande destaque para uma pessoa que foi invisível para toda a gente a tarde toda, mas que sem ela eu não teria conseguido ter nem a força nem a disposição que tive. A minha querida amiga Rita Levy foi completamente incansável. Fui ter com ela ao início da tarde, fomos às compras, cozinhámos a tarde toda e foi ela que tratou de toda a distribuição e apresentação da comida enquanto eu andava de um lado para o outro. Quero também deixar um beijinho gigante e um abraço forte à Telma, colega e amiga do INESC, que na véspera, estando eu já em pânico, fez questão de fazer alguns brigadeiros e Guacamole para dessa forma estar presente na apresentação, já que não ia estar em Lisboa no fim-de-semana. Obrigada às duas, as minhas mais recentes companheiras de aventuras profissionais e académicas, mas que estão sempre prontas a ajudarem-me no que eu precisar fora desse meio.

E é por estas pequenas coisas que eu sei que sou uma rapariga (a tentar ser mulher) muito sortuda. A vida pode dar muitas chapadas, podem surgir contratempos, mas tem existido sempre alguém, mesmo que de forma mais ou menos inesperada, que me tem dado a mão e ajudado a levantar a cabeça. 

Provavelmente estou-me a esquecer de mil pormenores, mas quem lá esteve poderá falar da sua experiência. Este é um mero relato bastante pessoal e que vem fechar as comemorações do 6º aniversário. Sim, porque esta iniciativa começou por ser uma comemoração de mais um ano de blogue. 

Não sei o que me trará o futuro. Termino este processo de sorriso no rosto e algumas lágrimas no coração, mas também acho que talvez possa estar na altura de pousar um pouco a cabeça para mais tarde regressar com mais força. Eu adoro o que faço, tenho a sorte de poder partilhar isso com imensas pessoas talentosas, e palavras como “fazes bem às pessoas”, como me disseram no Sábado da parte de quem mais admiramos, ajudam-nos a acalentar nova motivação e novos projectos – a seu tempo. 

Despeço-me com um muito obrigada a todos os que estiveram presentes, a todos os que mesmo longe estiveram connosco e em especial ao Gil Cardoso por ter registado alguns dos melhores momentos! 

Um grande beijinho a todos, até breve.

Mais Fotografias:

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[DESTAQUE] Desassossego da Liberdade já à Venda ao Público! https://branmorrighan.com/2015/06/destaque-desassossego-da-liberdade-ja.html https://branmorrighan.com/2015/06/destaque-desassossego-da-liberdade-ja.html#comments Thu, 18 Jun 2015 12:23:00 +0000

É com muita, muita alegria que vos comunico, já com uns dias de atraso, que esta colectânea tão especial já está à venda no site da Livros de Ontem: http://livrosdeontem.pt/produto/desassossego-da-liberdade-colectanea/

E é especial por imensas razões. Em primeiro lugar porque foi um desafio organizar uma obra literária. O que escolher, quem escolher? Pois bem, esoclhi o que realmente importa – sentir que de alguma maneira esta obra pode marcar pela diferença. Na altura falei com o Luís Miguel Rocha e ele deu-me o empurrão que eu precisava para avançar com a ideia. Contactei autores que me tinham marcado no último ano (afinal esta obra surge como comemoração do 6º aniversário do blogue) e que quis desafiar a saírem da sua zona de conforto e a pensarem sobre este tema.

Afinal o que é o Desassossego da Liberdade? “Ah e tal, faz-me lembrar Fernando Pessoa”, e faz lembrar muito bem. Mas o centro não é a heterogeneidade de Fernando Pessoa nem os seus desassossego, é antes sermos capazes de olhar para nós mesmos e para os que nos rodeiam e ponderar até que ponto somos livres e até que ponto é que sermos ou não nos desassossega (ou não desassossega de todo). 

Para além dos cinco autores que convidei – Carla M. Soares, Manuel Jorge Marmelo, Samuel Pimenta, Nuno Nepomuceno e Pedro Medina Ribeiro – também o Luís esteve para participar com um conto, mas devido a nos ter deixado cedo de mais, nunca chegou a terminá-lo. A sua presença, o seu espírito e todo o seu carácter maravilhoso e solidário marcaram o rumo desta colectânea. Foi com ele que discuti a ideia de doarmos os direitos de autor a uma associação sem fins lucrativos, neste caso a Burricadas – Abrigo do Jumento. Já antes uma banda portuguesa, os Nobody’s Bizness tinham feito um disco que revertia em parte para a Burricadas e eu decidi fazer o mesmo. Afinal os burros também são cultura portuguesa! 

Como no último ano o blogue também mergulhou com alguma profundidade no meio musical, tive a ideia de convidar pelo menos um músico para participar nesta colectânea e o Guillermo de Llera, com o seu espírito irreverente já conhecido nos Primitive Reason, foi uma escolha imediata. Mas eu tinha outro desejo meio secreto, por gostar tanto do seu trabalho e da forma como mostra ver o mundo – o Noiserv. Calhei de o entrevistar enquanto a colectânea era preparada e falei-lhe dela. Sabia que a sua agenda andava ao rubro e que por isso seria provável que ele não pudesse aceitar, mas para minha grande alegria aceitou e aceitou muito bem. Se do Guillermo já conhecia alguns escritos, do Noiserv foi uma estreia e uma estreia maravilhosa. Espero que o possam descobrir com o mesmo fascínio que eu o fiz, afinal é a sua estreia na literatura! 

A sua e não só, vem aí mais uma parte muito gratificante. Não fazia sentido organizar algo deste género se não fosse para dar oportunidade a novos autores, àqueles que provavelmente nunca teriam publicado, e decidi abrir um concurso. A escritora Tânia Ganho foi um anjo ao aceitar ser júri (infelizmente não pôde participar, tenho a certeza que seria esplêndida) e lá surgiram cinco vencedores. Ainda não conheço todos pessoalmente, mas os que tenho visto pelas redes sociais têm-me aquecido o coração com o seu empenho e com a sua felicidade.

A cereja no topo do bolo foi o João Pedro Fonseca, um dos artistas mais maravilhosos que conheço, ter aceite fazer parte deste projecto. A capa está perfeita. Os astros foram bondosos comigo ao permitirem-me conhecer alguém com tanto talento e tão disposto a fazer coisas diferentes, a romper conceitos e a ir mais além. Não podia ter pedido nada nem ninguém melhor, nem mais adequado. 

O livro venceu a batalha do crowdfunding por uma margem jeitosa e dia 4 de Julho teremos lançamento. Falta a certar a hora, mas podem já ficar a saber que será no bar O Bom, o Mau e o Vilão e que terá algumas surpresas. Não sei se é só de mim, mas estou cansada do estilo apresentação formal. E quem me conhece sabe que gosto de “agitar” um bocado as coisas. Curiosos? Pois bem, também eu! Ansiosa de poder confirmar tudo, mas vamos ter de esperar mais uns dias. Talvez Segunda a informação completa e oficial possa ser disponibilizada. 

Obrigada a todos os que fizeram parte deste processo que, para mim, já começou há cerca de um ano. Ter o objecto físico agora na mão significa tanto! Mas também me relembra uma ausência que ainda pesa, que vai sempre pesar. Ainda assim quero virar isto como uma espécie de comemoração, como algo de bom que surgiu através de ideias e incentivos de pessoas maravilhosas, como todas até agora têm sido, mesmo com dificuldades e imprevistos pelo meio. Sou uma pessoa muito grata e uma pessoa melhor, mais atenta e mais forte depois deste último ano. 

Vemo-nos em breve, sim? E obrigada, mais uma vez, por estarem desse lado de forma tão carinhosa! 

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E agora, o que se segue? [Diário de Bordo XLIII] Pudesse eu ser muitas e uma ao mesmo tempo! https://branmorrighan.com/2015/02/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo_21-2.html https://branmorrighan.com/2015/02/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo_21-2.html#respond Sat, 21 Feb 2015 12:53:00 +0000

Bem-vindos ao meu estado zombie! Já passou semana e meia desde que vos escrevi pela última vez, mas acreditem, não tenho parado. Aliás, como é que é possível eu ainda não ter escrito sobre a festa no Porto? Existe uma razão, claro, desde que cheguei que finalmente lá me entendi com o meu projecto de doutoramento e temos andado a passar tanto tempo juntos que já pensei em mudar um meu estado civil para casada e acorrentada, só pelo esforço que existe! Vá, nada de associar as correntes às 50 Sombras de Grey que já não consigo ouvir falar dos malditos livros ou filme. Vamos ao que interessa! 

Fotografia Wav.

Dia 13 de Fevereiro aconteceu mais uma noite de 6 Anos Blogue Morrighan no Maus Hábitos – Espaço de Intervenção Cultural, no Porto. O cartaz tinha então o tio mais querido e famoso de Portugal, Tio Rex; a banda nortenha que mais me fez rir numa entrevista e que é composta por um conjunto espectacular de pessoas, O Abominável; o one-man band que mais me surpreendeu em 2014, Tales and Melodies; e ainda os Les Crazy Coconuts, o quarteto de Leiria que tenho acarinhado desde, precisamente, que foram tocar ao 5º Aniversário do Blogue Morrighan no auditório Orlando Ribeiro, em Telheiras, em 2014 (e como eles cresceram, evoluíram e se tornaram tão únicos!). Foi um orgulho organizar esta noite e quero agradecer a todos os intervenientes por terem feito o máximo para que tudo corresse bem. Não foi uma noite tão cheia como em Lisboa, mas foi certamente divertida e com um sentimento de amizade, respeito, admiração e cooperação gigante! O meu muito obrigada também à Threshold Magazine e à Wav. Magazine por terem estado presentes! Podem ler e ver as suas reportagens aquie aqui. Se souberem de mais reportagens ou fotografias, deixei comentário ou mandem mail! 

Ainda em relação a isto dos eventos e das iniciativas em que a intenção é divulgar e dar a conhecer novos talentos, há muito que poderia aqui dizer. Os entraves, o quão por vezes é difícil o caminho até lá, a forma como os circuitos viciosos prejudicam a emergência e ainda a forma pouco transparente com que muitas vezes certos aspectos são tratados. Uma coisa que não percebo, infelizmente, mas que também sei de casos que contrariam essa tendência, felizmente, é a falta de cooperação entre meios que poderiam levar a música muito mais longe, mas que optam por ignorar ou fazer sempre o mesmo com os mesmos. Eu tenho uma admiração profunda por aqueles que lutam contra isso e não desistem, mesmo havendo adversidades inúteis e dispensáveis. 

Dito isto, quero divulgar aqui o Cosmic Mess III, organizado pela Wav. e Threshold, que vai decorrer já na próxima semana. Podem ver tudo aqui: https://www.facebook.com/events/384894145018264/?fref=ts

Uma última nota ao Maus Hábitos de parabéns pelas iniciativas tão diferentes que promove e pelo espaço tão bem aproveitado que têm. 

Passemos a assuntos mais relacionados com o blogue. O José Oliveira, artista, desenhou dois novos símbolos para o Morrighan, tudo em papel, com canetas próprias, e os scans podem ser vistos aqui. Não tenho escrito opiniões, porque não tenho encontrado muito tempo livre, mas brevemente hão-de estar para sair dos seguintes livros: O Principezinho, A Maior Flor do Mundo (José Saramago), O Festim dos Corvos (George R.R. Martin), Vermelho como o Sangue (Salla Simukka) e A Cada Dia (David Levithan). São livros que já li desde o início do ano, mas que ainda não viram a opinião publicada no BranMorrighan. A próxima leitura será a do primeiro romance policial do Pedro Jardim – O Monstro de Monsanto.

Em relação à música, estes últimos dias têm sido um abuso a nível de mails recebidos com imensas propostas de cobertura e descoberta. Um abuso no bom sentido, porque é sinal que reconhecem o trabalho que aqui é feito, mas é engraçado como a maioria das vezes as mensagens vêm com um “vocês” quando deste lado só habita a Sofia Teixeira! Eheheh. Bem, se alguém um dia se quiser juntar à causa, caso tenha visões parecidas com as minhas, pode ser que um dia alargue o leque, mas não é fácil.

Para além do Cosmic Mess III, o destaque deste Diário vai também para o concerto que vai acontecer no Sabotage Rock Club, Lisboa, no dia 6 de Março, com Miss Titan! A abrir a noite vão estar o nosso querido Tio Rex e o Davide Lobão (O Bisonte). Não fiquem triste, aqui o blogue está a oferecer dois bilhetes e podem concorrer aqui. Parece que finalmente vou ter a oportunidade de ver Miss Titan ao vivo e estou com boas expectativas, pois o primeiro trabalho está realmente muito bom. 

Indo um pouco de encontro ao que disse anteriormente, existem uns projectos que quero deixar aqui os links caso tenham curiosidade: 

  • Tiago Sousa com novo disco (eu já ouvi e é lindíssimo) – aqui
  • Ermo lança avanço do próximo disco – Súcubo
  • Daily Misconceptions e O Manipulador têm um Split lançado pela ZigurArtists e está brutal. É de ouvir e amar aqui
  • O Afonso Lima, da ZA, fez uma Playlist da Quinzena que está um requinte e que já conta com mais de 200 visualizações, aqui
  • Descobri Um Corpo Estranho, que me surpreendeu pela positiva, e podem saber tudo sobre eles aqui
  • Branco, um projecto que não consigo classificar, mas cujo primeiro single me ficou na cabeça e cujo disco vou querer ouvir, aqui
  • O último destaque vai para OAK Inc., a fazer-me lembrar Blackfield, com um toque de Nine Inch Nails, e com um trabalho artístico muito bom. Ouvir e ver aqui.

Por último, destaques geeks, ando há uma semana a aprender uma linguagem de programação nova, Scala, e também a programar com Spark, uma ferramenta de processamento de dados em larga escala. A ideia é eu conseguir re-implementar um simulador, que desenvolvi anteriormente, de evolução de populações de bactérias sobre uma rede de contactos. Tem sido uma bela dor de cabeça, mas acho que Scala já é um dado adquirido, mas o GraphX do Spark não tanto e então tem sido uma bela luta entre mim e a aplicação! Já tenho nova cadeira para o segundo semestre, enquanto aluna, Tópicos Avançados em Inteligência Artificial, e também já tenho nova cadeira, enquanto professora, Engenharia de Software. Já dei os laboratórios desta cadeira o ano passado, correu bem, a ver se este ano também corre! Em relação ao basquetebol, e porque ainda não estou totalmente recuperada do último episódio, ontem, finalmente, lá fui dar uma perninha à equipa e ganhámos. As finais universitárias são daqui a um mês, a ver se se repete a proeza de 2012, que é sermos campeãs! 

E pronto, é isto, nota-se que já consigo escrever mais, não é? Fiquem atentos que nos próximos dias vou tentar apresentar mais projectos novos, mas a actividade vai continuar reduzida pois tenho mesmo que terminar aquele projecto de doutoramento e ainda vou começar a dar e a ter aulas na próxima semana. #qmd ter tempos para ir a concertos também, #sqn. Beijos e até breve! Obrigada por continuarem desse lado! 

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[6 Anos Blogue Morrighan] Vencedores do Passatempo Especial Vodafone Paredes de Coura https://branmorrighan.com/2015/02/6-anos-blogue-morrighan-vencedores-do.html https://branmorrighan.com/2015/02/6-anos-blogue-morrighan-vencedores-do.html#comments Fri, 20 Feb 2015 12:29:00 +0000

No contexto do sexto aniversário do BranMorrighan, em parceria com o Festival Vodafone Paredes de Coura, decorreu um passatempo para um passe e kits de livro fotográfico + t-shirt. O júri, o escritor Afonso Cruz, já deu a sua palavra sobre todas as participações e já temos os vencedores. São eles:

1º Lugar – 1 PASSE GRÁTIS + 1 Livro “Um Olhar Sobre o Festival” + 1 T-shirt

João Miguel Ramalho Fidalgo Rosa

2º/3º Lugares – 1 Livro “Um Olhar Sobre o Festival” + 1 T-shirt

Inês Lourenço Martins

Marta Salomé Barbosa Batista 

Muitos Parabéns a todos! Estejam atentos ao vosso mail, entrarei em contacto convosco muito brevemente. Bem sei o quão Paredes de Coura é especial e só posso agradecer a todos os que participaram! Não se esqueçam que as primeiras confirmações já foram feitas e aposto que se soubessem antes, ainda mais gente tinha participado. Muito amor para todos os amantes de Coura! Vemo-nos em Agosto! 

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[6 Anos Blogue Morrighan] Festa de Aniversário no Maus Hábitos (PORTO) – Cartaz Oficial por João Pedro Fonseca https://branmorrighan.com/2015/02/6-anos-blogue-morrighan-festa-de.html https://branmorrighan.com/2015/02/6-anos-blogue-morrighan-festa-de.html#respond Mon, 02 Feb 2015 21:47:00 +0000 Cartaz por João Pedro Fonseca

Depois de um Musicbox Lisboa que encheu para ver e aplaudir Twisted Freak, azul-revolto e The Allstar Project, eis que chega a vez do blogue BranMorrighan avançar para norte com outros projectos! Porque não é só em Lisboa que acontecem as coisas giras, e porque aqui a blogger tem uma forte costela nortenha, eis que a comemoração destes 6 Anos chega também ao Porto! 

Quem nos recebe é o já mítico Maus Hábitos – Espaço de intervenção Cultural, e no cardápio vamos ter mais projectos que marcaram o primeiro ano do blogue na cena musical e que merecem ser ouvidos e vistos. No alinhamento da noite começaremos com o tio mais famoso de Portugal, Tio Rex, com a sua guitarra vibrante a apresentar o seu “5 Monstros”; seguimos para o rock português de O Abominável, grupo portuense cheio de garra que lançou recentemente o seu primeiro LP “Enteléquia”; Tales and Melodies, de guitarra pujante e vozes sonantes, é quem continua com o espectáculo a apresentar o seu primeiro trabalho “There’s Always Something Related to It”; por fim temos Les Crazy Coconuts, jovem banda de Leiria, 2º Lugar na última edição do Festival Termómetro, que nos traz uma mistura de rock’n’roll com electrónica, tendo o sapateado um lugar de destaque e de requinte na performance ao vivo. 

Alinhamento (4€)

22h30 . Tio Rex

23h30 . O Abominável

00h30 . Tales and Melodies

01h30 . Les Crazy Coconuts

Marquem já na agenda! Mais informações, aqui: https://www.facebook.com/events/344825079036952/?ref=3&ref_newsfeed_story_type=regular !

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Vencedor do Passatempo Especial com o Apoio Cultura FNAC – Kobo Mini https://branmorrighan.com/2015/01/vencedor-do-passatempo-especial-com-o.html https://branmorrighan.com/2015/01/vencedor-do-passatempo-especial-com-o.html#respond Wed, 28 Jan 2015 20:15:00 +0000

Sei que esperaram algum tempo, mas finalmente apurei o vencedor deste passatempo patrocinado pela Cultura Fnac. Em sorteio esteve o Kobo Mini presente na imagem e ao todo houve 1757 participações e o vencedor escolhido através do random.org foi:

Filipa Maria Dionísio Monteiro, 257

Muitos Parabéns, Filipa! Tens um mail na tua caixa de correio para que respondas com os teus dados para que o prémio te possa ser enviado. Muito obrigada a todos pelas vossas participações e fiquem atentos ao próximos passatempos! 

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[Foto Reportagem Pré-Concertos] Twisted Freak + azul-revolto + The Allstar Project no Musicbox Lisboa (Luís Macedo) https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-pre-concertos-twisted.html https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-pre-concertos-twisted.html#respond Tue, 20 Jan 2015 12:13:00 +0000

Fotografias por Luís Macedo 

https://www.facebook.com/LuisMacedoPhotography

http://luismacedophoto.com/

Para quem vai andando dentro do circuito musical, de certo já se cruzou com fotografias do nosso querido Luís Macedo. Desde You Can’t Win, Charlie Brown, Gisela João, Sequin, entre outros, são vários os artistas que já passaram pelas suas lentes e fiquei mesmo muito contente quando este me propôs fazer uma espécie de história do aniversário do blogue no Musicbox. Aqui fica o primeiro set de fotos correspondente à montagem e soundcheck! O meu muito obrigada ao Luís pelas horas todas que lá passou connosco. O seu trabalho está impecável! 

Mais sobre o evento aqui: 

http://www.branmorrighan.com/search/label/Anivers%C3%A1rio%20no%20Musicbox

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https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-pre-concertos-twisted.html/feed 0
Vencedores do Passatempo Especial – Mega Cabaz – 36 Livros – Grupo Babel https://branmorrighan.com/2015/01/vencedores-do-passatempo-especial-mega.html https://branmorrighan.com/2015/01/vencedores-do-passatempo-especial-mega.html#respond Mon, 19 Jan 2015 19:44:00 +0000 1º – 4º – 7º

2º – 5º – 8º

3º – 6º – 9º

Viva! Cá estamos para anunciar mais dois vendedores, desta vez para os packs aqui representados. O passatempo contou com 1034 participações e os vencedores escolhidos através do random.org foram:

1º – Teresa Maria Valente de Carvalho, 17

2º – Cristina Maria Maias Oliveira, 161 

3º – Susana Pereira Ricardo, 968

4º – Sílvia Catarina Ferreira Caseiro, 261

5º – João Silva Fã, 553

6º – Dália Maria Barata Antunes, 515

7º – Elisabete Fernandes Cadete, 530

8º – Sílvia Catarina Farinha Pedro, 165

9º – Ana Catarina Pereira Gonçalves, 865

Muitos Parabéns! Têm um mail na vossa caixa de correio para que me enviem os vossos dados completos e os livros vos sejam posteriormente enviados. Obrigada a todos pelas participações e não se esqueçam de participar nos outros que estão a decorrer!

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https://branmorrighan.com/2015/01/vencedores-do-passatempo-especial-mega.html/feed 0
E agora, o que se segue? [Diário de Bordo XLI] Festa de Aniversário no Musicbox, entre outras coisas https://branmorrighan.com/2015/01/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo-7.html https://branmorrighan.com/2015/01/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo-7.html#respond Sun, 18 Jan 2015 22:28:00 +0000 Fotografia por Vera Marmelo

«A foto que refiro é exactamente isso. Mostra uma pessoa tímida mas com carácter forte. És tu!»

Não sabia bem como começar este post. É o primeiro Diário de Bordo de 2015 e já vamos para a terceira semana de Janeiro. Também o título mudou – vários dos acontecimentos que “vinham aí” já aconteceram, mas cheguei a um ponto em que agora a pergunta é “E agora? Que me trará o futuro?”. Não é essa a pergunta que nos fazemos quando nos sentimos em tempos de mudança? Veremos. 

O início de 2015 ficou marcado por uma série de eventos e, antes de ir à passada Sexta-feira que não me sai da memória, quero também contar-vos ou relembrar-vos de outras coisas que também têm significado muito para mim. Para começar, o blogue fez então seis anos no dia 13 de Dezembro de 2014, mas andou em comemorações virtuais até dia 13 de Janeiro – sim, um mês, porque é essa a tradição desde 2012. Como os agradecimentos já foram feitos em post próprio, convido-vos a visitarem este link. Após o desfecho, faltam ainda apurar alguns vencedores, mas o balanço é totalmente positivo. Parceiros satisfeitos, leitores em delírio com os seus prémios… Não me posso mesmo queixar! Muito obrigada a todos os que fizeram parte desta festa virtual!

Isto de ter um blogue pessoal acaba por ser como ter direito a comemorar o aniversário duas vezes por ano. Os mimos que recebi durante o aniversário do blogue, muito direccionados para mim mesma enquanto Sofia Teixeira e depois enquanto autora do Morrighan, chegaram a trazer-me as lágrimas aos olhos. Foi o vídeo do Tio Rex, as mensagens que autores e parceiros me deixaram, e ainda o coração gigante da Vera Marmelo ao perguntar-me se me podia fazer um retrato. Tudo isto já foi relatado, mas acho que agradecer nunca é demais. Podem passar por todos estes marcos seguindo esta ligação

Antes de irmos à festa física propriamente dita, ficam aqui mais duas coisas que penso que ainda não partilhei convosco. Na RTP2 estreou um programa novo de literatura – Contentor 13 – que é, na verdade, o tal Projecto Mistério de que aqui fui falando. Foi a minha estreia em televisão como entrevistadora “fantasma”, mas os três programas que fiz deram-me um gozo do caraças e tenho muito orgulho no trabalho da VideoPlanos, a produtora do mesmo. 

Também o projecto Gerador, que já vai no terceiro número da sua Revista, tem uma pequena contribuição minha. Vai estar nas bancas a partir de dia 21 e lá poderão encontrar uma entrevista com o Mestre Grácio, construtor de guitarras portuguesas, que me deu um gosto enorme fazer. Foi mesmo muito bom entrar dentro daquela oficina e testemunhar o carinho e até o amor com que tratam as guitarras. 

Passemos agora ao que realmente me motivou a escrever este Diário de Bordo – a Festa de Aniversário do blogue no Musicbox. (É que o engraçado disto é que por vezes temos a tendência de pensar que somos super-heróis e que havendo motivação e força de vontade nada nos pára, mas não é bem assim… Depois da noite inesquecível de Sexta-feira, ontem tive jogo à hora de almoço e, se já não andava muito bem fisicamente, hoje acordei com umas dores que só agora me permitem sentar algum tempo à frente do computador para escrever. Mas sabem uma coisa? Valeu, e tem valido, tudo a pena!)

A divulgação e recepção da iniciativa foram fantásticas. Houve outros blogues e sites a divulgarem o aniversário, inclusive passou na própria Vodafone.FM (eu ouvi com os meus próprios ouvidinhos!), e ainda a Revista Sábado fez uma peça sobre os blogues que organizam festas e incluíram o nosso Morrighan como um desses blogues. O meu muito obrigada a todas as plataformas que ajudaram nesta divulgação! Foi uma experiência única, de facto, não estava à espera que dessem tanta atenção ao evento; talvez porque na literatura os blogues sejam muito menos valorizados e a minha experiência seja mais vasta nesse campo… (Mas isso são contas de outro rosário!)

16 de Janeiro de 2015 vai ficar para sempre gravado na minha memória de forma incontornável. Não só marca pela minha estreia na organização de noites de concertos (sim, espero que venham a haver mais!), como também acaba por ser o culminar de um período em que me entreguei à cena musical de alma e coração. Queria que fosse uma noite especial, que significasse alguma coisa para quem estivesse presente e esse cuidado esteve presente desde o primeiro dia em que idealizei esta noite. Desde as bandas ao local, queria que fosse especial para mim, mas que também para eles, protagonistas e casa acolhedora da festa do meu mais querido projecto – o Morrighan.

Fotografia por Nuno Capela

Algumas fotografias já estão disponíveis aqui, mas também esteve lá o fotógrafo Luís Macedo, desde o soundcheck, a registar cada momento. Mais tarde teremos fotos dele também. Tínhamos então um Musicbox mais calmo quando a noite começou, pelas 22h30, mas que rapidamente e começou a compor, acabando por encher e por tornar a moldura humana belíssima. Estiveram presentes tantas pessoas especiais, amigos que já não via há imenso tempo, mas que queriam estar lá para presenciarem o momento, pessoas da indústria que acabaram por ir e que me deram os seus parabéns pela festa, enfim! Eu estava numa pilha de nervos, queria que tudo corresse bem, e estava completamente deslumbrada por realmente a festa estar a acontecer com aquelas pessoas. Quem segue o Morrighan sabe que mais do que um blogue que fala de música é um blogue que vive das minhas emoções, do que sinto ao ler um livro, ouvir uma banda ou até mesmo conhecer certas pessoas – tudo acaba por tomar contornos bastante intensos para mim.

Foi nesse registo intenso que fiquei de peito cheio enquanto a noite de Sexta-feira decorria. Twisted Freak, da família ZirgurArtists, abriu a noite em tom crescendo, tanto a nível de textura musical como de atrevimento. Nunca o tinha visto ao vivo, mas tenho seguido o seu trabalho e foi um prazer vê-lo em palco a aplicar a sua magia na experimentação, desafiando conceitos e etiquetas, abraçando as sonoridades que deseja num jogo constante de conjugações.

O grande estreante desta noite foi o projecto azul-revolto, também ZirgurArtists. Com o primeiro EP – Ouija – lançado já no final de 2014, nunca antes tinham feito uma performance Live, mas foi digno de se ver. Para mim é dos projectos de electrónica que mais pode crescer e evoluir em Portugal. Tendo a oportunidade de convidar bandas para uma noite da minha curadoria, senti-me muito feliz quando eles aceitaram apresentar o seu trabalho na festa de aniversário. Na minha opinião, suspeita, claro, correu muito, muito bem. A coordenação foi boa, mesmo sendo a primeira vez ao vivo, e o trabalho visual, a projecção na tela, esteve sempre em sintonia com a música. Se os apanharem por aí, não percam a oportunidade de os ver! Vale a pena.

The Allstar Project – a banda que ainda hoje quase não acredito que aceitou estar presente. Cabeças de cartaz, os The Allstar Project são uma banda de post-rock que, só para terem uma noção, lá fora são comparados a Mogwai, Explosions in the Sky e afins. A meu ver, são do melhor que já vi e ouvi a nível mundial – e acreditem, já vi bastantes deste género. Há pouco tempo pude vê-los num teatro em Leiria e fiquei completamente vidrada enquanto os ouvia e acompanhava os vídeos conceptuais que ilustram as músicas não cantadas. Podem não ter voz, mas cada música tem uma melodia marcante, uma narrativa que se expande e que se complementa não só com a energia dos músicos em palco como também com as imagens projectadas. Para mim é um pouco complicado colocar em palavras o que sinto de cada vez que os ouço, mas principalmente de cada vez que os vejo. Acho que é uma experiência muito própria. Eu, pessoalmente, fico hipnotizada com as guitarras, com a velocidade alucinante com que por vezes são tocadas, contrastando com a delicadeza do que muitas vezes transmitem. Conjugadas com o baixo e com a bateria, a sonoridade do conjunto expele todo o tipo de emoções – amor, carinho, paixão, felicidade, tristeza, fúria, frustração, determinação e garra. Existe também um tom saudosista, a impossibilidade do possível, a procura, a interrogação. Mas vou parar com os devaneios, isto são tudo interpretações minhas, claro.

É complicado expressar o quão grata  me sinto por ter tido estes excelentes cinco músicos nesta noite tão especial para mim e para o blogue. Bem sei que havia fãs ao magote à espera que voltassem a Lisboa e por isso fico contente por ter contribuído para que isso acontecesse. Sinceramente, quem me dera poder vê-los num palco como o Primavera ou Paredes de Coura. Todos os palcos me têm parecido minúsculos para a dimensão e qualidade destes The Allstar Project que, mesmo sem tocarem com frequência há algum tempo, deram um concerto do caraças!

Fotografia por Vera Marmelo

Não me querendo alongar mais, termino com um último, mas muito especial, obrigada ao Musicbox Lisboa por ter acolhido desde o início esta minha iniciativa. Foi uma experiência de loucos, organizar tudo e mais alguma coisa com eles e com as bandas, mas valeu cada cabelo branco que aposto que está por nascer. Não sei para onde vai o blogue a partir de agora, mas sei que valeu a pena chegar até aqui. Poucos acreditam que faço isto a custo zero, o que se mantém, mas podem acreditar que esse desprendimento e essa “desobrigação” dá todo um outro gosto a tudo o que faço. Talvez por isso seja tão feliz a fazê-lo. Obrigada a todos os que me dão motivação para sair da minha zona de conforto e arriscar em fazer mais! Sim, porque realmente, por incrível que pareça, sou tímida, mas existe uma ferocidade na luta pelo que acredito que me faz disfarçar isso de forma bastante convincente até. Às vezes, pelo menos! Até ao próximo Diário de Bordo 🙂

Por aqui ainda se está…

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https://branmorrighan.com/2015/01/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo-7.html/feed 0
[Foto Reportagem] Twisted Freak + azul-revolto + The Allstar Project no Musicbox Lisboa (Nuno Capela) https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-twisted-freak-azul.html https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-twisted-freak-azul.html#respond Sat, 17 Jan 2015 19:42:00 +0000

Fotografias por Nuno Capela

Ainda não consegui sentar-me como deve ser a falar sobre a noite de ontem, mas não podia deixar de publicar já estas fotografias. Tive o privilégio de ter um dos meus melhores amigos, o Nuno Capela, presentes a na festa, e mesmo sem estar lá com o propósito de fotografar a noite acabou por tirar algumas fotos. Dos The Allstar Project não consta quase nada porque ele estava a sentir tanto o concerto que nem conseguiu pegar na máquina. Acreditem, isso quer dizer alguma coisa!

Foi uma noite mesmo memorável, mesmo inesquecível, e aproveito para agradecer a todos os que estiveram presentes. Foi mesmo muito bom ver o Musicbox cheio para a Festa de Aniversário! Em breve, um Diário de Bordo com todas as experiências. Também o fotógrafo Luís Macedo esteve presente desde o soundcheck e, assim que tal, teremos acesso às suas fotografias! Grande beijo a todos!

ACTUALIZAÇÃO: Post sobre a noite aqui: http://www.branmorrighan.com/2015/01/e-agora-o-que-se-segue-diario-de-bordo.html

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