A Biblioteca de Babel – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Wed, 23 Dec 2020 20:45:58 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png A Biblioteca de Babel – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: ‘A Carta Roubada’ de Edgar Allan Poe https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-carta-roubada-de-edgar-allan-poe.html https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-carta-roubada-de-edgar-allan-poe.html#respond Tue, 15 Jan 2013 08:43:00 +0000

A Carta Roubada

Edgar Allan Poe

Editora: Editorial Presença

Colecção: A Biblioteca de Babel #8

Sinopse: As neuroses e a pobreza de Poe foram grandes desgraças, sem dúvida alguma, mas a vida reservou-lhe uma felicidade sem fim: a invenção e a realização de uma obra esplêndida. Poderia acrescentar-se que a desgraça foi o instrumento necessário dessa obra.

Há cerca de setenta anos, sentado no último degrau de uma escada que já não existe, li “The pit and the pendulum”; já me esqueci das vezes que, depois, o li, reli ou pedi que mo lessem; sei que ainda não cheguei à última vez e que voltarei ainda à prisão quadrangular que se vai comprimindo e ao abismo sem fundo.

Jorge Luis Borges

Opinião: Iniciei esta leitura com uma grande curiosidade. De Edgar Allan Poe possuía apenas um livrinho ‘O Corvo e outros poemas‘, com a tradução de Fernando Pessoa, e como tal ainda não tinha experimentado a vertente de prosa (uma vergonha, eu sei, mea culpa). Creio, no entanto, numa primeira análise, que a escrita de Poe poderá não agradar a todos, não obstante de ser fascinante.

A Carta Roubada é um pequeno livro de cinco contos que se lê bem, mas cuja digestão é preciso ser feita com calma. O primeiro conto “A Carta Roubada” é um conto policial que me fez lembrar imenso Sherlock Holmes. O estilo da história é muito semelhante às de Doyle o que na verdade nos faz pensar que é possível que este se possa ter inspirado em Poe.

Os restantes contos fogem completamente ao suposto conceito de normalidade. Cada um mais insólito que o outro, fazem o leitor passar por cenários que o poderão abalar um pouco. Abordando temáticas como o Mesmerismo, a Solidão, a Loucura, entre outros, o Horror inerente a cada história é surpreendente. Ao mesmo tempo que espanta o leitor com a sua imaginação um pouco retorcida, Poe acaba por fascinar quem o lê por essas mesmas razões.

Uma escrita eloquente e um traço de personalidade de escrita definido fazem com que seja fácil de se identificar quando se lê Poe. Gostei particularmente do terceiro e do quinto conto. Em “Manuscrito Encontrado numa Garrafa” confesso que nunca cheguei bem a perceber se na verdade a tripulação do barco estava mesmo viva e o personagem era apenas um espectro ou se era algo diferente. No último “O Poço e o Pêndulo” foi a constante ansiedade e terror que acabaram por marcar a leitura. A lenta descoberta do espaço confinado em que o personagem principal se encontra, tal como todas as suas armadilhas e a forma como é empurrado para a morte vão criando um nó no estômago do leitor mais sensível.

Penso que esta colecção de obras seleccionadas por Jorge Luís Borges é uma boa aposta da Editorial Presença. São volumes pequenos, mas que nos dão a conhecer os géneros e estilos dos variadíssimos autores clássicos. Brevemente lerei outro volume – Contos Russos.

]]>
https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-carta-roubada-de-edgar-allan-poe.html/feed 0
Divugação: ‘Contos Russos’ de Leonid Andreev, Fiódor Dostoiévski e Lev Tolstói https://branmorrighan.com/2012/11/divugacao-contos-russos-de-leonid.html https://branmorrighan.com/2012/11/divugacao-contos-russos-de-leonid.html#respond Fri, 30 Nov 2012 14:05:00 +0000

Contos Russos

Leonid Andreev, Fiódor Dostoiévski e Lev Tolstói

Editora: Editorial Presença

Coleção: A Biblioteca de Babel

Nº na Coleção: 14

Data 1ª Edição: 15/06/2010

Nº de Páginas: 192

LIVRO

A minuciosa burocracia, exaltada satiricamente, é o tema essencial da inacabada fantasia de O Crocodilo de Dostoiévski. Prefigurando Kafka, a situação gira sobre si mesma e vai revelando os caracteres. Pode ser considerada arbitrária a vizinhança, neste volume, de Andréev e de Dostoiévski. Deveria no entanto observar-se que os dois coincidem no ímpeto patético e na desconsolada visão de um mundo hostil. O Lázaro de Andréev, depois de passar pela morte, sente que aqui na terra tudo é inconsistente. e no seu olhar atroz parece estar escrito o fim. Nos dois textos precedentes, o elemento fantástico é claro desde o princípio. Em A Morte de Ivan Illitch, de Lev Tolstói, a revelação sobrenatural chega, inevitável e surpreendente, como a última experiência de uma alma.

Jorge Luis Borges

AUTORES

Leonid Andréev (1871 – 1919) nasceu na província de Oryol, na Rússia, foi um dramaturgo, escritor e fotógrafo russo, líder do movimento expressionista na literatura russa e um dos escritores mais bem sucedidos da Rússia de 1902 até 1914. Após uma breve experiência como jornalista, tornou-se escritor de contos e teatros. Ingressou ainda na vida política activa, radical, através do seu amigo Maximo Gorki.

Fiódor Dostoiévski foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma de romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virginia Woolf, entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia de S. Petersbugo. Aí, desperta-lhe a vocação literária ao entrar em contacto com escritores russos e com a obra de Byron, Victor Hugo e Shakespeare. A sua estreia na Literatura acontece em 1846 com a obra Gente Pobre. Foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. A pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Amnistiado em 1855, reassumiu a actividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado.

Considerado como um dos nomes maiores da literatura, este escritor, filósofo, pedagogo e até profeta, foi um defensor acérrimo das minorias e dos mais desfavorecidos, e um dos primeiros a insurgir-se contra a escravatura. Apesar das muitas perseguições a que foi sujeito, Tolstói encontrou na escrita um refúgio e foi de forma sábia que abordou temas tão inquietantes quanto complexos. Entre 1865 e 1869 escreveu e publicou aquela que é talvez a sua obra-prima e uma das maiores criações literárias de sempre: Guerra e Paz.

]]>
https://branmorrighan.com/2012/11/divugacao-contos-russos-de-leonid.html/feed 0
Divulgação: ‘A Carta Roubada’ de Edgar Allan Poe https://branmorrighan.com/2012/11/divulgacao-carta-roubada-de-edgar-allan.html https://branmorrighan.com/2012/11/divulgacao-carta-roubada-de-edgar-allan.html#respond Fri, 30 Nov 2012 11:53:00 +0000

A Carta Roubada

Edgar Allan Poe

Editora: Editorial Presença

Coleção: A Biblioteca de Babel

Nº na Coleção: 8

Data 1ª Edição: 03/06/2008

Nº de Páginas: 140

LIVRO

As neuroses e a pobreza de Poe foram grandes desgraças, sem dúvida alguma, mas a vida reservou-lhe uma felicidade sem fim: a invenção e a realização de uma obra esplêndida. Poderia acrescentar-se que a desgraça foi o instrumento necessário dessa obra.

Há cerca de setenta anos, sentado no último degrau de uma escada que já não existe, li “The pit and the pendulum”; já me esqueci das vezes que, depois, o li, reli ou pedi que mo lessem; sei que ainda não cheguei à última vez e que voltarei ainda à prisão quadrangular que se vai comprimindo e ao abismo sem fundo.

Jorge Luis Borges

AUTOR

Edgar Allan Poe (1809 — 1849) foi um conhecido escritor, poeta, romancista, crítico literário e editor americano. Poe é considerado por muitos como o pai do policial. Algumas das suas obras, como The Murders in the Rue Morgue (Os Crimes da Rua Morgue), The Purloined Letter (A Carta Roubada) e The Mystery of Marie Roget (O Mistério de Maria Roget), figuram entre as primeiras obras reconhecidas como policiais. Há críticos que defendem que os seus escritos marcam o início da verdadeira literatura norte-americana.

]]>
https://branmorrighan.com/2012/11/divulgacao-carta-roubada-de-edgar-allan.html/feed 0