Alexandre Gabriel – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Sun, 10 Jan 2021 11:49:49 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Alexandre Gabriel – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Palestra: DRUIDISMO – Da Herança Céltica à Espiritualidade Actual, com ALEXANDRE GABRIEL https://branmorrighan.com/2016/11/palestra-druidismo-da-heranca-celtica.html https://branmorrighan.com/2016/11/palestra-druidismo-da-heranca-celtica.html#respond Fri, 04 Nov 2016 11:39:00 +0000

6 Novembro (Domingo), 17h | Entrada Livre

Palestra: DRUIDISMO

Da Herança Céltica à Espiritualidade Actual

com ALEXANDRE GABRIEL

As origens do Druidismo perdem-se nas brumas do tempo, contudo vários investigadores (assim como a própria Tradição) afirmam que as suas origens se encontram nos chamados “Proto-Druidas” ou “sacerdotes-xamãs” do período Megalítico, cuja sabedoria teria sobrevivido até ao período Clássico, testemunhado pelos historiadores greco-romanos.

Com a perseguição feita pelos romanos aos celtas e aos seus sacerdotes, bem como a posterior cristianização, grande parte da sua sabedoria perdeu-se. Porém, uma parte dela sobreviveu, transformou-se e foi perpetuada, desafiando o tempo e as condicionantes culturais e religiosas.

Mais tarde, em pleno no séc. XVIII, surge o Renascimento Druídico e hoje, dois milénios após o seu desaparecimento, assistimos a um renovado interesse e crescimento da espiritualidade celto-druídica, que assume as mais variadas formas.

Organização: Atrium Rosacruz de Sintra da AMORC

Alexandre Gabriel licenciou-se em Ciências Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem feito parte de vários projectos musicais dentro da temática medieval e celta, dos quais se destacam o grupo Strella do Dia (nascido em 2000) e os Avalon Ensemble (nascidos em 2003), dedicando-se em particular à harpa céltica e à composição. É editor da Zéfiro, surgida em 2005, que se dedica à edição literária sobretudo na área do esoterismo, da espiritualidade, da história e da filosofia. Coordenou a edição do livro “O Perdão dos Templários” (Zéfiro, 2006), assim como a edição de 2011 do “Mandrágora – O Almanaque Pagão – 2011: No Bosque Sagrado dos Druidas” (Zéfiro, 2010), tendo feito parte da direcção editorial deste projecto de 2009 a 2014. Tem-se igualmente dedicado à tradução e à revisão de diversas obras. É coordenador do projecto cultural da Casa do Fauno em Sintra, fundado em 2011. Em 2001 aderiu à Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas (OBOD), da qual é desde 2011 o responsável e orientador do ramo de língua portuguesa do Curso de Bardo.

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[A Roda do Ano/Poema/Primavera] Poema para a Deusa Eostre https://branmorrighan.com/2013/03/a-roda-do-anopoemaprimavera-poema-para.html https://branmorrighan.com/2013/03/a-roda-do-anopoemaprimavera-poema-para.html#respond Fri, 29 Mar 2013 20:13:00 +0000

Deusa da Aurora e da Primavera, assim como outroroa, 

Avança com os teus graciosos mensageiros, o pássaro e a abelha,

Folhagem e flores e céu em sorriso. Vede!

Erguemos os corações felizes pela promessa que é dita

EM tais hieróglifos de azul e de dourado

De ametista e rosa. Quase chegamos a ver

A tua forma deleitosa flutuar até à terra

No ar quente e livre, mui gracioso, tecido e entrelaçado de brumas.

Julia P. Bynton (1887)

Tradução A.G.

Este ano a Primavera chegou e não me foi possível dar-lhe a devida atenção. Deixo-vos então este poema alusivo à mesma com a Deusa abençoada desta época. Saibam mais sobre Eostre e a origem pagã da Páscoa aqui: https://branmorrighan.com/2010/03/deusa-eostre-e-pascoa-de-origem-paga.html

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[A Roda do Ano Celta] IMBOLC | Briga, Santa Brígida, a Amendoeira e a “Luz” https://branmorrighan.com/2013/02/a-roda-do-ano-celta-imbolc-briga-santa.html https://branmorrighan.com/2013/02/a-roda-do-ano-celta-imbolc-briga-santa.html#respond Sat, 02 Feb 2013 11:51:00 +0000 Imbolc

O Tempo da Deusa, da Chama e do Regresso da Luz

Saudações Druídicas!

Briga, Santa Brígida, a Amendoeira e a “Luz”

O Imbolc é uma festividade céltico-druídica que assinala o retorno da luz, quando os dias lentamente começam a ficar maiores após ter sido atravessado o pico da rigorosa escuridão invernal, no Solstício. “Imbolc” é uma palavra de origem gaélica que significa “gravidez das ovelhas” ou “leite das ovelhas”, ligada ao nascimento das primeiras crias, que ocorrem geralmente por volta desta altura.

Ainda estamos longe das tórridas fogueiras de Beltane, mas a luz que foi reacendida no Alban Arthan, tendo sido acalentada silenciosamente no ventre da Deusa, começa agora timidamente a desabrochar.

Tratando-se de uma festividade feminina ligada à Deusa, está particularmente associada à deusa céltica irlandesa Brighid, que foi cristianizada, entre nós, como Santa Brígida (curiosamente encontra-se uma antiga relíquia que lhe é atribuída na Igreja do Lumiar, em Lisboa). Na antiga Lusitânia e na Galécia terá sido conhecida como Briga ou Brigantia (ainda hoje os habitantes de Bragança são conhecidos como “Brigantinos”).

Kildare – a igreja do carvalho

Brighid é a deusa tutelar e protectora dos poetas e bardos, dos ferreiros e dos curadores. O seu santuário mais conhecido, e de origens pré-cristãs, encontra-se na Irlanda, em Kildare (cujo nome significa “Igreja do Carvalho”). Trata-se de um lugar sagrado desde tempos remotos, onde existia uma fogueira com um fogo perpétuo, mantido por 19 sacerdotizas, segundo a tradição.

É interessante assinalarmos que o número 19 no Tarot corresponde à carta do sol e está também ligado ao ciclo astronómico de Meton, que simboliza o “casamento alquímico” das duas polaridades energéticas, masculina e feminina, representado pelas posições do sol e da lua nos céus. Posteriormente, com a cristianização, o culto da chama perpétua terá sido perpetuado já no próprio mosteiro. Curiosamente, era um dos raríssimos mosteiros cristãos primitivos que albergava no seu seio tanto homens como mulheres. O culto do fogo perpétuo tem raízes na aurora da humanidade, para quem este fogo era essencial para a sua própria sobrevivência.

Esta data foi cristianizada com o nome de Nossa Srª das Candeias, ou Candelária, no dia 2 de Fevereiro, sendo uma festa igualmente feminina onde é habitual haver uma cerimónia de benção e procissão das velas.

Amendoeiras em flor

No território português uma das marcas desse regresso da Deusa, vinda do Submundo, é a Amendoeira, que tradicionalmente é a primeira das árvores a florir, com a sua coloração branca de neve – é um sinal de renascimento e de nova vida, após a “morte aparente”, que na verdade é apenas um “adormecimento”. Diz a Tradição que uma certa Amendoeira é oca, onde uma caverna subterrânea conduz à Cidade Sagrada de “Luz” (“Amendoeira” em hebraico) – um lugar onde a morte não existe, tal como Agartha.

Boas celebrações!

Alexandre Gabriel /|

Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas – OBOD


Outros Textos:

(2012) Festival Pagão Imbolc: https://branmorrighan.com/2012/02/festival-pagao-imbolc.html

(2010) Imbolc – O regresso da energia masculina (do Deus):
https://branmorrighan.com/2010/01/imbolc-o-regresso-da-energia-masculina.html

(2010) Imbolc Druid Network
: https://branmorrighan.com/2010/02/as-winter-releases-us-from-her-embrace.html

(2010) Deusa Brighid – Parte 2 (Imbolc)
: https://branmorrighan.com/2010/01/deusa-brighid-parte-2-imbolc.html

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[A Roda do Ano Celta] Alban Arthan – A Luz de Artur (Solstício de Inverno) https://branmorrighan.com/2012/12/a-roda-do-ano-celta-alban-arthan-luz-de.html https://branmorrighan.com/2012/12/a-roda-do-ano-celta-alban-arthan-luz-de.html#comments Fri, 21 Dec 2012 19:31:00 +0000 O Tempo da Morte, do Renascimento e da Esperança

Segundo a terminologia druídica, a celebração deAlban Arthan corresponde ao Solstício de Inverno, anualmente por volta do dia 21 de Dezembro.

Alban Arthan é um termo galês que significa “Luz de Artur”, fazendo alusão ao facto desta ser a noite mais longa do ano, bem como o dia mais curto. É o dia em que o sol nasce mais a sul. Assim, celebra-se o renascimento do sol no ponto de maior escuridão. Daqui até ao Solstício de Verão os dias irão tornar-se gradualmente mais longos, altura que marcará a noite mais curta do ano: Alban Heffin. Desta forma, o ponto mais baixo, o nadir da luz marca também o inicio da sua lenta subida até ao zénite.

A celebração do Natal, na tradição cristã, tem origens bem mais remotas, como podemos atestar pelo culto a Mithra de origem persa, séculos antes do surgimento do cristianismo, mais tarde importado pelo Império Romano. o cristianismo e o mitraísmo têm diversas semelhanças entre si, das quais destacamos apenas o dia do nascimento do seu “fundador”: 25 de Dezembro.

Esta altura do ano corresponde no Ogham ao sabugueiro (ruis, em gaélico). O sabugueiro corresponde ao último signo do Ogham, se exceptuarmos as cinco vogais. Representa assim, justamente, o fim de um ciclo, bem como uma reflexão consciente sobre os actos do passado.

Em termos astrológicos, Alban Arthan assinala a entrada do Sol no signo de Capricórnio, regido por Saturno e pelo elemento terra, estando associado à estrutura, à responsabilidade, à organização e à materialização.

O Alban Arthan representa o nascimento do “Filho da Luz” – quer este se chame Mabon, na tradição druídica, Cristo, no cristianismo, ou Mithra no culto mitraico – no tempo de maior escuridão, frio e desolamento. É assim um símbolo de esperança, como o próprio Rei Artur, que vive adormecido dentro de cada Bardo à espera do seu despertar. Muitas vezes, é nas alturas de maior crise que surge esta “luz” que mostra novos caminhos e novas soluções.

É interessante referirmos que são vários os monumentos megalíticos que se encontram alinhados com o nascer do sol no Solstício de Inverno, como é o caso do templo de Newgrange, na Irlanda, e de Gavrinis, na Bretanha, para além do alinhamento de Stonehenge com o pôr do sol desta data.

Alexandre Gabriel

Mandrágora, O Almanaque Pagão 2011 – No Bosque Sagrado dos Druidas

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Deuses Lusitanos – Turiacus https://branmorrighan.com/2012/11/deuses-lusitanos-turiacus.html https://branmorrighan.com/2012/11/deuses-lusitanos-turiacus.html#respond Sun, 04 Nov 2012 21:05:00 +0000 O Deus Nobre

A lápide que contém a inscrição dedicada a Turiacus encontra-se numa das paredes do claustro do Mosteiro de Santo Tirso. Segundo Leire de Vasconcelos, o nome da divindade teria a raiz tor, que em irlandês significa “senhor”, “rei” e “nobre”.

Existirá, provavelmente, uma ligação entre as divindades lusitanas Banda Velugus Toiraecus e Tueraeus.

Poderá também, hipoteticamente, existir uma ligação entre o nome da divindade e “Tirso”. Sendo que a ara se encontra numa das paredes do Mosteiro, cuja formação remonta ao séc. X, o seu lugar de origem não deveria ser muito longe do mesmo. O próprio Mosteiro ou a localidade poderão bem encontrar a raiz do seu nome no desta divindade, que persitiria teimosamente nos séculos vindoros sob o nome de um santo cristão – processo que aconteceu, aliás, com várias divindades pré-cristãs.

O Deus Javali/Guerreiro

Para além da leitura atrás referida (que nada de concreto nos diz), muito pouco se sabe sobre o significado desta divindade. Lancemos, assim, uma hipótese: torc significa, tanto em irlandês como em gaélico escocês, “javali”. Pelo seu carácter selvagem e destemido, eram reconhecidas qualidades guerreiras neste animal pelos povos antigos.

Não será, então, de estranhar, que o dedicante, Lúcio Valério Silvano, fosse um soldado que, para além disso, fez parte da VI Legião, que esteve na Hispânia Terraconense e recebeu o epíteto de Victrix (“Vencedora”) após ter vencido os Cantabros! Turiacus poderia assim significar “o deus javali” ou “o deus forte como um javali”, que teria escutado o pedido do dedicante para ter coragem, ser vitorioso ou, simplesmente, sobreviver em batalha. Este terá cumprido “de boa mente” o seu voto, consagrando-lhe uma ara.

É igualmente interessante reparar na semelhança fonética do termo torque, que se refere a uma espécie de colar empregue pelos guerreiros lusitanos, como é visível em vários monólitos esculpidos encontrados em territórios português. A natureza guerreira desta palavra é, assim, uma vez mais atestada. 

Publicado por Alexandre Gabriel

Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009 – Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia

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Deuses Lusitanos – Bormanicus https://branmorrighan.com/2012/11/deuses-lusitanos-bormanicus.html https://branmorrighan.com/2012/11/deuses-lusitanos-bormanicus.html#respond Fri, 02 Nov 2012 17:32:00 +0000

O Deus das Águas Termais

Foram encontradas duas aras dedicadas ao deus Bormanicus, ambas em Caldas de Vizela (Guimarães), que se encontram no Museu de Guimarães.

Para tentar interpretar o seu significado, alguns autores decompões o nome da divindade em duas palavras de raiz proto-céltica: Berw– (“ferver”, “cozinhar”) e Anna– (“respirar”). A sua leitura seria: “respiração eferverescente”. Uma das manifestações deste deus seria, pois, através da sua própria “respiração”, vinda misteriosamente sob a forma de água em ebulição, surgida das profundezas da Terra e exalando o seu vapor.

Para Leite de Vasconcelos, o seu nome “deve ser pouco mais ou menos a significação de termal“.

O Deus Gaulês Borvo

Esta divindade não é exclusivamente lusitana, pois é conhecida na Gália sob o nome de Borvo (bem como Bormanus, Bormanna e Bormo). Porém, a forma como surge escrita em Portugal é única. Únicas, porém, não deverão ser as qualidades. Borvo é um deus da cura, com santuários desde Bourbonne-les-Bains até à Península Ibérica. O próprio nome da cidade francesa perpetua o prefixo Bor– da sua divindade tutelar. Encontramos na língua portuguesa, na raiz da palavra borbulha (relativa ao “borbulhar” da água), o mesmo prefixo, cuja origem será, muito provavelmente, onomatopaica. Será curioso reparar que, tanto em Bourbonne-les-Bains como em Caldas de Vizela, existem termas de água quente, o que torna provável a ligação de Bormanicus às mesmas.

Também é interessante o facto de existir uma divindade masculina (Bormanus) e uma feminina (Bormanna) com a mesma raiz etimológica, sendo que apenas o género varia. Desconhecemoms, porém, quais os atributos que eventualmente distinguiriam ambas.

O Combate das Enfermidades

Em Vichy, França, Borvo surge-nos representado numa inscrição com um elmo e um escudo guerreiros, enquanto uma serpente com cornos está atrás do deus, vindo em sua direcção. Estes símbolos remetem para um carácter igualmente guerreiro da divindade, o que leva alguns autores a associarem-no ao Apolo gaulês. Porém não se referirá este aspecto guerreiro à luta de Borvo, enquanto deus curador das águas, contra as enfermidades que afligiam aqueles que a ele recorriam? O deus travaria, assim, este combate no plano invisível com os “maus espíritos” causadores da doença, afastando-os e restaurando a saúde do devoto.

Alexandre Gabriel

Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009 – Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia

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[A Roda do Ano Celta] Samhain – O Fim do Verão https://branmorrighan.com/2012/10/a-roda-do-ano-celta-samhain-o-fim-do.html https://branmorrighan.com/2012/10/a-roda-do-ano-celta-samhain-o-fim-do.html#respond Wed, 31 Oct 2012 11:16:00 +0000

31 de Outubro

O Tempo dos Antepassados, do Desapego e da Renovação

Samhain é um termo de origem gaélica que significa “fim do Verão”. Segundo vários autores, o Samhain marca também o início do novo ano celta. Os dias vão ficando cada vez mais curtos e frios e prenunciam o Inverno.

Tradicionalmente, o Samhain dura três dias, de 31 de Outubro até 2 de Novembro, altura em que o véu que separa o mundo do visível e invisível se torna mais ténue. À semelhança de Beltane, no lado oposto do ano, também era costume em Samhain acender-se fogueiras em honra dos antepassados, bem como fazer-lhes oferendas, uma vez que se dizia que eles vinham uma vez mais a este mundo nesta altura para comungar com os vivos.

Esta forte tradição, que ligava os vivos aos seus entes queridos já falecidos, conservou-se no cristianismo sob os nomes de Vigília de Todos os Santos, no dia 31 de Outubro, Dia de Todos os Santos, no dia 1 de Novembro e Dia de Todas as Almas, no dia 2 de Novembro. É mais conhecida actualmente na Europa e nos Estados Unidos pelo nome de Halloween (de “All Hallow’s Eve” – “Vigília de Todos os Santos”). Assim como as folhas caem de muitas árvores nesta altura, também o Druida deve abandonar aquilo que já não lhe faz falta, pois só assim se poderá “esvaziar”, tornando-se receptivo para aquilo que é realmente importante para si.

Pelo seu simbolismo particular, o Samhain está ligado sobretudo ao grau de Ovate, o vidente e xamã celta, que viaja entre os mundos.

Esta altura do ano corresponde no Ogham ao junco (ngetal, em gaélico). O junco simboliza a vitalidade e a celebração. Em termos astrológicos, o Samhain celebra-se durante o signo de Sagitário, regido por Júpiter e pelo elemento fogo, estando associado ao conhecimento, ao idealismo e à aventura.

Alexandre Grabriel

Mandrágora – O Almanaque Pagão 2011 – No Bosque Sagrado dos Druidas

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Deuses Lusiatnos – Nemeteus https://branmorrighan.com/2012/09/deuses-lusiatnos-nemeteus.html https://branmorrighan.com/2012/09/deuses-lusiatnos-nemeteus.html#respond Sun, 16 Sep 2012 22:37:00 +0000 Imagem meramente ilustrativa

O Achado e a sua Decifração

Em 1940 foi descoberta uma inscrição no Castelo de São Jorge, em Lisboa, na qual claramente se pode ler NEMET […]. Trata-se de um achado único, cujo nome não se encontra e mais nenhuma inscrição conhecida na Lusitânia. Curiosamente, esta divindade tem passado relativamente despercebida no que diz respeito a estudos mais aprofundados acerca da sua origem e significado.

Esta lápide encontra-se actualmente na Sala de Turismo do Castelo de São Jorge e, embora esteja algo maltratada pelo tempo, uma observação mais atenta permite-nos ainda “decifrar” uma outra letra que faz igualmente parte da mesma. Uma tentativa de reconstituição apresentada por José d’Encarnação é NEMETEVS. Tomemos, pois, esta palavra como o provável nome aqui referido.

Termos Semelhantes

Para tentarmos compreender o significado do nome Nemeteus, procuremos alguns termos semelhantes cuja raiz é a língua celta: Nemeton (termo celta que significa “bosque sagrado” ou “santuário”), Nemetiuse Nemetona (deuses dos bosques sagrados, encontram-e em inscrições gaulesas, britânicas e germânicas), Nemetes (tribo celta-germânica), Nemtati (tribo lusitana), Nemetóbriga (antigo povoado na Galiza), Vernemeton (“grande bosque sagrado”, França), Nemetodurum (actual cidade de Nanterre, França), Drunemeton (“bosque sagrado dos carvalhos/druidas”, Turquia).

O Deus do Bosque

O facto de esta inscrição ter sido encontrada no Castelo de São Jorge, que se localiza numa das colinas da cidade, atingindo os 115m de altura, bem como a sua cumplicidade com os deuses do bosque Nemetius / Nemetona, o termo Nemeton e os outros acima indicdos, leva-nos a lançar uma hipótese: que este monte teria sido um verdadeiro Nemeton, um santuário natural, coberto por árvores ancestrais e sagrado para os povos da antiguidade. É sabido que os lusitanos prestavam cultos particulares às divindades no cimo dos montes e noutros santuarios naturais. Esta inscrição teria sido, assim, dedicada ao seu númen, Nemeteus, que seira o nome do genius loci, a divindade ou o espírito do lugar. Nemeteus seria o “deus do bosque”, o “espírito da floresta”, “o deus guardião do bosque sagrado”, aí cultuado.

A.G. em Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009 “Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia”

Para mais referências sobre este texto, consultem o livro. Encontrarão outras referências bibliográficas para o que aqui foi dito.

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Paganismo: ALBAN EILIR – A LUZ DA TERRA https://branmorrighan.com/2012/04/paganismo-alban-eilir-luz-da-terra.html https://branmorrighan.com/2012/04/paganismo-alban-eilir-luz-da-terra.html#comments Sun, 08 Apr 2012 12:23:00 +0000

«ALBAN EILIR – A LUZ DA TERRA

20 de Março | Equinócio da Primavera

O Tempo do Equilíbrio, do Renascimento e do Despertar

Alban Eilir é um termo galês que significa ‘Luz da Terra’, fazendo uma alusão ao renascer das forças da terra na Primavera que, após os duros e escuros rigores da invernia, voltam a despertar da sua ‘morte aparente’ e a manifestar-se na Natureza.

No dia do Equinócio da Primavera, o dia e a noite têm igual duração, sendo esta data associada a um tempo de equilíbrio, de fertilidade e de renascimento visível.

Nos dois Equinócios, o sol nasce exactamente a Este. A energia que no Alban Elfed, Equinócio de Outono, se voltou para o plano interior, nesta altura projecta-se daí para o exterior, irrompendo das entranhas do submundo para a claridade verdejante dos campos.»

Alexandre Gabriel

in “Mandrágora – O Almanaque Pagão – 2011: No Bosque Sagrado dos Druidas“, Zéfiro (www.zefiro.pt)

Fotografia: https://branmorrighan.com/2011/03/ainda-flor-da-amendoeira.html

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Opinião: ‘Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009’ de Gilberto de Lascariz (Coordenador) https://branmorrighan.com/2012/01/opiniao-mandragora-o-almanaque-pagao.html https://branmorrighan.com/2012/01/opiniao-mandragora-o-almanaque-pagao.html#comments Sun, 15 Jan 2012 12:05:00 +0000

Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009 

Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia

Vários

Coordenador: Gilberto Lascariz

Sinopse: Um Calendário para a Vivência da Alma durante o Ano.

Desde os calendários megalíticos aos almanaques sumérios, gregos e egípcios, que o Tempo era o mediador das fainas terrestres da vida agrária e pastoril e das fainas mágico-religiosas da vida da alma. A função deste almanaque é de restaurar através do rito e de uma nova consciência essa época arcaica em que homens, plantas, animais e deuses conviviam em harmonia.

Este é um calendário para viver o ano de uma forma artística, poética e mágica.

Trata-se de viver o ano não só com o corpo mas também com a alma. Por isso, era necessária uma nova linguagem e uma nova filosofia de almanaque. Aqui descobrirá não apenas como celebrar as festividades sazonais do ano pagão, mas também roteiros mágicos para a sua vivência mística, um calendário detalhado dos dias festivos pagãos ao longo dos 12 meses, bem como muitos outros assuntos e saberes tradicionais.

Opinião: Há semelhança do Mandrágora 2011 este Almanaque serve como guia para vivermos um ano em harmonia com os ciclos da natureza. Embora tenha sido concebido para os ciclos de 2009 em termos de datas, constelações e luas, tem muitos textos que podem ser lidos independentemente do ano em que se está. São livros que embora faça sentido ler no ano em questão, não se perde nada em adquiri-los mais tarde, caso não o tenhamos feito nesse ano.

O tema de 2009 foi ‘Usos e Costumes Mágicos da Lusitância’ e este volume presenteia-nos com uma série de textos sobre lugares ‘mágicos’ ainda existentes em Portugal, para além de como os festivais ainda são realizados em algumas zonas do país. Temos também quatro textos sobre quatro ervas mágicas como a Mandrágora e a Beladona e ainda nos é dado a conhecer quatro deidades lusitanas e os vestígios que ainda existem das mesmas em alguns locais/monumentos.

Está um volume muito bom e completo e não posso deixar de o recomendar a todos os interessados no assunto. Não pensem que por ser de 2009 está desactualizado e não tem utilidade. Contém bastante informação e factos sobre a presença dos costumes mágicos em Portugal. Muito bom.

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