Alfarroba – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:19:53 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Alfarroba – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: ‘Labirinto de Nós’ de Alberto Silva https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-labirinto-de-nos-de-alberto.html https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-labirinto-de-nos-de-alberto.html#respond Fri, 04 Jan 2013 20:39:00 +0000

Labirinto de Nós

Alberto Silva

Editora: Alfarroba

Opinião: Conheci, virtualmente, o autor Alberto Silva a propósito de uma troca de mails sobre a divulgação das suas obras. Quando quis saber mais sobre o mesmo, tive acesso a algumas das suas escritas públicas. Do que li seu, a poesia que encontrei despertou-me logo uma valente curiosidade em ler mais coisas suas.


Labirinto de Nós
é um livro de poemas que só é pequeno em tamanho. Tem cerca de 67 poemas, variados, mas que página a página vão conquistando o leitor sobrando pouca vontade de o largar até a leitura se ver terminada. Existem poetas e poetas e poemas e poemas. Aqueles que normalmente conseguem chegar até mim são dos poucos que encaram a natureza humana e os seus sentimentos com uma veracidade nua e crua. Sem rodeios, ousados, irreverentes e até provocadores.

Ao lermos os poemas de Alberto Silva, talvez não todos, mas uma boa parte deles, temos a sensação de reconhecimento. E que mais podemos pedir aos nossos poetas que não expressarem aquilo que não conseguimos colocar em palavras, mas onde de alguma maneira eles tocam? Gostei bastante e como tal deixo-vos aqui um poema para abrir o apetite. Brevemente postarei mais.

Empurrar

Porque julgas que é a esvaziar-te de sentimentos que lidas melhor com tudo?

Porque precisas tu de empurrar-me para me manteres perto de ti?

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Opinião: ‘Percepção – Uma Estranha Realidade’ de Sara Farinha https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-percepcao-uma-estranha.html https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-percepcao-uma-estranha.html#comments Tue, 01 Jan 2013 19:21:00 +0000

Percepção – Uma Estranha Realidade

Sara Farinha

Editora: Alfarroba Edições

Sinopse: Joana cedo descobriu que os estados emocionais dos outros toldavam o seu raciocínio e moldavam o seu comportamento.

Em busca duma vida anónima, Joana esconde-se em Londres, procurando ignorar a maldição que a impede de viver uma vida normal. É aí que a sua vida se cruza com a de Mark, um arqueólogo americano que viaja pelo mundo à procura de outros sensitivos como ele. Joana relutantemente aceita a amizade de Mark, acabando por encontrar nele o seu maior aliado na aprendizagem sobre a vivência dum sensitivo.

As capacidades crescentes de Joana atraem as atenções não só de Mark como do Convénio, uma organização ilegal que pretende reunir sobre o seu domínio todos os Sensitivos. É apenas quando a sua melhor amiga é posta em perigo, que Joana descobre que a sua maldição pode ser um dom, e que a vida ultrapassa todos os seus receios e expectativas.

Opinião: Percepção – Uma Estranha Realidade é a obra de estreia de Sara Farinha no mundo literário português. Num momento em que vários jovens autores tentam vingar no nosso mercado, uns com mais sucesso que outros, foi com alguma surpresa e satisfação que constatei desde o princípio que tinha entre mãos uma autora diferente.

A escritora traz até nós uma história que mistura laivos de fantasia e ficção científica com uma forte dose de romance. Ainda assim, estou longe de considerar esta obra um livro de FC como já vi fazerem.

No fim da leitura, a impressão com que fiquei foi que esta é uma obra que se pode considerar introdutória para algo maior e melhor. A escrita de Sara Farinha é boa e agradável. Não senti aquele aborrecimento que por vezes sinto nas primeiras obras de jovens autores, quando ainda dão uns quantos erros ou as construções frásicas e a estrutura do texto não é a melhor. E é por esta razão que penso que a autora pode vir a fazer muito melhor no que toca à história em si.

Até cerca de metade do livro, a trama centra-se muito no romance entre Joana e Mark, havendo pouco envolvimento de elementos exteriores e alguma falta de evolução no que toca aos poderes e ao mundo dos Sensitivos. Quando finalmente começa a haver alguma acção e os segredos começam a ser revelados, senti que tudo se passava depressa demais, com algumas explicações um pouco incompletas. O fim, esse, deixa uma premissa interessante para uma nova obra, mas gostaria de ver a autora a dar mais sumo à história que não só o romance entre Joana e Mark.

Tudo o que apontei no parágrafo anterior não deve ser entendido como uma crítica destrutiva, muito pelo contrário. Aliás, só me dei ao trabalho de pormenorizar aqueles aspectos porque acredito muito sinceramente que Sara Farinha tem bastante potencial. A obra lê-se bem, as páginas vão voando e quando damos conta só nos interrogamos do que estará ainda para vir. Vou ficar à espera da próxima obra desta jovem autora portuguesa.

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Novidade Alfarroba – “Sob o Céu de Paris” https://branmorrighan.com/2012/06/novidade-alfarroba-sob-o-ceu-de-paris.html https://branmorrighan.com/2012/06/novidade-alfarroba-sob-o-ceu-de-paris.html#respond Fri, 08 Jun 2012 12:08:00 +0000

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Entrevista a Célia Loureiro, Escritora Portuguesa https://branmorrighan.com/2012/05/entrevista-celia-loureiro-escritora.html https://branmorrighan.com/2012/05/entrevista-celia-loureiro-escritora.html#respond Mon, 07 May 2012 21:08:00 +0000 Viva, cá estamos para mais uma entrevista de uma autora portuguesa – Célia Loureiro!

Fala-nos um pouco sobre ti:

Nunca sei o que dizer sobre mim… Chamo-me Célia C. Loureiro, licenciei-me em Informação Turística pela Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Estoril. Isto é como a sociedade me descreveria. Nome, nº de BI, formação e ocupação. Bom, eu prefiro dizer que já corri por Almada à noite à procura de um qualquer estabelecimento que vendesse chocolate fora de horas. Gosto de fumar um cigarro no meu quintal no verão, e de olhar para o céu e descobrir a Ursa Menor à primeira. Gosto de fazer pesquisa Histórica. Gosto de fotografia, muito mesmo (http://olhares.sapo.pt/cidade-lisboa-foto5235603.html) e gosto de viajar. Lamento não ter tido possibilidade de viajar mais antes. Gosto de ar livre, de paisagens rurais, de limoeiros e figueiras. Não gosto da vida urbana, não gosto dos hábitos do séc. XXI embora seja escrava de muitos deles, não gosto da leveza de mente da juventude nem da ausência de preocupações de maior. Gosto de ovelhas e jacarandás. Gosto muito, mas mesmo muito, de aldeias e de casas de campo e da conversa dos idosos. Não sou uma pessoa paciente, nem tolerante por aí além. Tenho a mania que sou engraçada então passo a vida a fazer piadas. Gosto de conviver com pessoas que entendam o meu humor negro, pessoas que baste eu sorrir e semicerrar os olhos e entendam logo o que estou a pensar. Gosto de música, é a primeira coisa que faço de manhã – ligá-la no telemóvel enquanto me visto, a ver se espevito. Gosto de ler e tenho pena de todos os que não aproveitam esse passatempo para se fazerem felizes. Acho que uma pessoa tem direito aos seus vícios e às suas excentricidades, se as faz para ser feliz (e não por ostentação, obrigação, etc.). Aprecio bastante a liberdade, e gosto do facto de ser sagitariana. Não me custa associar-me a um cavalo bravo com uma metade superior de mulher. Essa dualidade combina bem com a minha inquietação constante. Definir-me-ia nas palavras da minha tia-avó. Célia, tu és como aquele dito do meu pai, que Deus tenha – Não sei se vá se fique, não sei se fique se vá. Se estou lá não estou aqui, se estou aqui não estou lá.

Qual o teu estilo e ritmo de escrita:

Não tenho um estilo definido. Não o consigo encaixar em nenhum autor que tenha lido – não o digo por vaidade nem por indecisão. Simplesmente despi-me do que já li e escrevi algo que me deu gosto. Gosto de contrastes, nesse estilo de escrita. Palavras dóceis, ou corriqueiras, e palavras mais cuidadas (mas não inacessíveis). É o contraste entre o «narrador» e o «povo». O objectivo é o contraste, não a superioridade dum face ao outro. Quanto ao ritmo de escrita… tendo em conta o que escrevi até hoje, tanto faço planos de escrever «10 páginas por dia» como introduzo meses de interrupção ao longo de uma obra e a termino de um sopro quase dois anos depois.

Quais as tuas influências:

Nenhumas. De todas as vezes que quis aplicar «influências» nos meus enredos, desisti e apaguei tudo. Não sou a Isabel Allende nem a Joanne Harris, por muito que as admire. A cada vez que quis pôr um espectro a atravessar uma sala dei-me conta disso. o surrealismo da primeira e o cariz quase gótico em algumas das obras da segunda agrada-me e fascina-me, como leitora, mas não encontra par no realismo cru do que escrevo. A minha obra mais «surrealista» ainda não foi tratada para publicação, mas também saiu cá de dentro, e não destas minhas duas escritoras de eleição. Inspiro-me na vida, nas vivências ao meu redor. Não consigo inspirar-me num escritor nem numa obra, porque isso roubaria a «pureza» à criação da minha, que deve ser feita dos alicerces para cima. Da primeira pedra à abóbada.

O que é que nos podes contar sobre a tua obra?

Posso dizer que, mesmo os pormenores que se afiguram mais «mórbidos» têm um fundo real que me impressionou, a dado momento da minha vida. Ouvi aquela história, noutros termos mas com aquela dimensão. Romanceei-a para que se saiba que a vida já teve outros contornos mais feios, e a condição feminina actualmente não foi conquistada assim há tanto tempo. Num meio mais fechado, ainda está longe de ser adquirida. Quis lembrar à cidade – aos LCDs e aos óculos 3D e aos i-istos e i-aquilos que o mundo está a evoluir a um ritmo descoordenado. Há quem esteja para trás e que fique mais para trás a cada passo largo que se dá em direcção ao pós-modernismo. Posso dizer que me deu imenso prazer escrevê-la, que há uma mulher de armas a esquecer-se progressivamente dos seus feitos e uma mulher também de armas a lutar corajosamente por esquecer-se dos seus feitos. E há um velhote (adorável), o Sebastião, a mergulhar nas quimeras desta senhora que perde a memória, e um professor mal-humorado que cozinha bem e ouve Nat King Cole e que não está disposto a ponderar a hipótese de estar errado quanto à viúva do seu melhor amigo. E há a Letícia, áspera como pedra-pomes, e as duas filhas, a debaterem-se por uma infância relativamente normal por entre tantos julgamentos. Para mais aprofundamentos há a minha auto-crítica, disponível aqui: https://branmorrighan.com/2012/05/30-loureiro-celia-correia-demencia.html.

Como foi o caminho até à publicação deste teu primeiro romance? Tiveste muitas dificuldades em publicar? Fala-nos um pouco sobre esse processo.

Eu não andei com o Demência em punho a tentar publicá-lo. Tinha umas quantas obras e o sonho fantasioso de que, se continuasse a enviar outros manuscritos para editoras, um dia alguém diria que eu era um talento inato, que tinha um dom e que queria apostar em mim, ou algo do género. Mas tal nunca aconteceu e tive de me bater pela publicação de uma obra que, na altura, não era esta. A Alfarroba respondeu-me em tempo útil a convocar uma reunião e, até hoje, foi dos dias mais felizes da minha vida, a par com o dia do lançamento. Quando o processo de edição de um manuscrito meu de 2008 arrancou, lembrei-me de terminar o Demência (Julho 2011) e de lhes implorar que o analisassem. Queria saber se concordavam que era muito melhor. E felizmente concordaram. Foi um processo… sem explicação. São suficientemente abertos para me deixar participar em tudo – e tenho pena deles por isso, porque dou palpites a torto e a direito. Devo ter mudado dez vezes os agradecimentos. Felizmente são mais sensatos do que eu, e vão-me refreando quando necessário.

Tens tido feedback dos teus leitores? Como é que gostas de interagir com eles?

O feedback dos leitores é, sem dúvida, o melhor. Não posso ser inconsciente. Não escrevi, nem escrevo, a pensar neles nem a pensar em ganhar dinheiro ou fama. Não tenho nenhum familiar com um sobrenome famoso, se não já tinha não sei quantas mil vendas, como a Fátima Lopes, e uma editora qualquer de peso estabelecido no mercado a implorar-me para ficar com os direitos do meu livro. Por isso, quando pessoas que não conheço assim tão bem descem de um carro aos tropeções e vêm abraçar-me e falam da minha idade e, de lágrimas nos olhos, me perguntam como fui capaz de escrever algo que reflecte bem os sacrifícios que teve de fazer em vida, fico estupefacta. Lisonjeada é pouco, é mesmo estupefacta que fico. Quando uma professora de português diz que, além de alguns melhoramentos técnicos, vocabulário, etc., pegou no meu livro com faca e garfo e não conseguiu desmantelá-lo como pensara de início – porque só tenho 22 anos, primeiro romance e tal – fico estupefacta. Quando me dizem que a avó a quem faziam tranças se esqueceu de si no final, por causa do Alzheimer, fico comovida. Tem sido bom demais tocar as pessoas por várias frentes, e isso não tem custo. Faz-me feliz constantemente. Estou a marcar um debate sobre a obra, para quem a leu, para dia 19 deste mês. Dá bem para debatê-la – aborto, estado novo, condição feminina, vida rural, abuso de poder, maus-tratos, violência doméstica (e os filhos no meio), alzheimer, velhice, isolamento. Penso que seria algo enriquecedor, vamos ver se os leitores estão interessados.

Projectos Futuros:

Está neste momento a começar o processo de edição do meu próximo romance, que deve sair neste verão. Chama-se «O Funeral da Nossa Mãe» e é sobre pessoas que não nasceram para a maternidade e que metem o amor (se é que, neste caso, lhe podemos chamar isso), ou seja, a condição de «mulher», à frente da condição de mãe. Acontece. Não é algo tão digno de um debate como os temas do livro anterior, mas este é mais reflexivo, mais melancólico. Pus-lhe três personagens principais com características individuais, as três filhas desta mãe, e pu-las a braços com o passado de uma mulher que, afinal, não conheciam assim tão bem. É novamente passado (sobretudo) em espaço rural, Alto Alentejo. Criei uma vila fictícia, Vila Flor, e cenários de oliveiras, limoeiros e alfazema. Casinhas caidas e noites de verão com bailes populares são o cenário deste romance sobre o que é esperado de nós e o que estamos dispostos a fazer pelo que realmente queremos. Falo na tradição da tauromaquia, no Estado Novo, no regresso dos Portugueses da Índia em ’61, na criação de gado e cavalos e nos padrões sociais de outra época. Tudo confluí para um presente em que estas três filhas e a tia se sentam à mesa a levantar véus sobre as inexplicabilidades do casamento dos pais. Ainda assim, aborda alguns temas prementes – ditadura, comunismo no Alentejo tradicional, pedofilia, emigração/imigração, suicídio… Parece dose, assim de repente, mas é preciso termos em conta que é a vida das pessoas e que é passada num largo espaço de tempo. Também estou empenhada na escrita de um romance histórico sobre as invasões francesas. Vai focar-se na do Porto. Está em fase de arranque.

E a pergunta da praxe: o que achas do blog Morrighan?

Olha querida, adorava poder fazer uma grande crítica construtiva, mas a verdade é que não costumo acompanhar muito. Sigo mais críticas literárias pelo goodreads, quando estou interessada em ler um livro. Mas a partir de agora vou empenhar-me em estar atenta ao que publicas! É uma promessa.

Um grande obrigada pela oportunidade,

CCL.

Sobre o livro da autora: http://branmorrighan.blogspot.pt/2011/11/novidades-alfarroba-para-este-sabado.html 

Obrigada Célia! 🙂 

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Entrevista a Filipe Costa, Escritor Português https://branmorrighan.com/2012/05/entrevista-filipe-costa-escritor.html https://branmorrighan.com/2012/05/entrevista-filipe-costa-escritor.html#comments Sat, 05 May 2012 12:33:00 +0000 Viva! Em tempo de feira do livro e de lançamento de novidades, deixo-vos aqui a entrevista de mais um autor portuguÊs que lançou recentemente o seu primeiro livro ‘O Templo dos Três Criadores’.

Fala-nos um pouco sobre ti:
Enquanto autor de um primeiro romance recém-publicado, tudo o que podia desejar era que a minha obra fosse a única locutora habilitada para falar por mim. Que seja ela, pois, a ficar com o protagonismo, o autor é secundário neste processo. Acredito que uma obra poderá contar tudo sobre o seu autor, ou pelo menos a sua vertente realmente interessante e que valerá a pena conhecer. E eu não fujo a essa regra, a esse sonho de me ver projectado através da minha obra, do qual este livro constitui apenas um pequeno passo. Que os meus livros sejam um dia a minha única biografia, e que, aparte disso, nas palavras de Alberto Caeiro, ela contenha apenas duas datas: a do meu nascimento e da minha morte. Penso que isto já diz bastante sobre mim.

Qual o teu estilo e ritmo de escrita:
Este é um exercício de auto-avaliação delicado, na medida em que um autor não é leitor dos seus livros, ou pelo menos não o é com a distância e independência necessárias para ser isento e objectivo como se espera numa resposta a uma pergunta como esta. Em breves notas, adiantarei assim que a minha escrita, quanto ao ritmo, tenta ser uma actividade regular, quotidiana, nem sempre se realizando à velocidade desejável, mas progredindo pouco a pouco. Uma escrita que aprendeu que escrever é reescrever, e nesse sentido “pede-me” constantemente para voltar atrás a reler com o fim de corrigir e aperfeiçoar, tendência essa que eu como autor tenho de me esforçar para conter, sob pena da própria escrita se tornar num ciclo vicioso sem saída. Quanto ao estilo, os propósitos da minha escrita são tornar-se heterogénea, abrangente, rica em vocabulário, tocando em tudo sempre na medida certa, sem pecar por excesso nem por escasso. Sonha agradar a todos os leitores, mas abe que tal tarefa será sempre impraticável. No fundo, trata-se de uma escrita humilde e acabada de sair da gaveta, com consciência que terá seguramente ainda muito para aprender, muitas outras letras e palavras para conhecer e muita tinta para derramar. Em suma, muito para melhorar.

Quais as tuas influências:
As influências são muitas e variadas, estendendo-se por pessoas, leituras, locais, memórias, e outras, pelo que nem sempre é fácil individualizá-las. Tentarei, contudo, dissecar algumas que elejo como principais: numa perspectiva geral, a minha escrita foi naturalmente influenciada pelo meu processo de aprendizagem, onde tive a sorte de me cruzar com grandes professores, em especial de língua portuguesa, com os quais muito aprendi e que sempre me incentivaram a explorar a minha vertente literária. No que toca ao meu livro em concreto, ele foi obviamente influenciado pelas minhas muitas leituras desde tenra idade, sendo incontornável que os livros pertencentes ao género do fantástico ocupem um lugar de destaque entre os que mais me inspiraram na criação do meu livro (o que inclui certamente autores como JK Rowling, JRR Tolkien, Phillip Pullman, George Martin, apenas para citar os principais). Na construção da história em si, terão havido com certeza influências ao nível histórico, em especial no que toca à mitologia da Antiguidade Clássica, já que a mitologia acaba por ser o sustentáculo em que assenta a construção daquele mundo. De resto, também há quem seja capaz de descortinar a influência de uma serie televisiva em concreto sobre este livro. Para além disso, quem o vier a ler facilmente se aperceberá de que as próprias cores e a relação entre elas tiveram influência na construção da história. E como estas haverá seguramente outras tantas, muitas das quais nem chego a ter consciência.

O que é que nos podes contar sobre a tua obra?
O Templo dos Três Criadores é um livro que se pretende afirmar como o início de uma saga de fantasia, saga essa apelidada de “Crónicas de Lusomel”. Sendo um livro de fantasia, ele pode ser, dentro desta, enquadrado no subgénero high fantasy, no sentido em que a acção se desenrola num mundo inteiramente criado de raiz, designado por “Arquipélago de Lusomel”, ou simplesmente “Lusomel”. Como livro de fantasia que é, vai naturalmente beber às grandes obras de fantasia de raiz tolkiana que hoje em dia já se tornaram parte do ideário da cultura geral massificada (designadamente na criação de um mundo de inspiração medieval, no tipo de cenários, na magia, etc.). Como já referi anteriormente, as influências são por demais evidentes, e saltam facilmente à vista. O que tem então a minha obra de diferente? Começaria por dizer aquilo que não tem: não tem elfos nem anões, vampiros ou dragões, nem muitas das criaturas que pululam habitualmente pelo mundo do fantástico. Em Lusomel, o mundo é habitado maioritariamente por povos humanos distintos entre si, e é no seio de uma civilização humana – mas em muitas coisas totalmente diferente da nossa – que gira a trama desta história, centrada na busca por um volume desaparecido das “Crónicas de Lusomel”, os livros sagrados, e nas revelações que o mesmo poderia conter. Convido-vos a ler para desvendarem o resto.

O que te levou a escrever na área do fantástico?
O facto de ser um género do qual sou apaixonado assumido. O facto de ser um género capaz de nos transportar para lá das barreiras da realidade e de nos fazer explorar os limites da nossa imaginação. O facto de ser um género capaz de trazer para o nosso mundo novos mundos infinitamente mais interessantes. E que gozo que me deu escrever dentro desta área!

Como foi o caminho até à publicação deste teu primeiro romance? Tiveste muitas dificuldades em publicar? Fala-nos um pouco sobre esse processo.
Honestamente, nunca confiei que as portas das editoras e das livrarias se abrissem de rompante à chegada do meu livro ao mercado. Estava suficientemente informado sobre o processo de publicação para saber de antemão os obstáculos que teria de enfrentar. Sim, encontrei dificuldades, mas nada que não tivesse à espera, e que no fundo vieram a demonstrar-me claramente qual era de facto o meu ponto de partida, e o que teria (e terei) de lutar para encontrar o meu espaço no mercado literário. Desse ponto de vista foi um processo positivo. Este é, efectivamente, o meu primeiro romance publicado, um romance de um autor ainda desconhecido do público e que pretende ser apenas o primeiro passo de um projecto que ambiciona ser maior e ao qual pretendo dar continuidade, mas que ainda tem um longo caminho a seguir. Todos esses factores puseram em dúvida a viabilidade deste meu projecto. Sim, bati com o nariz em muitas portas, tive contactos felizes e infelizes, encontrei editoras muito profissionais, outras nem tanto, tudo isso fez parte de um percurso que sempre encarei com normalidade. Ao fim de um ano, deparei-me finalmente com a editora Alfarroba, que me fez a proposta mais interessante e que me levou a querer arriscar a minha sorte no mercado editorial, e foi assim cheguei até aqui. Agradeço, por isso, a oportunidade que a Alfarroba me proporcionou, ciente de que foi apenas uma porta que se abriu entre muitas outras que ainda terei que destrancar.

Onde vais buscar ideias para criar as tuas histórias?
Elas advêm naturalmente dos diversos tipos de influências que já tive oportunidade de abordar aqui. Mas o maior desafio em escrever não reside no surgimento da ideia, mas sim nas etapas que vêm depois. Após a consolidação dessa ideia, será necessário somar-lhe alguns momentos de inspiração, e muitos horas de trabalho, persistência e suor, sendo na conjugação desses factores que se molda uma história digna desse nome.

Projectos Futuros:
Ao nível literário, estou a trabalhar no desenvolvimento da saga “Crónicas de Lusomel”, e assim dar continuidade a este meu primeiro livro publicado. Ainda em 2012, haverá um outro texto meu objecto de publicação, que se trata de um conto que submeti à 1ª edição do concurso literário “Erótica Fantástica” desenvolvida pela editora brasileira Draco no final do ano passado, e que veio a ser selecionado para integrar a respectiva Antologia de contos eróticos no domínio do fantástico e da ficção científica, Antologia essa que deverá ser publicada no final deste ano, e que aguardo com natural expectativa. Espero também para este ano fazer chegar o meu primeiro livro ao máximo número de leitores, desenvolvendo campanhas no sentido de dar a conhecer este meu projecto literário. Aproveito para informar que marcarei presença na Feira do Livro de Lisboa no próximo Domingo dia 6 de Maio, a partir das 17 horas. Poderão encontrar-me ainda através dos seguintes contactos:
• Blog pessoal: http://cronicasdelusomel.blogspot.pt/
• Página Facebook: http://www.facebook.com/pages/Cr%C3%B3nicas-de-Lusomel/204720352964224

Pergunta da praxe – o que achas do blog Morrighan?
Um blog fantástico ao nível dos conteúdos para qualquer amante de livros, que acompanho com todo o gosto. Deixarei apenas aqui uma sugestão que já li ter sido dada por outros entrevistados antes de mim: a necessidade de ser feita uma mudança de layout, dando-lhe uma cara nova.

Sobre a Obra do Autor Aqui no Blog: https://branmorrighan.com/2012/05/divulgacao-o-templo-dos-tres-criadores.html

Obrigada Filipe!

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Divulgação “O Templo dos Três Criadores” de Filipe Costa https://branmorrighan.com/2012/05/divulgacao-o-templo-dos-tres-criadores.html https://branmorrighan.com/2012/05/divulgacao-o-templo-dos-tres-criadores.html#respond Sat, 05 May 2012 12:24:00 +0000 Alfarroba Edições

No vasto Arquipélago de Lusomel, um mundo habitado por diferentes povos separados pela cor do sangue mas unidos na devoção aos Três Criadores, Denzil e os seus companheiros partem juntos numa jornada além-fronteiras, cruzando reinos e mares distantes, numa verdadeira luta pela sobrevivência na senda de uma enigmática citação pertencente às Crónicas de Lusomel, os mais sagrados dos livros, mas que pode ocultar um segredo capaz de alterar radicalmente o seu próprio destino e, com isso, o destino de todo o Arquipélago.

O Templo dos Três Criadores constitui assim o primeiro livro da saga Crónicas de Lusomel, uma saga que se desenrola num mundo cativante e original, criado de raiz, e que promete surpreender até ao fim!

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Entrevista a Ricardo Tomaz Alves, Escritor Português https://branmorrighan.com/2012/02/entrevista-ricardo-tomaz-alves-escritor.html https://branmorrighan.com/2012/02/entrevista-ricardo-tomaz-alves-escritor.html#comments Thu, 02 Feb 2012 21:15:00 +0000

Sobre mim: 

Não sou bom a falar de mim, acredito que uma pessoa possa levar uma vida inteira sem se conhecer totalmente, é um factor que nos dá graça e torna imprevisíveis. De qualquer forma sei que sou calmo, caseiro, cinéfilo, pouco falador, um lutador no que a mim diz respeito. Extremamente sonhador, bem podia ter um quarto nas nuvens só para mim. Adoro tocar e criar música e considero-me criativo por natureza.

Estilo e Ritmo de Escrita: 

Não pretendo ser um escritor de estilo único porque que acabaria por oferecer sempre mais do mesmo ao leitor, mas antes do género multifacetado, explorando vários estilos e abordar várias técnicas, evitando a repetição e previsibilidade.

Influências:

Tornei-me um leitor compulsivo com os livros juvenis de suspense e terror “Arrepios” que li e coleccionei durante a minha adolescência, pelo que posso considerar R.L. Stine a minha maior influência enquanto escritor, pela vontade que me deu de escrever e fazer algo do género, sentimento que foi reforçado mais tarde por J. K. Rowling com a magia não só fantasiosa mas literária de “Harry Potter”. Com Dan Brown aprendi a estruturar um livro de forma a manter um bom ritmo de leitura e a torná-lo apelativo e interessante e com José Saramago que nem tudo o que escreveria tinha de ser fantasia ou imaginário, mas que a reflexão faria parte do conteúdo dos meus textos. A certa altura percebi que para me enriquecer tanto como leitor e escritor os contemporâneos não chegavam e teria de explorar os clássicos literários, tendo assim descoberto Dostoievski, que passou a ser o meu escritor de eleição bem como o “seu” existencialismo, que passou a fazer parte da minha escrita e “D. Quixote de la Mancha”, actualmente meu livro preferido. Tudo o que leio acaba, de uma forma ou outra, influenciar a minha escrita, já que me oferece mais maturidade e a possibilidade de poder distinguir o que posso ou não utilizar quando escrevo, separando o que no meu ponto de vista será bom ou mau para a sua qualidade.

Fala-nos um pouco sobre a tua obra: 

“A Devota” conta uma história passada nos subúrbios e vila de Sintra, em locais secretos que desafiam a imaginação e que retratam a luta interior de uma jovem que terá de ultrapassar as difíceis fases da infância e adolescência enquanto enfrenta a luta interior de acreditar ou não no que lhe é dito e ensinado, enfrentando vários desafios à sua fé e psique.

Sei que hoje em dia é difícil um autor português conseguir ver a sua obra publicada. Como foi o processo de edição? Não foi complicado, mas moroso. Não foi complicado porque enviar um e-mail com um ficheiro em Word ou PDF de um livro que escrevemos para uma editora não é nada de extraordinário, mas moroso porque tive de esperar algum tempo para receber respostas negativas. Às tantas fartamo-nos de ouvir “nãos”, mas não pode ser algo que nos faça desistir, principalmente quando temos confiança no nosso trabalho e no projecto que estamos a tentar concretizar. Foi aí que recebi o contacto da Alfarroba com quem foi possível acertar agulhas quanto ao que cada parte podia esperar da outra. Chegámos a acordo e até agora tem resultado, muito devido ao profissionalismo e competência e, devo sublinhar, criatividade dos responsáveis.

Projectos Futuros: 

Num futuro próximo lançarei com a minha banda Jack & Dante o nosso primeiro álbum, que estamos a gravar nos Estúdios Thape e que sucederá ao E.P. “Por debaixo da Casa Animada”. Gostaria também de publicar um segundo livro ainda em 2012, se assim for possível e se se reunirem as condições para que tal aconteça.

Ricardo Tomaz Alves é o autor da obra ‘A Devota’

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Vencedor do Passatempo ‘Percepção’ https://branmorrighan.com/2012/01/vencedor-do-passatempo-percepcao.html https://branmorrighan.com/2012/01/vencedor-do-passatempo-percepcao.html#respond Thu, 12 Jan 2012 15:33:00 +0000

Boa tarde! Antes de mais, obrigada pela centena e meia de participações que houve! Sendo a Sara Farinha uma autora recente, foi muito bom! O vencedor foi escolhido pelo random.org e é:

LinoDomingos, Santa Catarina da Serra (67)

Parabéns Lino! Os teus dados serão enviados para a editora encarregue do envio do livro. Qualquer dúvida podes contactar branmorrighan[at]gmail[dot]com

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Passatempo: ‘Percepção’ de Sara Farinha https://branmorrighan.com/2012/01/passatempo-percepcao-de-sara-farinha.html https://branmorrighan.com/2012/01/passatempo-percepcao-de-sara-farinha.html#respond Wed, 04 Jan 2012 11:56:00 +0000

Hoje temos mais um passatempo a começar! Estará em sorteio um exemplar do livro ‘Percepção’ de Sara Farinha!

Para se habilitarem a ganhar basta responder às questões do formulário. As regras são as seguintes:

– O passatempo terminha às 23:59 de dia 10 de Janeiro de 2012

– Só será aceite uma participação por pessoa

– Só serão aceites participações de Portugal

As Respostas podem ser encontradas AQUI

BOA SORTE!

FORMULÁRIO DESACTIVADO – FIM DE PASSATEMPO

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Entrevista a Sara Farinha – Escritora Portuguesa https://branmorrighan.com/2011/12/entrevista-sara-farinha-escritora.html https://branmorrighan.com/2011/12/entrevista-sara-farinha-escritora.html#respond Thu, 29 Dec 2011 16:48:00 +0000 Boa tarde queridos leitores! Hoje apresento-vos mais uma autora portuguesa que se estreou recentemente no mundo literário enquanto autora. Conheçam a Sara Farinha!

Fala-nos um pouco sobre ti:
Sou alfacinha de gema, que vive numa cidade feita de contrastes e com um percurso pessoal que exigiu esforço e motivação, às vezes contra todas as probabilidades. Adoro escrever e adoro histórias, sejam relatos reais das pessoas com quem me cruzo, livros, filmes, séries televisivas, letras de música ou poesia. Adoro a língua Inglesa, música, cantar, viajar e fotografar. Os amigos e a família são muito importantes, e valorizo a sua presença tanto quanto valorizo estar sozinha.
Sou curiosa por natureza e gosto de encontrar explicações lógicas para aquilo que me rodeia. Sou alguém que, perante as dificuldades, arranjo maneira e quando confrontada com obstáculos procuro compreendê-los e ultrapassá-los. Acredito em valores orientadores e frequentemente me debato com as falhas humanas e os seus motivos. Reflicto muito sobre o que se passa à minha volta e sobre como mudar em mim e nos outros aquilo que não me agrada. Sou uma eterna insatisfeita, uma perfeccionista que não tem medo de assumir erros, apesar destes serem duros golpes. E acredito piamente que, quando queremos algo arranjamos maneira.


Qual o teu estilo e ritmo de escrita:

Quanto ao estilo de escrita, gosto de acção, emoção, romance e fantasia. Tento escrever histórias com um ritmo rápido, que sejam emocionantes e que fujam da descrição excessiva. Gosto de explorar géneros e estilos, procuro aprender sobre a arte da escrita, e agrada-me misturar realidade e ficção numa mesma história.
Quanto ao ritmo de escrita há sempre mais do que um projecto a decorrer o que significa que cada um deles tem um ritmo próprio. O blogue necessita de atenção quase diária, os contos de atenção esporádica, os poemas de inspiração fulminante, os livros de pesquisa, execução e revisão continuada. Escrevo quase todos os dias, para projectos diferentes e com níveis de dificuldade diferentes.


Quais as tuas influências:

O meu pai influenciou muito daquilo que sou, proporcionou-me as bases e incentivou-me a pensar por mim própria. Os livros que ele comprava, fossem para ele ou para mim, fizeram o resto. Obras como “Marune Alastor 933”, “Hamlet”, “Os Cinco”, “Homem-Aranha”, “X-Men”, “Drácula de Bramstoker”, “A Flecha Negra”, “The Mad Fiddler”, “Os Maias”, ocuparam parte da minha infância e adolescência.
Consumidora assídua de filmes e séries televisivas (ainda antes de saber ler), tenho boas (e más) memórias de “Modelo e Detective”, “V – A Batalha Final”, “Alfred Hitchcock Apresenta”, “Exterminador Implacável”, “A Guerra das Estrelas”, “Poirot”, “Ficheiros Secretos”, “Linha Mortal”, entre muitas outras histórias.
Actualmente prefiro sobrenatural, fantástico, steampunk, romance, policiais, e ficção científica. Géneros que sempre me acompanharam e que têm vindo a banalizar-se, perdendo o estigma duvidoso que tinham.


O que te levou a escrever na área do sobrenatural?

O facto de serem as minhas histórias preferidas. Adoro a magia dos mundos inventados, a imaginação que possibilita e sustenta esses livros e filmes. Agrada-me escrever sobre coisas que não são reais, imaginar mundos e personagens, enredos e complicações. Gosto especialmente daquelas histórias que, sendo fantasia poderiam perfeitamente ser reais, que são uma espécie de fundamentação científica da fantasia.
Ler uma história é uma forma de nos afastarmos da nossa realidade e de viver aventuras que, de outra forma não poderiam ser vividas. E é isso que me agrada na literatura fantástica, esse poder de nos transportar para outras vivências, de introduzir alguma magia na nossa vida. E se isto me seduz como leitora, também o faz como autora.


Como foi o caminho até à publicação deste teu primeiro romance? Tiveste muitas dificuldades em publicar? Fala-nos um pouco sobre esse processo.

Há uns tempos atrás escrevi no meu blogue que o mercado Português é tão grande como uma ervilha… e desidratada. Há espaço para alguns, mas não para muitos e gostaria de acreditar que esses alguns seriam os melhores.
Posso descrever a minha experiência pessoal, na publicação deste primeiro livro, como expectável. Primeiro tentei perceber como funcionava o mercado literário português, como as editoras trabalham e quais as experiências daqueles que já haviam passado por isto, para acautelar desilusões. Depois, reuni coragem, e comecei a enviar alguns emails para editoras que publicam dentro do género literário de “Percepção”. Algumas editoras não deram qualquer resposta. Duas mostraram-se interessadas em publicar.
A Alfarroba foi a escolha que, para mim, fez sentido. Estou muito satisfeita com o trabalho deles e com o apoio e a prontidão de resposta. E nunca tive ilusões que publicar envolve esforço, compromisso e persistência da minha parte.


Tens tido feedback dos teus leitores? Como é que gostas de interagir com eles?

Tenho tido algum feedback, não tanto nem tão público como gostaria, como é habitual. Algumas reacções foram excelentes e deixaram-me muito orgulhosa. Procuro incentivar o contacto quer nos blogues (pessoal e do livro), como nas páginas de Facebook (pessoal e livro), no Twitter, Goodreads e Google+. Mas sei que a maioria das pessoas limita as suas interacções a “Gostos”, ainda somos um povo algo tímido (e desconfiado) no que diz respeito à interacção através da www.


Projectos Futuros:

Mantendo o meu lema de ‘Aprender todos os dias algo novo’, tenho algumas ideias em mente e projectos em andamento. Neste momento encontro-me a escrever um terceiro livro. Planeei começar a escrevê-lo no início de 2012, mas a inspiração manifestou-se nos últimos dias. E apesar de ainda andar às voltas com algumas partes da história, não tive como evitar este início.
Tenho uma outra história à espera de revisão e estou a ponderar disponibilizá-la online. Adorei escrevê-la e ia odiar mantê-la na gaveta virtual para sempre, mas isto implica ter tempo para fazer a revisão e uma investigação cuidada sobre e-books. Mais um projecto a executar em breve.
Continuar a divulgar o meu primeiro livro publicado. E claro, manter o meu blogue a funcionar em pleno (http://sarinhafarinha.wordpress.com/).


E a pergunta da praxe: o que achas do blog Morrighan?

Descobri este blogue há algum tempo e confesso que o que me atraiu primeiro foi a sua faceta de divulgação do paganismo. Ao explorar os vários artigos descobri um espaço virtual interessante, cheio de novidades literárias, que tenho tido muito gosto em acompanhar. É um blogue que faz parte da minha lista de links “Inspiradores” e que visito sempre com prazer.
Quero agradecer à Sofia Teixeira pelo interesse demonstrado assim como, pelo bom trabalho desenvolvido neste blogue. Desejo-lhes os maiores sucessos e muitos anos de bons artigos.

A obra de Sara Farinha:

Percepção

Sinopse: Joana cedo descobriu que os estados emocionais dos outros toldavam o seu raciocínio e moldavam o seu comportamento.

Em busca duma vida anónima, Joana esconde-se em Londres, procurando ignorar a maldição que a impede de viver uma vida normal. É aí que a sua vida se cruza com a de Mark, um arqueólogo americano que viaja pelo mundo à procura de outros Sensitivos como ele. Joana relutantemente aceita a amizade de Mark, acabando por encontrar nele o seu maior aliado na aprendizagem sobre a vivência de um Sensitivo.

As capacidades crescentes de Joana atraem as atenções não só de Mark como do Convénio, uma organização ilegal que pretende reunir sob o seu domínio todos os Sensitivos. É apenas quando a sua melhor amiga é posta em perigo, que Joana descobre que a sua maldição pode ser um dom e que a vida ultrapassa todos os seus receios e expectativas.

Obrigada Sara pela tua disponibilidade e atenção 🙂 ! Fiquem atentos que brevemente haverá um passatempo para ganharem um exemplar do livro da Sara Farinha!

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