Álvaro de Sousa Holstein – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Wed, 23 Dec 2020 21:00:18 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Álvaro de Sousa Holstein – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: Conto Fantástico #3 https://branmorrighan.com/2012/12/opiniao-conto-fantastico-3.html https://branmorrighan.com/2012/12/opiniao-conto-fantastico-3.html#comments Fri, 14 Dec 2012 19:36:00 +0000 Download Gratuitohttp://correiodofantastico.wordpress.com/2012/12/18/conto-fantastico-3-para-download-gratuito/

Após mais de dois anos de espera, finalmente temos mais uma edição do conto fantástico. Comparada com a edição conjunta #1 e #2, esta apresenta outro formato, tendo como conteúdo apenas contos. No editorial, Roberto Mendes explica o porquê de toda esta demora e do formato exclusivamente digital. E as boas notícias não ficam por aqui. O editor anunciou o seguinte “Os leitores poderão encontrar três a quatro contos a cada novo número, publicado de dois em dois meses. Seis números anuais!” Não é fantástico? Para nós, viciados neste género literário, é-o certamente e também para os autores que assim se (re)afirmam através destas publicações.

Passando à opinião do Conto Fantástico #3 propriamente dita, começo por dizer que a capa está muito gira! Não estando directamente relacionada com nenhum conto em específico, dá que pensar ao leitor e suscita a curiosidade sobre os contos publicados. De seguida, passarei aos mesmos.

A Biblioteca”, de Álvaro Holstein, é o primeiro conto com que nos deparamos. Este autor já é bem conhecido pelo público do género fantástico e ficção científica e o seu largo currículo não deixa margem para dúvidas de que é alguém que merece o nosso respeito e admiração. O seu conto está muito original. Temos o personagem principal que de repente se vê numa biblioteca muito estranha! Pessoa, Lovecraft, Borges, metáforas, anjos, entre tantos outros, ganham vida interagindo de forma insólita, deixando o nosso personagem confuso. Quando é obrigado a sair dessa biblioteca, o sentimento de vazio não poderia ser mais. A escrita está interessante e sem dúvida que o próprio conto é todo ele uma grande metáfora.

Fernando Lobo Pimental dá-me a conhecer pela primeira vez um escrito seu através de “O Hospital”. Neste conto somos confrontados com a problemática de indecisão nos seres pensantes, como se tal se tratasse de uma doença. Doença para a qual existe um determinado tratamento no Hospital dos Indecisos. O desenvolvimento do conto está bem estruturado e entretém o leitor até ao seu derradeiro final. Fiquei com vontade de ler mais coisas suas.

Zona F”, por Marcelina Leandro, foi uma agradável surpresa. O ambiente futurista que a autora cria, projecta automaticamente o cenário nas nossas mentes. Também o universo que parece estar subjacente ao conto é curioso. Sinceramente, no fim do conto fiquei com vontade de saber bem mais sobre aquele mundo, das manipulações genéticas e sobre a personagem principal – Lea. Lea trabalha  no centro de Pesquisa Espacial e por qualquer razão é adversa a andróides. Quando lhe aparece um para ela identificar a sua anómalia, fica reticente e quase com receio de se aproximar. A escrita de Marcelina lê-se com gosto.

Por fim, mas não menos importante, temos o conto “Crónicas Obscuras – A Despedida” de Vitor Frazão. O Vitor já não é, de todo, desconhecido nestas andanças. Quando vi que tinha um conto nesta edição, fiquei logo muito curiosa pois já não lia nada seu desde A Vingança do Lobo, o primeiro livro das Crónicas Obscuras. Mantendo-se fiel ao seu registo e ao mundo criado nas Crónicas, foi com bastante agrado que li este conto. A escrita do Vitor evoluiu bastante e o autor consegue manter a chama do mistério até ao fim.

Resumindo e concluindo, esta edição está de parabéns! Quatro contos completamente diferentes uns dos outros, originais e com qualidade.

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Opinião: Vollüspa – Antologia de Contos de Literatura Fantástica PARTE 3/3 https://branmorrighan.com/2011/12/opiniao-volluspa-antologia-de-contos-de_27.html https://branmorrighan.com/2011/12/opiniao-volluspa-antologia-de-contos-de_27.html#comments Tue, 27 Dec 2011 14:14:00 +0000

Opinião: O primeiro conto de fantasia chama-se “A Máquina” e é de Álvaro de Sousa Holstein. Está bastante giro. Um rapaz recebe uma estranha carta que diz que herdou, entre outras coisas, uma quinta no Douro. Quando lá chega, parece que os empregados adivinham sempre o seu próximo passo e estão sempre ao virar da esquina. Até que algo ainda mais estranho acontece. Começam a surgir cartas na máquina de escrever que lhe parecem bastante familiares, mas não sabe de onde. Gostei.

Continuamos com “A Queda” de Carla Ribeiro, um conto mais sombrio em que a personagem principal tem um sonho que se repete noite após noite. Começa acorrentado e acaba por se ver numa queda livre que termina numa sala cheia de espelhos. Trata-se de um jogo psicológico com uma entidade demoníaca. Sinceramente esperava algo mais original. Por já conhecer algumas obras da Carla, achei que era mais do mesmo.

O Último” é o terceiro conto da autoria de Joel Puga. O conto é pequeno, mas apesar disso está bem escrito e reflecte a insatisfação patente no ser humano em querer viver mais do que aquilo a que está destinado e por não se resignar em ter que ir para um céu ou para um inferno após a sua morte. Como tal, decide lutar contra tudo o que possa ser o esperado.

Segue-se Marcelina Gama Leandro com “A Sala“. Está um conto muito engraçado em que dois pequenos fogem para a biblioteca do avô à procura de novas histórias. E é com alguma surpresa que nos deparamos com a materialização das personagens dessas histórias. Penso que a escrita da autora pode melhorar um pouco. Por vezes parece que fica um pouco confuso. No entanto gostei da imaginação.

O penúltimo conto chama-se “Uma Questão de Lugar” e é do Pedro Ventura. Gostei muito deste conto. Apesar de ser consideravelmente mais extenso que os restantes, valeu a pena. A escrita do Pedro é bastante expressiva e consegue transmitir bastante bem as suas ideias. Neste conto temos a intercepção de dois mundos em que, independentemente das razões que os levaram a entrar em conflito, há algo que será sempre universal – o amor. É uma estória um pouco trágica, mas gostei muito.

Por fim temos “Vermelho” de Regina Catarino. Penso que está um conto pobrezinho. Apesar de estar bem escrito, acaba muito depressa e é um pouco vazio de conteúdo. Um idoso, com as suas capacidades cada vez mais reduzidas decide acatar às cartas da filha e parte para casa dela. Quando dá conta, vê uma coluna de pessoas a passarem e junta-se à mesma. Esta estaca perto do Mar Vermelho e um homem brame que quando disser têm que passar rápido… Ficou a saber a pouco.

Concluindo, está uma antologia engraçada, mas com uma grande disparidade de qualidade entre alguns contos. De alguns esperava mais, de outros fiquei agradavelmente surpreendida, mas acima de tudo acho que é uma iniciativa de louvar e que conta com todo o meu apoio. Parabéns Roberto por esta iniciativa.

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