Ana Cláudia Silva – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:55:41 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Ana Cláudia Silva – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Texto Ana Cláudia Silva] Por entre as tiras do cortinado vejo a solidão https://branmorrighan.com/2018/02/texto-ana-claudia-silva-por-entre-as.html https://branmorrighan.com/2018/02/texto-ana-claudia-silva-por-entre-as.html#respond Fri, 16 Feb 2018 10:23:00 +0000

Por entre as tiras do cortinado vejo a solidão

Porque a primavera ainda vem longe.

E, enquanto peço mais uma oportunidade,

sinto o ar doce

Como um rebuçado

Deixando o pecado viver.

Como ser uma ilha – rodeada de pessoas, mas sem contar com elas.

Texto e imagem por Ana Cláudia Silva

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[Texto Ana Cláudia Silva] serão as cidades que nos definem? https://branmorrighan.com/2018/01/texto-ana-claudia-silva-serao-as.html https://branmorrighan.com/2018/01/texto-ana-claudia-silva-serao-as.html#respond Thu, 11 Jan 2018 10:20:00 +0000

serão as cidades que nos definem?

ou de que forma podemos definir-nos?

sabes aquela sensação de deja-vu?

é o que sinto neste momento.

neste.

exacto.

momento.

novo ano a recomeçar,

fim do mês é o sinal.

mudança: aguardar a esperança nesta cidade / arrumar tudo e partir.

diz o ditado: “se a vida te dá limões…” o melhor é colher laranjas.

estejam elas podres ou suculentas – porque tudo faz parte da aprendizagem da vida.

Ana Cláudia Silva

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[Texto Ana Cláudia Silva] entre o verde e o azul https://branmorrighan.com/2017/06/texto-ana-claudia-silva-entre-o-verde-e.html https://branmorrighan.com/2017/06/texto-ana-claudia-silva-entre-o-verde-e.html#respond Sun, 18 Jun 2017 13:20:00 +0000

entre o verde e o azul

não sei por quanto tempo

a tua luz estará acesa dentro do meu quarto.

também não sei por quanto tempo

vais ficar por aqui

dentro destas paredes,

dentro do meu estômago,

sobre a minha pele

em cima de mim

com o teu olhar

nunca sereno

(suspiro)

acho que o ciclo está cumprido

de tão comprido que foi

e agora, abençoada por este ar puro

entre o azul e o verde

regresso a esta península continuando a ser

apenas um corpo insular.

Ana Cláudia Silva

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[Texto Ana Cláudia Silva] adoração https://branmorrighan.com/2017/05/texto-ana-claudia-silva-adoracao.html https://branmorrighan.com/2017/05/texto-ana-claudia-silva-adoracao.html#respond Sat, 13 May 2017 17:28:00 +0000

adoração

estive a reflectir sobre qual seria o próximo destino.

se deveria levar apenas uma mochila ou um trolley.

a opção dividia-se em dois: a paz e a purificação.

a cidade e o rural.

adorava que viesses comigo.

mas acabarei por fazer esse percurso sozinha.

à espera que o universo se revele, descontraidamente,

sorrio, e olho para inscrições que tenho na pele.

agora, e para sempre, repito as palavras daquela canção,

o viajar já é mais que a viagem.

e naquela alienação,

cega pelo teu silêncio e pela tua mentira,

sento-me no lugar da frente

e contemplo a planície adocicada

enquanto relembro a secura da tua boca.

Ana Cláudia Silva

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[TEXTO ANA CLÁUDIA SILVA] a ilha bela https://branmorrighan.com/2017/04/texto-ana-claudia-silva-ilha-bela.html https://branmorrighan.com/2017/04/texto-ana-claudia-silva-ilha-bela.html#respond Tue, 11 Apr 2017 10:00:00 +0000

a ilha bela

lembro-me, exactamente, que foi no mês de abril que recebi a tua última carta.

escreveste-me daquela fantástica ilha.

com vista para a plantação de chá.

meses mais tarde, visitei-a.

lembrei-me de cada palavra tua.

entre uma fatia de bolo de ananás e uma chávena com chá verde,

entre o desfolhar de uma revista,

entre ouvir falar francês, inglês, espanhol e português.

de tantas memórias,

de tantas recordações,

eis que até nos meus sonhos aparece essa ilha.

surge em forma de neblina, ou em forma de um barco perdido no oceano

ou em forma de canção

ilha, bela,

flor da minha esperança,

devolve-me as letras líricas de outras cartas

enquanto te confesso que o amor

esteja ele onde estiver

fará sempre parte deste momento

e das saudades que tenho de lhe escrever.

Ana Cláudia Silva

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[Texto Ana Cláudia Silva] pensar bem https://branmorrighan.com/2017/03/texto-ana-claudia-silva-pensar-bem.html https://branmorrighan.com/2017/03/texto-ana-claudia-silva-pensar-bem.html#respond Sat, 11 Mar 2017 17:22:00 +0000

das vezes que olhos para a janela,

relembro aquele fim de tarde,

em que as tuas palavras caíram que nem uma bomba.

ao meu redor, senti o fogo de um coração assoberbado e acelerado.

os meus olhos, vermelhos de excitação, não se conseguiam concentrar.

ler entre as linhas tortas.

por fim respirei.

estremeci.

relembrei aquele abraço, aquele cheiro, aquele beijo.

aquele fechar de porta.

guarda-me contigo

até a lua desaparecer

até eu chegar aí para te abraçar. 

Ana Cláudia Silva

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[Texto Ana Cláudia Silva] o viajar já é mais que a viagem* https://branmorrighan.com/2017/02/o-viajar-ja-e-mais-que-viagem.html https://branmorrighan.com/2017/02/o-viajar-ja-e-mais-que-viagem.html#respond Sat, 11 Feb 2017 14:08:00 +0000

atravessando o rio

quando se é um pássaro, pode-se voar até ao infinito.

quando se é ar, pode-se viajar livremente.

quando se é viajante, aquece-se o coração com aquele cheiro a café.

não voltei àquele botequim desde que partiste.

mas coloquei na grafonola aquele disco dos Beatles

e dançámos

concluindo que não passávamos de dois desenvergonhados em questões de dança.

sentimos o mundo parar.

sentimos o mundo a respirar.

de repente deste-me a mão e sussurraste:

vamos sair daqui e encontrar um novo mundo?

porque o viajar já é mais que a viagem. 

sorri. acenando.

segurei a tua mão, com toda a força, e partimos.

[a foto foi tirada junto ao Cais das Colunas, Lisboa. Fevereiro de 2017]

* retirado da canção “Essa Tarde” d’Os Paralamas do Sucesso

Ana Cláudia Silva

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[Texto Ana Cláudia Silva] trans(atlântico) https://branmorrighan.com/2017/01/texto-ana-claudia-silva-transatlantico.html https://branmorrighan.com/2017/01/texto-ana-claudia-silva-transatlantico.html#respond Wed, 11 Jan 2017 08:54:00 +0000

trans(atlântico)

tenho passado os dias a cantarolar

as canções que conheces de cor

de sotaque açucarado

sentindo que atravesso o oceano

mesmo sem colocar os pés na água.

passo os dias a riscar esses mesmos dias no calendário

com aquele sol de inverno a ecoar nas colunas do rádio

e com aquela sombra a espreitar a ver se fazemos tudo certo.

escuta só,

tenho ali um veleiro à nossa espera.

e, tal como canta Amarante,

“Saudade, eu te matei de fome. E tarde, eu te enterrei com a mágoa”.

volta a agarrar o meu braço de novo

e voarei contigo.

para o Edu

Ana Cláudia Silva

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[8 Anos Blog BranMorrighan] Os Parabéns ao blogue, da Ana Cláudia Silva https://branmorrighan.com/2016/12/8-anos-blog-branmorrighan-os-parabens_16.html https://branmorrighan.com/2016/12/8-anos-blog-branmorrighan-os-parabens_16.html#respond Fri, 16 Dec 2016 10:59:00 +0000

Tenho andado a publicar estes textos por ordem de chegada, mas a verdade é que estava ansiosa que chegasse a vez da Ana. Estão a ver aquele botãozinho do Facebook que diz “See Friendship”? Pois fui tentar perceber como é que de repente a Ana era uma pessoa tão importante para mim, mesmo que ela não saiba. A internet juntou-nos primeiro, a paixão pela música segui-se-lhe e ainda viemos a descobrir tantas outras coisas que partilhamos. Eu de uma forma mais cerebral, ela de uma forma muito mais bonita e poética. Cruzamos os mesmos conceitos com perspectivas que se complementam e acho que é desta maneira que nos entendemos. Dizendo coisas semelhantes em vocabulários diferentes, complementando assim o que pensamos e sentimos nas palavras uma da outra. Querida Ana, obrigada. Obrigada por teres entrado na minha vida, obrigada por partilhares comigo e com o meu blogue os teus textos, por nos dares um pouco de ti. Fui repescar o teu post com fotos nossas do ano passado! Este ano não tirámos nenhuma, parece-me, temos de compensar isso em 2017! Mil Beijos! https://caminhosdeserfeliz.tumblr.com/post/127741705902/agosto-de-2015-cem-soldos-tomar-paredes-de-coura

dizem que não há amor como o primeiro.

ou não há beijo como o primeiro.

mas existe.

assim como existem amizades para sempre.

mesmo quando desacreditamos nas pessoas.


pensei em escrever uma crónica.

registar como conheci a Sofia. 

mas comecei a lembrar-me que não me lembro do momento exacto em que nos vimos pela primeira vez. 

terá sido num concerto organizado por ela no musicbox? acho que sim.


assim como há aquelas pessoas por quem ganhamos uma empatia extrema,

já fomos da mesma equipa de futebol, sentadas no banco de suplentes;

já partilhámos a mesma ideia, a mesma fotografia, o mesmo plano.

até as mesmas emoções.

por vezes, a distância destrói, 

o tempo também. 

mas com a Sofia tudo é diferente. 

tem luz dentro dela,

tem a certeza do seu lado por mais que ela pense o contrário.


agora, doce Sofia, é o momento 

eyes closed and traveling*

sê o corvo e sabedoria. 



* título de uma canção de Peter Broderick 


Retrato que a Ana me tirou este ano antes de eu ficar sem cabelo 🙂 


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[Texto Ana Cláudia Silva] das ruínas https://branmorrighan.com/2016/12/texto-ana-claudia-silva-das-ruinas.html https://branmorrighan.com/2016/12/texto-ana-claudia-silva-das-ruinas.html#respond Sun, 11 Dec 2016 17:20:00 +0000

das ruínas

entre o sal que a tua pele sente, há o calor que emerge do fundo da terra.

do chão que pisas.

volta e meia dizes-me:”o tempo custa a passar”.

e enquanto esse tempo não passa, dou por mim ansiosa, a olhar para a porta,

à espera da tua chegada.

talvez o melhor seja voltares as costas e seguires o teu caminho.

de janela aberta.

deixando para trás tudo o que não está certo.

sabendo tu o que está errado.

no contra senso insensato da vida.

A fotografia foi tirada no Porto.

Ana Cláudia Silva

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