Anne Rice – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Wed, 23 Dec 2020 21:13:11 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Anne Rice – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: ‘O Anjo das Trevas’ (Os Cânticos de Serafim #2) de Anne Rice https://branmorrighan.com/2012/11/opiniao-o-anjo-das-trevas-os-canticos.html https://branmorrighan.com/2012/11/opiniao-o-anjo-das-trevas-os-canticos.html#respond Sat, 24 Nov 2012 18:16:00 +0000

O Anjo das Trevas (Os Cânticos de Serafim #2)

Anne Rice

Editora: Europa-América

Sinopse: «Sonhei com anjos. Vi-os e ouvi-os numa enorme e interminável noite galáctica. Vi as luzes que simbolizavam estes anjos, voando aqui e ali, em laivos de um brilho irresistível […] Senti amor em redor de mim neste vasto e contínuo domínio de som e luz […] E algo semelhante a tristeza apoderou-se de mim e confundiu toda a minha essência com as vozes que cantavam, porque as vozes cantavam sobre mim.»

Assim começa o novo romance assombroso de Anne Rice, um thriller sobre anjos e assassinos, que nos conduz novamente aos mundos obscuros e perigosos de tempos passados. Anne Rice leva-nos para outros domínios, desta vez para o mundo de Roma no século XV, uma cidade de cúpulas e jardins suspensos, torres altas e cruzes por debaixo de nuvens sempre em mudança; colinas familiares e pinheiros altos… de Miguel Ângelo e Rafael, da Sagrada Inquisição e de Leão X, segundo filho de um Medici, dissertando sobre o trono papal…

E nesta época, neste século, Toby O’Dare, antigo assassino por ordem do governo, é convocado pelo anjo Malquias para resolver um terrível crime de envenenamento e para procurar a verdade sobre a aparição de um espírito irrequieto — um diabólico dybbuk. O’Dare em breve se vê envolvido no seio de conspirações negras e contra-conspirações, rodeadas por uma ameaça sombria e ainda mais perigosa, porque o véu do terror eclesiástico a cobre.

Enquanto embarca numa viagem de expiação, O’Dare é ligado ao seu próprio passado, com assuntos claros e obscuros, ferozes e ternos, com a promessa de salvação, e com uma visão mais profunda e rica do amor.

Opinião: Em ‘O Tempo do Anjo’ conhecemos o Toby O’Dare. Após uma época da sua vida caracterizada por morte, ausência de sentimentos e desprendimento da vida, a redenção chega até Toby na forma de um Anjo, Malquias. No fim do volume anterior d’Os Cânticos de Serafim, Toby foi apanhado de surpresa com uma revelação que o deixou com uma ansiedade brutal. Haverá mesmo redenção possível para o passado tumultuoso de O’Dare?

Em O Anjo das Trevas a autora volta a confrontar o leitor com o dilema entre o bem e o mal, mas vai mais longe – ela faz-nos questionar a origem das nossas crenças. Porque é que acreditamos nisto, se tem lógica aquilo, e o que é que no fim acaba por ser comum a todas as diferentes crenças. Quando um Anjo das Trevas aparece a Toby, disfarçado de um dos anjos de Malquias, Toby não o desvenda logo, mas mal este o começa a pôr a prova, a sua fúria emerge.

O desafio que é imposto a Toby neste volume também o coloca numa situação delicada. O que é certo é que após cada missão fica cada vez mais difícil a Toby deixar o tempo do anjo. Quando é transportado de novo para a sua realidade, o peso de todas as experiências vividas cai-lhe em cima e nem sempre é fácil adaptar-se e voltar a confrontar-se com todo o tormento que é o seu passado.

Anne Rice confirma aqui a sua nova faceta para a escrita religiosa/filosófica, nunca baixando o nível de entretenimento que é capaz de dar ao leitor. Um livro que se lê bastante bem, que dá que pensar e que não deixa o leitor indiferente. Gostei.

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Opinião: ‘O Tempo do Anjo’ (Os Cânticos de Serafim #1) de Anne Rice https://branmorrighan.com/2012/11/opiniao-o-tempo-do-anjo-os-canticos-de.html https://branmorrighan.com/2012/11/opiniao-o-tempo-do-anjo-os-canticos-de.html#comments Fri, 02 Nov 2012 12:58:00 +0000

O Tempo do Anjo (Os Cânticos de Serafim #1)

Anne Rice

Editora: Europa-América

Sinopse: Toby O’Dare é um assassino a soldo com fama no submundo do crime. Numa teia de pesadelo e de missões letais, é um homem sem alma e sem nome, às ordens de um misterioso mandante.

Quando um dia se cruza com um estranho ser, um serafim, Toby O’Dare terá de escolher entre salvar ou destruir vidas. E ele, que sonhara em tempos ser padre, viaja no tempo até ao século XIII, em Inglaterra, época de inquietação e trevas onde judeus são acusados de assassinatos rituais e crianças desaparecem em circunstâncias misteriosas.

O Tempo do Anjo, um thriller metafísico sobre anjos e assassinos, marca o regresso de Anne Rice como mestra na criação de histórias que cativaram leitores de várias gerações.

Opinião: Desde que li ‘Entrevista com o Vampiro‘ de Anne Rice, que fiquei completamente rendida à autora. Continuei a ler algumas das suas obras, tais como ‘O Vampiro Lestat‘, ‘A Rainha dos Malditos‘ e ‘História do Ladrão do Corpo‘. O que é que estas obras têm em comum? Uma componente mais obscura, mais violenta, mais crua. São sem dúvida obras maravilhosas e que me deleitei a ler.

Quando vi esta nova trilogia da autora, fiquei bastante curiosa pois o registo parecia-me bastante diferente. Em vez de escuridão falava-se de luz, em vez de não haver qualquer tipo de ligação celestial, parecia haver uma necessidade fervorosa de acreditar em alguma coisa, de sentirmos fé em algo superior a nós. É esta a grande diferença deste livro para todos os outros que já li da autora.

Apesar de aflorar, mesmo assim, as sombras do espírito de Toby, estas são usadas para encaminhá-lo para um propósito. Existe um chamamento fervoroso para a fé, para um desígnio maior e para encontrar um sentido digno para a sua vida.

Toby é uma personagem bastante sofrida, cheia de cicatrizes na sua mente, mas que rapidamente aprendeu a abstrair-se delas. Matar, para si, tornou-se um talento natural e inquestionável. Até que o seu anjo da guarda lhe aparece e comunica-lhe que é tempo de se redimir e de usar as suas capacidades para o bem.

Confesso que estranhei um pouco esta mudança radical na escrita e na ideologia da autora. No entanto, temos de lhe dar os parabéns por ter conseguido tal versatilidade. Fiquei bastante curiosa para ver como é que a história de Toby continua. O fim deste volume deixa-nos completamente intrigados.

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Opinião: ‘História do Ladrão do Corpo’ de Anne Rice https://branmorrighan.com/2012/01/opiniao-historia-do-ladrao-do-corpo-de.html https://branmorrighan.com/2012/01/opiniao-historia-do-ladrao-do-corpo-de.html#comments Mon, 09 Jan 2012 07:02:00 +0000

História do Ladrão do Corpo

Anne Rice

Editora: Europa-América

Sinopse: Lestat, vampiro, herói, sedutor consumado, cansado da busca que já dura há dois séculos para penetrar nos meandros da sua obscura existência, está desesperado por ser ver livre do pesadelo da sua imortalidade. Ansiando por renascer homem, por pensar, sentir e respirar como um mortal, Lestat empreende uma incursão apaixonada pela vida.

A forma como Lestat se torna novamente mortal e como descobre aquilo que já tinha esquecido – a angústia do ser humano, a fragilidade, a odisseia da existência humana – é contada com toda a paixão, colorido e imaginação que distingue os extraordinários romances de Anne Rice.

Opinião: Esta obra é, sem dúvida, das melhores de Anne Rice. Pelo menos das que li até hoje. Lestat é uma personagem que ficará para sempre gravada na minha memória. Quando pensamos que ele já ultrapassou todos os limites que podia, enganamo-nos redondamente!

Lestat fartou-se de ser vampiro! E quando descobre a existência de um ‘ladrão de corpos’ não resiste à tentação de querer voltar a ser humano! De querer voltar a sentir a luz do sol no seu rosto, de sentir o sabor da comida e de fazer amor com um homem ou uma mulher. Mas como é que pode confiar o seu corpo, com todos os seus poderes, a um ladrão sem escrúpulos que faz tudo pelo gosto de tomar posse do que não lhe pertence? Que garantias tem ele de, se a experiência correr mal, voltar a ter o seu corpo de volta?

Uma personagem que volta a aparecer e que é fundamental no meio desta trama toda é David Talbot. Este é o general superior da Talamas, o grupo que estuda e documenta actividades paranormais. Depois do contacto anterior com Lestat em que se tornou seu amigo, David continua a negar a Dádiva Negra que este tanto lhe deseja dar. Quando Lestat lhe conta sobre o seu plano de se tornar humano, David avisa-o que não pode confiar de maneira nenhuma no ladrão de corpos.

Claro que as coisas acabam por dar para o torto e quando Lestat vai ter com Louis, já na sua forma humana, este nega-lhe qualquer ajuda e apenas David está disposto a ajudá-lo. Lestat enquanto humano passa por situações que nos apertam o coração. Chega a estar numa agonia de tal forma que já só deseja o seu corpo antigo de volta, sem conseguir sequer dar valor ao que ele pensava que ia dar.

Um livro de uma acção estonteante, cheio de aventuras e experiências que sinceramente me surpreenderam, levando-me a uma leitura extremamente compulsiva. Gostei muito.

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Opinião: ‘A Rainha dos Malditos – Volume 2’ de Anne Rice https://branmorrighan.com/2011/11/opiniao-rainha-dos-malditos-volume-2-de.html https://branmorrighan.com/2011/11/opiniao-rainha-dos-malditos-volume-2-de.html#respond Sun, 13 Nov 2011 22:18:00 +0000

A Rainha dos Malditos – Volume II

Anne Rice

Editora: Europa-América

Colecção: Crónicas Vampíricas

Sinopse: Após ter despertado Akasha, a mãe de todos os vampiros, do seu sono de seis mil anos, Lestat ignora que corre perigo e que, num concerto em São Francisco, há entre os fãs centenas de vampiros dispostos a destruí-lo por ele ter revelado a condição dos seus semelhantes. Um misterioso sonho é partilhado por um grupo de homens e vampiros. Quando todos se aproximam, o sonho torna-se mais claro e tudo aponta para uma tragédia indescritível.

Opinião: Depois de um longo sono que durou milhares de anos, Akasha acorda disposta a fazer do mundo um Novo Mundo, sem que haja maldade, violações e sem que os homens predominem. Mas como é que se constroi com maldade aquilo que queremos sem ela?

No primeiro volume desta excelente obra, foram-nos dadas a conhecer várias personagens que se mostram cruciais para conseguir montar o puzzle do sonho das gémeas, sonho esse que nos é dado a conhecer através de uma das irmãs, uma das Antigas. Um grupo restrito de vampiros, os sobreviventes ao derradeiro ataque de Akasha tem o privilégio, ou maldição se preferirem, de o ouvir na primeira pessoa e o pânico é crescente no seu seio.

Enquanto isto, Lestat vai conhecendo e manifestando poderes que nunca antes sonhou que viria a possuir. A sua essência começa a entrar em conflito com os ideais da rainha dos malditos que não admite que o seu príncipe lhe vire as costas. Prefere matá-lo a vê-lo contra ela! Que irá suceder então?

Sem dúvida que este volume é bastante mais entusiasmante e viciante que o último. É nele que ficamos a conhecer toda a história e toda a linhagem vampírica. O que os move. Os laços que os ligam. A cada livro que leio, admiro cada vez mais a escritora. Sem dúvida que merece o título de mãe dos vampiros. Muito muito bom.

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Opinião: “A Rainha dos Malditos – Volume 1” de Anne Rice https://branmorrighan.com/2011/10/opiniao-rainha-dos-malditos-volume-1-de.html https://branmorrighan.com/2011/10/opiniao-rainha-dos-malditos-volume-1-de.html#respond Wed, 26 Oct 2011 18:23:00 +0000

A Rainha dos Malditos – Volume 1

Anne Rice

Editora: Europa-América

Colecção: Obras de Anne Rice

Sinopse: A viagem de Lestat até uma caverna numa ilha grega desperta Akasha, rainha dos malditos e mãe de todos os vampiros, do seu sono de seis mil anos. Desperta e sedenta de sangue, Akasha traça o seu maléfico plano para dominar o mundo dos vivos.

Num concerto em São Francisco, Lestat ignora que entre os fãs há centenas de vampiros dispostos a destruí-lo por ter revelado a condição dos seus semelhantes.

Um misterioso sonho é partilhado por um grupo de homens e vampiros. Quando todos se aproximam, o sonho torna-se mais claro e tudo aponta para uma tragédia indescritível.

Opinião: Este é o primeiro volume da fantástica continuação de ‘Entrevista com o Vampiro’, o ‘Vampiro Lestat – volume 1’ e ‘Vampiro Lestat – volume 2’.

Akasha despertou do seu terrível estado de paralisia graças a Lestat e mal podia este prever as intenções da sua rainha!

Neste primeiro volume temos testemunhos de outras personagens em relação aos acontecimentos seguintes do despertar da rainha. A destruição começa-se a alastrar por todo o lado e só se ouve falar de grandes incêndios e de vampiros a desaparecerem por todo o lado. Enquanto isso, por toda a parte do globo se ouve o chamamento de Lestat, para o seu grande concerto, onde ele proclama o grande mal que os da sua espécie são, incitando a que os humanos os destruam.

Entretanto, há um sonho que insiste em violar as mentes dos vampiros. Duas gémeas ruivas, massacradas de uma forma agonizante, mas que ninguém consegue perceber quem são ou o porquê daqueles sonhos.

É, sem dúvida, um livro de acção um pouco mais lenta e talvez um pouco menos entusiasmante que os volumes anteriores das crónicas. No entanto, dá-nos uma introdução necessária e interessante ao volume 2, que já comecei a ler, e que vem agitar bastante o mundo vampírico.

Foi uma leitura rápida, a escritora mantém a sua linha de escrita, clássica e acessível. Agora é acabar de ler o segundo volume para finalmente conhecer a história completa de Akasha e das gémeas ruivas e ver qual o destino guardado para Lestat.

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Opinião: “O Vampiro Lestat” (Volume 2) de Anne Rice https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-o-vampiro-lestat-volume-2-de.html https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-o-vampiro-lestat-volume-2-de.html#comments Sun, 03 Oct 2010 23:32:00 +0000

O Vampiro Lestat (Volume 2)

Anne Rice

Editora: Europa-América

Nº de Páginas: 264

Sinopse: Extravagante e apaixonado, Lestat mergulha nos lascivos lupanares de Paris do século XVIII, na Inglaterra dos druidas e na Nova Orleães finissecular. Após um sono profundo de cinquenta e cinco anos, Lestat está fascinado pelo mundo moderno. Quando quebra o código de honra dos vampiros, que lhes impõe o silêncio sobre a sua condição, Lestat revela-se na esperança de que os imortais se ergam e se unam para descobrirem o mistério da sua existência. E é então que Lestat, o caçador, se transforma numa presa.

Opinião: Se no primeiro volume eu fiquei presa à leitura, neste segundo volume largá-la, tornou-se impossível. Enquanto que na primeira metade, temos Lestat humano e a vivenciar as suas primeiras experiências como imortal, nesta segunda metade temos todo o seu percurso vampírico até aos dias de hoje, em que é uma famosa estrela de rock.

Começamos por ficar a conhecer um pouco mais sobre o misterioso Armand (já nosso conhecido em “Entrevista com o Vampiro“) e descobrimos Marius, uma personagem apaixonante da qual adorei saber a história. Lestat passa por momentos de adoração e de sofrimento tão intensos como ele nunca imaginou. O seu percurso ao longo destas páginas mostrou-nos alguém bem diferente do que nos foi dado a pensar em “Entrevista com o Vampiro“. Dentro dele, batalhas sobre o que é certo e errado e a admiração por tudo o que é humano, são expressos de forma tão intensa, tão avassaladora…

Um livro brutal em toda a sua beleza e sentimento. Conhecemos seres tão sublimes e tão poderosos que estão para lá da compreensão do próprio Lestat. A acção vai decorrendo sempre a muito bom ritmo, em que sentimos uma “sede” gigante que o próximo mistério nos seja revelado. E tudo culmina com a aparição de Louis. O reencontro entre Lestat e Louis era um momento pelo qual eu ansiava muito e que não desiludiu.

Este segundo volume está bastante mais envolvente e intenso que o primeiro e, quando o fim chega, consegue deixar aquela saudade instantânea e a vontade de querer mais. Uma leitura fantástica que me marcou bastante.

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Opinião: “Vampiro Lestat” (Volume 1) de Anne Rice https://branmorrighan.com/2010/09/opiniao-vampiro-lestat-volume-1-de-anne.html https://branmorrighan.com/2010/09/opiniao-vampiro-lestat-volume-1-de-anne.html#comments Tue, 21 Sep 2010 23:36:00 +0000

Vampiro Lestat (Vol 1)

Anne Rice

Editora: Publicações Europa-América

Nº de Páginas: 255

Sinopse: Lestat, personagem de Entrevista com o Vampiro, tem uma história para contar. O segundo volume da saga «Crónicas dos Vampiros» acompanha Lestat ao longo de várias eras, à medida que ele procura as suas origens e desvenda o segredo da sua obscura imortalidade. Extravagante e apaixonado, Lestat mergulha nos lascivos lupanares de Paris do século XVIII, na Inglaterra dos druidas e na Nova Orleães finissecular. Após um sono profundo de cinquenta e cinco anos, Lestat está fascinado pelo mundo moderno. Quando quebra o código de honra dos vampiros, que lhes impõe o silêncio sobre a sua condição, Lestat revela-se na esperança de que os imortais se ergam e se unam para descobrirem o mistério da sua existência. E é então que Lestat, o caçador, se transforma numa presa.

Opinião: Na primeira vez que li Anne Rice (Entrevista com o Vampiro), foi algo de extraordinário. Na altura lembro-me de dizer que ficava comprovado esta ser a mãe dos vampiros. O Vampiro Lestat (vol 1) para além de reforçar essa faceta, mostra-nos uma outra, fascinante, enquanto a autora narra os tempos enquanto humano de Lestat.

É quase impossível parar de ler esta obra. A sério. Desde início que a excitação começa a tomar conta de nós. Lestat, após um sono de 50 anos, descobre que Louis quebrou o código de vampiros (fazendo a entrevista relatada em Entrevista com o Vampiro) e achou fascinante o facto de ele expressar tudo o que sentiu e aconteceu sob o seu ponto de vista, decidindo, então, fazer ele o mesmo.

A forma como a autora narra os Lestat ainda como ser-vivo, é de tal maneira apaixonada e expressiva, que é impossível não visualizarmos cada passo, sentirmos cada emoção, afeiçoarmo-nos a ele. Se em Entrevista com o Vampiro ficámos com a impressão que Lestat era isto ou aquilo, é a partir do amâgo da sua história enquanto humano e após a sua transformação, que compreendemos as suas acções.

Achei bastante interessante as teorias que Lestat (antes da sua transformação) discutia com o seu melhor amigo durante as suas “conversas”. Temáticas como bem e mal, ter fé ou não acreditar nada, eram discutidas e cada um argumenta afincadamente e de forma bastante interessante.

É também na parte final desta primeira metade, que aparece o já famoso vampiro Armand, sob uma panorâmica completamente diferente daquela que nos foi apresentada em Entrevista com o Vampiro. O primeiro capítulo do volume dois intitula-se mesmo “O Vampiro Armand”, deixando-nos ansiosos pela sua leitura.

Um livro fantástico, intenso e viciante que, sendo apenas metade de uma obra completa, só pode antever uma segunda metade tão boa ou melhor que esta. Adorei.

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Opinião: “Entrevista com o Vampiro” de Anne Rice https://branmorrighan.com/2010/07/opiniao-entrevista-com-o-vampiro-de.html https://branmorrighan.com/2010/07/opiniao-entrevista-com-o-vampiro-de.html#comments Wed, 07 Jul 2010 19:05:00 +0000 Entrevista com o Vampiro
Anne Rice

Editora: Europa-América
Nº de Páginas: 276

Sinopse: Obra já clássica no seu género, Entrevista com o Vampiro é o primeiro volume da saga «Crónicas dos Vampiros» e granjeou o estatuto de livro de culto, comparável a Drácula de Bram Stoker.
Das plantações oitocentistas do Luisiana aos becos sombrios e cenários sumptuosos de Paris, do Novo Mundo à Velha Europa, Claudia e Louis fogem de Lestat, o seu criador e companheiro imortal. E o cruel vampiro que tirara partido do desespero de Louis e da fragilidade da órfã Claudia, no bairro francês da Nova Orleães assolada pela peste, move-lhes uma perseguição sem tréguas no submundo parisiense, entre a trupe Théâtre des Vampires do misterioso Armand e criaturas das trevas.
É com esta mescla de sangue, violência e erotismo ímpares, no pano de fundo da reflexão sobre a condição trágica que é a do vampiro condenado à imortalidade, que Anne Rice narra uma extraordinária história em que a crueldade e os sentimentos tenebrosos que percorrem as páginas resultam numa maravilhosa sinfonia poética que viria a inspirar muitos escritores, como Stephenie Meyer.

Opinião: Ouço dizer por muitos que Anne Rice é a mãe dos vampiros. Até agora, de todos os livros de vampiros que li escritos por mulheres, digo que, realmente, não podiam ter melhor mãe que esta. No meio de tantos romances sobrenaturais envolvendo vampiros, é de louvar a iniciativa da Europa-América em ressuscitar estes livros há tanto tempo publicados e, assim parece, esquecidos.

Não vou falar da história do livro porque penso que a sinopse já diz que chegue, vou sim falar do que achei e senti ao longo desta leitura.

Não é das leituras mais fáceis. Dado que é narrado na primeira pessoa e que tem bastantes oscilações entre o passado e o presente, convém que estejamos atentos a estas passagens que por vezes parece que nos escapam e ficamos sem perceber muito bem em que altura estamos. Deixo também desde já, uma pequena nota à revisão, penso que sendo um livro do calibre que é, podia e devia ter uma revisão mais vigorosa.

Apontado o menos bom, vem agora o que achei realmente do livro. Nem sei bem como me expressar. Gostei tanto, mas tanto… Anne Rice superou todas e quaisquer espectativas que eu pudesse ter da sua obra. Confesso que foi a minha estreia com a autora e fiquei apaixonada.
Ler este livro é fazer uma viagem inesquecivel por cenários surpreendentes e acontecimentos de nos cortar a respiração.

Achei a personagem de Louis a primeira tentativa na literatura de tentar humanizar ao máximo um vampiro. Consciente da maldade obrigatória inerente ao ser-se vampiro, Louis vive consternado por ter que matar para sobreviver. Ao contrário da maioria dos outros vampiros, Louis não consegue ser feliz e aceitar a sua natureza de forma complacente. Cheio de sede de saber mais sobre a sua espécie e com receio que o seu criador, Lestat, não lhe contasse todos os segredos sobre a imortalidade, vai-se submetendo aos caprichos deste. E depois entramos numa roda viva de cenas cada vez mais intensas e perigosas.

Um livro que nos provoca várias emoções, de um terror sublime que se vai entranhando em nós e que nos compele a ficarmos agarrados à sua leitura. Os relacionamentos entre as personagens são pontos muito fortes pois ajudam-nos a perceber as suas acções e pensamentos.
Depois de tantos livros lidos sobre vampiros, eis que faltava, na minha estante, uma das derradeiras escritoras neste tema. No geral, melhor só Bram Stoker (para mim o pai dos vampiros).

Uma última nota: desenganem-se se pensam que vão encontrar um conto de fadas qualquer, com uma belíssima história de amor pelo meio. Vão encontrar amor pelo meio, sim, mas não do género que a maioria pensa. E penso que é isso que torna este livro tão diferente de todos os outros que já li dentro do género.

Autora e, até mesmo, obra obrigatória para amantes deste género de literário.

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