Coelho Radioactivo – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:30:08 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.3 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Coelho Radioactivo – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Foto Reportagem] Coelho Radioactivo @ Musicbox Lisboa https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-coelho-radioactivo.html https://branmorrighan.com/2015/01/foto-reportagem-coelho-radioactivo.html#comments Fri, 09 Jan 2015 12:16:00 +0000

Fotografias por Sofia Teixeira

Foi ontem, pelas 23h00, que vi Coelho Radioactivo ao vivo. Depois de ter genuinamente apreciado o último disco – Canções Mortas – tinha esta curiosidade de o ver em concerto. Fez-se acompanhar por mais três colegas e o concerto decorreu de forma bastante aprazível e bem disposta. Fica a vontade de repetir a experiência, mesmo com as constantes afinações da guitarra J

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[Opinião Blog Morrighan] Canções Mortas, um disco onde o choro se dá de sorriso nos lábios, de Coelho Radioactivo https://branmorrighan.com/2014/12/opiniao-blog-morrighan-cancoes-mortas.html https://branmorrighan.com/2014/12/opiniao-blog-morrighan-cancoes-mortas.html#respond Mon, 29 Dec 2014 21:45:00 +0000

Pensei em mil maneiras de começar esta opinião, mas depois li este excerto da Murmúrio Booking e achei que não valia a pena reinventar a roda. Uma introdução que é ao mesmo tempo um resumo: 

“O Coelho Radioactivo faz suas, as suas canções. Espera que a inspiração venha e depois pede-lhe para ficar um bocadinho… porque saber-se exactamente o que se quer, nem sempre é uma qualidade. As suas canções, as que não podiam ser de mais ninguém, são canções feitas de noite, para terem o peso dos dias. E gravadas de manhã, para terem a frescura da noite.” Murmúrio Booking

Mas há muito mais para dizer deste Canções Mortas, o seu mais recente disco. Confesso, ainda não ouvi trabalhos anteriores. Gostei tanto deste que a premissa dada na divulgação – que este era um disco diferente – fez com que quisesse apenas mergulhar neste universo primeiro, entranhar-me nele e quem sabe mais tarde viajarei por outros mundos de Coelho Radioactivo. O que é certo é que a um primeiro contacto houve logo empatia. 

Tenho este gosto, por vezes viciante, de músicas mais melancólicas, que no seu tom calmo expelem a raiva, a fúria, o lado negro que todos temos. Existe aquele estado de humor, que muitas vezes a vida assim nos remete para, em que só este tipo de canções o mitiga, independentemente de serem agradáveis de se ouvirem a qualquer hora. Talvez por passar, também eu, uma fase mais negra da minha vida, este disco chegou num timing perfeito, em tom de embalo e de suspiro. 

Começamos com Uma Nova Jerusalém I, talvez a mais calma das canções. Um relance apenas do que está para vir, com uma estrofe de três versos e uma acústica que oscila entre o passivo e o urgente. Até que começam as teclas e estamos em Pistola, o início, talvez, da obscuridade teatral de cada letra. É aqui que a estética e a imagética se começam a projectar de forma palpável.

Sangue foi o single de antecipação e talvez tenha sido esse mesmo tema que me chocou pela positiva. A pergunta que surgiu na minha cabeça foi logo: como é que com melodias tão bonitas e harmoniosas se transmitem imagens tão sombrias, tétricas até. E é nesta simplicidade tenebrosa que viajamos e crescemos em intensidade pelo restante disco. 

Existe beleza no negrume da noite, tal como existe em tudo o que tem um fundo de felicidade, mesmo que distorcido pelo tempo ou pela memória. Braços, a quarta música, é um novo confronto entre a severidade e o afecto. Esses ecos, continuam por De Vez, em que a lírica fantástica remete-nos para paixões sufocantes, contrastando com os clássicos de finais felizes. 

É em tom calmo, que a violência de Deito se faz chegar rapidamente. Não uma violência agressiva, mas antes daquela que sentimos por dentro, a corroer lentamente. É como assistir por uma janela, observando através de sons vibrantes, guitarras irrequietas e uma bateria que marca o ritmo de passos invisíveis. Chega Cavalo para nos mostrar o que tantas vezes nos atormenta “mas eu só te queria ter dito // o que não disse e nunca mais falar contigo”. 

O interlúdio chega pouco antes do fim do disco, com Uma Nova Jerusalém II que dá a liberdade ao ouvinte de fazer as suas próprias projecções. A composição sonora deste instrumental está muito bem feita, a cada momento parece que nos suspendemos à espera da voz que não chega, enfatizando a sensação de vazio que tão bem caracteriza a temática. 

O Juízo precede a última canção, Já Vai Embora. Não gostei tanto dessa música, confesso, mas a última volta a compensar. É uma espécie de adeus, em tom de até já. Para o que é bom e para o que é mau, tudo acaba, mas também existe sempre um amanhã, um novo nascer do sol, traga ele o mesmo peso de ontem ou uma nova perspectiva. 

Na minha opinião, é essencialmente disto que se trata Canções Mortas – de um conjunto de histórias mais ou menos tenebrosas, mas que habitam em cada um de nós. É um Folklore límpido, em que o tom noir e as melodias mais tristes e, claramente, experimentais, lhe conferem uma perspectiva única e diferente dos demais. É um disco algo lúgubre, em que muitas vezes fazemos o luto de nós mesmos e dos que nos rodeia, mediante quem encaixa em cada papel. Acho que, acima de tudo, é um disco de louvar, pela coragem em ser diferente e de não ter problemas em assumir essa diferença. 

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[DESTAQUE] Coelho Radioactivo lança novo disco – Canções Mortas – pela Gentle Records https://branmorrighan.com/2014/12/destaque-coelho-radioactivo-lanca-novo.html https://branmorrighan.com/2014/12/destaque-coelho-radioactivo-lanca-novo.html#respond Thu, 18 Dec 2014 11:30:00 +0000

Há discos que demoram o seu tempo a surgir, mas que quando o fazem se tornam incontornáveis. Até há uns dias desconhecia por completo o projecto Coelho Radioactivo, mas então conheci o Canções Mortas e não quis ouvir mais nada. Não ouvi nenhum outro disco dele, apaixonei-me facilmente por este e só o contraste gráfico deste para os discos anteriores deixa-me na expectativa do que poderei descobrir. Mais cedo ou mais tarde, é claro que irei ouvir a restante discografia, mas para já prefiro ficar-me por este. Explorá-lo um pouco mais, escrever sobre ele mais tarde. Existe uma sedução complexa e intensa entre as melodias e a obscuridade das letras. Só a ouvir a melodia, poucos reparariam que por vezes estamos perante letras mais negras, mais assombradas e assombrosas. Deixo-vos com a informação oficial sobre o disco: 

A Gentle Records e a TOSSE orgulham-se de apresentar “Canções Mortas”, o novo álbum do Coelho Radioactivo. Já dois anos findaram desde que João Sousa nos prendou com um novo álbum.

Hoje, o Coelho Radioactivo veste-se de maneira diferente, fala de outra coisa, a voz é a mesma, mas os adjectivos mudaram. Qual trovador de moliceiro aos pés, aprendeu a rir-se das lágrimas que são a ria que Aveiro chora. Vão encontrar um Coelho velho de 23 anos. Um João maturo com uma pedra atrás das costas e outra na cabeça. Ouçam canções mortas, quais mutantes de tudo na música que nos trouxe até aqui, biópsias de um coração aberto, esventrado nos novos versos que o Coelho Radioactivo aqui compilou. Sejamos sinceros: é um disco negro, triste e introspectivo, num percurso ascendente, tentando encontrar uma quaquer luz ao fundo do tunel. Mas não é assim que todos nos vemos quando nos espreitamos? É um álbum sobre si com os outros, sobre pessoas em particular, é sobre apontar o dedo e saber apontá-lo.

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