Dead Combo – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:43:26 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Dead Combo – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Diário de Bordo] Uma tarde no Chiado com a Bertrand e os Dead Combo https://branmorrighan.com/2018/04/diario-de-bordo-uma-tarde-no-chiado-com.html https://branmorrighan.com/2018/04/diario-de-bordo-uma-tarde-no-chiado-com.html#respond Mon, 23 Apr 2018 13:50:00 +0000

De manhã o céu cinzento, chuva torrencial, o receio de que tudo fosse mais complicado com aquela condição meteorológica. O que é certo é que pela hora de almoço as nuvens começaram a desaparecer e pelas 16h já tínhamos raios de sol por Lisboa. Foi por volta dessa hora que começou a Tertúlia “Mulheres na Literatura”, painel que moderei e no qual participaram as escritoras Isabel Valadão, Filipa Fonseca Silva e Cláudia Cruz Santos. Com a previsão de duração de uma hora, o que é certo é que eram quase 18h quando as pessoas dispersaram. A conversa foi muito agradável e no fim abri interacção com o público para uma maior dinâmica. Falámos de várias coisas, como por exemplo: Existe mesmo o dito romance feminino? Podemos distinguir o género (feminino ou masculino) do autor de um livro pela sua forma de escrever? Serão homens e mulheres capazes de escrever de igual forma sobre determinados temas? Porque é que na dita crítica literária existem tão poucas mulheres? Será a idade e a aparência uma condicionante do sucesso? Porque é que as pessoas lêem mais homens que mulheres? Porque é que as próprias mulheres fazem essa descriminação? Será consciente? Haverá um estigma associado ao papel da mulher ao longo dos séculos? As respostas deram panos para mangas! Sem dúvida que esta foi uma tertúlia que teve tudo para merecer uma segunda ronda. Parabéns à Bertrand Editora que assim assinalou de forma diferente e antecipada o Dia Mundial do Livro.

Pelas 18h já toda a zona à volta da entrada principal dos Armazéns do Chiado (como poderão ver pelas fotografias) estava completamente a abarrotar. Porquê? Porque um dos projectos mais importantes e carismáticos da música portuguesa ia actuar – os Dead Combo. A dupla Tó Trips e Pedro Gonçalves estendeu-se agora a banda de cinco elementos e lançaram recentemente um novo disco, o Odeon Hotel. A actuação no palco dos Armazéns do Chiado foi em tom de showcase, no sentido em que foi uma actuação que soube a pouco, pois todos queríamos mais e mais. Foram apresentados alguns temas do novo disco, mas houve espaço para “Esse olhar que era só teu” e ainda “Lisboa Mulata”, músicas que se tornaram icónicas no nosso panorama musical. Odeon Hotel é um disco que prima pela diferença desde o início, mas que ainda assim transmite a personalidade inabalável dos Dead Combo. Deus Me Dê Grana é um dos temas mais poderosos do disco, quem sabe de toda a discografia, e será sempre uma excelente maneira de dar o pontapé de saída a qualquer concerto do agora quinteto lisboeta. Dada a dispersão sonora e a conversa de cordel que muitos mantinham a par com a música, fica a o desejo de os ver num ambiente um pouco mais solene, onde fechar os olhos e desfrutar de cada acorde seja uma experiência única e pessoal. 

Fotografias Nuno Capela 

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[DESTAQUE] Dead Combo lançam “Odeon Hotel” e começam tour pelo país https://branmorrighan.com/2018/04/destaque-dead-combo-lancam-odeon-hotel.html https://branmorrighan.com/2018/04/destaque-dead-combo-lancam-odeon-hotel.html#respond Fri, 20 Apr 2018 14:49:00 +0000

Os DEAD COMBO editaram a 13 de Abril, o seu sexto álbum de originais. “Odeon Hotel”, assim se chama o novo disco dos DEAD COMBO, foi gravado em Lisboa, nos Estúdios Namouche, entre Outubro de 2016 e Setembro de 2017. Com produção de Alain Johannes (Queen Of Stone Age, PJ Harvey, Chris Cornell, etc), este novo disco é a síntese perfeita da portugalidade e universalidade existentes na música dos DEAD COMBO.

Este sábado dia 21 de Abril, pelas 18h00, a banda apresenta o disco num concerto gratuito nos Armazéns do Chiado. Um Encontro Marcado para apresentar “Odeon Hotel” aos fãs. A apresentação ao vivo do novo trabalho da banda, será seguida de uma sessão de autógrafos no fórum da FNAC do Chiado para todos os que se apresentem com o novo disco “Odeon Hotel” ou algum dos outros álbuns do catálogo dos DEAD COMBO.

Composto por treze músicas, o novo disco, contou com a participação de diversos músicos convidados na sua gravação, nomeadamente, Alexandre Frazão na Bateria,  Bruno Silva na Viola D’Arco, Mick Trovoada na Percussão e João Cabrita nos Sopros. Alain Johannes, para além de assinar a produção deste disco, também participou na sua gravação. O destaque especial para as participações neste novo disco, vai para o cantor e compositor norte-americano Mark Lanegan, que dá voz a “I Know, I Alone”, um dos mais belos poemas escritos em  língua inglesa por Fernando Pessoa.

Pela primeira vez na história da banda, o disco sera editado em todo o mundo.

O novo disco dos DEAD COMBO será apresentado em Portugal, numa Tour com início previsto para Abril e que se estenderá até 2019. 

Ao vivo, a banda apresentar-se-á com uma formação inédita com músicos convidados:

Tó Trips – Guitarras

Pedro Gonçalves – Guitarras, Contrabaixo, Melódica, Pianinho

Alexandre Frazão – Bateria, Voz

Gui – Sopros, Mellotron, Voz

António Quintino – Contrabaixo, Guitarras, Mellotron

DEAD COMBO – Notas Biográficas

A história dos Dead Combo, a dupla formada por Tó Trips e Pedro Gonçalves, começou em 2003 na sequência de um convite do radialista Henrique Amaro (Antena 3) para compor e gravar a canção “Paredes Ambience”, incluída no disco de homenagem a Carlos Paredes “Movimentos Perpétuos – Música para Carlos Paredes”. 

Os álbuns da banda editados até ao momento têm sido largamente elogiados em Portugal e no estrangeiro, recebendo vários prémios para “Álbum do Ano”. 

Lusitânia Playboys (2008), o terceiro disco de estúdio, foi eleito “Álbum da Década” pelo jornal Expresso. 

A dupla participou no episódio sobre Lisboa do programa “No Reservations” de Anthony Bourdain, o que lhes valeu a entrada no top 10 dos discos de world music mais vendidos no iTunes norte-americano.

Em Dezembro de 2014, coroando um ano com mais de 40 concertos realizados, esgotaram com espectáculos mágicos o Coliseu dos Recreios em Lisboa e o Teatro Rivoli no Porto. Também no final de 2014, ficou a saber-se que “A Bunch of Meninos” foi considerado pelos leitores do Blitz como o melhor álbum português de 2014. 

O ano de 2015 começou com a chegada da música dos DEAD COMBO a Hollywood, através da inclusão de 2 músicas suas no filme “FOCUS”, realizado pela dupla  Glenn Ficarra e John Requa e protagonizado pela super-estrela norte-americana Will Smith. O Globo de Ouro de 2015 para melhor banda, confirmou o reconhecimento nacional do trabalho de Tó Trips e Pedro Gonçalves.

Em 2016, a banda reinventa-se com a ajuda das “CORDAS DA MÁ FAMA” e apresenta-se de forma mais acústica e por vezes surpreendente, de norte a sul de Portugal, culminando com o lançamento de um novo disco, o oitavo da sua carreira. Em 2017, os DEAD COMBO continuam a trajectória extraordinária que têm vindo a desenhar, com a consolidação da sua carreira internacional e a sua afirmação como uma das mais interessantes e importantes bandas do novo panorama musical português.

ABRIL

21 Abril – Armazéns do Chiado

28 Abril – Caldas da Rainha (Centro Cultural e de Congressos)

MAIO

11 Maio – Madeira (Ponta Sol) – Festival “AQUI, ACOLÁ”

12 Maio – Portalegre (Centro de Artes do Espectáculo)

17 Maio – Loulé (Teatro Louletano)

18 Maio – Silves (Teatro Mascarenhas Gregório)

26 Maio – Seixal (Auditório Municipal)

30 Maio – Vila Real de S. António (Video Lucem)

JUNHO

8 Junho – Anadia

16 Junho – Setúbal (Fórum Municipal Luísa Todi)

21 Junho – Leiria – Festival A Porta (Teatro José Lúcio da Silva)

JULHO

17 Julho – EDP COOL JAZZ – Cascais

20 Julho – Festival MIMO – Amarante

25 Julho – Suíça

27 Julho – Suíça

AGOSTO

3 Agosto – FICA VOUGA (Sever do Vouga)

Vodafone Paredes de Coura

OUTUBRO

24 Outubro – Porto (Casa da Música)

NOVEMBRO

9 Novembro – Vila Real (Teatro Municipal)

17 Novembro – Santa Maria da Feira (Cine-teatro António Lamoso)

Bilhetes à Venda nas Bilheteiras das Salas e em ticketline.sapo.pt e www.bol.pt | Ligue 1820 (24h).

REDES SOCIAIS:

FACEBOOK: www.facebook.com/deadcombo/

INSTAGRAM: www.instagram.com/deadcombo/

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[DESTAQUE] Já podemos ouvir “Deus Me Dê Grana”, o primeiro single de Odeon Hotel, dos Dead Combo https://branmorrighan.com/2018/03/destaque-ja-podemos-ouvir-deus-me-de.html https://branmorrighan.com/2018/03/destaque-ja-podemos-ouvir-deus-me-de.html#respond Fri, 23 Mar 2018 14:13:00 +0000

Se há banda nacional que tem mantido uma personalidade par e que se tem reinventado ao longo dos anos, nunca perdendo a essência única e visceral, são os Dead Combo. Há novo disco prestes a ser lançado, no dia 13 de Abril, e hoje ficou disponível o primeiro single – “Deus Me Dê Grana”. Se com versão de estúdio já se sente uma força enorme, ao vivo só se pode esperar algo ainda mais arrebatador. Existe sempre uma narrativa muito pessoal nas canções de Dead Combo. Através dos seus arranjos instrumentais e das sempre omnipotentes guitarras de Tó Trips e Pedro Gonçalves, o duo consegue sempre tocar em e provocar emoções muito específicas. Entre jogos de provocação, incitação, lamentação ou exacerbação, indiferença é algo que jamais se sentirá ao ouvir Dead Combo. Estou muito curiosa com o disco que está para vir, Odeon Hotel! Fiquem com o tema e com as informações oficiais. 

“Deus Me Dê Grana” é o single de avanço do novo longa-duração dos Dead Combo – “Odeon Hotel” – disco que, no dia 13 de Abril, será editado pela Sony Music em todo o mundo. O emblemático duo formado por Tó Trips e Pedro Gonçalves faz questão de continuar a consolidar o seu universo singular e levar cada vez mais longe uma música que, alicerçada na mais profunda alma lusitana, não conhece limites de tempo nem de espaço. Para isso, rodeia-se, desta vez, de um excepcional naipe de convidados que, sendo sempre fiel à personalidade vincada e única do projecto, participa activamente na sua constante procura de progressão.

Em “Deus Me Dê Grana”, a bateria de Alexandre Frazão, a percussão de Mick Trovoada, a viola de Bruno Silva e os saxofones de João Cabrita juntam-se às guitarras de Pedro Gonçalves e Tó Trips, sob a direção de estúdio de Alain Johannes, reputado músico e produtor que já colaborou com nomes como os Queens of the Stone Age, PJ Harvey ou Chris Cornell.

O resultado é uma intensa e musculada excursão instrumental, de uma imensa riqueza rítmica e tímbrica, que expande o imaginário profundamente original que distingue a música do duo lisboeta para níveis de excelência, só ao alcance dos eleitos.

O novo disco dos DEAD COMBO será apresentado em Portugal, numa Tour com início previsto para Abril e que se estenderá até 2019. Ao vivo, a banda apresentar-se-á com uma formação inédita com músicos convidados:

Tó Trips – Guitarras

Pedro Gonçalves – Guitarras, Contrabaixo, Melódica, Pianinho

Alexandre Frazão – Bateria, Voz

Gui – Sopros, Mellotron, Voz

António Quintino – Contrabaixo, Guitarras, Mellotron

DEAD COMBO

(Notas Biográficas)

A história dos Dead Combo, a dupla formada por Tó Trips e Pedro Gonçalves, começou em 2003 na sequência de um convite do radialista Henrique Amaro (Antena 3) para compor e gravar a canção “Paredes Ambience”, incluída no disco de homenagem a Carlos Paredes “Movimentos Perpétuos – Música para Carlos Paredes”. Os álbuns da banda editados até ao momento têm sido largamente elogiados em Portugal e no estrangeiro, recebendo vários prémios para “Álbum do Ano”. Lusitânia Playboys (2008), o terceiro disco de estúdio, foi eleito “Álbum da Década” pelo jornal Expresso. A dupla participou no episódio sobre Lisboa do programa “No Reservations” de Anthony Bourdain, o que lhes valeu a entrada no top 10 dos discos de world music mais vendidos no iTunes norte-americano. Em Dezembro de 2014, coroando um ano com mais de 40 concertos realizados, esgotaram com espectáculos mágicos o Coliseu dos Recreios em Lisboa e o Teatro Rivoli no Porto. Também no final de 2014, ficou a saber-se que “A Bunch of Meninos” foi considerado pelos leitores do Blitz como o melhor álbum português de 2014. O ano de 2015 começou com a chegada da música dos DEAD COMBO a Hollywood, através da inclusão de 2 músicas suas no filme “FOCUS”, realizado pela dupla Glenn Ficarra e John Requa e protagonizado pela super-estrela norte-americana Will Smith. O Globo de Ouro de 2015 para melhor banda, confirmou o reconhecimento nacional do trabalho de Tó Trips e Pedro Gonçalves. Em 2016, a banda reinventa-se com a ajuda das “CORDAS DA MÁ FAMA” e apresenta-se de forma mais acústica e por vezes surpreendente, de norte a sul de Portugal, culminando com o lançamento de um novo disco, o oitavo da sua carreira. Em 2017, os DEAD COMBO continuam a trajectória extraordinária que têm vindo a desenhar, com a consolidação da sua carreira internacional e a sua afirmação como uma das mais interessantes e importantes bandas do novo panorama musical português.

DATAS

ABRIL

12 Abril – Coimbra (Convento São Francisco)

13 Abril – Oeiras – Festival Soam Guitarras (Auditório Eunice Muñoz)

14 Abril – Évora – Festival Soam Guitarras (Teatro Garcia de Resende)

21 Abril – TBA

28 Abril – Caldas da Rainha (Centro Cultural e de Congressos)

MAIO

12 Maio – Portalegre (Centro de Artes do Espectáculo)

17 Maio – Loulé (Teatro Louletano)

18 Maio – Silves (Teatro Mascarenhas Gregório)

26 Maio – Seixal (Auditório Municipal)

30 Maio – Vila Real de S. António (Video Lucem)

AGOSTO

Vodafone Paredes de Coura

JUNHO

8 Junho – Anadia

16 Junho – Setúbal (Fórum Municipal Luísa Todi)

21 Junho – Leiria – Festival A Porta (Teatro José Lúcio da Silva)

OUTUBRO

24 Outubro – Porto (Casa da Música)

NOVEMBRO

9 Novembro – Vila Real (Teatro Municipal)

17 Novembro – Santa Maria da Feira (Cine-teatro António Lamoso)

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[Música do Dia] “Povo Que Cais Descalço”, dos Dead Combo https://branmorrighan.com/2014/09/musica-do-dia-povo-que-cais-descalco.html https://branmorrighan.com/2014/09/musica-do-dia-povo-que-cais-descalco.html#respond Tue, 16 Sep 2014 09:18:00 +0000 Fotografia por Sofia Teixeira

A minha admiração pelos Dead Combo não conhece limites. Não só pela sua música, mas também pela postura que Pedro e Tó têm perante aquilo que fazem e perante quem os ouve. Se para muitos a experiência é apenas quantificada e resumida num número em anos, para outros tal reflecte-se na arte que compõem, no acumular de vivências e na projecção das emoções vividas. Ouvir Dead Combo é ouvir Portugal através dos seus olhos, num realismo por vezes duro e sofrido, mas justo. Conhecidos como a dupla Gangster&Cangalheiro, passados dez anos o simbolismo não se perdeu, pelo contrário, nunca antes foi tão intenso. Fica o novo vídeo dos mesmos – Povo Que Cais Descalço. 

Entrevista aqui: http://www.branmorrighan.com/2014/03/entrevista-aos-dead-combo-se-nos.html

“Um país abandonado, deixado à mercê de um destino que não se vislumbra no horizonte. Um povo descalço, que cai a cada passo que dá, empurrado por uma gigantesca mão feita de aço. Paisagens inóspitas arrancadas, à força, do coração de que é feito esta gente. Um coração que bate, forte, indestrutível. O povo que cai, mas que se ergue sempre após cada queda e continua a caminhar. O povo que é o país, o povo que somos nós. Todos.” Dead Combo

Realizado por / Directed by:

Daniel Costa Neves

Produzido por / Produced by:

Daniel Costa Neves / Dead Combo / Paulo Pato

Agradecimentos / Thanks to:

Ainhoa Vidal, Hélder Nelson, José André e Carlos Almeida (Irmã Lúcia SFX), Julia Doesch, Kilito, Lydie Bárbara & João Figueiras (Blackmaria Produções), Mário Melo Costa, Pelouro da Cultura da C.M. Braga, Polícia Municipal de Braga e Theatro Circo de Braga.

2014 © Daniel Costa Neves / Dead Combo

www.deadcombo.net

www.danielcostaneves.com

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Cults, C2C e Dead Combo no 20º Super Bock Super Rock https://branmorrighan.com/2014/05/cults-c2c-e-dead-combo-no-20-super-bock.html https://branmorrighan.com/2014/05/cults-c2c-e-dead-combo-no-20-super-bock.html#respond Wed, 07 May 2014 08:39:00 +0000

O cartaz do 20º Super Bock Super Rock cresce a olhos visto e recentemente confirmaram-se 3 novos nomes que tocam géneros diferentes, mas sempre com o selo inegável de qualidade que é marca indelével do Festival: Cults, C2C e Dead Combo.

De Nova Iorque, Cults. O muito jovem par constituído por Brian Oblivion e Madeline Follin, tem dois discos no seu reportório e ocupa, com apenas 4 anos de carreira, um lugar sólido como uma das melhores bandas indie-pop da actualidade. Vão estar na Herdade do Cabeço da Flauta no dia 18 de Julho.

Os 4 franceses Pfel, 20Syl, Atom e Greem fazem dos C2C (também conhecidos por Coups2Cross), um dos melhores colectivos ao vivo da Europa. Entre discos girados num rodopio infernal, beats electro e ritmos hip-hop, os de Nantes vão incendiar o Meco de celebração e frenesim a cada uma das suas performances, no último dia do Festival, 19 de Julho.

Também no dia 19, Dead Combo, a dupla constituída por Tó Trips e Pedro Gonçalves, vem ao Super Bock Super Rock com o novíssimo a “A Bunch of Meninos”, o elogiadíssimo quinto álbum de originais da dupla que se formou há uma década. Os Dead Combo são sinónimo de mestria e incomparabilidade. Donos de um som singular, feito de guitarras e baixos enlaçados imaculadamente, exploram os sons do rock e dos blues, com muito Portugal dentro, e que se traduz numa música com identidade e personalidade de uma dupla reconhecida e amada, em Portugal mas já também além-fronteiras.

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[DESTAQUE] Hoje – Celebrações de Abril no Terreiro do Paço com Camané, Dead Combo, YCWCB entre outros https://branmorrighan.com/2014/04/destaque-hoje-celebracoes-de-abril-no.html https://branmorrighan.com/2014/04/destaque-hoje-celebracoes-de-abril-no.html#respond Thu, 24 Apr 2014 07:56:00 +0000

O Terreiro do Paço em Lisboa recebe, esta quinta-feira, um espectáculo que revisita o cancioneiro e os ideais de Abril através do cruzamento de artistas nacionais de diversas gerações. Pelo palco do “Mais Abril” passarão um total de 20 artistas, num espectáculo que percorrerá parte do cancioneiro de Zeca Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto (entre outros), da poesia de Sophia de Mello Breyner, Alexandre O’Neil ou Manuel Alegre, assim como temas mais recentes da música nacional.

Com início às 22h30, o evento integra as comemorações municipais dos 40 anos do 25 de Abril, contando ainda com um espectáculo de video mapping e uma criação pirotécnica.

MAIS ABRIL

22H30 . ACESSO LIVRE

TERREIRO DO PAÇO. LISBOA

22H30 . VIDEO MAPPING PROJETAR ABRIL

22H45 . CONCERTO

01h05 .  ESPETÁCULO PIROTECNIA

Estarão presentes B Fachada, Camané, Capicua, Capitão Fausto, Carlos Guerreiro, o Coro Lisboa Cantat, Couple Coffee, Dead Combo, Flak, João Peste, JP Simões, Júlio Pereira, Linda Martini, Maria do Céu Guerra, Norberto Lobo, Stereosauro, Velha Gaiteira, Xana, You Can’t Win Charlie Brown e Zeca Medeiros.

O concerto, criado pelo MUSICBOX LISBOA (CTL – Cultural Trend Lisbon) a convite da CML e EGEAC, pretende ser reflexo da importância da palavra cantada e dita na discussão e disseminação de ideias, assim como um espaço de encontro entre diferentes gerações de artistas. O espectáculo promoverá, assim, diversas parcerias, de que são exemplo os encontros de Dead Combo com B Fachada numa abordagem a um tema de José Almada; You Can’t Win Charlie Brown com Zeca Medeiros e Norberto Lobo, em reinterpretações de temas de José Afonso; Capitão Fausto com Júlio Pereira e JP Simões, numa viagem a “Marcolino” de Fausto; Linda Martini com Capicua e com Xana e Flak dos Rádio Macau; e ainda, Camané com os Dead Combo para a “Inquietação” de José Mário Branco.

O espectáculo integra ainda curtos filmes alusivos a temas e figuras da História de Abril, realizados por Paulo Abreu, Jorge Gonçalves, Rui Simões e João Pedro Gomes.

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Paus, YCWCB, Dead Combo, Capicua, First Breath After Coma e For Pete Sake no Fusing Culture Experience https://branmorrighan.com/2014/04/paus-ycwcb-dead-combo-capicua-first.html https://branmorrighan.com/2014/04/paus-ycwcb-dead-combo-capicua-first.html#respond Tue, 08 Apr 2014 10:33:00 +0000

FUSING Culture Experience apresenta seis novos nomes

PAUS, For Pete Sake, First Breath After Coma, Dead Combo, You Can’t Win Charlie Brown e Capicua são as mais recentes confirmações

O FUSING Culture Experience, já conhecido por juntar Música, Arte, Desporto e Gastronomia, apresenta seis novos nomes que se  vão juntar em Agosto na Figueira da Foz para a maior festa deste Verão.

PAUS, For Pete Sake, First Breath After Coma, Dead Combo, You Can’t Win Charlie Brown e Capicua foram os últimos nomes a serem confirmados, num cartaz que conta também com The Legendary Tigerman, Capitão Fausto, Octa Push, Primitive Reason, Sensible Soccers e Norton.

Os PAUS são muito mais que Joaquim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e Fábio Jevelim somados. Com raízes a virem de projectos como Linda Martini, If Lucy Fell e até Vicious Five, esta banda natural de Lisboa tem sido uma das bandas portuguesas com maior expansão internacional nos últimos tempos. Reconhecidos pela sua bateria siamesa, pelo baixo e pelos teclados, os PAUS, considerados um dos melhores concertos do FUSING 2013, regressam à Figueira da Foz com o seu último álbum “Clarão”, apresentado no passado dia 28 de Março.

Os For Pete Sake andam nestas andanças há pouco tempo mas já marcaram lugar na primeira fila do universo musical português. Donos de uma fusão de géneros e ritmos que vão do folk dos anos 70 ao indie rock, este sexteto de Lisboa é reconhecido por temas como “Stains”, “Morning”, “House” e o mais recente hino da EDP, “Got Soul”.

Os First Breath After Coma apresentam-nos uma música espacial, um post rock e desde 2012 têm conquistado uma vasta comunidade de fãs. Formada por Roberto Caetano, Telmo Soares, Rui Gaspar e Pedro Marques, a banda venceu já o casting Vodafone Mexefest e lançou em Novembro passado o seu primeiro álbum, “The Misadventures Of Anthony Knivet”.

Os Dead Combo têm só dois elementos mas deixam um rasto de destruição por todas as salas de espectáculos e festivais por onde passaram. Reconhecidos dentro e fora do país, a dupla formada por Tó Trips e Pedro Gonçalves lançaram no passado dia 10 de Março o seu quinto álbum de originais, “A Bunch of Meninos”.

Os You Can’t Win, Charlie Brown são formados por Afonso Cabral, Salvador Menezes, David Santos (mais conhecido como Noiserv), Luís Costa, Tomás Sousa e João Gil e garantem uma viagem ao folk e à electrónica, através de sonoridades melancólicas e saudosistas.

Com álbum acabado de sair, Ana Matos Fernandes AKA Capicua vai mostrar à Figueira da Foz do que é capaz uma Sereia Louca. A Rapper conhecida pelas suas letras intensas e prestações em palco brutais e cheias de garra, é um dos nomes mais falados de 2014 e promete representar o Hip Hop no FUSING ao mais alto nível.

O passe geral para o FUSING Culture Experience já está disponível na bilheteira online e nos locais habituais. Até 30 de Abril, o passe geral para o evento custa apenas 30 euros e conta já com elevada afluência na sua compra.

O FUSING Culture Experience regressa à Figueira da Foz nos dias 14, 15 e 16 de Agosto.

Todas as informações estão disponíveis em www.fusing.pt ou na página oficial do evento no Facebook, Fusing Culture Experience.

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Entrevista aos Dead Combo – “Se nos pedissem para compor um disco que reflectisse a essência dos Dead Combo, seria este” – A Bunch of Meninos https://branmorrighan.com/2014/03/entrevista-aos-dead-combo-se-nos.html https://branmorrighan.com/2014/03/entrevista-aos-dead-combo-se-nos.html#comments Mon, 31 Mar 2014 23:36:00 +0000 Quando se fala em Dead Combo, é impossível não associarmos o nome a um cenário em palco, um homem de chapéu e guitarra e outro com um contrabaixo. São o Tó Trips e o Pedro Gonçalves que se decidiram juntar há mais de dez anos e que vêem agora o seu sexto álbum editado. Alvo de uma atenção bastante mediática, A Bunch of Meninos tem sido elogiado por toda a comunicação social incluindo eu própria, que andei viciada durante dias inteiros em modo repeat. Surgiu então a oportunidade de estar com o Tó Trips e falarmos um pouco sobre este último álbum, recordarmos algumas histórias engraçadas e ainda constatarmos que quando se quer muito uma coisa, há que lutar por ela até a conseguir, demore o tempo que demorar.

Sentámo-nos num dos sofás da Casa Independente e comecei por lhe dar os parabéns pelo sucesso do A Bunch of Meninos, afinal agora até a vizinha dele já o reconhece depois de o ver na televisão (risos) “Para quem começou isto sem qualquer tipo de ambição, só mesmo pelo gosto de tocar, as coisas têm corrido bastante bem.

Voltámos então às origens e como surgiu a ideia do Tó se juntar ao Pedro e formarem os Dead Combo: “Tanto eu como o Pedro já tocávamos. Enquanto o Pedro veio mais do jazz, eu vim mais do rock. Ambos estávamos um bocado cansados, ele do ambiente do jazz e eu da dependência das bandas em que tocava. Entretanto gravei umas malhas sozinho e mostrei a algumas pessoas, uma delas o Henrique Amaro que depois me fez um convite para gravar uma delas num disco de homenagem ao Carlos Paredes. Como não queria gravar algo só com guitarra, mais tarde, quando encontrei o Pedro num concerto e lhe pedi boleia, como ele não tinha carro fomos a pé a conversar até ao Bairro e eu falei-lhe do convite. Perguntei-lhe se ele não queria ouvir a malha e juntar ali um contrabaixo. Mandei-lhe as coisas, ele ouviu, gravou e depois ouviu as outras e assim começou.

O nome Dead Combo acaba por vir de uma ideia que Tó Trips tinha em formar uma banda que na realidade não existia. Num dia tocava num sítio com uns convidados, noutro com outros e daí, desse conjunto de pessoas diferentes, que era quase um Combo, o conceito era meio fantasma, morto. “É esse o link de Dead Combo, um Combo Morto.

Outra característica deste duo é que quando se questiona que tipo de música é que fazem a resposta é imediata “É música com Lisboa lá dentro.“, e Tó Trips explica-nos porquê “Lisboa é uma cidade de mistura, de cruzamentos, de partidas e de chegadas, de saudades e memórias. Tem várias layers temporais, partes muito antigas, partes muito modernas, e é bastante cosmopolita. A música dos Dead Combo acaba por ser um pouco isso tudo.

Dez anos de estrada e seis álbuns depois, A Bunch of Meninos foi o álbum que mais atenções despertou e a justificação é simples “Se nos pedissem para compor um disco que reflectisse a essência dos Dead Combo, seria este. Foi um voltar às raízes, mas com dez anos de experiência. Foi o disco mais rápido a gravar e se nos outros discos questionávamos a falta de algo português, neste não houve dúvidas. Fomos objectivos e estávamos seguros do que queríamos. É um disco exemplar no sentido do que é ser Dead Combo. É um disco bastante ecléctico, tem muito rock, blues, fado, música africana, até tem um pouco de brasileira, quase como uma sopa. Que sopa é essa dos Dead Combo? É esta.

Os nomes das músicas são outra característica muito própria desta banda. Quando questionado sobre a origem desses nomes Tó Trips vai buscar o papel de personagens que têm assumido – o Gangster e o Cangalheiro – e que lhes permite criar uma distância como criadores: “Dá para brincar e ficcionar, mas mantendo sempre um pé na realidade. São sítios que existem, pessoas que existem, e então dá para jogar e brincar um pouco com isso. Nós também temos um lado que eu gosto, e que eu acho que também é preciso na vida, que é ter um certo humor. Levarmos a sério as coisas, mas sabermos rirmo-nos de nós próprios e de nos divertir com o trabalho que fazemos.

Waiting for Nick’s at Rick’s Cafe, por exemplo, vem do facto de Nick Cave ter quase participado no A Bunch of Meninos quando este esteve em Portugal. O contacto foi feito através do Artur Peixoto da Everything is New, que conhece o road manager do cantor que vive cá em Portugal, mas acabou por não se concretizar: “Mandámos a música, mandámos os poemas escolhidos de Alberto Caeiro, que iam ser declamados na música, e ficámos à espera. Não aconteceu, mas ficámos com uma música fixe na mesma e gostamos bastante dela.

Em relação a possíveis críticas sociais ou políticas nesses mesmos títulos, este é o primeiro álbum em que há algo parecido: “Nós arranjamos sempre uma história para cada disco, esta até foi o Pedro que a escreveu, que apesar de serem sempre ficção acabam por ter sempre um pouco de realidade nelas. Este tem esse link com esta realidade que vivemos hoje em dia e que é esse nome “A Bunch of Meninos” e a história de dois homens que fogem da sua cidade de uns bandidos que os andam a assaltar. Acaba por ser uma rapariga a salvá-los e a levá-los para um hotel. Ao acordar no dia seguinte eles já lá não estão. São personagens desgarradas e sem compromissos com ninguém.

Uma questão que colocavam muito no início dos Dead Combo era sobre a existência de um vocalista. Para os fãs e para os músicos, não existe essa necessidade “Primeiro fizemos uma jura de sermos só os dois e depois isto tem um lado livre, tanto tocamos com a orquestra, como podemos até fazer um disco com pessoas a cantar. Para nós a liberdade é algo importante, pelo menos sermos livres naquilo que gostamos de fazer. Sabemos que não tocamos em vários sítios por não termos vocalista, mas se calhar, e com todo o respeito, não nos interessa ir tocar a esses sítios.

Em termos de locais de actuação, a escolha é clara “Gostamos de actuar em espaços em que as pessoas estejam lá para nos ouvir. Desde que o palco tenha condições para montarmos o nosso cenário e fazermos o nosso espectáculo, qualquer lugar é bom. Costumo dizer que somos iguais tanto a actuar em Londres, como nos Estados Unidos ou no Barreiro, por exemplo. O cenário acaba por ser o mais importante pois vamos ali para fazer o nosso espectáculo. Estamos muito ligados à imagem. 

Os cenários são sempre característicos e para os montar utilizam uma equipa própria e vão mudando de disco para disco. “Desta vez usamos um altar com mistura de coisas mexicanas com portuguesas, temos uns pequenos filmes e uns quadros antigos. Desta vez até temos um momento acústico em que saímos das nossas posições, o que antes não acontecia.

Todos estes artefactos contribuem muito para a identidade Dead Combo, desde os personagens aos cenários, o que “para quem não conhece pode ser bastante estranho.” Isto acaba por ter as suas vantagens e desvantagens, mas certamente já trouxe episódios engraçados à banda e um deles foi numa actuação numa das salas da Ópera de Rennes, em França, em que quando lá chegaram, as cornetas que tinham para montar no palco estavam todas amolgadas “Chegámos lá e estivemos a martelar as cornetas e a endireitar aquilo tudo. Os técnicos olharam para nós como quem diz ‘Que ciganada é esta a martelar as cornetas?’ (risos). Estavam encostados a ver-nos a martelar aquilo tudo e no fim, quando viram aquilo tudo montado, ficaram ‘epaaaah’ (risos). O concerto correu bastante bem e no final vieram-nos dar os parabéns, não só pelo concerto como pelo cenário todo, que com tão pouco tinham feito algo tão bonito. Fiquei contente com isso e mais contente ainda porque quando chegámos parecíamos uns extra-terrestres.” 

Esta filosofia do “primeiro estranha-se, depois entranha-se” acaba por fazer parte da carreira dos Dead Combo: “Vivemos num mundo tão standard que é bom que hajam coisas destas.

Já tendo tocado em outras partes do mundo, Tó partilhou connosco uma das experiências mais marcantes que teve. O palco era num auditório em Budapeste, onde nunca tinham tocado, que se encontrava cheio, com cerca de 600 pessoas: “Ficámos muito admirados, pois supostamente não nos conheciam de lado nenhum. O que se passou foi que nessa cidade universitária, havia um gajo com um bar, que passava rock e coisas do género, e que tinha um disco nosso e que ia passando. O pessoal estudante que ia lá e ouvia, perguntava quem éramos e ele respondia ‘são os Dead Combo, uma banda portuguesa’. Quando souberam que íamos lá tocar, recebemos essa surpresa. Se calhar nem sabem onde é que é Portugal (risos) e encheram o auditório para ver estes dois cromos!

Deparada com esta experiência fora de Portugal, e dados todos os anos de música que Tó já leva na bagagem, quis saber qual era a sua opinião sobre o ser-se músico em Portugal. Que dificuldades existem e o que é que é preciso para se conseguir viver da música. “Apesar de antes já ganhar algum dinheiro com a música, só consigo fazer da música vida há cerca de quatro anos.” O músico explica-nos que quando começou na música não era essa a sua prioridade “nem acho que deva ser a dos miúdos que agora começam com bandas. Para mim a música era o meu recreio, a minha liberdade e o meu mundo, em que só entrava lá quem eu quisesse, um refúgio.” Trabalhou em publicidade durante doze anos e só depois desse tempo, por volta dos 35 anos, é que decidiu dar uma oportunidade a si mesmo de tentar viver daquilo que gostava de fazer – capas, músicas, posters Sempre gostei de todo o lado gráfico ligado à música. Não gosto daquelas pessoas mais velhas que se viram para os miúdos e dizem ‘se eu tivesse a tua idade o que eu não fazia’. Essas pessoas tiveram a sua oportunidade, não a aproveitaram porque não quiseram. Eu acredito que quando se quer algo tem que se trabalhar, tem que se lutar. Se tu queres tocar guitarra, tu tens de tocar guitarra todos os dias. Não adianta ter só jeito, um gajo tem de trabalhar, investigar, procurar. E isto não é só na música, é em tudo. 

O fascínio e a paixão com que Tó Trips fala da música carrega toda ela uma emoção e nostalgia muito genuínas. E é nesse tom que ele me responde quando lhe pergunto se tem algum conselho para músicos/bandas que estejam agora a dar os primeiros passos: “Primeiro que não pensem que vão fazer uma carreira da música (risos). Fazer música que gostem, criarem uma identidade própria, não seguirem modelos, de coisas que se fazem lá fora, por exemplo. É muito melhor terem algo a ver com eles próprios, que de alguma forma está relacionado com coisas dos seus dia-a-dias do que serem apenas uma cópia. Costumo dizer que há vantagens em viver aqui que não há em Nova Iorque e outras lá que não há aqui. Há que aproveitar essas coisas que são diferentes.

O tempo está a terminar e com ele vem a pergunta que liga a música à literatura e que é sobre que tipo de livro daria uma obra inspirada na música dos Dead Combo: “Para mim seria um livro de viagens ou  de histórias de bairros. Há pouco tempo li o livro Homer & Langley: A Novel, do  E.L. Doctorow, que é a história de dois irmãos, de uma família muito rica e que existiram mesmo em Nova Iorque, que foram acumulando lixo e mais lixo, recolhiam tudo e mais alguma, e às tantas o prédio foi a baixo. O livro é narrado pelo irmão que é cego, sendo que o outro era meio paranóico, e tem esse lado muito sensorial. O livro é fixe porque conta esse lado local, de rua, da vida desses dois irmãos, mas depois também espelha muito esse lado social do que era a América naquela altura.” 

O fim da entrevista chega e só posso agradecer ao Tó a simpatia, o à-vontade e a sinceridade com que me respondeu a todas as perguntas. É quando entrevistamos pessoas como Tó Trips que nos apercebemos o quão fácil é distinguir pessoas que realmente têm prazer, paixão e orgulho naquilo que fazem, das outras. Os Dead Combo são uma banda única, que não deve nada a ninguém a não ser a estes dois músicos fantásticos e a quem os acompanha. 

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[Opinião Blog Morrighan] A Bunch of Meninos dos Dead Combo https://branmorrighan.com/2014/03/opiniao-blog-morrighan-bunch-of-meninos.html https://branmorrighan.com/2014/03/opiniao-blog-morrighan-bunch-of-meninos.html#respond Mon, 24 Mar 2014 23:02:00 +0000

Amanhã é dia de entrevista com os Dead Combo, algo que há uns meses nunca sonhei que pudesse vir a acontecer, mas a verdade é que se vai tornar mesmo realidade. A causa principal desta entrevista, para além de ser a primeira ao blog Morrighan, é sem dúvida o trabalho mais recente – A Bunch of Meninos. Dez anos após o lançamento do primeiro álbum homónimo, eis que este duo, formado por Tó Trips e Pedro Gonçalves, nos brinda com um novo disco que se distingue pela sua alma, pela magnificência e poder de sintonia e cumplicidade entre estes dois músicos.

É sabido que a magia da música dos Dead Combo bebe bastante da cidade de Lisboa, das suas gentes e paisagens, palcos e interacções. A mim parece-me que a cidade tornou-se parte deles e é certo que, depois de escutarmos um disco que seja, jamais seremos capazes de passear pelas ruas de Lisboa da mesma maneira que antes. A Bunch of Meninos não é excepção.

Começamos com “Waiting For Nick At Rick’s Café”, numa balada calma, num abrir de cortinas lento a preparar-nos para o que ainda está para vir. “Povo Que Cais Descalço” é daquelas músicas em que a cada acorde também nós vibramos, num arrepio ao fundo das costas em que a imagética começa a funcionar e a a fluir livremente.

Assim continuamos com “Arraia” e “Miúdas e Motas”, até que em “Waits” há algo que começa a fervilhar dentro de nós, o som fica no ouvido, o pé bate no chão, a energia invade-nos e damos por nós num miradouro a olhar para o rio Tejo, à espera de algo acontecer, numa necessidade de nos mexermos. Em contraste, a música seguinte, “Zoe Llorando”, senta-nos, leva-nos os cotovelos aos joelhos e a cabeça às mãos num balancear cadente.

“B.Leza” altera-nos novamente o espírito numa sonoridade algo sensual e até, ao seu jeito, atrevida. Fala connosco sobre uma potencial história de jogos de olhares, de uma dança invisível em que os pares se atraem. “Dona Emília” vem claramente por-nos a dançar, a energia começa no primeiro segundo e abana-nos sem dó nem piedade, coisa que também não queremos que tenha. “A Bunch of Meninos” puxa-nos para o palco, qual amante dançante que nos dá as mãos e nos faz rodar, qual anca latina ao ritmo de um compasso electrizante.

“Dos Rios” chega a invocar as memórias do fado, sempre com a marca Dead Combo, sem seguir regras ou convenções, com a irreverência patente de quem não se conforma com a banalidade. “Welcome Simone”, faz-nos perguntar quem será esta Simone e que história terá para nos contar e, a juntar a “Mr. Snowden’s Dream”, outro nome curioso, transportam-nos para um ambiente mais Western, interrogativo, expectante. A festa acaba com “Hawai em Chelas”, um arraial de alegria e vivência, experiências em montra e outras por contar, convidando-nos a recordar tempos de juventude solarengos e felizes. 

Tudo o que aqui escrevi é fruto de uma interpretação muito pessoal que pode nem sequer se cruzar com as ideias dos seus autores quando as criaram, mas a verdade é que a música dos Dead Combo é mesmo assim, tem o poder de proporcionar a cada um uma experiência única, um traçar de destino imagético que prima pela liberdade de expressão. Não é à toa que este disco entrou directamente para os tops nacionais, nem que passados estes dez anos sejam considerados dos melhores músicos das últimas décadas. O seu traço é único, a postura também, a alma reflecte não só o ser lisboeta como o ser português, o andar perdido pelas ruas, a saudade do que nunca aconteceu e a ânsia do que está para vir. Por último, há que destacar o artwork. Só pela capa já dá vontade de pegar nele e explorá-lo, ou seja, o produto final ficou de uma mestria brutal. Muito, muito bom. 

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[Reportagem] Dead Combo no Coliseu dos Recreios https://branmorrighan.com/2014/03/reportagem-dead-combo-no-coliseu-dos.html https://branmorrighan.com/2014/03/reportagem-dead-combo-no-coliseu-dos.html#respond Mon, 24 Mar 2014 21:46:00 +0000

Uma semana depois do lançamento de A Bunch of Meninos e de breve passagem por alguns pontos do país, Lisboa recebeu finalmente a apresentação ao vivo do novoálbum dos Dead Combo. Em formato intimista, Tó Trips e Pedro Gonçalves conseguiram tornar memorável a noite de ontem, aproveitando ao máximo as potencialidades cénicas do Coliseu de Lisboa e transformando-o num autêntico calabouço de jazz em que Tom Waits uiva inquietamenteà lua, entre rosas, caveiras, molduras antigas e quadros.

De forma ainda contida,“Povo que Cais Descalço” abriu um espectáculo de gradação crescente na sua intensidade. Se a influência do fado já era mais que evidente na música dos Dead Combo, no novo trabalho esta atinge um nível superior, transportando-nos para a madrugada das ruas escuras de Lisboa. Há uma sensibilidade quase ressentida que se manifesta em alguns momentos de A Bunch of Meninos, sendo este sobretudo um disco de lamentos proferidos por quem vagueia sozinho pelos becos escondidos da cidade. Segue-se“Waiting for Nick at Rick’s Café” e já nos encontramos em território blues de melodias lentas e envolventes a confessarem uma boémia adormecida. Esta não tem tempo de se instalar e em“Miúdas e Motas”, ou«o sonho de qualquer adolescente do liceu» nas palavras de Trips, a estrada abre-seà nossa frente e as guitarras lembram os temposáureos de uma Route 66 sem fim.

‘Mr. Eastwood’ é a primeira explosão da noite, com autênticos trovões a fazerem tremer o chão. Evocam-se os míticos westerns de Sergio Leone sob um sol abrasador e os acordes explodem numa fúria tremenda.É, principalmente pelas paisagens sonoras que criam, que a música dos Dead Combo se torna tão interessante— é impossível ouvi-los e não imaginar um universo só seu, em que criam histórias insólitas. Logo de seguida ouve-se“Waits”, um dos melhores temas do novoálbum, que funciona como homenagem ao mais misterioso de todos os músicos, o grande vampiro que poderia ser parente afastado da banda.“Rodada” mantém o ambiente incendiário e prepara o tom provocador de“Pacheco”. Pedro Gonçalves senta-se ao piano e Trips arranha a guitarra, falando-nos de figuras que adoraríamos conhecer. Por esta altura, os aplausos no fim de cada música eram já ensurdecedores.

Funcionando como curto interlúdio e quebrando o ritmo da sequência anterior,“Mr. Snowden’s Dream” situa-se no domínio de um terror mudo. Não a imaginávamos tão negra ao vivo, mas o ambiente quase fantasmagórico que criaé admirável. Em“Dona Emília”, os Dead Combo desdobram-se em sonoridades mais dançáveis e“Cachupa Man” do anterior Lisboa Mulata infiltra-se na perfeição por entre as mesmas.“Arraia” marca o meio do espectáculo e surge ainda mais encorpada do que em disco, fazendo o retrato de uma cidade perdida no tempo através de inúmeras subtilezas na densidade musical do tema.

Seguem-se os momentos mais efusivos da noite com o sombrio“Rumbero” logo sucedido por“Lusitânia Playboys”. Vamos em passeio do Bairro Alto até ao Cais do Sodré e cá está a irreverência típica a que a banda nos habituou, apresentando-nos os boémios, os noctívagos, os arruaceiros. A grande decadência lisboeta. Os temas são vertiginosos e as notas soltas do contrabaixo beijam-nos caoticamente. Num registo mais despido e acústico,“Zoe Llorando” e“Welcome Simone” são dedicadasàs filhas dos músicos, mantendo-se“Esse Olhar Que Era Só Teu” na mesma linha melódica.

Perto do fim, dá-se o regressoàs origens com“Eléctrica Cadente”, talvez um dos temas mais agressivamente crus do seu repertório. Durante o mesmo, cai o pano que se situava atrás dos músicos e revela-se um Coliseu vazio que observa a plateia em cima do palco, surpreendida perante o golpe de mestria. Pedro Gonçalves mostra-se genuinamente emocionado, agradecendo a presença de todos e anuncia que em Dezembro os Dead Combo voltam a ocupar a sala, desta vez com o público“do lado de lá”. Há tempo para histórias sobre desventuras no México antes de atacar “Dos Rios” que invoca imediatamente a alma do país.

Finalmente,“A Bunch of Meninos” é aúltima música antes do encore e, pelos ruidosos aplausos, percebe-se que era seguramente um dos temas mais esperados. O single contagiou o público e progrediu de um modo quase surrealista pelo ambiente que agora se havia instalado. De volta, tocam-se“Malibu Fair” e“Lisboa Mulata” que levam osânimos ao rubro e terminam o concerto da melhor forma.  Um espectáculo incrível em que os Dead Combo firmaram a sua posição como uma das melhores bandas portuguesas dasúltimas décadas e demonstraram o enorme potencial do novoálbum.

Tiago Silva


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Obrigada Tiago, por esta colaboração. Que seja a primeira de muitas.

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