Diário de Bordo 2017 – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:43:30 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Diário de Bordo 2017 – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Diário de Bordo] Os Momentos – Discos – Concertos – Livros – de 2017 https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-os-momentos-discos.html https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-os-momentos-discos.html#respond Sun, 31 Dec 2017 18:06:00 +0000

Apesar de todas as turbulências pessoais e de algumas perdas dolorosas, 2017 teve um lado *brilhante*. Houve muito boa música a ser produzida, excelentes romances publicados e concertos que me levaram para outras dimensões sensoriais e emocionais. A nível pessoal, fui escrevendo para o blogue sempre que pude, colaborei com o Música em DX sempre que me foi possível, dei aulas nos dois semestres, fui a duas conferências internacionais (Dubrovnik, Croácia, e Helsínquia, Finlândia) em que dei duas talks, estive pouco mais de um mês a viver no Japão enquanto investigadora científica na Universidade de Kyushu (adorei passear pelo Japão – Hiroshima, Miyajima, Kyoto, Osaka, Nara, Nagasaki e Beppu -, mas detestei viver lá), tive dois artigos científicos publicados, um terceiro aceite e outros dois submetidos (à espera de resultado). Continuei a colaborar com a Omnichord Records e pude ver nascer um dos nossos discos mais bonitos do ano – Antwerpen, da Surma. Claro que me devo estar a esquecer de muitas coisas, mas tudo isto aconteceu sempre em paralelo com a música e a literatura, não existisse agora o Spotify e não andasse eu sempre com livros atrás. Vamos então lá ver que discos e livros me acompanharam e ainda os concertos que ficaram na memória. 

MÚSICA

2017 começou no Musicbox com a festa do 8º aniversário do blogue em que contei com Daily Misconceptions, Mira Un Lobo e First Breath After Coma (acompanhados por Noiserv em dois temas). Foi das noites mais bonitas e foi uma forma bastante gratificante de começar o ano. No dia seguinte fiz novamente curadoria no Musicbox com os Indignu, outra banda que acarinho muito. Embora não vá fazer tops numerados, a referência aos meus discos preferidos saídos em 2017 começa em Janeiro com Lucifer, o disco dos The Poppers. Na altura falei dele por aqui e também o concerto de apresentação (com convidados) que deram no Musicbox foi do caraças. Um belo regresso da banda portuguesa aos discos. 

Fevereiro foi, como tem sido hábito, mês da festa de aniversário no Porto, no Maus Hábitos, com The Rite of Trio, Few Fingers (com Surma como convidada), Then They Flew e Malibu Gas Station (djset). Foi uma partilha muito boa, das noites mais animadas e, mais uma vez, só posso sentir orgulho na forma como tudo correu. No dia seguinte, houve concerto de Sean Riley and The Slowriders no CCB e foi outro momento musical muito bonito. A nível de discos, o Jonny Abbey lançou o seu disco de estreia – Unwinding. Este é um dos jovens mais dinâmicos da nova cena musical e a sua paixão é contagiante!

Março foi mês de ir à Croácia, mas não sem antes ouvir o primeiro disco de Galo Cant’As DuasOs Anjos Também Cantam. Lembro-me de andar viciada no carro a ouvir este disco vezes sem conta. O regresso a Portugal, com a Abril a começar, fez-se com o novo disco dos This Penguin Can FlyCaged Birds Think Flying is a Disease. Aqui estão dois projectos que ainda não vi ao vivo, mas que quero muito ver. Foi também já em Abril que ouvi o novo disco de Mirror People – Bring the light. É sempre um gosto ter música nova de Rui Maia (e companhia). Este quarto mês do ano contou ainda com um disco de Nada-Nada, projecto de Cláudio Fernandes (Pista) e cinco vinis lindíssimos, de comemoração do quinto aniversário da Omnichord Records, cada um representando um elemento e um projecto diferente da editora. Outra iniciativa que tive oportunidade de proporcionar durante este tempo, foi os diários de bordo do Um ao Molhe sobre a sua tour pela Europa! Por último, e para mim um dos melhores discos do ano, foi durante estes dois meses que me fui viciando no disco de Benjamim e Barnaby Keen1986. Também o concerto, no Musicbox, foi dos melhores do ano. 

Passei por Maio envolta e mil e um afazeres e só em Junho voltei a encontrar outro disco que vale a pena ser ouvido e ouvido – Lo-Fi Moda, dos Ermo! Esta dupla conquistou-me desde a sua primeira canção, há tantos anos atrás. Foi também dos primeiros projectos que entrevistei, tudo merecido! Junho foram preparativos para o Japão e fecho do ano lectivo, ao som de TIPO que lançou o primeiro single nesta altura, Acção-Reacção. Julho levou-me então para a outra ponta do mundo, e Agosto trouxe-me de regresso a Portugal para logo a seguir voar para a Finlândia. Na semana que estive em Portugal deu para ir matar saudades do Bons Sons durante um dia, com a Surma e os Whales. 

A rentrée fez-se em grande! Saiu o disco lindíssimo de Tomara, Favourite Ghost. Volta e meia volto às suas paisagens, há algo de profundamente enternecedor e quente neste disco, que me chama constantemente. Em oposição, mais numa onda de provocação, luxúria e mistério, também tivemos o grande disco dos Grandfather’s House, Diving. Está bastante diferente do que têm feito até aqui, mas é o meu preferido. Outras boas referências foram os novos discos dos Orelha Nega, Homem em Catarse e Time for T

Outubro foi aquele mês especial. Surma lançou o seu primeiro longa-duração – Antwerpen – e é, inevitavelmente, um dos discos do ano. Claro que sou suspeita, estive envolvida até à medula no seu lançamento, mas basta olharmos para todos outros melhores do ano para percebermos que é unânime. Acompanho a Débora ainda antes de colaborar com a Omnichord e o meu orgulho nela é infinito. É muito bom ver agora todo o seu esforço a dar frutos. Mas Outubro não ficou por aqui. André Barros & Myrra Rós trouxeram-nos um pedaço da Islândia e do belo com Reasons, um trabalho inspirador e cuja apresentação no CCB foi dos momentos mais mágicos do ano. Tivemos também primeiro single de Jerónimo (o trio mais adorável de Leiria) e o novo disco de Dear Telephone, Cut

Novembro trouxe um disco que me surpreendeu pela positiva e que merece aqui referência – Boavista, de Gonçalo. Um trabalho desafiante, mas também sublime. O penúltimo mês do ano serviu também de palco para Icarus, o tão bonito álbum de Brass Wires Orchestra. Dezembro trouxe uma das melhores surpresas do ano. Já todos sabíamos que Paulo Furtado tinha viajado até ao deserto para nos trazer disco novo. Também temos noção de que The Legendary Tigerman é um dos projectos mais potentes da música portuguesa, não fossem os concertos ao vivo arrebatadores. Quem sabe, inspirado pela época natalícia, uns dias antes do concerto final de Rumble in the Jungle (com Linda Martini), Tigerman disponibilizou nas plataformas digitais Misfit, o seu mais recente disco, cuja edição estava só prevista para Janeiro (e fisicamente só em Janeiro estará disponível). 

Não posso terminar a secção de música sem destacar o excelente trabalho que a Casota Collective tem desempenhado a nível de produção audiovisual. Estes rapazes merecem que se lhe dê atenção e não é à toa que grande parte dos seus vídeos estão nomeados para ou já ganharam prémios.

Ah! E os concertos internacionais de que mais gostei foram: Dream Theater, no Coliseu do Porto, Mastadon, na Sala Tejo, Ben Frost, no Teatro Maria Matos, Lamb, no Coliseu dos Recreios e Royal Blood, no Campo Pequeno (não necessariamente por esta ordem).

LITERATURA

A minha leitura nacional do ano vai, previsivelmente, para Jalan Jalan, de Afonso Cruz. Chegou no último mês do ano, tem mais de seiscentas páginas e é daquelas obras que nos tiram do sítio, que nos abanam, que nos desafiam a sair de nós mesmos e nos incutem a curiosidade de querermos ver o mundo, ler sobre tantas personalidades da história, a maior parte ligadas à filosofia, e tudo isto sem deixar a ciência de fora. Um testemunho pessoal do autor que transforma esta não-ficção num portal para outros universos. Manuela Gonzaga é a autora portuguesa que se segue. Este ano tive a oportunidade de apresentar o seu regresso ao universo do André e foram experiências maravilhosas. Tanto as leituras como as duas apresentações, em Lisboa e no Alentejo. Iluminações de Uma Mulher Livre foi o romance lançado pelo jovem escritor Samuel Pimenta. Uma das coisas que mais aprecio na sua escrita é o facto de não seguir convenções de temas, de ir mais longe. Com este livro ele consegue precisamente isso. Dulce Garcia foi uma das surpresas do ano com o seu Quando Perdes Tudo Não Tens Pressa de Ir a Lado Nenhum. O título, só de si, é bom, mas a narrativa tem ainda mais que se lhe diga. 2017 foi também o ano em que Sandra Carvalho publicou o que faltava da trilogia Crónicas da Terra e do Mar. Haja uma escritora que fala aos corações dos seus leitores e os faz sonhar, mesmo entre as adversidades. Foi com um gosto enorme que apresentei este fechar de ciclo na Feira do Livro de Lisboa. O Ano da Dançarina, de Carla M Soares, e Homem Imprudentemente Poéticos, de Valter Hugo Mãe, fecham os destaques do ano. O primeiro, um romance histórico e, para mim, o melhor da autora até à data (falta-me ler o seu mais recente romance. O segundo, uma viagem à cultura japonesa e a um universo que primeiro se estranha, mas que depois entranha. A voz de Valter Hugo Mãe é poderosa.

A minha leitura internacional do ano vai para Pequenos Boémios, de Eimear McBride. Desenvolvi uma espécie de fixação e deslumbramento com esta autora. Há qualquer coisa no seu estilo narrativo, nos seus protagonistas, nas emoções que evocam que me tocam no âmago. Instrumental, de James Rhodes, foi a segunda leitura que mais impacto teve. Estando agora mais próxima do universo da música e da história de tantos artistas e das suas lutas contra os vícios, esta teve um toque especial, quanto mais não seja pela coragem que sei que foi necessária para partilhar o que James Rhodes partilhou. Outra leitura inesperada, mas que me parece também necessária é Isto Acaba Aqui, de Colleen Hoover. Talvez o tom possa ser mais adolescente, mas toca em temas pertinentes e violentos. Quem não podia ficar de fora nestes destaques literários é Rosa Montero. Este ano li dois livros seus – A Louca da Casa e Carne. Diferentes, como se quer, mas sempre viscerais. Rosa Montero tem o dom de nos transportar para a sua pele, para os seus olhos, para os seus pensamentos. De nos colocar em lugares que inevitavelmente ou já caímos ou podemos vir a cair. Novela de Xadrez, de Stefan Zweig, é um pequeno livro que também merece ser lido, apreciado, e que exige alguma reflexão. Também da colecção miniatura, este ano li, pela primeira vez, A Um Deus Desconhecido, de John Steinback. Deuses! Que livro. Ainda consigo visualizar cada cenário, cada esperança, cada angústia! O Ódio que Semeias, de Angie Thomas, foi a chapada de luva branca que muitos americanos precisavam e que o resto do mundo também devia ter noção. Já muito aqui falei no blogue, mas antes do ano terminar reforço, os livros de David Litchfield (ilustrados/infantis) – O Urso e o Piano e O Gigante Secreto do Avô – são dos mais belos que já vi! Para não tornar isto gigantesco, a nível internacional quero ainda referenciar John Fante, Charles Bukowski, Rachel Cusk Neil Gaiman.

Resumo literário completo aqui: https://www.goodreads.com/user_challenges/6896001

BLOGUE

Bem, na verdade só quero deixar aqui um muito obrigada a todos os que contribuíram para este ano. Leitores, parceiros, colaboradores e cronistas pontuais, todos, todos, todos. O blogue atingiu dois milhões de visualizações, há propostas de projectos interessantes, só me posso sentir grata! Não se esqueçam, Sexta-feira temos festa no Musicbox, a começar às 22h. Apareçam 🙂 

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[Diário de Bordo] Janeiro de 2018 a começar a todo o gás https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-janeiro-de-2018-comecar.html https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-janeiro-de-2018-comecar.html#respond Sat, 30 Dec 2017 16:31:00 +0000 Japão, Julho 2017

Dizem que Ano Novo, Vida Nova, mas caramba, anos após ano só consigo sentir que apenas o número no calendário mudou. Claro que se fazem balanços anuais por convenção, mas daí a ter uma vida nova… Ora bem, cada um com as suas resoluções, certo? Eu não costumo fazer muitas, mas tenho algumas metas que quero atingir nos próximos tempos, boa parte delas em 2018. Em Janeiro de 2018 vou ter já uma série de coisas a acontecer, algumas relacionadas directamente com o blogue.

A primeira grande novidade é que vou ter material exclusivo, de pré-publicação, do novo romance de Nuno Nepomuceno. Inesperadamente a capa e sinopse já circulam pela internet, mas os conteúdos irão passar por Diários de Bordo, com relatos da montanha russa que foi chegar ao final do livro (incluindo uma mudança de editora), e ainda uma entrevista exclusiva. Acompanho o Nuno Nepomuceno desde o seu primeiro livro e é uma honra receber agora no BM os eu testemunho na primeira pessoa. Fiquem atentos, os Diários de Bordo serão publicados nos dias 2, 3 e 4 de Janeiro.

Saltamos para dia 5 de Janeiro que começará comigo na SBSR.FM a falar sobre a festa do 9º Aniversário do blogue que irá acontecer nesse mesmo dia, no Musicbox Lisboa. Já sabem, a festa conta com Nada-Nada, o primeiro concerto de sempre de TIPO e ainda com os Whales. Os bilhetes já estão à venda e a festa começa às 22h. Apareçam! 

Vou também voltar a colaborar com a revista Bang! num daqueles quadradinhos de opinião que todas as revistas têm. O livro sobre o qual escolhi falar só vai estar disponível dia 12 de Janeiro e é do Mark Manson. Conhecem-no?

É também em Janeiro que vou ter a minha CAT concluída, ao mesmo tempo que trabalho noutro projecto científico. O semestre lectivo está praticamente a acabar, faltam apenas duas vigilâncias de testes e exames, portanto tempos menos atribulados se esperam… Ou não!

No que diz respeito ao blogue, para além dos conteúdos do Nuno Nepomuceno e da festa no Musicbox, vou tentar também colocar em dias algumas opiniões que tenho em atraso. Em termos de leituras, devo começar o ano a ler O Homem de Giz, que vai ser editado pela Planeta dia 16 de Janeiro e que já está a dar que falar! Entre hoje e amanhã, para fechar o ano, sairá o post sobre o meu Balanço blogueiro de 2017 em termos de discos, concertos e livros! Até já 🙂

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[Diário de Bordo] Dois Meses de Bran – a Montanha Russa da Vida – Parabéns à Debs https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-dois-meses-de-bran.html https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-dois-meses-de-bran.html#respond Tue, 26 Dec 2017 17:19:00 +0000

Estão a ver este ar de anjinho do Bran? Agarradinho à sua amiga girafa, tão pacífico… Pois é… O Bran tem, neste momento, cerca de dois meses e meio. Ainda me consigo lembrar dele quando mal via, cabia na palma da minha mão e lhe dava biberão. Agora anda sempre numa folia desgraçada. Tem mais energia do que imaginava possível para um cãozinho ainda tão pequeno. Faltam duas semanas para levar a segunda vacina e assim poder começar a ir à rua. Estou como que ANSIOSA que isso aconteça para ver se ele começa a libertar um pouco desta energia. É isto que acho que pode ser mais complicado para os cães de apartamento. Não libertarem a energia que precisam. Felizmente, o Bran raramente vai passar muito tempo sozinho, portanto vamos lá ver como as coisas correm. 

Em relação aqui à moça que escreve este blogue, contra todas as vozes na minha cabeça (porque tenho mesmo muito trabalho pela frente) descansei nos últimos dois dias. Foi tempo de família, refeições e sobremesas saborosas, noitadas de jogos de cartas, monopólio, até Bingo! Soube bem descansar um pouco do pensamento científico. Eu sei que pareço uma cassete ao repetir isto, mas 2017 foi um ano mesmo duro e acabou a dar-me uma coça valente. Uma série de sucedidos que me deixaram abananada e que me vão atormentar um pouco durante uns tempos (pelo menos até ver algumas coisas resolvidas). Ainda assim, acredito que há-de tudo correr pelo melhor. Sem dúvida que sinto que 2018 será um ano muito importante para terminar alguns ciclos e começar outros. O facto de estar, em princípio, no último ano de doutoramento é entusiasmante e assustador ao mesmo tempo. Confesso que o depois ainda está por definir. Será em Portugal? No estrangeiro? Poderei continuar a fazer tudo o que faço agora? Mas sabem que mais? Não estou assim tão ansiosa com as respostas, o que é um bocado surpreendente para mim. Agora vou-me focar em escrever a minha pré-tese de doutoramento, depois em defendê-la. Logo a seguir terei que escrever a tese em si, mas paralelamente continuarão a haver projectos científicos e outras iniciativas entusiasmantes. Talvez em Janeiro já vos possa dar uma bela novidade! 

O que eu sei que vai acontecer logo na primeira Sexta-feira de Janeiro de 2018 é a Festa de Aniversário do blogue no Musicbox Lisboa com Nada-Nada, TIPO e Whales. Todas as informações e link para bilhetes aqui: http://www.branmorrighan.com/2017/12/9-anos-blog-branmorrighan-festa-de.html

Entretanto, sou capaz (mas já só em Janeiro) de fazer balanços literários e musicais de 2017. Eu sei que os TOPs já saíram todos, etc. etc., mas ainda vou acabar de ler pelo menos dois livros até ao final do ano e sabe-se lá as surpresas  musicais que podem acontecer em menos de nada. Como por exemplo, o The Legendary Tigerman disponibilizou, de surpresa, na semana passada o seu mais recente disco. Por falar nisso, entre hoje e amanhã vou escrever sobre o seu concerto no Coliseu, com os Linda Martini. Foi uma bela noite, sim senhor! Foi uma espécie de caminhada pelo tempo, sendo que se chega ao final com a certeza que se está perante dois projectos musicais inebriantes que atravessam dimensões e gerações, tendo-se tornado duas das maiores referências da música portuguesa. 

Já agora: PARABÉNS DÉBORA UMBELINO! Esta lindona, também conhecida por Surma, faz hoje anos! É das miúdas mais incríveis e indescritíveis do nosso universo. Um coração e um talento maiores que o mundo. Merece tudo de bom que lhe tem acontecido. É como uma irmã mais nova para mim e tem sido um orgulho imenso vê-la crescer. Beijos, miúda! O mundo é teu 🙂 

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Citações Aleatórias – Afonso Cruz https://branmorrighan.com/2017/12/citacoes-aleatorias-afonso-cruz_23.html https://branmorrighan.com/2017/12/citacoes-aleatorias-afonso-cruz_23.html#respond Sat, 23 Dec 2017 17:32:00 +0000

“Há uma moda omnipresente entre os jovens: passar o tempo a fazer exercício e a ter um estilo de vida saudável. Para mim, saudável, nesta altura, nesta idade, é fazer do corpo um abismo, um apocalipse. O prazer de ser jovem reside na ausência da preocupação com a salubridade e numa conquista do barro, da imersão no erro, no caos. A higienização da vida, na juventude, é um envelhecimento precoce. Procuram um ideal de saúde e beleza no momento em que esse ideal já faz parte das suas vidas. Não imagino como se lhes será dolorosa a velhice. 

É muito provável que a preocupação com um estilo de vida saudável lhes traga alguns benefícios mais tarde, mas retira a experiência de uma vida posta no limite, impede-os da embriaguez, da possibilidade do êxtase, em troca de uma moderação e contenção caquécticas, consumindo bagas exóticas e superalimentos (o que será isso?), folhas de alface e iogurtes com bactérias inventadas pela publicidade. Andam em bicicletas sem rodas e correm esteiras sem paisagens, enquanto ouvem pop nos seus auscultadores e contam os batimentos cardíacos num telefone. Escolhem uma vida sem sobressaltos, absolutamente rendida a uma temperança monástica. Preferem uma vida em quantidade, longa, em vez de intensa, curta e dolorosa. É uma pena. Como escreveu Joaquín Verdaguer, «não criemos, pelo amor de Deus, um mundo de café sem cafeína, tabaco sem nicotina e álcool sem embriaguez. Não façamos do mundo um imenso e feio bolo sem açúcar.»”

Afonso Cruz, Jalan Jalan

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[9 Anos Blog BranMorrighan] Festa de Aniversário no Musicbox com NADA-NADA, TIPO e WHALES https://branmorrighan.com/2017/12/9-anos-blog-branmorrighan-festa-de-2.html https://branmorrighan.com/2017/12/9-anos-blog-branmorrighan-festa-de-2.html#respond Wed, 20 Dec 2017 13:26:00 +0000 https://www.facebook.com/events/189797321572430/

O Corvo comemora Nove anos de Blog BranMorrighan com mais uma festa no Musicbox! Celebrando os grandes novos talentos portugueses, o cardápio é de luxo: Nada-Nada, TIPO e Whales! Se ainda não os conhecem, aproveitem esta noite. Tenho para mim que vai ser memorável ♥

Bilhetes: 

https://bol.pt/Comprar/Bilhetes/56378-9o_aniversario_bran_morrighan_nada_nada_tipo_e_whales-musicbox/

Blog BranMorrighan

O blogue BranMorrighan nasceu em Dezembro de 2008 e comemora agora o seu 9º aniversário. Ao longo dos últimos anos tem-se dedicado à descoberta e divulgação da nova música portuguesa. Como tem sido tradição desde 2014, as comemorações chegam sob a forma de duas festas, em Lisboa e Porto, nos meses de Janeiro e Fevereiro. Em Lisboa será dia 5 de Janeiro, pelas 22h, na sala emblemática Musicbox. O cartaz é de luxo no que toca a projectos emergentes portugueses: Nada-Nada (projecto de Cláudio Fernandes dos Pista), TIPO (projecto de Salvador Menezes dos You Can’t Win Charlie Brown) e Whales (banda leiriense vencedores do festival Termómetro). A noite promete ser de descoberta e de concretização, mas acima de tudo de muito boa disposição.

Nada-Nada

Nada-Nada é Cláudio Fernandes (PISTA, CANGARRA, DEBUT!) a lançar cartas em nome próprio e bem ao jeito daquela pop dançável, fresca e com raízes díspares, bebendo desde a synth-pop mais naïve e orelhuda até ao mais pujante e negro acorde perpetuado pelas correntes certas do rock, sem nunca dispensar passagem pelas melhores paisagens sonoras dos PALOP. A canção, simples e sincera, é agora a única regra a seguir, onde as guitarras e a voz se juntam aos synths e drum machines, sendo “Horário de Verão”, single de avanço do disco com o mesmo nome (a sair em 2018), o melhor exemplo desta nova dança que se quer para ser dançada como se ninguém estivesse a olhar. No Musicbox apresentar-se-á pela primeira vez num formato de semi-banda, contando com a presença de Ricardo Martins, Ernesto Vitali, Diana Meira e ainda alguns convidados-surpresa. Dancemos ao som de Nada-Nada e espantemos os nossos males, por tudo, mas principalmente por nada.

TIPO

Tipo nasceu no fim de Fevereiro / princípio de Março de 2015 quando Salvador Menezes decidiu tirar uma semana e meia de férias da sua aborrecida rotina. O conceito era aproveitar os horários de um emprego convencional e transpô-los para a música. Das 9:00 às 18:00 o tempo iria ser empregue para compor “demos” caseiras, usando instrumentos que tinha à mão: o Casio dos anos 1980 do tio, a guitarra com 3 cordas dos anos 1990 da irmã, a bateria do irmão e o seu baixo, computador e voz. Dessa semana e meia resultaram quatro músicas – umas mais completas que outras. Para não procrastinar ou desistir do projecto, decidiu nesse mesmo ano concorrer ao apoio fonográfico da GDA. Ganhou. Dois anos depois, este Tipo já mudou de emprego, de casa, lançou o terceiro álbum de You Can’t Win, Charlie Brown e foi pai. Já não está aborrecido e tem agora músicas suficientes para lançar o seu primeiro disco. “Acção-Reacção” é o single de apresentação. O videoclipe foi realizado e produzido pelos We Are Plastic Too, com direcção de fotografia do João Souza e iluminação da Side Effects. Co-produzido por Afonso Cabral, Luís Nunes e Salvador Menezes, o álbum é editado em Janeiro de 2018 com o selo da Pataca Discos e o apoio da Vodafone FM.

No Musicbox apresentará algumas das canções do disco e estará acompanhado em palco pela sua família “Charlie”.

WHALES

Com três anos de existência os Whales são agora Pedro Carvalho, Roberto Oliveira e Vasco Silva. Foram vencedores do festival termómetro em 2015 e participaram no disco de novos talentos FNAC em 2016. Já passaram por palcos como o Musicbox Lisboa, Maus Hábitos, NOS Alive, Indie Music Fest e recentemente o festival Bons Sons. Estrearam-se com o single “Big Pulse Waves” produzido no HAUS e com vídeo do Rui Gaspar (Casota Collective) e em Julho de 2017 que lançaram o seu útimo single “How Long” com produção da Casota Collective, masterização e captação do Paulo Pereira e vídeo da Casota Collective. Encontram-se neste momento a finalizar o seu disco de estreia, marcado para o primeiro trimestre de 2018. Dia 5 de Janeiro, no Musicbox, parte do disco será desvendado.

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[Diário de Bordo] 2017 a ser 2017 até ao fim https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-2017-ser-2017-ate-ao-fim.html https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-2017-ser-2017-ate-ao-fim.html#respond Mon, 18 Dec 2017 20:15:00 +0000

Eu sei, o título é parvo, mas acreditem, é mesmo isto que eu sinto. Que 2017 tem sido um ano de uma correria brutal, de prazos atrás de prazos, de euforia atrás de euforia. Estamos a menos de duas semanas do final do ano e enquanto vejo toda a gente a falar do Natal, a fazer compras de Natal, a pensar nos dias que vão gozar, etc. etc., eu sou a pior. Ainda não comprei prendas para quase ninguém e as que fiz foram online. Tinha planeado imensas iniciativas para o nono aniversário do blogue e mal consigo lançar os passatempos com os parceiros que se juntaram à festa… A festa em Lisboa é já dia 5 de Janeiro e ainda mal me consegui dedicar à divulgação da data. E este ritmo vai ser assim até ao final do ano porque há pelo menos um artigo para finalizar e ainda o trabalho “pré-tese” para escrever até lá. A questão é: não posso ser ingrata. Tudo isto que estou a apontar é verdade, e por um lado sinto-me zangada de não estar a corresponder, mas não me posso esquecer que toda esta turbulência também tem origem em coisas que me serão benéficas no futuro. Apenas vai sendo importante também dar atenção às pequenas coisas da vida e às pessoas que nos são próximas. Nesse campo sou uma sortuda. Tenho bons amigos, uma família que me apoia e agora até o pequeno Bran para me consolar a alma. É incrível como nos apegamos a estes pequenos seres. Não me vou alongar muito mais, apeteceu-me “desabafar” um pouco e cá vim eu escrever para este cantinho. Agrada-me continuar com esta espontaneidade, mesmo que não seja dizendo grande coisa. Chegar aqui e escrever só porque sim. Foi assim que tudo começou e sinto uma grande gratidão ao aperceber-me como aos poucos o blogue foi crescendo e vocês se foram mantendo desse lado. Alguns mais antigos já acompanharam a minha fase do basquet, da licenciatura, do mestrado, agora do doutoramento… Este blogue tem sido um verdadeiro companheiro de viagem e nada me dá mais gozo do que poder também ajudar e acompanhar outros nas suas jornadas. A ver se 2018 me dá a oportunidade de poder concretizar umas quantas ideias que tenho em mente. Entretanto, vou tentar lançar os restantes passatempos. Ainda faltam umas dezenas de livros e outros pequenos presentes. Abreijos e boa noite! 

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Destaques: O Homem de Giz (O Livro de 2018 de que o mundo está a falar) + As primeiras BDs da GFloy chegaram https://branmorrighan.com/2017/12/destaques-o-homem-de-giz-o-livro-de.html https://branmorrighan.com/2017/12/destaques-o-homem-de-giz-o-livro-de.html#respond Sat, 16 Dec 2017 09:47:00 +0000

Esta semana chegaram uma série de coisinhas boas para me entreter até ao final do ano, nos intervalos de andar a escrever a tese. Chegou o exemplar de avanço de O Homem de Giz, de G. J. Tudor. É tido como o livro de 2018 – um thriller intenso com uma atmosfera densa e suspense levado ao limite. Segredos que regressam do passado para assombrar a vida do presente… num jogo que nunca acabou e que permanecerá para sempre. Ao longo das próximas semanas vou divulgar mais coisas sobre este livro e vou também iniciar a leitura. Só estará nas livrarias a 16 de Janeiro, daqui a um mês, mas vou-vos dando feedback que vá tendo do livro! 

Nas imagens seguintes temos algumas das Bandas Desenhadas que chegaram com a recente parceria com a G Floy Portugal! Estou super entusiasmada por explorar estas BDs. Já antes partilhei aqui que tenho um guilty pleasure com a Marvel, mas tem sido mais em séries televisivas do que nas BDs originais. Agora vou poder mergulhar nesse universo com mais frequência! As outras seis bandas desenhadas são-me desconhecidas, mas tenho pelo menos uma pessoa próxima que adora algumas delas, como Saga, Wytches e O Astrágalo. Bem, de qualquer maneira vou ler todas! Para passatempo de aniversário vão ser sorteados volumes UM das séries VELVET, SAGA  e HARROW COUNTY. É fazerem já like na página deles – https://www.facebook.com/GFloyPortugal/ – vai ser um requisito e bem merecem 🙂 

Deixem as vossas opiniões e partilhas sobre o vosso gosto em séries de BDs!

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[9 Anos Blog BranMorrighan] O que foi, o que é e o que será! https://branmorrighan.com/2017/12/9-anos-blog-branmorrighan-o-que-foi-o.html https://branmorrighan.com/2017/12/9-anos-blog-branmorrighan-o-que-foi-o.html#respond Wed, 13 Dec 2017 11:20:00 +0000 Ilustração Mariana Cáceres

É incrível como já é dia 13 de Dezembro. Que ano! Que loucura! Sempre que o relógio passa a meia-noite e chego a este dia dá-me sempre uma certa nostalgia. Não só o blogue faz anos como o ano se aproxima do fim. Os balanços são inevitáveis. E o primeiro balanço que me ocorre é – o blogue sobreviveu mais um ano. Aliás, não só sobreviveu como cresceu. Houve algumas coisas que não correram como eu desejava. Devido à intensa actividade académica e científica, este ano não foi abundante em iniciativas como entrevistas, críticas ou reportagens, mas foi tendo a sua dose. Mantive a minha colaboração com a querida revista Música em DX, mantive a minha colaboração (noutras funções) com a Omnichord Records e pude viver coisas incríveis. 

Lembro-me que em Janeiro, depois de um Musicbox cheio na festa de comemoração do oitavo aniversário (foi tão lindo!) estava aflita para submeter um artigo científico. O prazo estendeu-se para Fevereiro, mês da bela festa no Maus Hábitos e mês em que comecei mais um semestre como professora. Em Março voei para a Croácia para dar a minha segunda talk numa conferência internacional e em Abril submeti mais outro artigo. Assim que o semestre acabou voei para o Japão onde vivi um mês num contexto de intercâmbio científico. A coisa não foi ideal, o Japão é giro se for só de passagem, mas valeu pela experiência. Voltei e passadas uma ou duas semanas já voava para a Finlândia para outra talk noutra conferência. Setembro trouxe com ele mais um início de semestre a dar aulas e submeti o último artigo do ano em Novembro. Falta-me agora o relatório da Comissão de Avaliação de Tese (uma espécie de pré-tese em que apresentamos o que foi feito até agora) que tem de ficar pronto antes do final do ano. E tudo isto dito assim parece muito fácil, mas não foi. Muitas vezes saiu-me do corpo e da mente. E aqui acho que é importante partilhar isto convosco, porque ainda existem vários estigmas e preconceitos no que a procurar ajuda diz respeito. Eu procurei. Seja na forma de um psicólogo, psicoterapeuta, yoga, meditação, entre outros, tudo junto ou um de cada vez, não interessa. Se atravessarem uma fase menos boa, de desamparo, ou que até às vezes não se reconheçam em alguns estados de espírito, procurem ajuda. Às vezes uma boa conversa com outras perspectivas faz toda a diferença. 

Resumindo e concluindo, foi um ano do caraças, que pecou por ter falhado, pela primeira vez em sete anos, a ida ao Paredes de Coura! Eheheh 🙂 Mas também houve outras coisas deliciosas. A Surma lançou o seu disco de estreia, os FBAC são cada vez mais uma certeza nacional e internacional, existem outros projectos também prestes a ver a luz do dia… Oh well, sou uma sortuda, é o que é. Tenho um vida recheada de gente talentosa à minha volta. 

Ainda assim, a maior verdade no meio disto tudo, é que sem a minha família e amigos próximos (e esses conto pelos dedos das mãos) nada disto seria possível. Se vos devo a vós, leitores, o impacto que o blogue vai tendo, devo certamente a estas pessoas do meu coração o ânimo e a sanidade mental para continuar com tudo isto. E agora a família Teixeira tem mais um elemento, o nosso cãozinho Bran, que tem feito maravilhas pelo meu humor. Obrigada família e gente do meu coração (sabeis quem sois)! 

Em relação à comemoração destes nove anos passa-se o seguinte: 

– Temos a Playlist do Pedro Moreira Dias como banda sonora do aniversário

– Ilustrações e cartazes pela Mariana Cáceres, uma das grandes jovens ilustradoras portuguesas

– Passatempos com parceiros livreiros, incluindo uma nova parceria com uma editora de BD

– Passatempos com diversos projectos artesanais, alguns dos quais já acompanham os aniversários desde sempre. E aqui temos diversos acessórios que podem não estar directamente relacionados com o blogue ou literatura música

– Passatempos de discos, com a Let’s Start a Fire

– Algumas caras conhecidas deixaram os seus parabéns ao blogue e vou partilhar convosco as suas mensagens

– As duas festas de aniversário da praxe (os cartazes/banners estão no final deste post, depois faço artigos próprios para cada um):

—- 5 de Janeiro em Lisboa, no Musicbox

—- 2 de Fevereiro no Porto, no Maus Hábitos

E assim de repente penso que é “só” isto 🙂 

É estarem atentos que não se vão arrepender! 

Para quem procura livrinhos para oferecer, não se esqueçam que fiz a lista dos 10 livros que ponderaria oferecer que foram publicados neste 2017 que agora caminha para o fim!

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[Diário de Bordo] Três Semanas de Bran, Dois Milhões de Visualizações e quase Nove Anos https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-tres-semanas-de-bran.html https://branmorrighan.com/2017/12/diario-de-bordo-tres-semanas-de-bran.html#respond Mon, 11 Dec 2017 21:23:00 +0000

Nunca escrevi sobre isto aqui no blogue, mas os leitores mais atentos de outras redes sociais já terão dado conta… A família Teixeira tem um novo membro – um cãozinho chamado Bran! Eheheh, que (falta de) originalidade, eu sei! Mas tudo tem um contexto. O Bran e os seus nove irmãos foram resgatados de uma sarjeta de umas obras num jardim da Amadora. Os meus pais viram o vídeos com os cãezinhos e decidiram adoptar um. Nunca tínhamos tido um cãozinho, mas o meu irmão recentemente tinha adoptado uma cadelinha (também ela abandonada) e talvez isso tenha despertado uma maior confiança para albergar um cãozinho em casa. Faz hoje três semanas que está em casa dos meus pais, apesar de também ir para minha casa de vez em quando e de eu tentar vê-lo sempre que possível. Triplicou de peso e de tamanho (na foto tem apenas duas semanas, mas como o meu telemóvel deixou de funcionar, não tenho conseguido tirar mais actuais), corre, salta, trinta por uma linha! O que é certo é que aquece os nossos corações a toda a hora. Dado que ele chegou com apenas um mês, tem sido uma autêntica aventurar acompanhar o seu desenvolvimento. Ao início, até biberão lhe tínhamos de dar. Agora já deixou o leite e a ração húmida e já tem de comer comida para cães de peso em adulto superior a 10kg… Ele que cresça! É da maneira que vai para as minhas caminhadas/corridas comigo gastar a sua energia! E pronto, este Natal temos mais um elemento a aquecer esta época de partilha.

2 Milhões de Visualizações! Uau! Nos últimos anos o blogue tem evoluído de forma tão consistente e crescente que não posso deixar de me sentir grata. 2017 tem sido um ano difícil para mim em muitos aspectos. Talvez a expressão correcta até seja desafiante. Voltou a ser um ano em que tive as minhas doses de viagens e palestras académicas. Croácia, Japão e Finlândia entram assim para o mapa onde fui largamente desafiada intelectualmente, mas também pessoalmente. Houve alturas em que fui tirada completamente da minha zona de conforto, outras em que tive de trabalhar como se não houvesse amanhã. Tudo isto trouxe repercussões. Algumas boas, outras nem tanto. No blogue, por exemplo, houve alturas em que mal me consegui sentar para desenvolver conteúdos. Li menos livros do que o que gostaria, entrevistei menos pessoas do que tinha planeado, enfim, uma série de coisas. Ao mesmo tempo, o público que tem descoberto o blogue tem-se tornado bastante fiel e acho excelentes algumas trocas de mensagens e comentários sobre os mais diversos temas que vou publicando. Cada visualização acaba por ser especial porque é sinal que as pessoas entram no blogue para ler os seus conteúdos. Não me importa que o número de likes não seja extraordinário, importa-me que as pessoas encontrem aqui algo com que se identifiquem. Esta minha alegria é dedicada a todos vós que me lêem! Venham mais milhões, certamente vão haver novidades em 2018!

É já depois de amanhã, dia 13 de Dezembro, que o blogue marca nove anos de existência! Como já acontece desde que me lembro, vamos ter praticamente um mês dedicado a passatempos com parceiros e teremos também duas festas, uma em Lisboa e outra no Porto. Em Lisboa é dia 5 de Janeiro, no Musicbox Lisboa, no Porto é a 2 de Fevereiro, no Maus Hábitos. O evento de Lisboa já está criado e brevemente farei um post aqui no blogue com tudo de detalhado. Nove anos é mesmo uma vida! Por agora vou ter que ficar por aqui porque esta semana estou assoberbada de trabalho e ele não aparece feito sozinho 🙂 Mantenham-se “ligados”! A partir de Quarta-feira são ainda mais coisas boas! 

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10 Livros de 2017 que poderia oferecer como prenda de Natal https://branmorrighan.com/2017/12/10-livros-de-2017-que-poderia-oferecer.html https://branmorrighan.com/2017/12/10-livros-de-2017-que-poderia-oferecer.html#respond Sun, 10 Dec 2017 16:15:00 +0000

À semelhança do que fiz em 2016, aqui ficam 10 sugestões de livros para este Natal. Aliás, na verdade, esta imagem pode muito bem reflectir parte dos melhores livros que li este ano. Há algum tempo que decidi não fazer TOPs, mas se recomendamos uma lista de livros é porque eles para nós representam alguma coisa, não? Pois bem, alguns remontam já aos primeiros meses do ano, como Iluminações de uma Mulher Livre, de Samuel Pimenta, enquanto outros saíram recentemente, como Jalan Jalan, de Afonso Cruz. Não estando ordenados por nenhuma ordem ou razão específica, tentei ainda assim equilibrar o número de autores portugueses e autores estrangeiros. Por causa disso, há outros dois livros que estariam ali igualmente bem: “1933 foi um mau ano”, de John Fante (Alfaguara) e “A Sul de Nenhum Norte”, de Charles Bukowski. Acabei por não colocá-los porque são autores que já têm uma boa legião de fãs e nestas recomendações quis colocar livros que talvez não fossem escolhas evidentes à primeira vista. Ora vejamos. 

Afonso Cruz, apesar de para mim ser um dos melhores autores do mundo (é a verdade), parece continuar a ser conhecido apenas num circuito mais restrito, o que escapa à minha compreensão (mas também pode ser só impressão minha). “Jalan Jalan”, a sua mais recente obra, tem sido para mim uma leitura que tem atingido várias dimensões. Nos últimos dois anos devo ter viajado por sete países diferentes, vivi um mês no Japão, etc, e às vezes há aqui coisas sobre essa mobilidade constante que disparam alguns “triggers”. Deixarei essas deambulações para o texto de opinião. O que interessa aqui é: vale COMPLETAMENTE a pena ser adquirido e lido com atenção. 

Eimear McBride, a autora revelação, para mim, de 2016 com o seu “Uma Rapariga É Uma Coisa Inacabada”, lançou este ano o seu segundo romance “Pequenos Boémios”. Foi mais um livro que devorei compulsivamente e foi a concretização da certeza que esta autora se tornou numa das minhas preferidas de sempre. A sua forma de escrita, muitas vezes fragmentada, transporta-nos directamente para o psicológico dos seus protagonistas. Há murros no estômago que merecem ser sentidos. As suas histórias são exemplos disso. 

James Rhodes e a sua história brutal em “Instrumental” são ideais para os que estão dispostos a mergulhar em cenários agressivos, porém também comoventes. Um livro não muito fácil de se ler, mas onde se aprende muito e se acompanha a luta de quem já atravessou estados mentais que passam completamente ao lado da maioria dos humanos durante a sua vida. Só tenho pena de não ter conseguido ir ver nenhum dos concertos que deu recentemente em Portugal.

Angie Thomas foi genial ao escrever “O Ódio Que Semeias”. Apesar de estar categorizado como jovem-adulto, é um livro que recomendaria para qualquer faixa etária. Penso que escrevi isto na opinião: este é um livro necessário! No nosso país não conhecemos assim tantas histórias como aquela, mas é excelente para abrirmos os olhos em relação a outras realidades tão difíceis. E tudo isto é facilmente testemunhado a partir da protagonista com quem a empatia é imediata. 

David Litchfield e as suas maravilhosas ilustrações. “O Urso e o Piano” é toda uma viagem por uma história super querida ilustrada de forma a aquecer e a derreter os nossos corações. Recentemente foi editado “O Gigante Secreto do Avô” que veio comprovar a sua mestria no que toca à forma magnífica como dá cor às suas histórias. Frios e quentes misturam-se num equilíbrio que acabam por reflectir as emoções do que se está a ler. 

Dulce Garcia e o seu “Quando Perdes Tudo Não Tens Pressa de Ir a Lado Nenhum” foram uma das melhores descobertas de 2017. Confesso que foi o título que me atraiu. A vida prega-nos rasteiras e às vezes, mesmo que não seja bem assim, sentimos que perdemos tudo e que então a vida parece que pode esperar que lhe voltemos a dar atenção. Foi um romance sentido, dramático, mas com um sentido real bastante apurado. Um romance de estreia muito bem conseguido. 

Carla M. Soares já é bem conhecida por estes lados. No início do ano lançou “O Ano da Dançarina” e foi uma excelente maneira de recordar alguma história e de ao mesmo tempo viver um romance que poderia mesmo ter acontecido. Sei que entretanto lançou outro romance, mas ainda não o tenho nem li. Como tal, fica esta sugestão que irá deliciar os amantes de romance histórico. 

Sandra Carvalho é uma das autoras mais queridas de Portugal. A cada Feira do Livro está horas e horas a assinar livros e foi este ano que terminou a trilogia Crónicas da Terra e do Mar, que recomendo por completo. A Sandra é uma autora que inspira um carinho enorme e uma devoção completamente merecida. As suas narrativas proporcionam-nos viagens fantásticas, sempre com aquele olhar romântico. Nunca são histórias fáceis, existe sempre muita luta, mas também o amor vence sempre no fim. Leiam-na e deixem-se conquistar. Vale a pena!

Rosa Montero, outra escritora que é das minhas preferidas. Lembro-me do impacto que teve o primeiro livro que li seu. “A Ridícula Ideia de Não Voltar a Ver-te”. Tinha perdido dois grandes amigos meus recentemente e, apesar de a história ter um contexto amoroso e autobiográfico, as emoções foram tão fortes que foi impossível não me sentir atingida por elas. Em “A Carne”, Rosa Montero expõe a peito aberto as fragilidades emocionais que a idade pode trazer com elas. Como será o amor quando sentimos que o nosso tempo já passou? Um romance duro, mas que vale a pena. 

Samuel Pimenta é um jovem autor português que continua a passar ao lado de muita gente, mas cuja voz merece ser ouvida. É um poeta notável e um romancista acutilante. Depois de em 2016 ter lançado o romance “Os Números Que Venceram os Nomes”, uma chamada à atenção à forma como a humanidade pode progredir, este ano presenteou-nos com “Iluminações de Uma Mulher Livre”, que pretende dar uma nova força à imagem e ao poder interior da mulher. É um dos autores nos quais vale a pena apostar. 

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