Druidismo – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Wed, 23 Dec 2020 20:48:37 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Druidismo – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Palestra: DRUIDISMO – Da Herança Céltica à Espiritualidade Actual, com ALEXANDRE GABRIEL https://branmorrighan.com/2016/11/palestra-druidismo-da-heranca-celtica.html https://branmorrighan.com/2016/11/palestra-druidismo-da-heranca-celtica.html#respond Fri, 04 Nov 2016 11:39:00 +0000

6 Novembro (Domingo), 17h | Entrada Livre

Palestra: DRUIDISMO

Da Herança Céltica à Espiritualidade Actual

com ALEXANDRE GABRIEL

As origens do Druidismo perdem-se nas brumas do tempo, contudo vários investigadores (assim como a própria Tradição) afirmam que as suas origens se encontram nos chamados “Proto-Druidas” ou “sacerdotes-xamãs” do período Megalítico, cuja sabedoria teria sobrevivido até ao período Clássico, testemunhado pelos historiadores greco-romanos.

Com a perseguição feita pelos romanos aos celtas e aos seus sacerdotes, bem como a posterior cristianização, grande parte da sua sabedoria perdeu-se. Porém, uma parte dela sobreviveu, transformou-se e foi perpetuada, desafiando o tempo e as condicionantes culturais e religiosas.

Mais tarde, em pleno no séc. XVIII, surge o Renascimento Druídico e hoje, dois milénios após o seu desaparecimento, assistimos a um renovado interesse e crescimento da espiritualidade celto-druídica, que assume as mais variadas formas.

Organização: Atrium Rosacruz de Sintra da AMORC

Alexandre Gabriel licenciou-se em Ciências Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem feito parte de vários projectos musicais dentro da temática medieval e celta, dos quais se destacam o grupo Strella do Dia (nascido em 2000) e os Avalon Ensemble (nascidos em 2003), dedicando-se em particular à harpa céltica e à composição. É editor da Zéfiro, surgida em 2005, que se dedica à edição literária sobretudo na área do esoterismo, da espiritualidade, da história e da filosofia. Coordenou a edição do livro “O Perdão dos Templários” (Zéfiro, 2006), assim como a edição de 2011 do “Mandrágora – O Almanaque Pagão – 2011: No Bosque Sagrado dos Druidas” (Zéfiro, 2010), tendo feito parte da direcção editorial deste projecto de 2009 a 2014. Tem-se igualmente dedicado à tradução e à revisão de diversas obras. É coordenador do projecto cultural da Casa do Fauno em Sintra, fundado em 2011. Em 2001 aderiu à Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas (OBOD), da qual é desde 2011 o responsável e orientador do ramo de língua portuguesa do Curso de Bardo.

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As Origens Pagãs da Páscoa, a Deusa céltica Eostre e a Tradição do Coelho e dos Ovos https://branmorrighan.com/2013/03/as-origens-pagas-da-pascoa-deusa.html https://branmorrighan.com/2013/03/as-origens-pagas-da-pascoa-deusa.html#respond Sun, 31 Mar 2013 18:42:00 +0000

As origens pagãs da Páscoa, a Deusa céltica Eostre e a tradição do coelho e dos ovos

«As bases pagãs do Cristianismo tornam-se bastante óbvias no Alban Eilir, o Equinócio da Primavera.

Aqui a lebre é o tradicional “Coelhinho da Páscoa” – em inglês a palavra “Easter” deriva da deusa saxónica Eostre, para quem a lebre era sagrada.

As lebres dormem ao ar livre em “camas” que se assemelham extraordinariamente aos ninhos dos galispos e, na Primavera, quando estes ninhos estão cheios de ovos, parecem ter sido

as lebres a fazê-los aparecer como que por magia – eles tornam-se as dádivas da Lebre Sagrada.

Enquanto Deusa, a lebre trouxe nova vida – renascimento – no Equinócio.

A versão cristianizada deu lugar à calendarização da Páscoa pelas fases da lua, altura em que aparecem os “coelhinhos” e os ovos pintados ou de chocolate, marcando o momento da ressurreição de Cristo.»

Philip & Stephanie Carr-Gomm in “O Oráculo Animal dos Druidas” (www.zefiro.pt)

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[Paganismo] Druidas Italianos Falam Sobre Espiritualidade Celta em Sintra https://branmorrighan.com/2013/02/paganismo-druidas-italianos-falam-sobre.html https://branmorrighan.com/2013/02/paganismo-druidas-italianos-falam-sobre.html#respond Thu, 28 Feb 2013 07:28:00 +0000

Isabella Amosso e Hagal Renato Mancini, representantes da Ordem dos Druidas em Itália, farão uma palestra este Sábado à noite na Casa do Fauno

Isabella Amosso e Hagal Renato Mancini, responsáveis pelo ramo italiano da Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas – OBOD, visitam os Bosques de Sintra no próximo fim-de-semana e falam sobre a vivência da antiga espiritualidade druídica nos dias de hoje.

Com entrada livre, a palestra terá lugar no Sábado às 21h30 na Casa do Fauno, em Sintra, perto da Quinta da Regaleira.

Para Isabella e Hagal “ser um druida trata-se de uma escolha diária”, em que “devemos procurar viver seguindo o Awen – o fluir da inspiração”, onde “não existe, na realidade, uma separação entre a matéria e o espírito”, pois segundo ambos “o Awen irá guiar-nos em todos os momentos da nossa vida, desde os mais mundanos aos mais espirituais”.

E o que é o druidismo? Segundo o escritor e druida John Michael Greer, trata-se de “um caminho espiritual que tem as suas raízes na Terra verde”, herdeiro do “legado da sabedoria celta que sobreviveu até aos nossos dias”, mas que abraça também “os contributos de muitos povos e muitas eras”. Ser druida significa implica então “aprender com as tradições arcaicas, com três séculos de conhecimento druídico actual e com as sempre mutáveis lições da própria Terra viva. Significa abraçar uma abordagem empírica das questões religiosas que abandone os sistemas de crença rígidos a favor do desenvolvimento interior e do contacto individual com os reinos da natureza e do espírito”.

Isabella e Hagal fundaram igualmente a Ordem Druídica Italiana – Il Bosco dell’Awen em 2010, com a intenção de divulgar o druidismo em Itália e criar uma rede que ligue as diferentes realidades druídicas não só pela Europa, como um pouco por todo o mundo. São também os responsáveis pela Keltoiradio, a primeira rádio italiana do mundo céltico totalmente online e em directo na internet, assim como pelas Edizioni Terra del Sacrobosco.

A Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas (OBOD) foi criada em 1964 por Ross Nichols – um académico de Cambridge e poeta conhecido, que foi igualmente uma das figuras-chave no revivalismo da espiritualidade celta e druídica da actualidade – e é actualmente dirigida por Philip Carr-Gomm, escritor que já por diversas vezes veio a Portugal falar sobre o tema. A OBOD é um grupo espiritual dedicado à prática do druidismo enquanto espiritualidade válida e inspiradora e que traça as suas origens até 1717. O ramo português da Ordem foi recentemente criado, em 2011, e para além do curso de druidismo em língua portuguesa tem vindo a promover regularmente, desde então, encontros e actividades em diversas áreas. Poderá encontrar a OBOD em www.obod.com.pt

Para mais informações: www.casadofauno.wordpress.com

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[A Roda do Ano Celta] IMBOLC | Briga, Santa Brígida, a Amendoeira e a “Luz” https://branmorrighan.com/2013/02/a-roda-do-ano-celta-imbolc-briga-santa.html https://branmorrighan.com/2013/02/a-roda-do-ano-celta-imbolc-briga-santa.html#respond Sat, 02 Feb 2013 11:51:00 +0000 Imbolc

O Tempo da Deusa, da Chama e do Regresso da Luz

Saudações Druídicas!

Briga, Santa Brígida, a Amendoeira e a “Luz”

O Imbolc é uma festividade céltico-druídica que assinala o retorno da luz, quando os dias lentamente começam a ficar maiores após ter sido atravessado o pico da rigorosa escuridão invernal, no Solstício. “Imbolc” é uma palavra de origem gaélica que significa “gravidez das ovelhas” ou “leite das ovelhas”, ligada ao nascimento das primeiras crias, que ocorrem geralmente por volta desta altura.

Ainda estamos longe das tórridas fogueiras de Beltane, mas a luz que foi reacendida no Alban Arthan, tendo sido acalentada silenciosamente no ventre da Deusa, começa agora timidamente a desabrochar.

Tratando-se de uma festividade feminina ligada à Deusa, está particularmente associada à deusa céltica irlandesa Brighid, que foi cristianizada, entre nós, como Santa Brígida (curiosamente encontra-se uma antiga relíquia que lhe é atribuída na Igreja do Lumiar, em Lisboa). Na antiga Lusitânia e na Galécia terá sido conhecida como Briga ou Brigantia (ainda hoje os habitantes de Bragança são conhecidos como “Brigantinos”).

Kildare – a igreja do carvalho

Brighid é a deusa tutelar e protectora dos poetas e bardos, dos ferreiros e dos curadores. O seu santuário mais conhecido, e de origens pré-cristãs, encontra-se na Irlanda, em Kildare (cujo nome significa “Igreja do Carvalho”). Trata-se de um lugar sagrado desde tempos remotos, onde existia uma fogueira com um fogo perpétuo, mantido por 19 sacerdotizas, segundo a tradição.

É interessante assinalarmos que o número 19 no Tarot corresponde à carta do sol e está também ligado ao ciclo astronómico de Meton, que simboliza o “casamento alquímico” das duas polaridades energéticas, masculina e feminina, representado pelas posições do sol e da lua nos céus. Posteriormente, com a cristianização, o culto da chama perpétua terá sido perpetuado já no próprio mosteiro. Curiosamente, era um dos raríssimos mosteiros cristãos primitivos que albergava no seu seio tanto homens como mulheres. O culto do fogo perpétuo tem raízes na aurora da humanidade, para quem este fogo era essencial para a sua própria sobrevivência.

Esta data foi cristianizada com o nome de Nossa Srª das Candeias, ou Candelária, no dia 2 de Fevereiro, sendo uma festa igualmente feminina onde é habitual haver uma cerimónia de benção e procissão das velas.

Amendoeiras em flor

No território português uma das marcas desse regresso da Deusa, vinda do Submundo, é a Amendoeira, que tradicionalmente é a primeira das árvores a florir, com a sua coloração branca de neve – é um sinal de renascimento e de nova vida, após a “morte aparente”, que na verdade é apenas um “adormecimento”. Diz a Tradição que uma certa Amendoeira é oca, onde uma caverna subterrânea conduz à Cidade Sagrada de “Luz” (“Amendoeira” em hebraico) – um lugar onde a morte não existe, tal como Agartha.

Boas celebrações!

Alexandre Gabriel /|

Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas – OBOD


Outros Textos:

(2012) Festival Pagão Imbolc: https://branmorrighan.com/2012/02/festival-pagao-imbolc.html

(2010) Imbolc – O regresso da energia masculina (do Deus):
https://branmorrighan.com/2010/01/imbolc-o-regresso-da-energia-masculina.html

(2010) Imbolc Druid Network
: https://branmorrighan.com/2010/02/as-winter-releases-us-from-her-embrace.html

(2010) Deusa Brighid – Parte 2 (Imbolc)
: https://branmorrighan.com/2010/01/deusa-brighid-parte-2-imbolc.html

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[Druidismo] Os Autores Clássicos e os Druidas II https://branmorrighan.com/2013/01/druidismo-os-autores-classicos-e-os_18.html https://branmorrighan.com/2013/01/druidismo-os-autores-classicos-e-os_18.html#respond Fri, 18 Jan 2013 18:47:00 +0000

Plínio, o Velho (23 EC – 79 EC)

Em Naturalis Historia, manuscrito elaborado em 77 EC, Plínio aborda as ervas sagradas utilizadas pelos druidas e descreve o ritual de colheita das mesmas, temática abordada ao longo deste almanaque.


Marco Túlio Cícero
(106 AEC – 43 AEC)

Em De Divinatione, Cícero fala de um homem com quem travou conhecimento pessoalmente, possivelmente um druida, e cujas particularidades seriam as seguintes:

«Este homem professava não apenas um conhecimento profundo do sistema da natureza, ao qual os gregos chamam fisiologia, mas também predizia eventos futuros, parcialmente através do augúrio e parcialmente através da conjectura.»


Pompónio Mela
(séc. I EC)

Em De Chorographia, Pompónio Mela relata-nos:

«Eles [os Gauleses] têm uma eloquência muito própria e os druidas como mestres da sabedoria. Estes afirmam conhecer a magnitude e forma da terra e do mundo, o movimento do céu e das estrelas, e a vontade dos deuses. Eles ensinam de forma privada aos mais nobres, e por muito tempo, às vezes por vinte anos, numa gruta, ou em florestas inacessíveis. (…) Juntamente com os mortos, eles queimam e enterram objectos que lhes pertenceram enquanto vivos (…)»


Públio Cornélio Tácito
(56 EC – 117 EC)

Este historiador romano fala-nos especificamente dos druidas na Grã-Bretanha e legou-nos um relato simultaneamente surpreendente e comovedor, aquando da invasão da Ilha de Mona:

«Ali na costa estava um exército, repleto de homens e armas, e as mulheres corriam para trás e para a frente à maneira das Fúrias, com vestes fúnebres, de cabelo desgrenhado e carregando tochas diante deles. Também os Druidas, que lançavam terríveis preces em seu redor, com as mãos erguidas para o céu, atingiam os soldados com assombro provocado por esta estranha visão; de modo que, como se os seus membros estivessem colados ao corpo, eles ofereciam os seus corpos imóveis aos ferimentos. Depois, pelas exortações dos seus líderes e pelo seu próprio encorajamento mútuo, para não terem medo de guerreiros efeminados e fanáticos, eles envergavam os estandartes, derrubavam os seus oponentes e envolviam-nos nas suas próprias fogueiras (…) Então, era colocada uma tropa de guarda sobre os vencidos e os seus bosques eram derrubados, os quais tinham sido consagrados às suas cruéis superstições; pois eles consideravam legítimo oferecer o sangue dos prisioneiros nos seus altares e consultar os deuses através das entranhas dos homens.»

* [Retirado de A Guerra das Gálias, Júlio César (tradução de Angelina Pires realizada a partir de uma edição em latim do séc. XVI), Edições Sílabo, Lisboa, 2004]
por Sofia Vaz Ribeiro (http://obod.com.pt)

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[Druidismo] Os Autores Clássicos e os Druidas I – Júlio César https://branmorrighan.com/2013/01/druidismo-os-autores-classicos-e-os.html https://branmorrighan.com/2013/01/druidismo-os-autores-classicos-e-os.html#respond Wed, 09 Jan 2013 17:35:00 +0000

Muitos foram os autores clássicos que mencionaram as práticas sagradas dos druidas nas suas obras. Apesar de ser necessário abordarmos estes legados como oriundos de povos distintos, muitas vezes inimigos, e que muito poderiam ter a acrescentar ou alterar à verdadeira prática, é um facto que estes registos são a base do corpo da doutrina druídica que subsiste actualmente. Os relatos que aqui apresentamos são apenas uma recolha parcial, uma vez que existem outros autores clássicos com observações pertinentes acerca do druidismo.

Júlio César (séc. I AEC)

César fala-nos dos druidas na sua obra De Bello Gallico (A Guerra das Gálias). É inquestionável o interesse desta obra do ponto de vista estratégico e militar, mas a credibilidade das passagens é amplamente discutida. Há a hipótese de algumas particularidades atribuídas aos druidas e à sua doutrina poderem ser uma invenção de Júlio César. É, no entanto, o mais amplo relato que chegou até nós sobre estes sacerdotes.

«Os primeiros [os druidas] ocupam-se das coisas divinas, presidem aos sacrifícios públicos e privados, tratam das práticas religiosas. Um grande número de jovens vem receber instrução junto deles, que são objecto de grande veneração. (…) A sua doutrina nasceu, pensa-se, na Britânia e foi daí trazida para a Gália. Hoje ainda, aqueles que querem ter um conhecimento mais profundo da doutrina vão geralmente instruir-se para lá. (…) Os druidas não costumam ir para a guerra nem pagar impostos como o resto dos Gauleses. São dispensados do serviço militar e ficam isentos de toda a espécie de encargos. Atraídos por tão grandes vantagens, muitos vêm espontaneamente seguir o seu ensinamento, mas muitos são-lhes mandados pelos pais ou parentes próximos. Aí decoram, ao que se diz, um grande número de versos. Por isso alguns permanecem durante vinte anos na escola. Eles consideram que a religião proíbe que esses ensinamentos sejam passados à escrita, enquanto que para o resto em geral, para as contas públicas e privadas, servem-se do alfabeto grego. Parece-me terem estabelecido essa prática por duas razões: porque não querem nem divulgar a sua doutrina, nem ver os seus alunos, confiando na escrita, negligenciar a memória. (…) O que tentam essencialmente incutir é que as almas não morrem mas passam, após a morte, de um corpo para outro. Esta crença parece-lhes particularmente propícia para estimular a coragem, ao suprimir o temor da morte. Também discutem muitíssimo sobre os astros e o seu movimento, sobre o tamanho do mundo e da terra, sobre a natureza das coisas, sobre a potência e o poder dos deuses imortais, e transmitem essas especulações à juventude. (…)

Servem-se do ofício dos druidas para esses sacrifícios [humanos]. De facto, pensam que o poder dos deuses imortais só pode ser apaziguado pagando a vida dum homem com a vida de outro homem. (…)

Todos os Gauleses pretendem descender de Dis Pater. É uma tradição que lhes foi transmitida pelos druidas. É por essa razão que medem o tempo pelo número de noites e não pelo de dias. (…)»*

É de vincar que, de um ponto de vista académico, não há qualquer prova de que os druidas tenham praticado sacrifícios humanos. Esta poderá ter sido mais uma contribuição astuta do militar Júlio César como forma de justificar a invasão da Gália e obter o apoio do povo romano.

* [Retirado de A Guerra das Gálias, Júlio César (tradução de Angelina Pires realizada a partir de uma edição em latim do séc. XVI), Edições Sílabo, Lisboa, 2004]
por Sofia Vaz Ribeiro (http://obod.com.pt)

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[A Roda do Ano Celta] Alban Arthan – A Luz de Artur (Solstício de Inverno) https://branmorrighan.com/2012/12/a-roda-do-ano-celta-alban-arthan-luz-de.html https://branmorrighan.com/2012/12/a-roda-do-ano-celta-alban-arthan-luz-de.html#comments Fri, 21 Dec 2012 19:31:00 +0000 O Tempo da Morte, do Renascimento e da Esperança

Segundo a terminologia druídica, a celebração deAlban Arthan corresponde ao Solstício de Inverno, anualmente por volta do dia 21 de Dezembro.

Alban Arthan é um termo galês que significa “Luz de Artur”, fazendo alusão ao facto desta ser a noite mais longa do ano, bem como o dia mais curto. É o dia em que o sol nasce mais a sul. Assim, celebra-se o renascimento do sol no ponto de maior escuridão. Daqui até ao Solstício de Verão os dias irão tornar-se gradualmente mais longos, altura que marcará a noite mais curta do ano: Alban Heffin. Desta forma, o ponto mais baixo, o nadir da luz marca também o inicio da sua lenta subida até ao zénite.

A celebração do Natal, na tradição cristã, tem origens bem mais remotas, como podemos atestar pelo culto a Mithra de origem persa, séculos antes do surgimento do cristianismo, mais tarde importado pelo Império Romano. o cristianismo e o mitraísmo têm diversas semelhanças entre si, das quais destacamos apenas o dia do nascimento do seu “fundador”: 25 de Dezembro.

Esta altura do ano corresponde no Ogham ao sabugueiro (ruis, em gaélico). O sabugueiro corresponde ao último signo do Ogham, se exceptuarmos as cinco vogais. Representa assim, justamente, o fim de um ciclo, bem como uma reflexão consciente sobre os actos do passado.

Em termos astrológicos, Alban Arthan assinala a entrada do Sol no signo de Capricórnio, regido por Saturno e pelo elemento terra, estando associado à estrutura, à responsabilidade, à organização e à materialização.

O Alban Arthan representa o nascimento do “Filho da Luz” – quer este se chame Mabon, na tradição druídica, Cristo, no cristianismo, ou Mithra no culto mitraico – no tempo de maior escuridão, frio e desolamento. É assim um símbolo de esperança, como o próprio Rei Artur, que vive adormecido dentro de cada Bardo à espera do seu despertar. Muitas vezes, é nas alturas de maior crise que surge esta “luz” que mostra novos caminhos e novas soluções.

É interessante referirmos que são vários os monumentos megalíticos que se encontram alinhados com o nascer do sol no Solstício de Inverno, como é o caso do templo de Newgrange, na Irlanda, e de Gavrinis, na Bretanha, para além do alinhamento de Stonehenge com o pôr do sol desta data.

Alexandre Gabriel

Mandrágora, O Almanaque Pagão 2011 – No Bosque Sagrado dos Druidas

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DRUIDAS PLANTAM BOSQUE SAGRADO EM ALCABIDECHE https://branmorrighan.com/2012/11/druidas-plantam-bosque-sagrado-em.html https://branmorrighan.com/2012/11/druidas-plantam-bosque-sagrado-em.html#respond Fri, 16 Nov 2012 09:40:00 +0000 A plantação de espécies autóctones terá lugar no próximo Sábado de manhã no Centro de Apoio Social do Pisão

A Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas (OBOD) organizou a Plantação de um Bosque Sagrado em Alcabideche, que se irá realizar amanhã, Sábado, 17 de Novembro, às 10h30 da manhã, no Centro de Apoio Social do Pisão (CASP).

Este evento integra-se no Programa de Plantação da Ordem, O Bosque Sagrado, e contará com a participação de diversos voluntários que irão plantar 48 pequenas árvores: 24 freixos e 24 urzes – ambas as espécies nativas do território português.

A plantação será realizada através de uma cerimónia druídica muito simples, com o objectivo de consagrar o espaço, honrar e respeitar o espírito do lugar e das árvores, para que este seja verdadeiramente um santuário sagrado que irradie paz, cura e harmonia.

Mais detalhes sobre a plantação na página da OBOD em www.obod.pt

SIMBOLISMO DO FREIXO E DA URZE

Segundo a Tradição, os antigos Druidas possuíam um alfabeto mágico chamado Ogham, que teria sido criado por Ogma (um deus irlandês) ou, segundo a tradição gaulesa, por Ogmios. Cada um dos caracteres deste alfabeto, para além da sua correspondência com o alfabeto latino, teria uma correspondência com um determinado tipo de árvore ou arbusto – isto se seguirmos a interpretação proposta pelo escritor Robert Graves no seu livro “A Deusa Branca”, publicado em 1948.

Assim, o freixo representa uma das árvores druídicas sagradas e simboliza a grande Árvore da Vida que liga os vários mundos visíveis e invisíveis (também conhecidos dos xamãs): o inferior, o médio e o superior. Na língua céltica é conhecido por Nion ou Nuin e corresponde à letra “n”. Segundo o escritor grego Hesíodo, o primeiro homem nasceu do freixo, e na mitologia nórdica esta árvore é conhecida como Yggdrasil, a Árvore do Mundo ou o Freixo Cósmico.

A urze está associada na mitologia celta à purificação e à cura, estando também ligada ao mundo das fadas. Na tradição escocesa, a urze é associada a Cailleach – a grande anciã. Este arbusto é conhecido em céltico como Ur e corresponde à letra “u”.

ACERCA DO PROGRAMAÇÃO DE PLANTAÇÃO DA ORDEM

Nos tempos antigos, os Bosques Sagrados eram lugares de refúgio e veneração para os Druidas. Dispostos no mundo natural como um templo ou uma capela, eles eram locais de refúgio espiritual: lugares para acalmar a mente, refrescar o espírito e dar conforto em alturas de aflição. Os Druidas de hoje continuam esta tradição de procurar clareiras tranquilas nos bosques e nas florestas, nos quais possam meditar e realizar cerimónias. E, para além disso, muitos Druidas contemporâneos estão a criar novos bosques sagrados – nos seus jardins, nas suas quintas ou em terrenos públicos.

Em 1988 a Ordem começou o Programa de Plantação “O Bosque Sagrado” – oferecendo apoio, aconselhamento e ajuda financeira aos membros da Ordem e às pessoas que queiram criar novos espaços sagrados por todo o mundo. Como resultado, foram plantadas milhares de árvores e centenas de bosques sagrados por todo o mundo. Estes bosques formam uma rede de santuários arbóreos – que irradiam paz e oferecem refúgio tanto à vida selvagem como à humanidade

Muitos destes bosques são pequenos santuários privados nos jardins dos membros, utilizando árvores nativas da terra em que são plantados ou – quando apropriado – árvores sagradas da tradição celta. Mas existem outros tipos de bosques que também podem ser plantados: como projectos comunitários, em escolas, que ajudem espécies de árvores em risco, ou que sejam santuários arbóreos dedicados à Paz ou àqueles que morreram. Gostaríamos de convidá-lo a juntar-se a este projecto. Mesmo que não tenha terreno, tempo ou dinheiro, há muitas formas de poder ajudar a criar esta rede de santuários por toda a Terra.

Se quiser encomendar uma cópia do opúsculo do “Programa de Plantação O Bosque Sagrado”, envie-nos um email.

PARA MAIS INFORMAÇÕES

Ordem dos Bardos, Ovates e Druidas (OBOD) | Plantação de Bosque Sagrado em Alcabideche | Programa de Plantação “O Bosque Sagrado”

CONTACTOS

Alexandre Gabriel – Editor

www.zefiro.pt | Email: info@zefiro.pt | Tlm: 914 848 900

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[A Roda do Ano Celta] Samhain – O Fim do Verão https://branmorrighan.com/2012/10/a-roda-do-ano-celta-samhain-o-fim-do.html https://branmorrighan.com/2012/10/a-roda-do-ano-celta-samhain-o-fim-do.html#respond Wed, 31 Oct 2012 11:16:00 +0000

31 de Outubro

O Tempo dos Antepassados, do Desapego e da Renovação

Samhain é um termo de origem gaélica que significa “fim do Verão”. Segundo vários autores, o Samhain marca também o início do novo ano celta. Os dias vão ficando cada vez mais curtos e frios e prenunciam o Inverno.

Tradicionalmente, o Samhain dura três dias, de 31 de Outubro até 2 de Novembro, altura em que o véu que separa o mundo do visível e invisível se torna mais ténue. À semelhança de Beltane, no lado oposto do ano, também era costume em Samhain acender-se fogueiras em honra dos antepassados, bem como fazer-lhes oferendas, uma vez que se dizia que eles vinham uma vez mais a este mundo nesta altura para comungar com os vivos.

Esta forte tradição, que ligava os vivos aos seus entes queridos já falecidos, conservou-se no cristianismo sob os nomes de Vigília de Todos os Santos, no dia 31 de Outubro, Dia de Todos os Santos, no dia 1 de Novembro e Dia de Todas as Almas, no dia 2 de Novembro. É mais conhecida actualmente na Europa e nos Estados Unidos pelo nome de Halloween (de “All Hallow’s Eve” – “Vigília de Todos os Santos”). Assim como as folhas caem de muitas árvores nesta altura, também o Druida deve abandonar aquilo que já não lhe faz falta, pois só assim se poderá “esvaziar”, tornando-se receptivo para aquilo que é realmente importante para si.

Pelo seu simbolismo particular, o Samhain está ligado sobretudo ao grau de Ovate, o vidente e xamã celta, que viaja entre os mundos.

Esta altura do ano corresponde no Ogham ao junco (ngetal, em gaélico). O junco simboliza a vitalidade e a celebração. Em termos astrológicos, o Samhain celebra-se durante o signo de Sagitário, regido por Júpiter e pelo elemento fogo, estando associado ao conhecimento, ao idealismo e à aventura.

Alexandre Grabriel

Mandrágora – O Almanaque Pagão 2011 – No Bosque Sagrado dos Druidas

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[A Roda do Ano Celta] Alban Elfed – A Luz da Água (Equinócio do Outono) https://branmorrighan.com/2012/09/a-roda-do-ano-celta-alban-elfed-luz-da.html https://branmorrighan.com/2012/09/a-roda-do-ano-celta-alban-elfed-luz-da.html#respond Sat, 22 Sep 2012 12:21:00 +0000

«A água é a esfera do Equinócio de Outono, Alban Elfed, o ano que mergulha no oceano.» Nuinn (Ross Nichols)

Na tradição druídica esta festividade chama-se Alban Elfed (“luz da água” em galês) e constitui a segunda das festas ligadas às colheitas, marcando assim o final desse período.

Aqui agradecemos à Grande Deusa pelos frutos da terra e pela sua bondade generosa. Nesta ocasião, dia e noite voltam a ter igual duração, à semelhança do que acontece no Equinócio da Primavera.

Porém, rapidamente as noites serão cada vez maiores à medida que o Inverno se vai acercando. Tal é a lei perene que rege a Natureza. Toda a Natureza é cíclica.

Tirado do facebook da OBOD

Mais sobre este dia no Blog Morrighan: http://branmorrighan.blogspot.pt/search/label/Alban%20Elfed

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