Fernando Pessoa – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 04:46:17 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Fernando Pessoa – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Citações Aleatórias #16 https://branmorrighan.com/2014/10/citacoes-aleatorias-16.html https://branmorrighan.com/2014/10/citacoes-aleatorias-16.html#respond Fri, 17 Oct 2014 10:15:00 +0000

“A procura da verdade – seja a verdade subjectiva do convencimento, ou objectiva da verdade, ou a social do dinheiro e do poder – traz sempre consigo, se nele se emprega quem merece prémio, o conhecimento último da sua inexistência. A sorte grande da vida sai somente aos que compraram por acaso.

A arte tem valia porque nos tira de aqui. “

em, O Livro do Desassossego, Bernardo Soares, Fernando Pessoa

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Citações Aleatórias #14 https://branmorrighan.com/2014/07/citacoes-aleatorias-14.html https://branmorrighan.com/2014/07/citacoes-aleatorias-14.html#respond Sun, 13 Jul 2014 22:04:00 +0000 “Tudo quanto o homem expõe ou exprime é uma nota à margem de um texto apagado de todo. Mais ou menos, pelo sentido da nota, tiramos o sentido que havia de ser o do texto; mas fica sempre uma dúvida, e os sentidos possíveis são muitos.”

Fernando Pessoa

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Citações Aleatórias #13 https://branmorrighan.com/2014/07/citacoes-aleatorias-13.html https://branmorrighan.com/2014/07/citacoes-aleatorias-13.html#respond Fri, 11 Jul 2014 11:38:00 +0000 “Dá-se em mim uma suspensão da vontade, da emoção, do pensamento, e esta suspensão dura magnos dias. (…) Nesses períodos de sombra, sou incapaz de pensar, de sentir, de querer. (…) Não posso; é como se dormisse e os meus gestos, as minhas palavras, os meus actos certos, não fossem mais que uma respiração periférica, instinto rítmico de um organismo qualquer.”

– Em, O Livro do Desassossego

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Hoje, lançamento de inéditos de Fernando Pessoa na Casa Fernando Pessoa https://branmorrighan.com/2014/07/hoje-lancamento-de-ineditos-de-fernando.html https://branmorrighan.com/2014/07/hoje-lancamento-de-ineditos-de-fernando.html#respond Thu, 03 Jul 2014 11:33:00 +0000

Casa Fernando Pessoa recebe lançamento de inéditos do poeta

incluídos na obra No Matter What We Dream: Selected English Poems

A Casa Fernando Pessoa recebe hoje o lançamento de uma colectânea de poesia do poeta, escrita em língua inglesa e que inclui poemas inéditos. No Matter What We Dream: Selected English Poems é o segundo volume da coleção «Fernando Pessoa», numa edição da Tell a Story dirigida por Patricio Ferrari e Jerónimo Pizarro. A apresentação da obra será feita por Susan Margaret Brown, da Universidade de Iowa.

A apresentação decorre no âmbito de «Fernando Pessoa’s English Poetry: A Tribute to Georg Rudolf Lind», um colóquio focado no trabalho em língua inglesa do poeta. Com organização de Patricio Ferrari, entre as 15.00 e as 20.45, dez oradores falarão sobre o tema, e o evento decorrerá nas línguas portuguesa e inglesa.

No Matter What We Dream: Selected English Poems é o segundo volume da coleção «Fernando Pessoa». A Tell a Story lança hoje a coleção com Disquiet Lisbon, o primeiro volume, editado por Jerónimo Pizarro.

A Tell a Story, criada em 2013 como livraria itinerante de autores portugueses em inglês, deu início à sua atividade como editora em junho de 2014, com a edição de Jesus Christ Drank Beer (Jesus Cristo Bebia Cerveja), de Afonso Cruz. A coleção «Fernando Pessoa» é a sua segunda aposta. Com estas edições, a Tell a Story pretende dar resposta a algumas das obras mais procuradas pelos turistas em Portugal.

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Opinião: Como Viver (ou não) em 777 Frases de Fernando Pessoa organização Richard Zenith https://branmorrighan.com/2014/06/opiniao-como-viver-ou-nao-em-777-frases.html https://branmorrighan.com/2014/06/opiniao-como-viver-ou-nao-em-777-frases.html#respond Wed, 18 Jun 2014 20:42:00 +0000

Como Viver (ou não) em 777 Frases

Fernando Pessoa

Editora: Quetzal

Sinopse: Um livro de autoajuda de um dos maiores autores de Língua Portuguesa de todos os tempos. Disposto em 7 secções temáticas, precedidas por 7 frases preparatórias e sucedidas por uma conclusão em 7 frases, é este um extraordinário conjunto de reflexões e conselhos úteis para lidarmos com o misterioso e nem sempre cómodo facto de existirmos.

A Vida Vivida / A Vida Eterna / A Vida da Imaginação / A Vida Afectiva / A Vida Pensada / A Vida do Eu Inúmero / A Vida não Vivida. Todos os grandes temas tratados em pequenos trechos de uma imensa genialidade. Para ler de rajada, ou como um oráculo ou um Livro de Horas.

Escolha, organização e notas de um dos mais notáveis pessoa nos do nosso tempo, galardoado em 2013 com o Prémio Pessoa.

Opinião: Sou da opinião que quem alguma vez leu Fernando Pessoa, quer se tenha tornado um leitor inveterado ou não, tem de reconhecer que o homem, com todas as suas particularidades, era um escritor extraordinário com capacidades até hoje inigualáveis. A sua obra é vasta, variada, e graças aos seus heterónimos com conteúdo para todos os gostos. Sou possuidora de boa parte dela – parece impossível ser de toda – e quando vi que este livro ia ser publicado, fiquei imediatamente em estado de alerta, ansiosa por pegar nele.

Não sei se concordo com a classificação “autoajuda”. Fernando Pessoa mal se ajudava a si mesmo, quanto mais aos outros! Porém, a verdade é que enquadrando cada uma das frases, em cada um dos temas, é certo que muitas vezes encontramos em palavras aquilo que não conseguimos expressar ou atitudes que queremos tomar, mas das quais não tínhamos consciência até nos depararmos com elas. Eu própria sou suspeita, utilizo inúmeras vezes O Livro do Desassossego para muitas vezes mitigar os meus estados de espírito e conciliar-me com o que me perturba. Se calhar o termo “autoajuda” faz mesmo sentido.

Em Como Viver (ou não) em 777 Frases encontramos uma compilação, organizada por Richard Zenith, bastante rica e centrada nas emoções, na postura perante a vida e na importância e controlo que o ser humano tem realmente enquanto vive. Houve uma frase, em particular, que me tocou bastante:

É fantástico a gente sentir o que não quer e ter

um coração independente.

Este é um pequeno exemplo do confronto que muitas vezes é dado entre o não querermos aceitar que nem sempre temos o poder de moldar o que nos rodeia, muito menos as nossas emoções. 

Um dos capítulos mais fortes, sem sombra de dúvidas, é o A Vida Não Vivida. Para além de incitar a um desnudamento de vontades, enaltecendo o poder que se ganha com o desprendimento, também coloca frente a frente a intenção de um acto versus a sua consequência, muitas vezes imprevisível mesmo sob as melhores das intenções.

Esta é então uma obra que reúne muito do que foi/é Fernando Pessoa, nas suas mais variadas peles e estados de espírito. Em algumas partes iremos rever-nos completamente, noutras vamos ficar a pensar e quando damos conta estamos em profundas discussões filosóficas connosco mesmos e as restantes ser-nos-ão indiferentes. No fundo, e tendo em conta o leque todo, fica a sensação que realmente é impossível viver sem ir revisitando este nosso grande poeta. 

Ser poeta não é uma ambição minha.

É a minha maneira de estar sozinho.” (Alberto Caiero)

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Há 126 anos nasceu uma relíquia do nosso panteão! https://branmorrighan.com/2014/06/ha-126-anos-nasceu-uma-reliquia-do.html https://branmorrighan.com/2014/06/ha-126-anos-nasceu-uma-reliquia-do.html#respond Fri, 13 Jun 2014 13:45:00 +0000

Faz 126 anos que nasceu aquele que se veio a tornar num dos maiores gigantes da nossa literatura. Para mim, o maior do seu tempo e uma constante presença no meu presente. Seja em ortónimo ou heterónimo, Fernando Pessoa conseguiu com que se tornasse impossível não haver parte da sua obra que pudesse de servir de inspiração a qualquer ser humano. 

O meu preferido? O Livro do Desassossego. Em miúda era louca por Álvaro de Campos, naqueles tempos em que a nossa adolescência conseguia ser algo dramática. Passei a minha fase de Alberto Caeiro, menos de Ricardo Reis, mas foi no próprio Fernando Pessoa e no derradeiro Bernardo Soares que me vinculei como a nenhum outro escritor.

Adoro quando me dão aqueles impulsos de abrir aleatoriamente o Livro do Desassossego e ler as passagens que aí estão. E pronto, é isto. Em dia de aniversário ou não, para mim ele é eterno.

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125 Anos de Fernando Pessoa! https://branmorrighan.com/2013/06/125-anos-de-fernando-pessoa.html https://branmorrighan.com/2013/06/125-anos-de-fernando-pessoa.html#comments Thu, 13 Jun 2013 11:56:00 +0000

A foto de “Fernando Pessoa em flagrante delitro” (dedicatória na fotografia que ofereceu à namorada Ophélia Queiroz em 1929) 

Há 125 anos nascia, em Lisboa, o poeta Fernando Pessoa!

Retirado de: https://www.facebook.com/projetomemoria

Adoro Pessoa, tenho a sua obra completa (publicada) e não me canso de o visitar vezes e vezes sem conta. Abençoado seja o seu talento com tudo o que isso implica. Seja esquizofrénico, tenha múltiplas personalidades, eu não quero saber. Ele era um génio, muito à frente do seu tempo.

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Opinião: ‘O Corvo e Outros Poemas’ + ‘A Filosofia da Composição’ de Edgar Allen Poe com Tradução de Fernando Pessoa https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-o-corvo-e-outros-poemas.html https://branmorrighan.com/2013/01/opiniao-o-corvo-e-outros-poemas.html#respond Tue, 29 Jan 2013 11:46:00 +0000

O Corvo e Outros Poemas

Edgar Allen Poe

Editora: Calçada das Letras

Livro: Edição bilíngue, inglês-português, de um clássico da literatura. A tradução dos poemas para português é de Fernando Pessoa, ritmicamente conforme o original.

Opinião: O Corvo e Outros Poemas pela edição Calçada das Letras de Edgar Allan Poe, apresenta-nos os poemas ‘O Corvo’, ‘Annabel Lee’ e ‘Ulalume’. Após a leitura destes magníficos poemas, somos ainda presenteados com o texto ‘A Filosofia da Composição’ por parte Poe em que este explica a construção do poema ‘O Corvo’.

Cada poema vem tanto em inglês como em português, sendo esta última versão traduzida por Fernando Pessoa. Tenho de confessar que prefiro muito mais os poemas em inglês do que em português. Em parte, talvez porque embora tenha completa admiração por Pessoa, enquanto poeta português, não gosto da sua tradução ao poema O Corvo. Já a versão traduzida por Machado de Assis, que não vem nesta edição, mas que podem encontrar aqui, parece-me mais adequada.

Quando ao texto ‘A Filosofia da Composição’, penso que poderia ficar horas a dissertar sobre o mesmo. Assertivo e pragmático, Poe começa por explicar a intenção por trás da elaboração do poema ‘O Corvo’. Saliento aqui algumas das suas afirmações:

(…)Tendo, portanto, escolhido um assunto de romance e a seguir um vigoroso efeito para produzir, procuro se será melhor salientá-lo pelos incidentes se pelo tom, ou por incidentes vulgares e um tom especial, ou por incidentes singulares e um tom ordinário, ou por uma singularidade igual de tom e de incidentes; e, depois, procuro em meu redor, ou antes, em mim próprio, as combinações de eventos ou de tons que possam ser os mais adequados para criar o efeito em questão.”

Penso que este texto é fértil em pontos sensíveis quando se decide escrever uma obra. Mais, o autor consegue transmitir igualmente o efeito que um poema deve ter no leitor, ora vejamos:

(…)E desde já digo: Não. Aquilo  que chamamos um poema comprido não passa, na realidade, duma sucessão de poemas curtos, isto é, de efeitos poéticos breves. Inútil se torna dizer que um poema só é um poema enquanto eleva a alma e lhe proporciona uma excitação intensa; e, por uma necessidade psíquica, todas as excitações intensas são de curta duração.”

Ler estes poemas e este artigo de Poe deu-me uma vontade imensa de fazer outras quantas publicações sobre pontos específicos que o autor aponta no seu texto. Talvez o venha a fazer. Leiam, vale a pena.

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Poesia Aleatória #1 – Fernando Pessoa https://branmorrighan.com/2013/01/poesia-aleatoria-1-fernando-pessoa.html https://branmorrighan.com/2013/01/poesia-aleatoria-1-fernando-pessoa.html#comments Wed, 02 Jan 2013 10:51:00 +0000

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

― Fernando Pessoa

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[Carta a Ophélia Queiroz – 1 Março 1920] de Fernando Pessoa https://branmorrighan.com/2012/05/carta-ophelia-queiroz-1-marco-1920-de.html https://branmorrighan.com/2012/05/carta-ophelia-queiroz-1-marco-1920-de.html#respond Tue, 08 May 2012 13:01:00 +0000

Ophelinha:

Para me mostrar o seu desprezo, ou, pelo menos, a sua indiferença real, não era preciso o disfarce transparente de um discurso tão comprido, nem da série de «razões» tão pouco sinceras como convincentes, que me escreveu. Bastava dizer-mo. Assim, entendo da mesma maneira, mas dói-me mais.

Se prefere a mim o rapaz que namora, e de quem naturalmente gosta muito, como lhe posso eu levar isso a mal? A Ophelinha pode preferir quem quiser: não tem obrigação — creio eu — de amar-me, nem, realmente necessidade (a não ser que queira divertir-se) de fingir que me ama.

Quem ama verdadeiramente não escreve cartas que parecem requerimentos de advogado. O amor não estuda tanto as coisas, nem trata os outros como réus que é preciso «entalar».

Porque não é franca para comigo? Que empenho tem em fazer sofrer quem não lhe fez mal — nem a si, nem a ninguém —, a quem tem por peso e dor bastante a própria vida isolada e triste, e não precisa de que lha venham acrescentar criando-lhe esperanças falsas, mostrando-lhe afeições fingidas, e isto sem que se perceba com que interesse, mesmo de divertimento, ou com que proveito, mesmo de troça.

Reconheço que tudo isto é cómico, e que a parte mais cómica disto tudo sou eu.

Eu-próprio acharia graça, se não a amasse tanto, e se tivesse tempo para pensar em outra coisa que não fosse no sofrimento que tem prazer cm causar-me sem que eu, a não ser por amá-la, o tenha merecido, e creio bem que amá-la não é razão bastante para o merecer. Enfim…

Aí fica o «documento escrito» que me pede. Reconhece a minha assinatura o tabelião Eugénio Silva.

1.3.1920.

Fernando Pessoa

1-3-1920

Cartas de Amor. Fernando Pessoa. (Organização, posfácio e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiroz.) Lisboa: Ática, 1978 (3ª ed. 1994).

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