Fotografia – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Sat, 09 Jan 2021 12:39:55 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Fotografia – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Diário de Bordo] Algumas imagens da viagem a Zakopane https://branmorrighan.com/2019/02/algumas-imagens-sobre-zakopane.html https://branmorrighan.com/2019/02/algumas-imagens-sobre-zakopane.html#respond Tue, 12 Feb 2019 20:26:00 +0000

Já estou de regresso a Portugal, mas ainda a tentar lidar com tudo o que tenho em atraso. Não me arrependo. A ida à Polónia, com estadia em Cracóvia e Zakopane, para o Winter Workshop in Complex Systems, foi das melhores decisões que podia ter tomado. Nunca tinha estado com temperaturas negativas, muito menos andado na neve (pois, nunca fui à Serra da Estrela com neve), mas valeu tudo a pena. As pessoas do WWCS foram espetaculares e acabei a ter a dose certa de boa disposição, descontração e ainda muita concentração. 

Apresentei um tutorial e ainda trabalhei em três projectos distintos. Talvez venha a falar deles mais tarde. Todos têm potencial para serem continuados no futuro e darem resultados muito interessantes. A parte mais intensa do WWCS ocorreu em Zakopane onde tirei estas fotografias com o meu modesto telemóvel. Tive a oportunidade de fazer pequenos hikings e foi nessas alturas que aproveitei para tentar captar um pouco a beleza do que nos rodeava. 

Achei engraçado que onde quer que jantássemos as porções eram pura e simplesmente gigantescas, provavelmente devido à demografia e ao clima. Uma coisa que não achei muito fácil foi ser-se vegetariano por lá! Havia sempre dezenas de pratos de carne disponíveis, mas vegetarianos só eram certos os dumplings recheados de espinafres e, com sorte, uma sopa sem carne. Sim, até as saladas-refeição tinham carne. Quando regressei a Cracóvia, a história já foi um pouco diferente e, inclusive, acho que tive uma das melhores refeições da minha vida por lá. Mais pormenores sobre isso na devida entrada do blogue. 

Com a entrada do novo semestre universitário já aí, trabalho é coisa que não me falta e há algumas decisões que vou ter de tomar em relação à gestão do blogue… Mas veremos o que se segue. Uma coisa é certa: a minha paixão pelos livros e pela música nunca irá desaparecer. Nos próximos dias divulgarei os vencedores dos passatempos de Dezembro/Janeiro e o João Morales também continuará a colaborar com os seus magníficos textos. Sobre livros, espero brevemente escrever sobre o livro Destemida. Li-o todo ontem, por entre a tempestade de atraso de vôos e os próprios vôos longos. Adorei! Obrigada por continuarem desse lado e até breve. 

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[Diário de Bordo] De Helsínquia à Old Town de Tallinn https://branmorrighan.com/2018/05/diario-de-bordo-de-helsinquia-old-town.html https://branmorrighan.com/2018/05/diario-de-bordo-de-helsinquia-old-town.html#respond Mon, 21 May 2018 14:39:00 +0000 Fotografia Jorge Oliveira

Sexta-feira foi dia de folga da conferência e eu e o Jorge decidimos ir até à Estónia marcar mais um pin no nosso mapa. Fizemos um dos vários trajectos disponíveis para Tallinn no enorme barco que poderão ver nas fotografias. Lá dentro havia supermercado, imensos bares, palcos com música ao vivo, esplanada panorâmica, lojas de roupa e acessórios… Um autêntico mundo! 

Chegados a Tallinn, se houve coisa que me surpreendeu é que é extremamente fácil, e até económico, ser-se vegetariano ou até Vegan. Existem várias opções e o restaurante a que fomos, o primeiro que aparece na sequência de fotos, tinha pratos completamente deliciosos e mais baratos que uma cerveja em Helsínquia… Adoro Helsínquia, a sério que sim, não fosse a questão do Inverno e das horas sem verdadeira luz solar até ponderava ir lá passar uns meses. Porém os preços, com bolsa de doutoramento portuguesa, são bastante impraticáveis. Claro que eles lá ganham quase o triplo de nós, por isso, fazendo as contas, se calhar até nem é assim tão caro. 

Voltando a Tallinn, visitámos principalmente a cidade antiga, com os seus edifícios em pedra e casinhas tão diversas em termos de cores e formas. Depois de ter estado na cidade antiga de Dubrovnik, Tallinn pareceu-me um pouco menos deslumbrante, mas acho que vale completamente a pena ser explorada, principalmente por alguns dos estabelecimentos que tem por lá. Para além do restaurante vegetariano maravilhoso onde almoçámos, tem uma casa de vinis usados super querida (embora o dono seja um pouquinho estranho), tem também uma casa com crepes, tanto doces como salgados, que são baratos e muito, muito bons, e ainda tem o Olde Hansa, uma espécie de casa/cervejaria em que parece que entramos noutra dimensão onde duendes, princesas e fadas do lar parecem uma realidade. Provei lá uma cerveja preta com mel, pensava que ia ser uma espécie de hidromel, mas honestamente não achei assim tão saborosa. 

Pelas fotografias poderão ver um pouco da arquitectura tanto dentro como nos arredores da cidade antiga. As viagens duraram cerca de duas horas e meia cada uma, o que serviu para colocar as leituras em dia já que consegui ler um livro, Tenho de Saber (editado pela Planeta), no conjunto das duas viagens. Enquanto uns liam outros compravam paletes e paletes de álcool! É verdade, estes “cruzeiros” são conhecidos como os booze cruises entre Helsínquia e Tallin. Na Finlândia existem regras restritas em relação ao álcool, incluindo horas a partir das quais não é permitido comprar álcool nos supermercados, para além do preço das bebidas alcoólicas ser bastante elevado. Como em Tallin, e nestes cruzeiros, as bebidas são mais baratas, não foi raro ver carrinhos de compras só com paletes das mais variadas bebidas…

Brevemente escreverei outro Diário de Bordo a resumir o final de tarde de Quinta-feira e a manhã de Sábado, ambos passados em Helsínquia. Fica este pequeno testemunho completamente dedicado então a Tallinn. 

Fotografias do Jorge Oliveira, a não ser quando ele aparece. Essas fui eu :b

E agora as fotos de telemóvel!

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[9 Anos Blog BranMorrighan] Nial, Jerónimo, Grandfather’s House, Jonny Abbey e :papercutz na Festa do Maus Hábitos em Fotografia! https://branmorrighan.com/2018/02/9-anos-blog-branmorrighan-nial-jeronimo.html https://branmorrighan.com/2018/02/9-anos-blog-branmorrighan-nial-jeronimo.html#respond Mon, 05 Feb 2018 14:40:00 +0000

Fotografias Jorge Oliveira

Dia 2 de Fevereiro de 2018 foi um dos dias mais especiais vividos através do blogue. Foi o dia de comemoração do nono aniversário do BranMorrighan no Maus Hábitos e no fim o sentimento só podia ser de alegria e gratidão. Tendo levado quatro concertos de estilos tão diferentes, ainda por cima sem as ter visto ao vivo, tinha tudo para ser imprevisível, mas foi tudo do melhor. A partilha de apoio e reconhecimento entre as bandas e o blogue fez com que tudo corresse de feição. Do soundcheck ao jantar, dos concertos ao djset, não faltou boa disposição, uma entrega incrível e um deslumbramento ainda maior. O Maus Hábitos recebeu-nos impecavelmente, como sempre, e a casa este composta do início ao fim. Dito isto, só quero deixar o maior dos agradecimentos a todos os presentes e dizer-vos que me sinto mesmo uma sortuda. Nial, Jerónimo, Grandfather’s Houser, Jonny Abbey e :papercutz, vocês foram absolutamente PERFEITOS. Foi maravilhoso produzir este aniversário convosco. Estarei sempre aqui para o que precisarem e podem contar sempre com todo o apoio do BranMorrighan. Obrigada ao Maus Hábitos, principalmente ao Salgado (o maior patrão), ao Casaleiro (dos melhores técnicos de som que conheço), ao Tiago e ao Confra (por todo o apoio logístico) e, por último, mas não menos importante, ao Jorge Oliveira que se estreou a fotografar para o blogue! Para o ano comemoramos uma década e a fasquia não podia estar mais alta. Obrigada por fazerem com que todo o meu esforço e trabalho valha a pena! Tenho a certeza que ainda nos vamos cruzar muitas vezes 🙂 

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[Texto Ana Cláudia Silva] serão as cidades que nos definem? https://branmorrighan.com/2018/01/texto-ana-claudia-silva-serao-as.html https://branmorrighan.com/2018/01/texto-ana-claudia-silva-serao-as.html#respond Thu, 11 Jan 2018 10:20:00 +0000

serão as cidades que nos definem?

ou de que forma podemos definir-nos?

sabes aquela sensação de deja-vu?

é o que sinto neste momento.

neste.

exacto.

momento.

novo ano a recomeçar,

fim do mês é o sinal.

mudança: aguardar a esperança nesta cidade / arrumar tudo e partir.

diz o ditado: “se a vida te dá limões…” o melhor é colher laranjas.

estejam elas podres ou suculentas – porque tudo faz parte da aprendizagem da vida.

Ana Cláudia Silva

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[Fotografias] Escritaria 2017 – Homenagem a Miguel Sousa Tavares – Dia 21 de Outubro https://branmorrighan.com/2017/10/fotografias-escritaria-2017-homenagem_22.html https://branmorrighan.com/2017/10/fotografias-escritaria-2017-homenagem_22.html#respond Sun, 22 Oct 2017 11:12:00 +0000 Miguel Sousa Tavares no Escritaria 2017

Fotografias por Sofia Teixeira

Existem Sábados especiais e este, dia 21 de Outubro, foi sem dúvida um deles. Entre hoje e amanhã farei um post dedicado ao Escritaria, com descrições e pormenores sobre os dias. Para já ficam as fotografias que fui tirando *com a minha relíquia Rebel XSI*. Mais uma vez, lamento que a qualidade não seja espectacular, mas o que importa é o que cada imagem transmite e penso que estas transmitem mesmo muito do que se vive em Penafiel durante estes dias de homenagem. Até já! 

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[FOTOGRAFIAS] Escritaria 2017 – Homenagem a Miguel Sousa Tavares – Dia 20 de Outubro https://branmorrighan.com/2017/10/fotografias-escritaria-2017-homenagem.html https://branmorrighan.com/2017/10/fotografias-escritaria-2017-homenagem.html#respond Sat, 21 Oct 2017 12:10:00 +0000

 

Fotografias Sofia Teixeira

Bom dia! Aqui o tempo urge e, como tal, farei o texto completo sobre este belo Escritaria no final do festival. No entanto, ontem foi um dia muito especial e não quis deixar de partilhar convosco algumas das fotografias que consegui ir tirando com a minha patusca Canon Rebel XSI. Para quem entende de fotografia, esta é uma máquina com ISO máximo de 1600 e a maior parte das fotografias foi tirada com ISO 800… Lamento o grão, mas foi o que se conseguiu arranjar! Como sempre, Penafiel fervilha de vida, de paixão pela literatura, e Miguel Sousa Tavares tem contribuído de forma genuína e grata. Vale a pena vir viver Penafiel o ano todo, mas sem dúvida que durante um Escritaria as coisas ganham toda uma outra dimensão. A arte é, sem dúvida, uma forma de viver. Até já! 

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[Foto Reportagem] 8º Aniversário BranMorrighan no Maus Hábitos! Aventura pelo Porto com The Rite of Trio, Few Fingers, Surma, Then They Flew e Malibu Gas Station https://branmorrighan.com/2017/02/foto-reportagem-8-aniversario.html https://branmorrighan.com/2017/02/foto-reportagem-8-aniversario.html#respond Mon, 06 Feb 2017 19:18:00 +0000

O PORTO É AMOR!

Fotografias da nossa aventura com a câmara do Nuno Capela, mas com fotografias não só dele como minhas e do Eugénio Ribeiro. Brevemente o Diário de Bordo, com menos fotografias, quem sabe com outras, com o testemunho da aventura que foi! Com Maus Hábitos, The Rite of Trio, Few Fingers, Surma, Then They Flew e Malibu Gas Station! Só quero deixar claro que sou a pessoa mais grata do mundo por ter estas pessoas na minha vida! Muito obrigada a todos os que tornaram o dia 3 de Fevereiro uma realidade tão boa! Mil beijos!

PS: Fotografias tiradas na Torre dos Clérigos, na Lello, na Leica, nos Aliados, no Maus Hábitos e num ou outro sítio extra. Beijos! 

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[Foto Reportagem] 8º Aniversário BranMorrighan – Daily Misconceptions, Mira, Un Lobo!, First Breath After Coma, por André Anónimo https://branmorrighan.com/2017/01/foto-reportagem-8-aniversario-2.html https://branmorrighan.com/2017/01/foto-reportagem-8-aniversario-2.html#respond Mon, 09 Jan 2017 13:54:00 +0000

Fotografias André Anónimo

Enquanto não tenho tempo para escrever sobre esta noite magnífica, deixo-vos um cheirinho do que foi pela lente do André Anónimo que esteve connosco desde o soundcheck até ao último segundo. Muito obrigada, André! Foi mesmo uma noite bonita! Obrigada Daily Misconceptions, Mira, Un Lobo! e First Breath After Coma. Foi mesmo uma comemoração do caraças! Até já 🙂 

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[8 Anos Blog BranMorrighan] O Luís Costa e o seu tão especial Gente Com Música Dentro https://branmorrighan.com/2016/12/8-anos-blog-branmorrighan-o-luis-costa.html https://branmorrighan.com/2016/12/8-anos-blog-branmorrighan-o-luis-costa.html#respond Mon, 19 Dec 2016 12:38:00 +0000

O Luís! Das pessoas mais humildes, mais simples e mais talentosas que eu conheço. O primeiro contacto foi via You can’t win, Charlie Brown, mas cedo descobri o seu trabalho a solo e também aí fiquei completamente fã. A última surpresa, e que bela surpresa, foi o seu Gente Com Música Dentro, o seu tumblr onde partilha a sua paixão pela fotografia e na qual não é menos dotado do que no seu talento musical. E existe esta particularidade em relação às suas fotografias que eu acho muito curiosa: nota-se um carinho enorme por aquilo que está a fotografar. Os momentos que escolhe registar, parecem falar connosco, contando-nos uma história que é só dele, mas que de alguma maneira salta para nós. Dá para perceber que são momentos especiais, diferentes, houve algo que ele procurou ali ou que lhe disse alguma coisa. Essa energia tão única, juntando às palavras que muitas vezes deixa sobre quem fotografa, faz do Gente Com Música Dentro um dos sítios mais especiais e queridos da web. É pessoal sim, mas não é a história do mundo feita também de momentos individuais que se tornam colectivos? Grande beijinho, Luís, e já sabes que te vou chatear para sempre com Aquele assunto! Eheheh 🙂 

Apercebi-me ao escrever este texto que o Bran Morrighan começou praticamente ao mesmo tempo que os You can’t win Charlie Brown, apenas com alguns meses de diferença. Olhando para trás, é giro ver como 2 projectos nascidos da carolice dos seus autores acabaram por crescer de uma forma bastante inesperada e ganharam uma dimensão que nenhum de nós poderia imaginar.

Talvez por conhecer bem as dificuldades de levar para a frente projectos destes enquanto se tenta conciliar mil e uma actividades diferentes, ganhei uma admiração enorme pela Sofia e pela sua energia e entusiasmo inesgotáveis. A paixão que ela tem por aquilo que faz é óbvia na forma como escreve, só assim se entende como uma pessoa sozinha conseguiu construir uma referência incontornável da blogosfera.

Por isso, quando ela me convidou para fazer uma pequena participação na celebração dos 8 anos do blog, nem hesitei – é claro que depois falhei o prazo inicial que ela me deu, mas toda a gente sabe que a intenção e a acção nem sempre andam ao mesmo ritmo! 😉

Um dos projectos em que a Sofia me tem apoiado incondicionalmente tem sido a fotografia, que apesar de ser uma paixão antiga só recentemente é que comecei a levar um pouco mais a sério. Felizmente é um hobby que se conjuga facilmente com a música: nos últimos 2 anos a máquina fotográfica tem-me acompanhado sempre nos You can’t win Charlie Brown e acabei por acumular umas boas centenas de fotos da banda, da perspectiva de um agente infiltrado.

Para este desafio da Sofia, escolhi algumas fotos que resumem este ano incrível que tivemos, mais focadas no “behind the scenes” porque sempre achei esse lado mais interessante do que as tradicionais fotos de concerto ou de sessões fotográficas planeadas.

Gravações Marrow – HAUS, Abril 2016

Festival Fica na Cidade – Funchal, Junho 2016

Festival Indie Music Fest – Baltar/Paredes, Setembro 2016

Gravação videoclipe Pro Procrastinator – Estúdio 15A (Pataca Discos), Setembro 2016

Gravação do programa “No Ar” para a RTP/Antena 3 – Setembro 2016

Concerto Casa das Artes de Famalicão – Outubro 2016

Cineteatro António Lamoso – Sta. Maria da Feira, Novembro 2016

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10 ANOS de Marmelo online em Entrevista! https://branmorrighan.com/2016/12/10-anos-de-marmelo-online-em-entrevista.html https://branmorrighan.com/2016/12/10-anos-de-marmelo-online-em-entrevista.html#respond Wed, 14 Dec 2016 14:11:00 +0000 Vera Marmelo – http://veramarmelo.pt/

http://v-miopia.blogspot.pt/

Adoro a Vera. É um bocado daquelas coisas que não se explicam muito bem, porque não convivemos assim tanto, mas adoro a sua paixão pelo que faz, pelas pessoas, pela forma como nos faz sentir tanto através da sua lente, mas ainda mais através da sua pessoa, do (pouco) que partilhamos com ela. Tem o seu v-miopia há dez anos, e há dez anos que marca as pessoas que fotografa. Nesta passada Segunda-feira, não só comemorou o seu aniversário como o do seu blogue, no atelier DESISTO. Fica aqui uma pequena conversa com a Vera, tal como alguns registos desse dia e ainda muito mais informação se continuarem curiosos! Minha querida Vera, venham muitos mais 10 anos :))! 

Uma década de retratos, concertos e emoções registadas em fotografia online, no teu v-miopia. Consegues apontar o momento, ou a motivação, para o começares a fazer?

A minha urgência em estar perto das pessoas que estavam a fazer coisas na minha cidade!

Parar e olhar à minha volta, para perceber que aqueles miúdos estavam a fazer acontecer coisas! E, o meu querer pertencer, fazer parte daquilo tudo, só se podia resolver a juntar-me a eles, com as ferramentas que tinha.

De que forma é que a fotografia entrou na tua vida?

Por necessidade. De um momento para o outro pareceu-me que a coisa mais natural a fazer era documentar o que se estava a passar. Tinha uma pequena máquina fotográfica nas mãos e estava tudo certo. Mas a razão nunca foi a fotografia por si, foi sim a minha vontade de registar o que estava a acontecer.

A tua profissão tem muito pouco a ver com este teu lado que é o que a maior parte das pessoas conhece. Tem sido fácil conciliar a engenharia com a fotografia? Será caso para dizer que uma existe para alimentar a outra?

Há um equilíbrio estranho entre as duas actividades. 

Por mais estranho que possa parecer, aprecio a rotina da engenharia, em doses moderadas, aprecio ter horários e acima de tudo a sensação de ter uma profissão mais terra-a-terra, que tem como objectivo melhorar a qualidade de vida das pessoas. Tenho esta necessidade de fazer uma coisa que é comum e palpável para qualquer ser-humano. 

Na fotografia  celebro constantemente a energia das pessoas que me rodeiam, a quantidade de sítios onde vou e a energia que está sempre presente nestes momentos. Há um carácter muito de convívio, celebração que não se pode negar e isso faz com que de certa forma fotografar se confunda muito com “viver”. E, em última instância, passaram-se tantos anos (10!) desde que comecei a fazer isto que, continuar a estar entusiasmada e curiosa como estou, só pode dever-se a algo muito simples. Gosto mesmo disto!

Portanto sim, encontro entre estas duas coisas um certo equilíbrio. O dia e a noite.

Vera Marmelo

O teu registo fotográfico é já, há muito tempo, uma imagem de marca. É algo que as pessoas olham e mesmo sem ter créditos conseguem dizer que é da Vera Marmelo. O que é que o teu olhar, quando decides fazer um disparo, procura para que este fenómeno se dê. Parece-me que acaba por ser algo muito pessoal, ou estou enganada?

Nada é muito consciente, mas a verdade é que há sempre uma linha, uma relação entre imagens e momentos. 

E sim, terás razão, é cada vez mais pessoal e, na maior parte do tempo, estou a fazer isto para mim, estou a acumular imagens que me são queridas. 

Neste site, especialmente nas categorias dos retratos e das fotos ao vivo, o plano era mostrar exactamente isso, o sítio para onde quero ir. 

E quanto ao processo de edição? Que importância é que tem nas tuas fotografias?

Falando na edição, processo de selecção, ganha, cada vez mais, um peso gigante!

Para construir o site, para seleccionar as imagens de cada ano, passei pelo exercício de edição mais longo de sempre! 

Estou muito habituada a fazê-lo de uma forma muito rápida, pós-concerto, pós-sessões, quando ainda tens as imagens muito presentes na tua memória.

Olhar para fotografias com 10 anos, quando já fotografas de uma maneira tão diferente, quando tudo te parece tão distante, é uma aventura, para dizer não dizer nada mais intenso!

Acontece-te seres contactada para dares formação ou para ensinares alguém a fotografar?

Formação séria, não. Conversas sobre fotografia, sim. Dar umas dicas a amigos e desconhecidos, vai acontecendo.

Vera Marmelo

O teu trabalho tem tido reconhecimento a nível internacional, com vários artistas a usarem-no em projectos e artigos na imprensa lá fora. Como acaba por surgir esta interacção?

Acasos. 

O Thurston Moore foi um acaso. Fiz uns retratos na ZDB em 2012 e em 2014 ele decidiu usá-los.

A Angel Olsen deu uns concertos lindos na ZDB e decidiu usar na capa de um 7″ extra que saiu com este novo disco duas das fotos! Sorte! Mantemos contacto e ela é muito generosa!

O trabalho com os Konono em 2015 aconteceu por intermédio do Pedro Coquenão, que fez o disco com eles.

A minha relação com a Julianna Barwick é já uma amizade de quase 10 anos. 

Mesmo em Portugal, quem fotografas acaba por reflectir os teus gostos musicais ou são as pessoas que fazem a diferença e é por elas que estás presente?

As duas hipóteses acontecem.

Uma coisa é certa, não conheço uma pessoa que te conheça ou tenha trabalho contigo e que não sinta que realmente fazes a diferença. Sei que estas perguntas são sempre ingratas, mas tens pessoas que te tenham marcado especial ao longo destes anos e que de alguma maneira possam ter feito a diferença num momento em que precisavas que isso acontecesse?

Não é ingrata! É uma coisa que gosto de celebrar. Pessoas importantes.

Na génese do meu interesse maior por fotografia está um amigo, o Daniel Barros, que me ensinou muito e motivou a fotografar com filme.

O Tiago Sousa, pela sua Merzbau e todas as coisas que fizemos e fazemos juntos.

O Nick  Nicotine, por me ensinar a ser ainda mais livre em tudo o que faço e por exemplo me ensinar que tudo é possível!

Mais tarde o Sérgio Hydalgo, possivelmente a par do Tiago, uma das relações mais duradouras que mantenho.

O Fred Ferreira, dos Orelha Negra, por ser um motivador e um agitador!

A Susana Pomba, Filipa Valadares e a Sílvia Prudêncio por acreditaram no meu primeiro projecto em papel e de certa forma o fazerem acontecer.

Amigos essenciais como a Rita Tomás, Margarida Pinto e Raquel Lains, que me ajudam constantemente a melhor comunicar o meu trabalho!

Podia continuar eternamente! Não é segredo para ninguém, as minhas declarações de amor constantes ao mundo.

Estando o teu site agora dividido em três períodos diferentes, imagino que as fotografias exprimam as tuas principais memórias desses mesmos anos. Mas e o que não aconteceu que gostavas que tivesse acontecido ao longo deste período? Ocorre-te algum concerto ou alguma circunstância em que não tenhas estado presente e que gostasses de ter registado?

Já tive essa urgência de estar sempre presente. Hoje em dia não. 

As coisas acontecem, mesmo que não fotografadas. 

Tens noção que o “sonho” de muita gente é ter um “retrato Vera Marmelo”? 🙂

Que me enviem um email e resolvemos esse assunto!

Esta comemoração juntou-se à tua própria de aniversário. Dois momentos especiais num único dia. Como correu tudo e o que planeias para o futuro próximo?

Foi um dia intenso. Sabia o risco que corria ao misturar o meu aniversário com o aniversário do meu “trabalho” e foi isso que aconteceu! Caos. Mas um caos bom.

Acho que todos gostaram do que viram. Eu e os DESISTO estamos verdadeiramente orgulhosos do que penduramos na parede. O sítio onde o fizemos, atelier dos DESISTO, não podia ter sido uma melhor opção! Houve amigos, desconhecidos, brigadeiros e bolo incríveis, houve vinho a multiplicar-se. E ainda sobraram posters para todos os interessados!

http://v-miopia.blogspot.pt/search/label/10%20anos%20Marmelo



E agora, ainda um pouco mais sobre a Vera:

Em 2006 inaugura o blog com um Outfest fotografado, consistentemente pela primeira vez.

É nesta altura que começa a relacionar-se de forma mais próxima com Tiago Sousa, destacado numa das fotos maiores do poster e o escriba do texto que o acompanha.

O Tiago começava a MERZBAU. Tempos de myspace, forum sons, bolachas grátis, concertos sem telemóveis e muita energia à volta de tudo o que podiam fazer sozinhos.

É nestes anos, que de forma muito consistente, a MERZBAU ganha caminho com edições digitais, promoção de músicos, organização de concertos, tudo o que possam imaginar, que um grupo de amigos conseguia fazer pela música uns dos outros.

A Vera Marmelo, como amiga do Tiago, começa a interessar-se pela ideia de documentar os concertos, fazer os retratos para promover e ajudar em tudo o que fosse possível.

Aprenderam muito juntos.

Juntavam-se à Merzbau gente como o Luís Nunes (benjamim), Noiserv, Lobster, BFachada. É numa noite organizada a meias entre a Merzbau e o Má Fama de Sérgio Hydalgo (actual curador de música da ZDB) que Vera Marmelo vê Norberto Lobo tocar pela primeira vez. É através do Fachada que conhece Márcia e João Paulo Feliciano, é com ele que vai pela primeira vez ao Golden Pony e que chega até à Flor Caveira.

A Flor Caveira tem a sua fase de maior força exactamente nessa altura. Vê nesses anos muitos concertos de Samuel Úria, Pontos Negros, o Tiago Guillul, nas suas mais variadas formas.

Também é em 2009 que conhece e fotografa pela primeira vez uma das suas bandas favoritas no Namouche – os Linda Martini.

Em 2007 o Sérgio Hydalgo começa a ser curador para a música da Galeria Zé dos Bois. Amigo próximo leva Vera Marmelo a frequentar a sala muito assiduamente.

Sublinham-se desses 4 anos os seus encontros com Julianna Barwick, os primeiros concertos de Bonnie Prince Billy, Konono #1 no Jardim Botânico, Dirty Projectors e Lightning Bolt.

Texto de Tiago Sousa, que irá acompanhar o POSTER (formato físico)

O espírito humano torna-se magnânimo quando manifesta a particularidade. O trabalho mecânico está subordinado a regras e realiza resultados formais, produtos caracterizados pela regularidade, por oposição, a expressividade resulta da singularidade. É preciso que essa actividade resulte de um pensamento disciplinado para que se torne fecundo, uma vez que, todo o ofício se exerce sobre uma matéria densa que precisa ser dominada. Como tantos outros miúdos, a Vera começou a fotografar concertos com uma pequenina máquina digital, isto foi antes da era-da-internet-das-coisas. À sua volta, outros miúdos pegavam em guitarras, emulsionados por uma vontade insondável. Com o tempo, a Vera tornou-se coleccionadora de memórias, arquivista de sonhos.

Estou convencido que o que existe de genuinamente humano é esta compulsão criadora e o que esta era tecnológica tornou possível foi algo sem precedentes nessa matéria. Uma miúda, descendente de alentejanos migrados no Barreiro, gente operária, humilde, pode fintar o destino e entregar-se à paixão inusitada de registar os seus amigos e de os surpreender. Essa miúda, torna-se autora de um dos mais importantes arquivos de histórias do que outros miúdos, com guitarras e não só, estavam a fazer. Construído à custa de muitas horas roubadas ao sono e dedicadas ao seu ofício: olhar, registar, arquivar. A mesma Era que fez do seu ofício uma espécie em vias de extinção, quando os efeitos da reprodutibilidade técnica se tornaram ainda mais tangíveis, deu-lhe as ferramentas para se distinguir.

Alimentada pela mesma inocência, irreverência e impulso para acção, que são a linha bissectriz que une a Vera senhora do seu nariz e essa miúda fã de Deftones que girava k7’s até ficarem gastas. Tal como Sísifo, para quem cada átomo da sua pedra, e cada socalco da ladeira através da qual faz rolar essa pedra montanha acima e abaixo para o resto da eternidade, dá forma a um mundo em que o esforço na ascensão às alturas é suficiente para insuflar o seu coração. Talvez a grande obra tenha menos importância por si própria do que na provação que exige e na oportunidade que oferece a cada um para vencer os fantasmas e se aproximar um pouco mais da sua realidade íntima.

Tiago Sousa

BIO VERA MARMELO

Vera Marmelo nasceu em 1984, no Barreiro, e fotografa músicos desde 2004.

Autodidata no que respeita à fotografia, Vera é motivada desde o início pelas amizades aos músicos da sua cidade natal. É também no Barreiro onde começa a frequentar e a fotografar festivais, o Out.fest e o Barreiro Rocks.

Passados mais de 10 anos desde o início desta aventura com os amigos, os músicos, os concertos, as salas, os festivais e as ocasiões mais ou menos especiais vão-se multiplicando e o seu arquivo pessoal crescendo. Alimenta de forma muito regular um blogue desde 2006 e tem ainda a meias com Rita Tomás um projeto de entrevistas em modo site chamado boca-a-boca. Mantém uma ligação especial com a Galeria Zé dos Bois e o festival Barreiro Rocks. Em 2013 e 2014, editou dois livros de autor – o primeiro de retratos em nome próprio e o segundo a duas mãos a propósito do 20.º aniversário da Galeria Zé dos Bois. Integrou ainda duas exposições coletivas n’A Pequena Galeria (2015) e na ExperimentaDesign’15. Mas a motivação continua a mesma, “Na verdade, a minha ligação à fotografia acontece a par da minha ligação à música. É o meu instrumento, a minha desculpa para estar sempre presente e a minha maneira de contribuir para divulgar os músicos que acompanho”.

Outras entrevistas ao BranMorrighan:

http://www.branmorrighan.com/2014/04/entrevista-vera-marmelo-fotografa.html

http://www.branmorrighan.com/2014/11/entrevista-vera-marmelo-e-luis-martins.html

Playlist da Vera:

http://www.branmorrighan.com/2015/09/playlist-da-quinzena-1-15-de-setembro.html

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