Galo Cant’às Duas – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:34:39 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Galo Cant’às Duas – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 BranMorrighan comemora 10 Anos no Maus Hábitos com ALGUMACENA, Galo Cant’Às Duas e Whales (c/ First Breath After Coma) https://branmorrighan.com/2019/01/branmorrighan-comemora-10-anos-no-maus.html https://branmorrighan.com/2019/01/branmorrighan-comemora-10-anos-no-maus.html#respond Sun, 27 Jan 2019 18:52:00 +0000 Cartaz por Katharina Leppert 

Depois de uma festa vibrante e cheia de ecos bonitos em Lisboa, as comemorações dos 10 anos blogue BranMorrighan chegam ao Porto já daqui a uma semana, dia 1 de Fevereiro, ao icónico Maus Hábitos. À semelhança do que aconteceu em Lisboa, o cartaz do Porto revela um espectro eclético de sonoridades, reflectindo assim a riqueza sonora da música portuguesa. 

Fotografia Vera Marmelo

ALGUMACENA


Ricardo Martins: baterista lisboeta que não só é conhecido pelo seu trabalho a solo, mas também por tocar com inúmeras bandas, entre as quais Pop Dell’Arte, Bruxas/Cobras, Jibóia e Papaya. 

Alex D’Alva Teixeira: oriundo da margem sul do Tejo, é conhecido por fazer parte dos D’Alva, duo pop-alternativo.

Sempre que os dois se cruzavam em concertos, falavam na possibilidade de fazer “alguma cena” juntos. Demorou, mas finalmente aconteceu. Alex e Ricardo marcaram encontro num espaço de total liberdade criativa, onde exploram territórios sónicos diversos, guiados pelas infindáveis coordenadas do universo do rock e de todas as suas permutações — sempre com a mente aberta a influências de outros géneros musicais. No passado mês de Novembro deram um memorável concerto de estreia no festival Barreiro Rocks. Não se espera menos para o concerto portuense!

Fotografia Rafael Frias

GALO CANT’ÀS DUAS

Galo Cant’Às Duas nasceu de um encontro de artistas em meio rural. Fazendo ambos parte desse encontro de artistas, Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre decidiram avançar para uma jam/concerto em duo onde a bateria, percussões e contrabaixo foram os instrumentos escolhidos para explorarem sons e texturas sem qualquer preconceito. Depois do lançamento do seu primeiro trabalho discográfico, Galo Cant’Às Duas naturalmente faz aquilo que lhe dá vida, os concertos. Os concertos do duo são um expulsar de energia rítmica e harmónica, viajando pelas texturas tanto desejadas desde o início do projeto. Em Agosto de 2018, Galo Cant’Às Duas procura o desconforto e grava Cabo da Boa Esperança em Viseu, no Carmo’81 com a Produção e Mixagem de Nuxo Espinheira e Masterização de Andy Vandette. A introdução da palavra neste novo trabalho é tida como um virar de página, já anteriormente explorado pelo duo no tema “Partícula”. Galo Cant’Às Duas procura neste novo trabalho, o beat, estruturas, harmonias e melodias que se transformam a cada tema do disco Cabo da Boa Esperança. Dia 1 de Fevereiro apresentam-no ao vivo, pela primeira vez, no Maus Hábitos.

Fotografia Hugo Domingues

WHALES, com convidados especiais dos First Breath After Coma

Os Whales são Pedro Carvalho, Roberto Oliveira e Vasco Silva. Vencedores do festival termómetro em 2015 e com participação no disco de novos talentos fnac em 2016. Já passaram por palcos como o Musicbox Lisboa, Maus Hábitos, NOS Alive, Indie Music Fest, Festival Bons Sons e recentemente o festival Basqueiral. Estrearam-se com o single Big Pulse Waves produzido no HAUS e com vídeo do Rui Gaspar (Casota Collective). Lançaram o primeiro álbum em março de 2018, do qual saíram singles: “How Long”, “Ghost”, “Twerp” e mais recentemente “Beyoncé, I Love You”. O single “Ghost” contou com uma nomeação para a categoria lowbudget da Berlin Music Video Awards. Em 2018 deram quase 60 concertos por toda a Europa, incluindo Festival Showcases como o “MaMa Festival” em Paris e o “Arezzo Wave” em Itália. Já em 2019 marcaram presença no Eurosonic Noorderslaag, um dos maiores festivais de conferência da Europa. Ao Maus Hábitos, no dia 1 de Fevereiro, levam consigo elementos dos First Breath After Coma para uma actuação muito especial.

Evento Facebookhttps://www.facebook.com/events/2015726308727101/

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Entrevista a Galo Cant’Às Duas, Banda Portuguesa https://branmorrighan.com/2017/05/entrevista-aos-galo-cantas-duas-banda.html https://branmorrighan.com/2017/05/entrevista-aos-galo-cantas-duas-banda.html#respond Sun, 14 May 2017 13:50:00 +0000

Galo Cant’Às Duas são Gonçalo Alegre e Hugo Cardoso. Há uns meses atrás lançaram o seu primeiro disco – Os Anjos Também Cantam – e desde então que andava à espera de uma oportunidade para estar com eles e falar um pouco sobre o seu trabalho. Primeiramente divulguei o trabalho deles aqui, e na semana passada escrevi mais um pouco aqui. Chega agora a (pobre) entrevista, por mail, mas com a rica intenção de que se interessem por eles, que os sigam, que os acompanhem e que sejamos todos galos e anjos felizes e cantantes.  

Vou deixar de parte as introduções formais (já que os links anteriormente referidos já constam isso tudo) e vamos directamente ao assunto. Os Anjos Também Cantam é o nome do vosso primeiro longa-duração. Que relação é que os Anjos têm com os Galos? 😊

Não chega a haver propriamente uma relação, visto que os Anjos e os Galos fazem parte de um espírito só. É como se fosse o lado direito e esquerdo dos Seres Humanos.

Agora fora de brincadeiras, que relação é que vocês estabelecem entre o título do disco e o tipo de música que produziram?

Está relacionado com o tipo de texturas que exploramos. Tanto vamos à brutalidade individual e colectiva como a sonoridades mais celestiais, mais abertas. Queríamos também provar ás pessoas que não são só os Galos que Cantam, os Anjos também. E com isto concluímos que se os Anjos Cantam, os Galos também Voam.

Que instrumentos, e qual a vossa relação original com eles, é que usaram nestas composições?

Usamos todos os instrumentos que achamos necessários quando compomos determinado tema. Sempre tivemos todas as hipóteses em aberto, é o que dá mais gozo neste mundo que é a música. Começámos com contrabaixo e bateria, e neste momento estamos com baixo eléctrico, guitarra acústica, contrabaixo, bateria, percussões e tudo aquilo que está na alma de cada instrumento. Decidimos mais tarde também introduzir vozes, o que foi um grande desafio para nós. É optimo estarmos constantemente à procura do desconforto.

Foram apenas instrumentos de estúdio ou também se inspiraram em sons ou movimentos exteriores?

Toda a nossa inspiração vem de tudo o que nos rodeia, directa ou indirectamente. Através dos instrumentos chamados convencionais existe a capacidade de ver para além do óbvio.

Também usaram a voz para um vibrante “Seremos todos nada”. É esta a conclusão a que querem chegar com este final de disco?

É a conclusão que acabamos por tirar da vida ahahahahahah. Não que sejamos pessoas assim com tanta experiência de vida, mas a que temos até agora leva-nos a este porto. Não é dito de uma maneira negativa, pelo contrário. Somos apenas uma entre centenas de espécies de Seres Vivos que têm o dever de não dar demasiada importância ao que não acrescente nada nas nossas vidas. Não é por acaso que dizemos ser Seres racionais, vamos então aproveitarmo-nos disto da melhor maneira.

E Viseu, que papel é que tem no meio disto tudo?

Viseu é a cidade onde neste momento estamos. É uma cidade que nos oferece algumas vantagens por ser uma cidade pequena. Temos um grupo todo jeitoso de amigos que adoramos e que nos ajudam em tudo o que é necessário, inclusive, claro, o Nosso Galo. É óptimo sentirmos toda a energia desta cidade e analisar que está a evoluir a olhos vistos. Dá-nos ainda mais força e vontade de lutar por aquilo que acreditamos.

No que toca à produção, quão importante foi para vocês escolherem o local onde gravaram o disco? (No vosso caso no HAUS)

Admiramos bastante o trabalho da malta do HAUS, toda a estrutura que foram construindo durante estes anos é fruto de um árduo trabalho. Acabam por ser uma influência para nós a este nível. O Fábio Jevelim e o Makoto foram quem nos produziu e ajudaram-nos/ajudam-nos bastante a perceber certos pormenores na nossa música e no nosso mercado. Foi muito importante termos passado por lá.

No vosso material promocional consta que todo este trabalho tem um cariz sensorial. Também as fotografias e o vídeo estão muito bem cuidados a nível estético. É uma preocupação associar este tipo de carimbo à vossa identidade?

Felizmente, como já referimos, temos óptimos amigos que nos dão bastantes opiniões e ideias, depois é saber filtrar toda a informação. A Joana Linhares e a Maria Fox têm sido muito importantes no que diz respeito à imagem. Nós sempre tivemos esse cuidado e com estas profissionais a trabalharem connosco torna-se tudo mais fácil.

Marcha dos que Voam (podem saber tudo sobre o vídeo aqui) foi então o vosso primeiro single/vídeo com a realização da Joana e do Jéremy. Quão importante foi essa interacção com eles para o resultado final?

A Joana e o Jéremy já nos conhecem desde o ínicio do Galo. Existe toda uma partilha de informação e ideias que torna as coisas interessantes. Desenvolvemos uma boa ligação enquanto pessoas e está uma boa equipa para seguir caminho.

E estão contentes com o resultado final?

Sem dúvida alguma, estamos bem orgulhosos com o disco. Agora é continuar a viagem.

Já vos disse quais é que eram os meus dois temas (Respira e Partícula) preferidos e na altura comentaram que era engraçado porque coincidiam com os dois temas dos quais tinham histórias engraçadas para contar. Querem partilhá-las com os leitores?

O Galo diz que prefere marcar uma tertúlia para partilhar histórias e Cantares entre todos. Ele é que manda.

E qual o vosso momento mais memorável enquanto banda?

Memorável é todo o conjunto de momentos que vamos passando e nos fazem crescer em todos os aspectos.

O disco só tem pouco mais de 30 minutos, mas os concertos ao vivo acabam por ter sempre mais. O que é que acontece ao vivo que não ouvimos em disco?

Ao vivo existe muita libertação das nossas mentes. Temos uma estrutura mas também muito espaço para improvisarmos. Sentimos que somos pessoas com bastantes ferramentas musicais, é só libertarmos o que nos está a correr nas veias em determinada altura e groovar ahahahahah.

Para o resto de 2017, o que é que nos aguarda de Galo Cant’Às Duas?

Temos alguns planos bonitos que serão falados na altura mais brilhante. Até lá continuaremos na estrada a partilhar a nossa obra. Estarem atentos no FB é importante.

https://www.facebook.com/galocant.asduas/

Fotografias por Joana Linhares

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[Diário de Bordo] Os Anjos Também Cantam https://branmorrighan.com/2017/05/diario-de-bordo-os-anjos-tambem-cantam.html https://branmorrighan.com/2017/05/diario-de-bordo-os-anjos-tambem-cantam.html#respond Sat, 06 May 2017 18:51:00 +0000

Este 2017 está a dar cabo de mim no que diz respeito a trabalho. É trabalho de manhã à noite e se ontem me deitei quando já não conseguia olhar mais para os servidores, hoje acordei de olhos postos nos mesmos e, enquanto espero por mais resultados, estes mais demorados, decidi resgatar um disco ao qual tive acesso já em Janeiro – Os Anjos Também Cantam, de Galo Cant’Às Duas. Eles já estiveram em Lisboa entretanto, mas infelizmente não consegui ainda ir vê-los ao vivo. Uma pena, porque bastaram os primeiros acordes, agora mesmo, de Marcha dos que Voam para me lembrar do porquê de ter andado semanas consecutivas a ouvir este disco. Podem ler tudo sobre o duo e sobre o single de estreia aqui, mas surgiu-me a ânsia de ter aqui um post só para eles. 

Existe algo de muito visceral nas composições do Gonçalo e do Hugo. Se o tema com que lançaram o disco é forte – Marcha dos que Voam – eu chego ao segundo tema – Respira – e fico sem respiração. Não sei. Há algo de muito melancólico naquele início, algo que se me entranha nas veias e na respiração. Uma espécie de sufoco contido. Depois as melodias vão ficando mais compostas, mais complexas, ainda que suavemente, até que parece que me vejo numa corrida desenfreada para expurgar algo. E depois parece que há a necessidade de parar abruptamente e voltar ao estado contemplativo. Só que também este estado é temporário. Chega a uma altura em que o roçar nas cordas é arrepiante, algo entre o belo e o sofrido. Talvez por aqui perceba que os anjos também cantem. Mas vou parar com isto. Não me liguem, há músicas que mexem tanto comigo que por mais que queira montar cenários credíveis não consigo. E podia continuar aqui a deambular e a criar narrativas infinitas, tantas são as possibilidades. Uma coisa é certa, estes rapazes sabem bem como mexer com instrumentos de corda, distorções e como tirar de uma bateria o poder ideal para impulsionar esses sons. O disco conta ainda com Processo Entre Viagens e Partícula, este último o meu segundo tema preferido, quanto mais não seja porque sou louca por temas que têm um baixo claramente demarcado. 

Resumindo: é um disco que fica tanto na memória como no coração e o universo é um lugar sortudo por ter uma espécie de reflexo primevo nestas canções.

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[Palavras Leva-as o Vídeo] “Marcha dos que voam”, de Galo Cant’às Duas https://branmorrighan.com/2017/03/palavras-leva-as-o-video-marcha-dos-que.html https://branmorrighan.com/2017/03/palavras-leva-as-o-video-marcha-dos-que.html#respond Wed, 08 Mar 2017 08:06:00 +0000 Fotografia Joana Linhares

Marcha dos que Voam | Galo Cant’Às Duas

A descoberta das imagens que se ligam ao videoclipe da “Marcha dos Voam, aconteceu em Outubro, Novembro e Dezembro de 2016, e foi um desafio, maior, para nós.

Desafio maior por desde muito cedo ter surgido a curiosidade em descobrir: qual a história a ser contada, como ligar a música a uma história, criar uma narrativa, para esta viagem e para a “Marcha dos que Voam” em particular, e, esse momento, momento de criação, quando acontece, é diferenciado pela forma como nós fazemos a música. Pensámos numa narrativa: sim, tivemos no máximo duas histórias relativamente aproximadas. Ambas coincidiam na procura de algo: de pessoas, de talismãs, de objectos, de algo, mas não foi muito intuitiva a forma de começar a estruturar as coisas.

Por várias razões nós estamos rodeados de amigos enormes, com uma extrema sensibilidade estética e artística e como consequência somos obrigados – e por isso estamos agradecidos – a incluir nas nossas rotinas uma preocupação maior na procura nas outras artes plásticas e performativas – procura  de diferentes texturas, abordagens, perspectivas da vida, do mundo, do cosmos, da nossa existência. Esta descoberta em cada uma das nossas personalidades – diferentes, claro – traz também para a música e para este videoclipe de uma forma leve aquilo que é o início de uma viagem, a primeira de um Ser, a “Marcha dos que Voam”.

O Argumento foi discutido várias vezes com a Joana Linhares – companheira desde sempre do Galo – que nos refrescou as ideias com aspectos tão técnicos como narrativos, e,  houve portanto e no entanto um consenso bem forte em relação ao lugar onde foi rodado o videoclipe, aos personagens da história e claro que à narrativa criada por todos. O Argumento original foi falado ao telefone com o amigo António Sanganha – que acompanha o Galo desde o seu nascimento – e adaptado por nós e pela Joana Linhares.

As crianças – filhos de amigos do Galo – foram a maior surpresa para nós pela total liberdade, espontaneidade e leveza destes Seres, – que é mágica – e isso está bem gravado nas nossas memórias. Nós tínhamos um guião que quase foi cumprido, e este quase tem tanto haver com aspectos técnicos como da predisposição das crianças. Durante a rodagem do videoclipe aprendemos que para fazer as coisas bem devemos estar bastante unidos e focados no que queremos – como na música acontece – e aprendemos também que as crianças são os Seres mais livres e mais inconsequentes e isto deu-nos bastante confiança na nossa ideia original: da procura, da liberdade, do simbolismo, do ser mais puro e deu também coisas que nós não queríamos e que funcionaram.

A escultura que não é totalmente revelada no vídeo, assim continuará, pouco visível para já. É uma réplica esta escultura, réplica de um original “sem título” da escultora Cristina Vouga. Cortámos em pedaços a escultura – cinco – , aprendemos que precisamos de mais tempo para fazer as coisas bem. O gesso não seca à velocidade que queremos, é necessário tempo, a nossa velocidade é sempre maior, mas é menor. O tempo em que rodámos o videoclip deve ter chegado a 24 horas.

Este videoclip traduz bem a descoberta de novos desafios, a velocidade em que pensamos e vivemos as coisas

Quanto à técnica e à estética, esta foi sendo criada e adaptada, pelas manifestações do meio, pelo sol que perfurava as árvores, pelas crianças que preferiam não abdicar das suas brincadeiras, ou da construção de uma “casa” no meio de uma floresta. Mas ainda assim como realizadores, eu, Joana e o Jérémy, conseguimos com mais um pedaço de pressão saudável, organizar mentalmente as ideias e estarmos predispostos ao que nos podiam dar.

Era tudo novo para todos. Para nós pela forma como lidávamos com 8 crianças em plateau. Para os Galos que de tanto voar era difícil manterem os pés descalços na terra, mas que encararam esta marcha como um voo que se repetia entre takes. E claro, para as crianças que todas juntas encararam as palavras “dancem em volta aos galos” como um manifesto saudável de pequenas loucuras selvagens, que nos fizeram mais rir do que propriamente captar cuidadosamente o momento. Por outro lado, foi essa inocência que estava descrita no guião, pela procura pela liberdade, a descoberta, a igualdade, entre outros conceitos que resultaram em momentos espontâneos de criação por parte das crianças, que a certa altura nos ordenavam que captássemos uma cena que eles próprios inventaram.

Foi, portanto, um processo de criação conjunto e muito reconfortante, que mais tarde, em fase de montagem nos deu dores de cabeça, mas que nos deixou muito satisfeitos. Foi um processo tão pensado quanto livre, que se montou, desmontou e renasceu na montagem através dos diferentes momentos que a própria música tem.

Galo Cant’às Duas

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[DESTAQUE] Galo Cant’às Duas apresentam videoclip “Marcha dos que voam” https://branmorrighan.com/2017/01/destaque-galo-cantas-duas-apresentam.html https://branmorrighan.com/2017/01/destaque-galo-cantas-duas-apresentam.html#respond Mon, 30 Jan 2017 13:57:00 +0000 Fotografia Joana Linhares

Antes de caminharem para os textos oficiais e para o videoclip, há algo que gostava de deixar, desde já, aqui registado: fiquem atentos a estes dois rapazes! Galo Cant’Às Duas é provavelmente um dos projectos que mais vai marcar o meu 2017 em termos de novidades da música portuguesa. Tive o privilégio de receber o disco com tempo de avanço sobre os comuns mortais e, desde então, o mesmo não tem parado de tocar no meu carro, o único local onde ainda mantenho um leitor de discos (não andasse eu horas e horas de carro). Mais, vocês já conhecem Marcha dos que Voam, agora com videoclip dos meus queridos Joana Linhares e Jeremy Pouivet (que mantêm o projecto Stalking Project e que são dois jovens de um talento imenso), mas as outras três faixas do disco também vão mexer convosco. Aliás, eu tenho de admitir que acho uma certa piada ao nome da música “Respira”, porque no fundo o que sinto é uma libertação imensa de algo que poderia estar asfixiado há demasiado tempo. Este poder de mexer com as emoções, não está ao alcance de qualquer um. Parabéns, Gonçalo e Hugo! E, claro, parabéns Joana e Jeremy, que vídeo tão bem trabalhado! Beijos e até breve! 

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“Marcha dos que Voam” é o videoclip de estreia de “Galo Cant’Às Duas”. A história transporta-nos para a comunhão do Seres com a Natureza, numa procura energética de simbologias e ações.

As personagens interpretam duas metamorfoses do Ser, as crianças, os Seres puros, sem rótulos ou quaisquer preconceitos e o Leão, um Ser forte, sem carga às costas, com certezas para onde quer ir e o que quer atingir. O clip é rodado com 8 crianças. Essas seguem numa procura de cinco partes de um talismã, que, depois de fundidas, ganham a capacidade de levantar voo, de ver para além do óbvio. As cores apoderam-se da mente, conseguindo transcender a própria visão de cada uma.

A realização e produção conta com Joana Linhares e Jeremy Pouivet que desde o início têm acompanhado esta viagem.

Depois do fenómeno quase inexplicável que abalou o rock nacional a norte do país, com Barcelos a fazer as vezes de Laurel Canyon como incubadora dos mais interessantes projectos psicadélicos nacionais, chegou a vez do interior dar cartas. Galo Cant’às Duas é uma ideia de Gonçalo Alegre e Hugo Cardoso, que são de Viseu – e fazem questão de o dizer.


“Os Anjos Também Cantam” é o primeiro trabalho discográfico do duo, mas nem por isso terá pouca projecção editorial. Lançado pela Blitz Records e distribuído pela prestigiada Sony Music Entertainment, o álbum vem confirmar as esperanças já depositadas nos Galo Cant’Às Duas pelas performances ao vivo já conhecidas que não deixavam grande margem para dúvidas quanto à inegável ousadia e virtuosismo do duo.


O carácter improvável e único, quase misterioso, da junção entre os dois músicos se ter dado num encontro artístico isolado da cidade, num local recôndito em Castro Daire, só poderia culminar num som igualmente singular.


Piscam o olho ao pós-rock e ao space rock. Riffs graves são repetidos até penetrarem nos nós cerebrais e finalmente rebentam em clímaxes com tanto de longamente antecipados como de inesperados e surpreendentes.


O uso dos loops facilita a que uma outra nuance seja determinante no som dos Galo Cant’Às Duas: a criação de camadas de som, que o tornam intrincado, complexo e multifacetado. Ainda assim, essa repetição assalta-nos de forma inusitada e pouco usual. Ao contrário dos mui aclamados e também nacionais Memória de Peixe, que fazem uso do loop como método de aglomeração de riffs que acabam por culminar numa explosão de guitarras em duelo de espadas, a percussão de Hugo Cardoso e os instrumentos de cordas de Gonçalo Alegre têm no acumular das camadas de som o seu trunfo para moldar a vibe mais atmosférica e cerebral da banda.


“Os Anjos Também Cantam” é um disco que, intencionalmente ou não, não deixa passar em claro a predilecção pelo cariz sensorial da música criada pelos Galo. É curioso atentar no uso constante do verbo nos títulos: “Os Anjos Também Cantam”, “Marcha dos que Voam” e “Respira” deixam bem vincada a intenção dos Galo Cant’Às Duas convidarem o ouvinte a fazer parte da acção do disco. Fazerem deste álbum de estreia uma experiência, uma viagem.


Se nos focarmos no aspecto sónico, essa viagem será provavelmente associada a um cariz cósmico, espacial. Em “Respira”, por exemplo, os nossos ouvidos são irrompidos por um contrabaixo a fazer lembrar uns saudosos Raindogs, que a juntar ao estado de espírito ambient desta composição nos trazem o momento mais psicadélico e dreamy do disco.


Contudo, virando os holofotes para um prisma mais conceptual, a viagem que este disco pretende representar pode muito bem ser temporal, do passado ao futuro. Pela “capa”, ou neste caso pelo nome do duo, poderíamos ver uma alusão a elementos mais tradicionais, com uma expressão aparentemente tão familiar e quase conservadora como Galo Cant’Às Duas. Mas, abrindo o livro que é este “Os Anjos Também Cantam”, ouvimos meia hora de canções que embora não sejam futuristas nas texturas ou no método, conseguem ser inovadoras e imprevisíveis na sua forma e estrutura. E, a espaços, sublimes.


Os anjos também cantam, diz o nome do disco. O Galo só sentiu o impulso de o fazer na última canção do álbum. Mas nem necessitava: já há muito estávamos acordados.

Escrito Por: Luis Sobrado

Fotografia Joana Linhares

Biografia Galo Cant’às Duas

Galo Cant’às Duas nasceu de um encontro de artes em meio rural, na aldeia da Moita/Castro Daire. Fazendo ambos parte desse encontro de artistas,  Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre decidiram avançar para uma jam/concerto em duo onde a bateria, percussões e contrabaixo foram os instrumentos escolhidos para explorarem sonoridades sem qualquer preconceito.

O concerto foi libertador, tanto para os músicos como para o público. As variadas texturas, densidades, dinâmicas, respirações e silêncios fizeram com que o concerto desse a motivação necessária para ambos, um mês mais tarde se fechassem na sala de ensaios a compor. A ideia inicial seria procurar concertos, mas sempre em formato de jam, sem qualquer estrutura ou forma. O principal seria a comunicação entre percussão e contrabaixo.

Com o trabalho diário, as linhas de contrabaixo levaram à necessidade de procurar e encontrar outras sonoridades, como de baixo eléctrico ou guitarra. Os loops e as frases electrónicas foram surgindo de dia para dia e uma estrutura mais concreta apareceu sem uma procura consciente. O principal objectivo foi o não assumir um género/rótulo musical, mas sim a criação de uma história, sim, a criação de uma história onde tudo se liga a tudo e leva a tantas outras coisas. As variadas dinâmicas e densidades foi o que esteve mais presente nas mentes dos dois músicos.

Os concertos começaram a surgir e a sonoridade do Galo, automaticamente, começou a ficar mais concreta. A estrutura mais clara e a comunicação dos dois músicos tornar-se-ia mais coesa e balançada.

Após 9 meses de composição e estrada, Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre resolvem gravar “Os Anjos Também Cantam”, o disco de estreia de Galo Cant’às Duas. No estúdio HAUS, durante uma semana, trabalharam com Makoto Yagyu e Fábio Jevelim na gravação, produção, mixagem e masterização do disco com a assistência de Miguel Abelaira. O contacto com estes profissionais e com o próprio ambiente de estúdio faz com que o disco soe mais maduro, expressivo e orgânico. Desde então, a linguagem do Galo transformou-se mais dura, sem tantos floreados. Os concertos são um expulsar de energia rítmica e harmónica, viajando pelas texturas tanto desejadas desde o início do projeto.

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Galo Cant’às Duas lançam single “Marcha dos que voam” https://branmorrighan.com/2017/01/galo-cantas-duas-lancam-single-marcha.html https://branmorrighan.com/2017/01/galo-cantas-duas-lancam-single-marcha.html#respond Wed, 18 Jan 2017 12:12:00 +0000 Fotografia Joana Linhares

Ora aqui está uma bela surpresa! 2017 começa mesmo bem para a música portuguesa! Estou muito curiosa com o resultado final do disco! Deixo-vos com as informações oficiais sobre o lançamento do single e disco e mais tarde teremos mais novidades! 

Depois do fenómeno quase inexplicável que abalou o rock nacional a norte do país, com Barcelos a fazer as vezes de Laurel Canyon como incubadora dos mais interessantes projectos psicadélicos nacionais, chegou a vez do interior dar cartas. Galo Cant’às Duas é uma ideia de Gonçalo Alegre e Hugo Cardoso, que são de Viseu – e fazem questão de o dizer.

“Os Anjos Também Cantam” é o primeiro trabalho discográfico do duo, mas nem por isso terá pouca projecção editorial. Lançado pela Blitz Records e distribuído pela prestigiada Sony Music Entertainment, o álbum vem confirmar as esperanças já depositadas nos Galo Cant’Às Duas pelas performances ao vivo já conhecidas que não deixavam grande margem para dúvidas quanto à inegável ousadia e virtuosismo do duo.

O carácter improvável e único, quase misterioso, da junção entre os dois músicos se ter dado num encontro artístico isolado da cidade, num local recôndito em Castro Daire, só poderia culminar num som igualmente singular.

Piscam o olho ao pós-rock e ao space rock. Riffs graves são repetidos até penetrarem nos nós cerebrais e finalmente rebentam em clímaxes com tanto de longamente antecipados como de inesperados e surpreendentes.

O uso dos loops facilita a que uma outra nuance seja determinante no som dos Galo Cant’Às Duas: a criação de camadas de som, que o tornam intrincado, complexo e multifacetado. Ainda assim, essa repetição assalta-nos de forma inusitada e pouco usual. Ao contrário dos mui aclamados e também nacionais Memória de Peixe, que fazem uso do loop como método de aglomeração de riffs que acabam por culminar numa explosão de guitarras em duelo de espadas, a percussão de Hugo Cardoso e os instrumentos de cordas de Gonçalo Alegre têm no acumular das camadas de som o seu trunfo para moldar a vibe mais atmosférica e cerebral da banda.

“Os Anjos Também Cantam” é um disco que, intencionalmente ou não, não deixa passar em claro a predilecção pelo cariz sensorial da música criada pelos Galo. É curioso atentar no uso constante do verbo nos títulos: “Os Anjos Também Cantam”, “Marcha dos que Voam” e “Respira” deixam bem vincada a intenção dos Galo Cant’Às Duas convidarem o ouvinte a fazer parte da acção do disco. Fazerem deste álbum de estreia uma experiência, uma viagem.

Se nos focarmos no aspecto sónico, essa viagem será provavelmente associada a um cariz cósmico, espacial. Em “Respira”, por exemplo, os nossos ouvidos são irrompidos por um contrabaixo a fazer lembrar uns saudosos Raindogs, que a juntar ao estado de espírito ambient desta composição nos trazem o momento mais psicadélico e dreamy do disco.

Contudo, virando os holofotes para um prisma mais conceptual, a viagem que este disco pretende representar pode muito bem ser temporal, do passado ao futuro. Pela “capa”, ou neste caso pelo nome do duo, poderíamos ver uma alusão a elementos mais tradicionais, com uma expressão aparentemente tão familiar e quase conservadora como Galo Cant’Às Duas. Mas, abrindo o livro que é este “Os Anjos Também Cantam”, ouvimos meia hora de canções que embora não sejam futuristas nas texturas ou no método, conseguem ser inovadoras e imprevisíveis na sua forma e estrutura. E, a espaços, sublimes.

Os anjos também cantam, diz o nome do disco. O Galo só sentiu o impulso de o fazer na última canção do álbum. Mas nem necessitava: já há muito estávamos acordados.

Escrito Por: Luis Sobrado

Biografia Galo Cant’às Duas

Galo Cant’às Duas nasceu de um encontro de artes em meio rural, na aldeia da Moita/Castro Daire. Fazendo ambos parte desse encontro de artistas,  Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre decidiram avançar para uma jam/concerto em duo onde a bateria, percussões e contrabaixo foram os instrumentos escolhidos para explorarem sonoridades sem qualquer preconceito.

O concerto foi libertador, tanto para os músicos como para o público. As variadas texturas, densidades, dinâmicas, respirações e silêncios fizeram com que o concerto desse a motivação necessária para ambos, um mês mais tarde se fechassem na sala de ensaios a compor. A ideia inicial seria procurar concertos, mas sempre em formato de jam, sem qualquer estrutura ou forma. O principal seria a comunicação entre percussão e contrabaixo.

Com o trabalho diário, as linhas de contrabaixo levaram à necessidade de procurar e encontrar outras sonoridades, como de baixo eléctrico ou guitarra. Os loops e as frases electrónicas foram surgindo de dia para dia e uma estrutura mais concreta apareceu sem uma procura consciente. O principal objectivo foi o não assumir um género/rótulo musical, mas sim a criação de uma história, sim, a criação de uma história onde tudo se liga a tudo e leva a tantas outras coisas. As variadas dinâmicas e densidades foi o que esteve mais presente nas mentes dos dois músicos.

Os concertos começaram a surgir e a sonoridade do Galo, automaticamente, começou a ficar mais concreta. A estrutura mais clara e a comunicação dos dois músicos tornar-se-ia mais coesa e balançada.

Após 9 meses de composição e estrada, Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre resolvem gravar “Os Anjos Também Cantam”, o disco de estreia de Galo Cant’às Duas. No estúdio HAUS, durante uma semana, trabalharam com Makoto Yagyu e Fábio Jevelim na gravação, produção, mixagem e masterização do disco com a assistência de Miguel Abelaira. O contacto com estes profissionais e com o próprio ambiente de estúdio faz com que o disco soe mais maduro, expressivo e orgânico. Desde então, a linguagem do Galo transformou-se mais dura, sem tantos floreados. Os concertos são um expulsar de energia rítmica e harmónica, viajando pelas texturas tanto desejadas desde o início do projeto.

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