Iniciativa Diversidade – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Thu, 11 Feb 2021 09:30:21 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Iniciativa Diversidade – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Iniciativa Diversidade] Black History Month https://branmorrighan.com/2021/02/iniciativa-diversidade-black-history-month.html https://branmorrighan.com/2021/02/iniciativa-diversidade-black-history-month.html#respond Sun, 07 Feb 2021 10:47:07 +0000 https://branmorrighan.com/?p=24998 Black History Month
Imagem retirada de cpl.org

Fevereiro é mês de Black History Month nos Estados Unidos e no Canadá, mas dado que não temos um mês instituído em Portugal decidi publicar na mesma sobre este assunto, já que o considero muito importante. Há uns tempos atrás partilhei alguns posts de incentivo a explorarmos a diversidade cultural e de género através da leitura e penso que não existe melhor ponto de partida do que esse para honrarmos o Black History Month.

O Black History Month é também conhecido como Afro-American History Month e começou como uma forma de relembrar pessoas e acontecimentos importantes na história da diáspora africana. A semente foi lançada nacionalmente nos Estados Unidos em 1926 quando o historiador Carter G. Woodson e a Association for the Study of Negro Life and History anunciaram que a segunda semana de Fevereiro seria a “Negro History Week”, pois essa seria também a semana de aniversário de Abraham Lincoln (12 de Fevereiro) e de Frederick Douglass (20 de Fevereiro) . Foi só no início de 1970 que se viria a celebrar o primeiro Back History Month tendo sido reconhecido oficialmente seis anos depois pelo presidente Gerald Ford.

Desde então (1976) cada presidente tem reconhecido um tema diferente a cada ano e o tema da Black History Month 2021 é “Black Family: Representation, Identity and Diversity” explorando a diáspora africana e como é que as famílias se espalharam pelos Estados Unidos. Convido-vos a visitar https://www.africanamericanhistorymonth.gov para mais informações.

Do meu lado, mais do que ter um mês para criar uma maior consciencialização pela sua história, na verdade lancei-me o desafio a mim mesma de tentar ler um livro BIPOC por mês. Não sei bem se será possível, dado que mal consigo ler o que preciso a nível científico, mas pelo menos os dois próximos livros já estão definidos: Homegoing, de Yaa Gyasi e O quarto de Giovanni, de James Baldwin. Já comecei a ler o primeiro e as primeiras páginas são logo de uma descrição tão fenomenal. É, sem dúvida, uma leitura promissora. Já James Baldwin tenho-o no coração desde que li o impactante “Se esta rua falasse” e achei que estava na hora de ler outro livro seu.

Se tiverem mais sugestões, por favor deixem-nas na caixa de comentários! É fundamental ganharmos maior sensibilidade ao passado de todas as culturas para podermos compreender o presente e lutar por um futuro melhor, mais empático e solidário.

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Sugestões de livros internacionais para o confinamento, pela Carina Pereira https://branmorrighan.com/2021/01/sugestoes-de-livros-internacionais-para-o-confinamento-pela-carina-pereira.html https://branmorrighan.com/2021/01/sugestoes-de-livros-internacionais-para-o-confinamento-pela-carina-pereira.html#respond Thu, 28 Jan 2021 17:06:57 +0000 https://branmorrighan.com/?p=24961
Carina Pereira

Sugestões de livros internacionais para o confinamento, pela Carina Pereira

Quando a Sofia me desafiou a escrever uma lista de recomendação de leituras internacionais, duas coisas aconteceram: primeiro, esqueci todos e quaisquer livros que tinha lido até ao momento; segundo, quando me voltei a lembrar dos livros, descobri logo que a lista ia acabar com cem títulos, a não ser que a Sofia me colocasse um número máximo.

Dez livros, foi o que ela me pediu e, depois de alguns dias a reescrever a lista, espero ter conseguido encontrar algum equilibro naquele que é o meu objectivo ao partilhar estas leituras: que sejam diversas e inclusivas, que nos transportem para outros lugares, enquanto nos ensinam algo novo. Que nos expandam os horizontes e que consigamos, através delas, alcançar o outro, entendê-lo e ganhar empatia por ele. Enfim, que estas leituras sejam um abrir de olhos para o que ainda é preciso fazer no mundo para que tenhamos todos oportunidades iguais, uma motivação para ter um papel activo na criação de uma sociedade igualitária e justa. 

Espero que encontrem aqui leituras que vos entretenham, mas sobretudo, que vos transformem, mesmo sem vocês darem conta. 

Ficção:
Afterlife
The Death Of Vivek Oji
Cantoras
The House In The Cerulean Sea
The Vanishing Half 

Não ficção:
Disability Visibility
The Turnaway Study
So You want To Talk About Race
Know My Name
Braiding Sweetgrass

PS (da Sofia): A Carina Pereira é uma leitora portuguesa que vive no estrangeiro, escreve para o Book Riot e ainda tem um projecto que admiro muito A Story of Sorts. Começou por ser um podcast e agora estende-se também para uma zine online. Conheci-a por causa do BranMorrighan, mas tenho aprendido muito com ela e todas as discussões sobre leituras são sempre mais do que interessantes. Dada a diversidade da sua leitura, achei que era o momento ideal para a convidar a sugerir alguns livros. Qualquer um dos títulos pode ser comprado na Amazon (link afiliado) ou noutras lojas online como a Better World Books.

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Iniciativa Diversidade – Have the Conversation https://branmorrighan.com/2020/08/iniciativa-diversidade-have-conversation.html https://branmorrighan.com/2020/08/iniciativa-diversidade-have-conversation.html#respond Sun, 16 Aug 2020 19:39:00 +0000

Mais sobre a Iniciativa Diversidade aqui.

Perdoem-me os estrangeirismos, mas ao estar a viver estas circunstâncias aqui nos Estados Unidos, e ao estudar a cultura e o problema mais visceral em relação ao racismo, acabo por apanhar as suas expressões. Quando aqui se diz “Have the conversation” conseguimos sentir rapidamente que se trata de algo sensível. A conversa que se tem que ter é sobre “white privilege”, ou o privilégio dos brancos, e a forma como mesmo as pessoas que se dizem não serem racistas acabam por reforçar, mesmo sem quererem, algumas dinâmicas que são racistas. Por aqui diz-se que não adianta não se ser racista, tem que se ser anti-racista. E é compreensível.

Algo que me tem deixado triste e desconfortável é ver que em Portugal este racismo tem estado também latente. Não sou especialista em história de Portugal, mas é óbvio que temos precedentes. Talvez não tenhamos brutalidade policial descarada, como existe aqui nos EUA, mas isso não implica que não haja uma sombra muito grande sobre o assunto e que os incidentes não aconteçam na mesma. Dito isto, a primeira partilha que quero fazer aqui é a Crónica de Mamadou Ba, dirigente da SOS Racismo, no Expresso.

Muitos de nós não fazemos ideia das dinâmicas que muitas pessoas têm de ter para se proteger do preconceito. Alguma vez pensaram que talvez devessem ter que ter brinquedos ou um banco de criança no carro para terem uma menor probabilidade de serem parados pela polícia e com isso correrem o risco de serem mortos? Já se confrontaram com a situação de por causa da cor da vossa pele as pessoas colocarem em causa a vossa inteligência e capacidade? Já se confrontaram sobre a limitação de só poderem viver em certos bairros e terem acesso a créditos muito limitados por causa da cor da vossa pele? Já imaginaram o que é um adolescente de 14 anos ser linchado e mutilado por causa da cor da sua pele, porque uma mulher decidiu dizer que o adolescente estava a namoriscar com ela?

Graças a várias conversas que tenho tido com outras pessoas, quero usar este belíssimo canal que tem sido o BranMorrighan na partilha de cultura, para partilhar convosco alguns recursos que possam ajudar a que a conversa aconteça às mesas de cada um. A educação começa em casa. O desaparecimento do racismo começa com a consciencialização colectiva, com a empatia, com a revolta na injustiça, com o transmitirmos às nossas crianças, desde o início, que a cor da pele não predefine a personalidade de uma pessoa.

Antes de mais, quero agradecer à Joana Gonzalez (que devem conhecer do blogue Histórias d’Elphaba) por me ter dado a conhecer estas conversas de Emmanuel Acho – Uncomfortable Conversations with a Black Man. São uma forma de chegar ao público de forma fácil e aberta. Outro recurso que quero partilhar convosco, é uma masterclass chamada “Be The Change” para professores de yoga, mas que na verdade é útil para todos. Partilho também o podcast da Michele Obama, porque para além de ser muito interessante, também aborda o desconforto que se tem que sentir enquanto se rompe com o que está de errado. A grande questão é: o que podemos fazer para que a mudança aconteça? Em termos de mais sugestões literárias, vou fazer outro post para as mesmas. Se tiverem mais sugestões de recursos que possam incentivar a que estas conversas comecem a ser mais rotineiras na vida de cada um, para que a consciência se torne global e se destrua o preconceito, por favor enviem-me por email.

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Passatempo: A cor púrpura, de Alice Walker https://branmorrighan.com/2020/08/passatempo-cor-purpura-de-alice-walker.html https://branmorrighan.com/2020/08/passatempo-cor-purpura-de-alice-walker.html#respond Sun, 16 Aug 2020 17:16:00 +0000
Viva!

Para reforçar a Iniciativa Diversidade, em colaboração com a editora Suma de Letras, trago até vós um novo passatempo para um exemplar de A cor púrpura, de Alice Walker. Para se habilitarem a ganhá-lo basta preencherem correctamente o formulário com as seguintes regras:

– O Passatempo termina às 23h59 do dia 15 de Setembro

– Só será aceite uma participação por dia

– Só serão aceites participações de Portugal

– Partilhar o link numa rede social

Boa Sorte!

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[Iniciativa Diversidade] Sugestões Literárias – Parte I https://branmorrighan.com/2020/07/iniciativa-diversidade-sugestoes.html https://branmorrighan.com/2020/07/iniciativa-diversidade-sugestoes.html#respond Sun, 05 Jul 2020 16:28:00 +0000

Apresento-vos a Iniciativa Diversidade que me levou a contactar editoras e agentes literários para recolher sugestões que possam criar uma maior consciência em termos de racismo, homofobia, minorias, todos aqueles assuntos sensíveis que tanto têm dominado a actualidade, mas que pouco parece ter verdadeiro impacto para promover uma verdadeira mudança de paradigma e de mentalidades. 

Sou da opinião que no centro de todos estes temas há algo verdadeiramente básica que não está a ser respeitado: os direitos humanos. Independentemente da cor da nossa pele, da nossa preferência sexual e do nosso estatuto social, existem princípios básicos que deviam fazer parte da educação de qualquer ser humano: compreensão, solidariedade, empatia. E como ter um blogue com alguma visibilidade e milhares de leitores espalhados nas várias redes sociais não é só para “inglês ver”, nesta altura em que o mundo parece estar cada vez mais virado de pernas para o ar, acho fundamental usar estes meios para partilhar convosco a tentativa de uma maior consciencialização em relação a estes temas. 

Estes cinco livros são sugestões que abordam temas como Racismo e LGBTQ. Deixo-vos com as sinopses e com a informação que vou lançar passatempos para cada um destes livros brevemente! Fiquem atentos 🙂 

Se Esta Rua Falasse, de James Baldwin

Se esta rua falasse, esta seria a história que contaria: Tish, 19 anos, apaixona-se por Fonny, que conhece desde criança. Fazem juras de amor e conjuram sonhos para a vida a dois. Mas Fonny é atirado para a prisão, falsamente acusado de um crime horrível. Quando Tish descobre que está grávida de Fonny, as duas famílias lutam por encontrar provas que ilibem o rapaz do crime que não cometeu. Separados por uma fria parede de vidro, Tish e Fonny esperam e desesperam, transportados dia após dia após dia por um amor que procura transcender a desesperança, a injustiça, o racismo, o ódio. Entre o pulsante bairro de Harlem, onde Fonny sonha tornar-se escultor, e a ilha de Porto Rico, onde talvez se encontre a prova da sua inocência, desenrola-se uma corrida contra o tempo, pautada pelo crescimento da barriga de Tish. Sensual, violento e profundamente comovente, este romance é uma bela canção de blues, de toada doce-amarga, com notas de raiva e ainda assim cheia de esperança. Publicado pela primeira vez em 1974, Se esta rua falasse é o quinto romance de James Baldwin, um dos nomes maiores da literatura americana do século XX e uma das vozes mais influentes do activismo pelos direitos civis. Um romance-manifesto contra a injustiça da justiça e uma história de amor intemporal, é hoje tão pertinente e tão comovente quanto no dia da sua publicação.


O Quarto de Giovanni, de James Baldwin
David, um jovem nova-iorquino, vive ao sabor dos dias em Paris, cidade onde procura tomas rédeas da vida enquanto a noiva passa uma temporada em Espanha. Numa noite de farra num bar clandestino, David conhece Giovanni, um barman italiano, luminoso, sedutor, impertinente, e sente-se irremediavelmente atraído. Os dois homens entregam-se a uma relação intensa, confinada ao quarto de Giovanni, com a nuvem do retorno iminente de Hella a pairar sobre os amantes.

Um postal anuncia o inevitável: a noiva estará de volta a Paris. O regresso exige que David escolha entre a normalidade de uma vida segura com Hella e a incerteza de um futuro ao lado de Giovanni, todo ele coração, força e instinto. A decisão do americano culminará numa tragédia inimaginável.

Impregnada de paixão, arrependimento e desejo, esta é a história de um trágico triângulo amoroso. E uma obra de culto merecido, que questiona a identidade de vários ângulos. Ao publicá-la em 1956, Baldwin quebrou mais do que um tabu: era um escritor negro a escrever sobre o amor entre dois homens brancos. O seu editor aconselhou-o a queimar o manuscrito, mas volvido este tempo O quarto de Giovanni é uma das obras mais célebres de Baldwin.

Se o disseres na montanha, de James Baldwin

Se o Disseres na Montanha, publicado em 1953, é o romance que revelou ao mundo o génio de James Baldwin. Romance inaugural da sua obra de ficção, constituiu-se desde logo como marco para muitos outros escritores, ao mesmo tempo que foi conquistando o lugar de clássico da literatura americana.

Neste seu primeiro romance, Baldwin dá voz a John Grimes, um rapaz de catorze anos posto perante um dilema num sábado de Março de 1935, no Harlem nova-iorquino. Prestes a fazer catorze anos, na véspera de um sermão na montanha, John está numa encruzilhada que tanto pode ser uma crise como uma epifania. John quer para si um destino diferente daquele que a família e a comunidade lhe reservaram: o de seguir os passos do padrasto, ministro da Igreja Pentecostal. Mas, numa comunidade discriminada, a liberdade de escolher pode não estar nas suas mãos. Ou pode condená-lo a uma segregação ainda mais profunda, dentro de si e entre os seus semelhantes.

Com uma precisão lírica e um poderoso simbolismo, com fúria e compaixão, Baldwin espelha em John a luta que ele próprio travou pela autodeterminação — emocional, moral e sexual —, transformando a sua história individual na odisseia colectivade um povo marcado pela segregação. Ao escrever Se o disseres na montanha, James Baldwin não só criou novas possibilidades para a literatura americana como permitiu aos americanos despertar para uma nova forma de se verem a si mesmos.

A Estrada Subterrânea, de Colson Whitehead

Cora é escrava numa plantação de algodão no Estado sulista da Geórgia. A vida é um inferno para todos os escravos, mas particularmente difícil para Cora. Abandonada pela mãe, ela cresce no meio da mais difícil solidão, a dos que são marginalizados pelos seus iguais. Quando Caesar, um jovem escravo acaba de chegar do Estado vizinho da Virgínia, lhe fala da estrada subterrânea, os dois decidem correr um risco fatal e fogem da plantação, rumo ao Norte e à Liberdade. Nessa madrugada de mau presságio, inicia-se uma fuga sangrenta, uma odisseia de esperança e de desilusão.

A Cor Púrpura, de Alice Walker

Vencedor do prémio Pulitzer e o National Book Award, A Cor Púrpura foi adaptado ao cinema em 1985 por Steven Spielberg e nomeado para 11 óscares.

A Cor Púrpura aborda temas como a violência doméstica a que estavam sujeitas as mulheres negras no início do século XX, a relação dos negros com o seu passado de escravatura, e a busca do espiritual num mundo cruel e sem sentido. 

Um livro extremamente atual e que nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.

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