Jojo Moyes – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:56:38 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.3 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Jojo Moyes – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: Viver Depois de Ti, de Jojo Moyes https://branmorrighan.com/2017/07/opiniao-viver-depois-de-ti-de-jojo-moyes.html https://branmorrighan.com/2017/07/opiniao-viver-depois-de-ti-de-jojo-moyes.html#respond Thu, 13 Jul 2017 08:56:00 +0000

Viver Depois De Ti

Jojo Moyes

Editora: Porto Editora

Sinopse: Lou Clark sabe muitas coisas. Sabe quantos passos deve dar entre a paragem do autocarro e a sua casa. Sabe que trabalha na casa de chá The Buttered Bun e sabe que não está apaixonada pelo namorado, Patrick. O que ela não sabe é que vai perder o emprego e que todas as suas certezas vão ser postas em causa.

Will Traynor sabe que o acidente de motociclo lhe tirou o desejo de viver. Sabe que agora tudo lhe parece triste e inútil e sabe como pôr fim a este sofrimento. O que não sabe é que Lou vai irromper na sua vida com toda a energia e vontade de viver. E nenhum deles sabe que as suas vidas vão mudar para sempre.

Em Viver depois de ti, Jojo Moyes aborda um tema difícil e controverso com sensibilidade e realismo, obrigando-nos a refletir sobre o direito à liberdade de escolha e as suas consequências.

OPINIÃO: Como alguns de vocês saberão, estou no Japão. Vim para cá trabalhar e por causa do limite de bagagem só trouxe dois livros que andava a ler, mas trouxe o meu Kobo e com ele alguns livros extra. Um deles foi Viver Depois de Ti. Confesso, só li Jojo Moyes uma vez (O Olhar de Sophie) e não é o tipo de leitura que faça com frequência, mas como tinha gostado da sua escrita, decidi atirar-me a este. Estava nos meus cinco dias de pausa do trabalho, e enquanto viajava nos comboios entre as várias cidade do Japão, dei por mim a ficar bastante comprometida com a leitura. Não sabia bem o que esperar, não tinha lido a sinopse (apesar de saber que existe um filme, nunca o procurei), porém senti uma genuinidade tão grande na escrita da autora que acabei por sentir uma empatia muito grande pelos personagens. 

Chegando ao fim, ao contrário de algumas trocas de opiniões que tive com os leitores no Facebook, não senti um choque tão grande, nem me “desmanchei” tanto como tudo poderia fazer crer que ia acontecer. E acho que isso se deve ao facto de eu respeitar grandiosamente o espaço próprio de cada um. Quem já leu certamente sabe do que estou a falar. Não que não me tivesse comovido, não que não tivesse sentido a alma apertadinha apertadinha, mas o respeito que senti foi superior à minha tristeza. É claro que houve lágrimas que, inevitavelmente caíram, mas estas também eram de admiração. 

O ponto forte de todo este romance, a meu ver, é o facto de nos transmitir uma sensação de pés bem assentes na terra. Apesar de ter momentos dignos de contos de fadas, a verdade é que a chamada à realidade é uma constante, o que nos faz sentir que o que estamos a ler, apesar de ser ficção, também podia estar a acontecer connosco. Tenho sentimentos mistos em relação a Louisa. Se por um lado fiquei a admirar a sua persistência e eterna esperança, por outro, do lado pessoal, achei aquela apatia e acomodação em relação ao seu futuro irritante. Will é, a meu ver, o elemento transformador. Enquanto vamos sentindo que Louise vai transformando Will , é este quem provoca as maiores mudanças nela e quem acaba por impulsionar todo o seu potencial. No entanto, ainda em relação a Louise, quem me dera ter a imaginação e a coragem que ela tem para se vestir daquela forma tão extravagante e tão própria. 

Adorei as dinâmicas familiares. Para o bom e para o não tão bom, Jojo Moyes conseguiu imprimir pormenores super importantes em cada uma das famílias. No lado da família abastada todas aquelas interacções mais superficiais, todo aquele tratamento mais frio e distante, os segredos por revelar, Will mais uma vez como a peça que os mantém ligados. Já do lado da Louise, com muitas mais dificuldades e com membros super dependentes de ajuda directa, vemos o quão emocionais todas as mudanças podem ser. Adorei a cena do jantar de anos da Clark com a presença do Will! Sei que vocês também sabem do que estou a falar! E sim, estou a omitir por completo a presença de Patrick no meio disto tudo porque de todos, foi com quem simpatizei  menos. Acho que a culpa não é dele, mais uma vez a escritora foi inteligente em, aos poucos, nos ir distanciando dele.

Resumindo, foi uma leitura super agradável e que, mal regressei a Fukuoka, me fez ficar o dia todo a ler. Valeu a pena.

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Opinião: O Olhar de Sophie de Jojo Moyes https://branmorrighan.com/2014/03/opiniao-o-olhar-de-sophie-de-jojo-moyes.html https://branmorrighan.com/2014/03/opiniao-o-olhar-de-sophie-de-jojo-moyes.html#respond Thu, 20 Mar 2014 11:02:00 +0000

O Olhar de Sophie

Jojo Moyes

Editora: Porto Editora

Sinopse: Somme, 1916. Sophie vive numa vila ocupada pelo Exército alemão, tentando sobreviver às privações e brutalidade impostas pelo invasor, enquanto aguarda notícias do marido, Édouard Lefèvre, um pintor impressionista, que se encontra a lutar na Frente. Quando o comandante alemão vê o retrato de Sophie pintado por Édouard, nasce uma perigosa obsessão que leva Sophie a arriscar tudo – a família, a reputação e a vida. Quase um século depois, o retrato de Sophie encontra-se pendurado numa parede da casa de Liv Halston, em Londres. Entretanto, Liv conhece o homem que a faz recuperar a vontade de viver, após anos de profundo luto pela morte prematura do marido. Mas não tardará que Liv sofra uma nova desilusão – o quadro que possui é agora reclamado pelos herdeiros e Paul, o homem por quem se apaixonou, está encarregado de investigar o seu paradeiro… Até onde estará disposta Liv a ir para salvar este quadro? Será o retrato de Sophie assim tão importante que justifique perder tudo de novo?

Opinião: Nunca antes tinha lido Jojo Moyes. Por várias vezes namorei as suas obras, mas dado que não costumo ler muitos romances históricos, fui deixando sempre para depois. Quando recebi a informação que O Olhar de Sophie ia ser publicado, não me consegui conter mais. Fiquei intrigada com o título e a sinopse e foi daqueles impulsos, que os leitores mais sensíveis bem devem conhecer, em que senti que tinha de ler esta história. Comecei as primeiras folhas com alguma precaução, mas logo me caíram as defesas todas e rendi-me de alma e coração à poderosíssima vida de Sophie Lefèvre e, mais tarde, de Liv Halston.

A trama passa-se em dois espaços temporais distintos que se ligam através do quadro A Mulher que Deixaste Para Trás, que não é nada mais nada menos que o retrato de Sophie, retrato esse que acabou por traçar o destino das duas mulheres. Com uma escrita de projecção visual forte e consistente, Jojo Moyes transportou-nos para os cenários da primeira guerra mundial, numa França invadida pelos alemães em que o medo, a opressão e a violência fazem parte do quotidiano dos seus habitantes. 

Assim que vemos ultrapassadas as primeiras páginas, em que testemunhamos o início de uma belíssima história de amor entre Sophie e Édouard, não mais conseguimos largar a obra. De repente vemo-nos em tempo de guerra, Édouard foi levado e Sophie vê-se obrigada a ir viver com os irmãos e sobrinhos. É ela que acaba por ser a grande fonte de vitalidade e de segurança tanto da sua família como da sua vila. Numa irreverência única, num confrontar destemido à imposição e invasão dos alemães ao seu lar, é impossível não ficarmos fascinados com a riqueza de carácter desta nossa protagonista. Porém, tal como todos os serem humanos, em situações extremas vemo-nos capazes de fazer tudo, até o impensável, para proteger aqueles que amamos. Mesmo que isso nos leve à ruína, como aparentemente aconteceu com Sophie.

Todo o terror, violência e medo está de tal maneira bem concretizado que o leitor dá por si a experienciar diversas emoções, numa ânsia e expectativa quase insuportáveis. Queremos tanto que a história de alguma maneira acabe bem que acabamos por dar conta que é muito provável que tal não aconteça. Tornamo-nos em românticos sonhadores, espectadores ávidos pelo impossível, uma ternura que se instala em nós e não mais nos abandona por esta heroína única.

Sem dúvida que é o foco em Sophie o ponto forte da obra. Quando esta é transposta para os tempos modernos, há algo que se perde ali no meio, alguma magia que parece ter ficado para trás e de cada vez que a autora nos dá mais um pedacinho da história antiga, é como um doce que se dá a uma criança. Liv e Paul partilham também eles uma história de amor com as suas complicações, havendo um ou outro paralelismo entre Liv e Sophie. 

Não vos quero estragar o prazer da descoberta desta magnífica obra, mas não posso deixar de vos aconselhar a lerem-na, seja em que altura for. O Olhar de Sophie é um livro que vos irá marcar, com personagens que irão mexer convosco como poucas fazem, com uma escrita encantadora, por vezes dura e cruel, mas que faz sentir que poderia ser real de tão intensos que são os acontecimentos. e a escrita. Adorei.

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