Leituras 2010 – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 04:55:52 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Leituras 2010 – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: “Alex 9 – A Coroa dos Deuses” de Martin S. Braun https://branmorrighan.com/2011/01/opiniao-alex-9-coroa-dos-deuses-de.html https://branmorrighan.com/2011/01/opiniao-alex-9-coroa-dos-deuses-de.html#respond Sun, 02 Jan 2011 17:12:00 +0000

Alex 9 – A Coroa dos Deuses

Martin S. Braun

Editora: Saída de Emergência

Colecção: Teen

Nº de Páginas: 288

Sinopse: Prepara-te para batalhas épicas de espada em punho e tecnologia de ponta e mergulha numa aventura onde as respostas parecem levar a mais perguntas. Quando se saberá a verdade sobre Alex 9?

 Opinião: Com um primeiro livro bastante bom em termos da originalidade da história e da forma compulsiva com que nos obriga a ler, Alex 9 – A Coroa dos Deuses vem confirmar que esta saga chegou para ficar.

Recheado de ainda mais acção que no primeiro, este volume continua a história de Alex 9, uma guerreira misteriosa e diferente de toda a gente vista até hoje em Brodom, e como esta vai influenciar o futuro do reino.

Caracterizada por ter dois mundos, dezenas de personagens e cenários, esta trilogia tem vindo a melhorar do livro anterior para este segundo. Apesar de logo ao início do livro nos assustarmos com tantas personagens que compõem a trama, o autor conseguiu ir oscilando entre cenários e personagens de forma organizada e coerente, facilitando o acompanhamento de todas as acções paralelas à principal. Houve também um maior desenvolvimento e caracterização das personagens, principalmente de Dael e Jik e houve outras duas que também me marcaram que foi a dupla Garic e Hert.

Outro ponto alto, na minha opinião, é que o autor mostra ainda mais maturidade na escrita e nas descrições, sejam de guerra, estratégia, ficção-científica, etc. Por outro lado, achei que o autor continua a utilizar demasiados ‘e’ em algumas descrições. Já o tinha verificado no primeiro livro e este segundo, embora com menos frequência, acontece o mesmo.

O fim deste livro, à semelhança do fim do primeiro, volta a deixar-nos ansiosos por ler o último livro. Embora não tenha tido a disponibilidade que gostava para ler este livro em menos tempo, sempre que se pega nele somos completamente devorados para a história. Relembro que embora esteja inserido numa colecção juvenil, esta trilogia pode agradar a qualquer adulto. Só posso desejar que o autor se despache a terminar o terceiro livro!

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Opinião: “Em Chamas” (Os Jogos de Fome #2) de Suzanne Collins https://branmorrighan.com/2010/12/opiniao-em-chamas-os-jogos-de-fome-2-de.html https://branmorrighan.com/2010/12/opiniao-em-chamas-os-jogos-de-fome-2-de.html#comments Sat, 25 Dec 2010 12:59:00 +0000

Em Chamas (Os Jogos de Fome #2)

Suzanne Collins

Editora: Presença

Colecção: Via Láctea

Nº de Páginas: 268

Sinopse: Pela primeira vez na história dos Jogos da Fome dois tributos conseguiram sair da arena com vida.

Mas o que para Katniss e Peeta não passou de uma estratégia desesperada para não terem de escolher entre matar ou morrer, para os espectadores de todos os distritos foi um acto de desafio ao poder opressivo do Capitólio.

Agora, Katniss e Peeta tornaram-se os rostos de uma rebelião que nunca esteve nos seus planos.

E o Capitólio não olhará a meios para se vingar… 

Opinião: Depois de um primeiro livro recheado de acção e de emoções fortes, o segundo em nada desiludiu conseguindo manter-me agarrada a ele desde a primeira à última página. E apesar da opinião vir com bastante atraso (por falta de tempo), ainda tenho bem vivas as chamas que esta narrativa provoca em nós.

Depois da loucura de Katniss para salvar o Peeta, que resultou em ambos saírem com vida da arena, mal ela conseguia imaginar as consequências que tal acto iria ter na sua vida e na das pessoas que ama. O Capitólio vai reprimindo toda e qualquer tipo de rebelião. Mas símbolos de mimo-gaios começam a aparecer em comida, vestuário e muito mais. Ao início, Katniss pensa que é por estarem solidários com ela, pela sua atitude no fim dos Jogos da Fome, mas à medida que vai interrogando as pessoas acerca disso descobre rapidamente que é bem mais que isso.

Um livro em que a acção é sempre constante, as surpresas não cessam e a ansiedade cresce com o virar das páginas. Uma história em que sobreviver é a palavra-chave. Num mundo onde a opressão é o objectivo, onde cada povoação tem que se comportar de certa maneira, a revolução parece ser o único meio de mudar isso. E é através de pequenos actos que as pessoas começam a fazer a diferença.

Katniss e Peeta, novamente personagens principais, conseguiram conquistar-nos ainda mais que no livro anterior. Dois símbolos de revolta, dois alvos a abater.

Jogos de Fome vem assim a afirmar-se como uma série de eleição que cativa e conquista os leitores logo no primeiro livro, mas que consegue ainda surpreender neste segundo. Só posso ansiar pelo terceiro.

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Opinião: “O Desertor” de Daniel Silva https://branmorrighan.com/2010/11/opiniao-o-desertor-de-daniel-silva.html https://branmorrighan.com/2010/11/opiniao-o-desertor-de-daniel-silva.html#comments Sun, 28 Nov 2010 14:57:00 +0000

O Desertor

Daniel Silva

Editora: Bertrand

Nº de Páginas: 448

Sinopse: Seis meses após o dramático final de “Regras de Moscovo”, Gabriel Allon regressa à lua-de-mel com Chiara e ao restauro de uma peça setecentista do Vaticano. Mas a sua paz é efémera. De Londres chega a notícia de que Grigori Bulganov, espião e desertor russo que lhe salvou a vida em Moscovo, desapareceu sem deixar rasto. Nos dias que se seguem, Gabriel e a sua equipa travarão um duelo mortal com Ivan Kharkov, um dos homens mais perigosos do mundo. Confrontado com a possibilidade de perder a coisa mais importante da sua vida, Gabriel será posto à prova de maneiras inconcebíveis até então. E nunca mais será o mesmo. Com um enredo surpreendente e um conjunto de personagens inesquecíveis, este é o “thriller” mais explosivo do ano e o melhor livro de Daniel Silva até à data.

Opinião: Daniel Silva tem uma escrita simples e directa, com poucos floreados. O foco está na acção, a descrição fica relegada para segundo plano e o onanismo literário é praticamente inexistente. Os seus livros caracterizam-se por inúmeras deslocações entre vários países e decorrem num período de tempo pouco pronunciado e a um ritmo bastante elevado, como qualquer thriller que se preze, lembrando a série televisiva 24.

Partindo do final de “As Regras de Moscovo”, é feita uma pequena contextualização para compreendermos quem são os personagens do conflito.

Desta vez, a “guerra” é com os russos. Grigori Bulganov, o desertor, Ivan Kharkhov, o mau da fita. Ambos ex-KGB, um foragido com muita lábia, outro um estalinista fanático traficante de armas (entre outras actividades) multi-milionário com… Muitos segredos.

Gabriel Allon entra em acção quando o amigo Grigori (que o salvou no livro anterior) desaparece em Londres a caminho de uma partida de xadrez: a partir daí, envolve-se num empreendimento a nível mundial, num esforço para o encontrar e aos seus raptores. Contudo, ao mesmo tempo que a busca avança, sucede um evento imprevisto que apressa e alarga ainda mais a busca, prometendo agarrar os leitores até ao final.

Se a escrita é fluida, a acção sempre intensa e o clímax espectacular, a verdade é que a história segue uma linha emocional previsível, tipicamente hollywoodesca, à imagem das obras anteriores.(7.5/10 por RS)

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Opinião: “As Regras de Moscovo” de Daniel Silva https://branmorrighan.com/2010/11/opiniao-as-regras-de-moscovo-de-daniel.html https://branmorrighan.com/2010/11/opiniao-as-regras-de-moscovo-de-daniel.html#comments Wed, 24 Nov 2010 13:22:00 +0000

As Regras de Mocovo

Daniel Silva

Editora: Bertrand

Nº de Páginas:

Sinopse: A morte de um jornalista leva Allon à Rússia, onde descobre que, em termos das artes do ofício da espionagem, até mesmo ele tem alguma coisa a aprender. Agora, está a jogar segundo as regras de Moscovo. E na cidade existe uma nova geração de estalinistas que conspiram para reivindicar um império perdido e desafiar o domínio global de um velho inimigo: os Estados Unidos da América. Um desses homens é Ivan Kharkov, um antigo coronel do KGB que construiu um império de investimento global sobre os escombros da União Soviética. No entanto, escondido no interior desse império, está um negócio lucrativo e mortífero. Kharkov é um negociante de armas – e está prestes a entregar as armas mais sofisticadas da Rússia à al-Qaeda. A não ser que Allon consiga descobrir a hora e o local da entrega, o mundo irá assistir aos ataques terroristas mais mortais desde o 09 de Setembro – e o tempo está a passar muito depressa. Cheio de prosa rica e de reviravoltas na trama de cortar a respiração, o livro As Regras de Moscovo é simultaneamente um entretenimento superior, uma cáustica história exemplar sobre as novas ameaças que estão a aparecer no Leste – e o melhor romance de Silva até ao momento.

Opinião: Daniel Silva traz-nos mais um thriller na linha dos anteriores: espionagem, crime, e acção frenética, com Gabriel Allon como personagem principal.

Desta vez, e para não ser apenas “mais um”, o confronto é estabelecido com os russos, mais precisamente com Ivan Kharkov, um ex-agente do KGB que enriqueceu com o tráfico de armas (entre outros negócios, uns mais ilícitos que outros).

Numa prosa directa e com refinada ironia à mistura, sem nunca descurar o desenvolvimento emocional de cada personagem (há a salientar, claro, a relação entre Uzi, Gabriel e Shamron e ainda o paradoxo vivido por Elena), Daniel Silva põe-nos nas mãos uma trama que começa com o assassinato de um jornalista russo em Itália, quando se preparava para divulgar um segredo que outros já tinham morrido a tentar partilhar.

A partir daí, o nosso protagonista embarca numa viagem a um ritmo alucinante, que o leva a descobrir (e deslindar, como não podia deixar de ser) uma conspiração com vista à venda de armas à al-Qaeda por parte de Kharkhov. Contudo, esta é uma aventura em que não pode embarcar sozinho e, como tal, juntam-se aos serviços secretos israelitas a CIA e o MI5, adicionando ainda mais emoção à narrativa.

Entre espancamentos, operações de vigilância que correm mal, restauração de obras de arte, resgates, negociações políticas, descrições do estado social e político da Rússia e as histórias e traumas pessoais das personagens, este é um romance que se lê em pouco tempo, não por ser curto, não por ser escasso em conteúdo, sim porque nos arrebata o fôlego. 7/10 RS

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Opinião: “Os Jogos da Fome” de Suzanne Collins https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-os-jogos-da-fome-de-suzanne_07.html https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-os-jogos-da-fome-de-suzanne_07.html#comments Thu, 07 Oct 2010 00:18:00 +0000

Os Jogos da Fome (Os Jogos da Fome #1)

Suzanne Collins

Editora: Editorial Presença

Colecção: Via Láctea

Nº de Páginas: 256

Sinopse: Num futuro pós-apocalíptico, surge das cinzas do que foi a América do Norte Panem, uma nova nação governada por um regime totalitário que a partir da megalópole, Capitol, governa os doze Distritos com mão de ferro. Todos os Distritos estão obrigados a enviar anualmente dois adolescentes para participar nos Jogos da Fome – um espectáculo sangrento de combates mortais cujo lema é «matar ou morrer». No final, apenas um destes jovens escapará com vida… Katniss Everdeen é uma adolescente de dezasseis anos que se oferece para substituir a irmã mais nova nos Jogos, um acto de extrema coragem… Conseguirá Katniss conservar a sua vida e a sua humanidade? Um enredo surpreendente e personagens inesquecíveis elevam este romance de estreia da trilogia Os Jogos da Fome às mais altas esferas da ficção científica.

Opinião: Todas as opiniões que li sobre este livro são extremamente positivas. Tanto que, no Goodreads.com, a média da sua pontuação é 4,56… Quando me vi com ele nas mãos, foi impossível não começar a lê-lo. E acreditem, não parei…

Os Jogos da Fome é o primeiro livro de uma trilogia que se adivinha ser uma das melhores que já li. Bastante irreverente e por vezes chocante, esta obra retrata uma sociedade divivida em 12 distritos com um centro – o Capitólio – que controla e governa tudo. E todos os anos são organizados os jogos da fome. É incrível como toda a narrativa se processa. Desde o início que temos Katniss como narradora, sendo impossível não nos afeiçoarmos a ela. Ver o mundo pelos olhos dela é uma experiência fantástica. Mas quando Katniss ouve o nome da sua irmã ser escolhido para os jogos da fome, é que a acção realmente começa.

Os Jogos da Fome são um acontecimento brutal. Brutal em vários sentidos. Desde a luxuosa preparação dos participantes ao abandono, frio e cruel, numa arena para só um restar com vida. Durante os Jogos, muitas alianças são formadas, muitos são traídos, mas as melhores surpresas vêm sempre de onde menos se espera. Gostei imenso do Peeta, o outro escolhido do distrito 12. Mesmo perante as opiniões dúbias que vão surgindo sobre ele (amigo ou traidor), acho que está uma personagem muito bem construída, misteriosa e que dá um toque muito especial a toda a história.

Com uma escrita leve, corrida e completamente viciante (acabei a lê-lo noite adentro até chegar ao fim), este livro traz até nós uma experiência inesquecível e bastante marcante. As características de cada distrito, o que cada um sofre/beneficia, são tratadas de forma bastante crua, sem ser, no entanto, exagerada. E, embora tenha o rótulo de livro para público juvenil, não tenho dúvida alguma que pode agradar a qualquer adulto. Adorei.

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Opinião: “O Evangelho do Enforcado” de David Soares https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-o-evangelho-do-enforcado-de.html https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-o-evangelho-do-enforcado-de.html#comments Tue, 05 Oct 2010 12:11:00 +0000

O Evangelho do Enforcado

David Soares

Editora: Saída de Emergência

Nº de Páginas:368

Sinopse: Nuno Gonçalves, nascido com um dom quase sobrenatural para a pintura, desvia-se dos ensinamentos do mestre flamengo Jan Van Eyck quando perigosas obsessões tomam conta de si. Ao mesmo tempo, na sequência de uma cruzada falhada contra a cidade de Tânger, o Infante D. Henrique deixa para trás o seu irmão D. Fernando, um acto polémico que dividirá a nobreza e inspirará o regente D. Pedro a conceber uma obra única. E que melhor artista para a pintar que Nuno Gonçalves, estrela emergente no círculo artístico da corte? Mas o pintor louco tem outras intenções, e o quadro que sairá das suas mãos manchadas de sangue irá mudar o futuro de Portugal. Entretecendo História e fantasia, O Evangelho do Enforcado é um romance fantástico sobre a mais enigmática obra de arte portuguesa: os Painéis de São Vicente. É, também, um retrato pungente da cobiça pelo poder e da vida em Lisboa no final da Idade Média. Pleno de descrições vívidas como pinturas, torna-se numa viagem poderosa ao luminoso mundo da arte e aos tenebrosos abismos da alienação, servida por uma riquíssima galeria de personagens.

Opinião: David Soares sabe sobre o que escrever, que momentos abordar, sabe criar história, imaginar personagens e acima de tudo fortalecê-las e fazer-nos acreditar nelas, apoiando-se na sua pesquisa.

Seguindo praticamente a mesma estrutura de Conspiração dos Antepassados (com divisão temporal e também espacial), é-nos apresentado um romance que narra a história de um consistentemente macabro Nuno Gonçalves, que se torna um enorme pintor e também um assassino, fruto da partilha involuntária do seu ser com o Geronte, uma criatura com poderes sobrenaturais em avançado estado de decomposição, que só presta contas aos Decanos, seres ainda mais poderosos. Não fosse isto suficientemente fascinante, é introduzida ainda a parte necessária e suficiente da Ínclita Geração.

Nuno cresce com a crença de que está destinado a grandes feitos. Com a morte da mãe muda-se com o pai para Lisboa, onde descobre, enfim, como se tornar pintor e explorar o seu potencial (ou pelo menos o do seu lado humano). Estuda e melhora até se tornar no pintor da cidade, momento em que lhe são encomendados pelo regente D. Pedro uns certos painéis… Contudo, os nobres não apreciam o resultado final: D. Pedro cai em desgraça e Nuno é preso, sendo libertado 5 anos mais tarde (por ocasião da morte de D. Pedro) e promovido a pintor régio de D. Afonso V.

Teoricamente poderíamos pensar que é mais complicado a David Soares criar estas personagens, visto que o seu legado físico é mais curto (por comparação com a obra de Pessoa e Crowley, por exemplo), no entanto isso também lhe dá maior liberdade e, na minha opinião, permitiu-lhe criar personagens mais sólidas e inteligíveis, sobressaindo Henrique e Nuno, pelo seu carácter marginal.

No geral é um excelente livro (que podia ter tido um trabalho de revisão mais apurado, para eliminar os residuais, mas embaraçosos, erros que apresenta, p.e., poder =/= puder), com várias histórias laterais e curiosidades engraçadas, bem escrito e com vocabulário diversificado, que acaba apenas por pecar pela não existência de um clímax pronunciado: mais uma vez, a leitura é intensa, mas a acção torna-se demasiado constante (com alguns picos ao longo do texto, é certo). (Classificação – 8.5/10 por RS)

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Opinião: “O Vampiro Lestat” (Volume 2) de Anne Rice https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-o-vampiro-lestat-volume-2-de.html https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-o-vampiro-lestat-volume-2-de.html#comments Sun, 03 Oct 2010 23:32:00 +0000

O Vampiro Lestat (Volume 2)

Anne Rice

Editora: Europa-América

Nº de Páginas: 264

Sinopse: Extravagante e apaixonado, Lestat mergulha nos lascivos lupanares de Paris do século XVIII, na Inglaterra dos druidas e na Nova Orleães finissecular. Após um sono profundo de cinquenta e cinco anos, Lestat está fascinado pelo mundo moderno. Quando quebra o código de honra dos vampiros, que lhes impõe o silêncio sobre a sua condição, Lestat revela-se na esperança de que os imortais se ergam e se unam para descobrirem o mistério da sua existência. E é então que Lestat, o caçador, se transforma numa presa.

Opinião: Se no primeiro volume eu fiquei presa à leitura, neste segundo volume largá-la, tornou-se impossível. Enquanto que na primeira metade, temos Lestat humano e a vivenciar as suas primeiras experiências como imortal, nesta segunda metade temos todo o seu percurso vampírico até aos dias de hoje, em que é uma famosa estrela de rock.

Começamos por ficar a conhecer um pouco mais sobre o misterioso Armand (já nosso conhecido em “Entrevista com o Vampiro“) e descobrimos Marius, uma personagem apaixonante da qual adorei saber a história. Lestat passa por momentos de adoração e de sofrimento tão intensos como ele nunca imaginou. O seu percurso ao longo destas páginas mostrou-nos alguém bem diferente do que nos foi dado a pensar em “Entrevista com o Vampiro“. Dentro dele, batalhas sobre o que é certo e errado e a admiração por tudo o que é humano, são expressos de forma tão intensa, tão avassaladora…

Um livro brutal em toda a sua beleza e sentimento. Conhecemos seres tão sublimes e tão poderosos que estão para lá da compreensão do próprio Lestat. A acção vai decorrendo sempre a muito bom ritmo, em que sentimos uma “sede” gigante que o próximo mistério nos seja revelado. E tudo culmina com a aparição de Louis. O reencontro entre Lestat e Louis era um momento pelo qual eu ansiava muito e que não desiludiu.

Este segundo volume está bastante mais envolvente e intenso que o primeiro e, quando o fim chega, consegue deixar aquela saudade instantânea e a vontade de querer mais. Uma leitura fantástica que me marcou bastante.

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Opinião “Hex Hall” de Rachel Hawkins https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-hex-hall-de-rachel-hawkins.html https://branmorrighan.com/2010/10/opiniao-hex-hall-de-rachel-hawkins.html#comments Sat, 02 Oct 2010 21:32:00 +0000

Hex Hall

Rachel Hawkins

Editora: Gailivro

Colecção: 1001 Mundos

Nº de Páginas: 240

Sinopse: “Virei-me para sair, mas a porta fechou-se a poucos centímetros da minha cara. De repente, um vento pareceu soprar através da sala e as fotografias nas paredes chocalharam. Quando me virei de novo para as raparigas, estavam as três a sorrir, os cabelos a ondularem-lhes a volta dos rostos como se estivessem debaixo de água. O único candeeiro da sala tremeluziu, e apagou-se. Eu apenas conseguia distinguir faixas prateadas de luz que passavam sob a pele das raparigas, como mercúrio. Até os seus olhos brilhavam.Começaram a levitar, as pontas dos sapatos regulamentares de Hecate mal tocando a carpete musgosa. Agora, já não eram rainhas do baile de finalistas, nem supermodelos – eram bruxas, e até pareciam perigosas. Apesar de me debater contra a vontade de cair de joelhos e colocar as mãos acima da cabeça, pensei, “Eu também seria capaz de fazer aquilo?”

Opinião:  Hex Hall foi uma leitura rápida e bastante engraçada. Rachel Hawkins criou um mundo que, até mais ou menos um terço do livro, se parecia com o de Harry Potter, mas conseguiu surpreender-me pela positiva nas restantes páginas pela sua verdadeira originalidade.

O livro fala-nos num mundo “normal”, recheado de criaturas sobrenaturais que, ao atingir a idade em que os seus poderes se manifestam, em caso de serem mal utilizados têm que ir para uma escola – Hex Hall. E é para lá que Sophie vai, após a realização de um feitiço de amor que resultou bem demais! Sophie Mercer é uma personagem divertidíssima, com um humor muito característico e de quem é muito fácil gostar.

É com bastante alegria que vamos vivenciando a experiência de Sophie na convivência com a sua amiga de quarto vampira, com as três bruxas mais populares da escola que a odeiam e à sua colega e, ainda, na sua paixão pelo namorado de uma delas. Contudo, o que ela não estava mesmo nada à espera, era de descobrir a sua verdadeira origem. E descobre-o através de uma antepassada – em forma de fantasma – que a aterroriza completamente, mas que também lhe ensina como desenvolver os seus poderes adormecidos. No entanto, não há bela sem senão e Sophie começa a desconfiar das verdadeiras intenções dela… E para juntar a tudo isto, descobre que existe uma organização cujo objectivo é exterminar as raças sobrenaturais!

Hex Hall foi, assim, uma aventura num mundo mágico, cheia de boa disposição, com muito mistério, que me foi proporcionando uma leitura muito aprazível em que por vezes chegava a ser viciante!

Um livro mais virado para jovens, mas que consegue deliciar e provocar muitos bons momentos a qualquer adulto.

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Opinião: “Goor – As Crónicas de Feaglar I & II” de Pedro Ventura https://branmorrighan.com/2010/09/opiniao-goor-as-cronicas-de-feaglar-i.html https://branmorrighan.com/2010/09/opiniao-goor-as-cronicas-de-feaglar-i.html#comments Sun, 26 Sep 2010 10:42:00 +0000

Goor – As Crónicas de Feaglar I & II

Pedro Ventura

Editora: Papiro (Pelo menos, supostamente)

Nº de Páginas: –/–

Opinião: Antes de mais, alguns esclarecimentos. A versão que li, foi uma versão “de autor”, não revista, impressa num formato A4 com os dois livros seguidos. É suposto estas duas magníficas obras serem vendidas pela Papiro Editora, mas ao que parece isso não acontece e, a única solução que eu e o autor arranjámos para ter o prazer de as ler, foi ele enviar-mas em formato “manuscrito”.

Sei que devem estar a pensar “Uhh, que horror, os manuscritos normalmente têm muitos erros e gralhas e não sei que mais..”, pois bem, desenganem-se. A única contrapartida de ler neste formato, foi o tamanho e peso do manuscrito e por isso (para os leitores mais atentos do blog) demorei mais tempo que o normal a conseguir lê-lo. Não obstante, valeu mais que a pena ler neste formato. E a primeira coisa a apontar é que Pedro Ventura tem uma escrita de fazer inveja. A linguagem utilizada é bastante adequada à estória, directa e que nos puxa para dentro dela fazendo com que nos sintamos parte daquele universo.

Goor – As Crónicas de Feaglar I & II são obras inigualáveis. A primeira coisa em que pensei quando terminei de os ler foi “Uau, nunca pensei que houvesse uma obra destas, muito menos escrita por um autor português”. Isto porque, quando lemos algum livro, normalmente tendemos a comparar com esta ou aquela obra que já lemos anteriormente. Com os Goor, isto não acontece.

Desde cedo entramos num mundo completamente novo. E, apesar de estas duas obras serem classificadas no género Fantástico, desenganem-se se pensam que vão encontrar os seus elementos típicos como fadas, gnomos, elfos, anjos ou vampiros ou o que quer que vos possa passar pela cabeça. Aqui, temos a humanidade dura e crua, onde cada pensamento e acção têm uma intensidade nunca antes expressas desta forma.

O território nestas obras, é constítuido por sete reinos, cada um com os seus reis, rainhas e exércitos e, à medida que a narrativa vai avançando vamos conhecendo cada vez mais personagens. Um grande ponto a favor do autor é que, apesar de serem imensas e serem tantos reinos, ele consegue a narrativa organizadíssima e coerente, não havendo confusão de quem é quem ou o que era o quê. E quanto às suas características, temos de tudo um pouco. Personagens de personalidade forte, sombrias, alegres, extrovertidas, soturnas e mesmo quando pensamos que odiamos certa personagem, muitas das vezes o autor surpreende-nos com reviravoltas estonteantes.

E é muito à base dos sentimentos que a narrativa nos provoca, que tornam estes livros tão bons. Pedro Ventura consegue transmitir uma data de valores e de ideais tão fundamentais à nossa sociedade de uma forma, por vezes, romântica, intensa e que nos faz por vezes rir, outras vezes chorar (sim, chorei e depois?), mas acima de tudo provoca-nos um deslumbramento que muito poucos autores têm a arte de o fazer.

Ele consegue mostrar que o bem e o mal não são lineares. Que muitas vezes pode ser tudo bastante relativo e por vezes abala-nos em certos momentos da estória com claras demonstrações disso.

As demandas, as batalhas, as paixões, os ódios, a amizade, a camaradagem, o sofrimento, a alegria, a capacidade de amar para além de qualquer compreensão, são apenas alguns tópicos tão bem desenvolvidos e descritos. O autor não perde tempo com longas descrições de batalhas épicas ou cenas de amor explícitas só para prender o leitor. Não, ele é sublime, mas certeiro nelas e vai sendo impossível para nós largarmos a leitura.

Dois livros inesquecíveis, que tenho pena de terem sido editados por uma editora que não soube dar o devido valor e por ver desperdiçado um talento que nem no estrangeiro abunda. Sim, Pedro Ventura é um autor capaz de fazer frente e vencer, em termos de qualidade, grandes nomes de literatura estrangeira, já para não falar da portuguesa.

Deixo aqui expresso o meu desagrado e gostava mesmo que estes dois livros tivessem uma edição decente e que ocupassem o lugar que merecem – os tops das livrarias e distribuidoras nacionais.

Até lá fora, de Portugal, parecem dar mais valor a estes dois livros do que nós, portugueses.

Sem dúvida que adorei.

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Opinião: “A Possessão” (Laços de Sangue #2) de Jennifer Amintrout https://branmorrighan.com/2010/09/opiniao-possessao-lacos-de-sangue-2-de.html https://branmorrighan.com/2010/09/opiniao-possessao-lacos-de-sangue-2-de.html#comments Sat, 25 Sep 2010 12:07:00 +0000

A Possessão (Laços de Sangue #2)

Jennifer Armintrout

Editora: Gailivro

Colecção: 1001 Mundos

Nº de Páginas: 343

Sinopse: “O meu pai sempre me disse que o medo é uma fraqueza.Ora, isso é fácil de dizer quando não temos de nos preocupar com caçadores de vampiros e água benta. Detesto o medo, mas a vida, ou melhor, a morte continua.Nos dois meses que passaram desde que fui atacada, na morgue do hospital, e transformada em vampiro, já matei o meu amo malévolo, Cyrus, apaixonei-me pelo meu novo amo, Nathan, e até me acostumei a beber sangue. E quando as coisas estavam a regressar ao normal – o mais normal possível quando a luz do sol nos pode matar – Nathan é possuído. E massacra um humano inocente. Agora tenho de encontrar Nathan antes que o Movimento Voluntário para a Extinção dos Vampiros o localize, porque estão apenas à espera de uma desculpa para o matar – a ele e a qualquer outro que seja suficientemente parvo para o ajudar. Mas isso não é o pior. Nathan está possuído pelo espírito de um dos vampiros mais malévolos de sempre, O Devorador De Almas. E quem pode imaginar quais serão os seus planos? Com o devorador de Almas e o meu amo possuído à solta, sinto muito medo, incluindo ser morta, outra vez. ”

PS: Para quem não leu o primeiro livro é possível que contenha alguns SPOILERS.

Opinião: “A Possessão” é o segundo livro da série “Laços de Sangue”. Depois de um primeiro livro, “A Iniciação“, muito bom e original, este segundo foi simplesmente impossível de largar. Uma narrativa cruel, mas apaixonada, com um ritmo estonteante, deixa-nos presos à leitura desde a primeira palavra à última.

Carrie anda com pesadelos. Quando acorda, Nathan está sentado a olhar para ela… O facto de Nathan andar a vigiar o sono dela é mau sinal. Nunca nada de bom advém daí. É como se ele conseguisse pressentir que algo de mal vai acontecer.

E não tiveram que esperar muito. Numa noite como tantas outras, quando Nathan vai trabalhar para a loja, Carrie deixa de sentir a sua ligação de sangue com Nathan. O pânico apodera-se dela e ela vai à procura dele saber o que aconteceu. O cenário com que se deparou parece irreal. Nathan está nu, cheio de símbolos gravados na própria pele e completamente irreconhecível. Ataca-a. Mas num momento de lucidez , larga-a e foge. Que raio se estará a passar?

Desde cedo nota-se uma clara evolução na narrativa de Jennifer Amintrout. Se no primeiro livro já a tinha achado consistente e forte, neste aparece mais madura, mais ousada e até mais sensual.

Personagens que no livro anterior não desempenharam papéis de grande destaque, aparecem agora como fundamentais, e outras que pensávamos extintas voltam para nos surpreender! (Quem são essas personagens? Não digo =P! Fica para quando lerem o livro. Descobrirão rapidamente de quem falo).

É um livro de emoções fortes. É impossível ficarmos indiferentes a tudo o que se vai passando. Grande parte dos acontecimentos envolvem uma entrega muito grande por parte de algumas personagens e é difícil não gostarmos de quase todas. Nem falo só de Carrie, que é a personagem principal, mas de outras que se juntam a ela nesta luta imparável contra o Devorador de Almas.

Confesso que gostava de falar mais sobre o livro, mas dada a sinopse, iria de certeza “spoilar” o livro. Mas gostei tanto, mas tanto dele, que estou aqui a conter-me para não vos dizer mais nada!

Por isso, e para acabar, vos digo, se gostaram do primeiro vão Amar este! Não percam muito tempo quando o virem nas lojas e devorem-no.

Jennifer Amintrout veio, assim, para ficar e conquistar todos os que a lerem. Uma leitura viciante, horripilante e muito, muito boa. Adorei.

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