Marta Banza – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:48:13 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Marta Banza – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Playlist da Quinzena] 16 a 31 de Outubro de 2016 – As Escolhas de Marta Banza https://branmorrighan.com/2016/10/playlist-da-quinzena-16-31-de-outubro-2.html https://branmorrighan.com/2016/10/playlist-da-quinzena-16-31-de-outubro-2.html#respond Thu, 20 Oct 2016 10:49:00 +0000

Sou a pior. Queria ter lançado esta playlist logo no Domingo, dia 16, por ser a data da exposição da Marta, da qual já falei aqui: http://www.branmorrighan.com/2016/10/diario-de-bordo-o-meu-retrato-no.html

O problema é que na minha cabeça tinha sido mesmo isso que tinha feito, até que hoje dei conta que não. Ahahah! Desculpa, Martinha!!! Mas basicamente esta quinzena é dedicada à Marta, que já tanto fez por mim e pelo blogue (foi a ilustradora do 7º aniversário). É das pessoas mais queridas e genuínas que eu conheço. Tem um coração irrequieto e desassossegado, mas sempre terno, atento, solidário e apaixonado. Aqui ficam as suas escolhas e aproveitem para visitar a sua página de artista: https://www.facebook.com/MBanzaPhotography/

Quando a maravilhosa Sofia me convidou para construir uma playlist para o seu maravilhoso blogue, invadiu-me um daqueles sorrisos semi envergonhados, meio menineiros, ao mesmo tempo que me transportou a mente para a minha gaveta de músicas que mexem comigo, onde andei a vasculhar.

Não demorei a perceber que a gaveta é remexida e arrumada de maneira diferente de tempos a tempos… Por isso decidi fazer uma lista de músicas que me viessem à cabeça sem ter que pensar muito. Porque essas é que estão, neste momento, a ter impacto na minha forma musicada de ver a vida, guiando-me pelos dias consoante o tom. Não falarei extensivamente sobre cada uma, pode ser que tenham vontade de as ouvir e descobrir por vocês algum significado.

The Other Woman – Nina Simone

A razão desta versão desta música aparecer em primeiro na lista não é aleatória. É que, mal entra o piano, é como se todo o meu corpo fosse uma coluna por onde passa toda esta melodia. Arrepio-me até à pontinha do meu dedo mais pequenino do pé, que nem tinha dado por ele até a Nina ter começado a cantar. Adoraria ter conhecido a Nina, mesmo tendo quase a certeza de que a sua altivez a roçar o ressentimento tivesse feito dela uma mulher muito sua, pouco dada a quem pouco conhecia (ou pouco merecia). É uma música de Mulher para Mulher. Ah! E depois acaba… E afinal era tocado ao vivo. Lá vem mais um arrepio…  

By The Cathedral – Keren Ann

Esta música é, para mim, dona de umas das rimas que mais adoro. Envolta de uma simplicidade romântica, uma melancolia muito feminina, enquanto é acompanhada de uma guitarra que quase alegra o triste. Numa disputa com a voz da Keren, o pequeno solo de trompete para mim, encaixa na perfeição.

Water Me – FKA Twigs

Um vício recente. A FKA Twigs prendeu-me desde a primeira música, que foi esta. Transmite-me a fragilidade que mesmo a mulher mais possante inevitavelmente sente, ao mesmo tempo que me convence de que o crescimento pessoal pode ser inibido ou enaltecido por aqueles que escolhemos ter à nossa volta. A quem nos escolhemos dar. 

X – Tiago Bettencourt & Carminho

Esta mexe comigo de forma agridoce. Aproxima-me de alguém que já cá não está, que partiu cedo e com quem me identifico, enquanto me enche a alma como só as músicas portuguesas conseguem fazê-lo. Enquanto escrevo sobre ela oiço-a, e dá-me vontade de parar, fechar os olhos, chorar, dançar, e sonhar a noite toda. E eu “queria mais altas as estrelas, viver a vida – quanto mais funda e lúgubre a descida, mais alta é a ladeira que não cansa.”

Eu Te Amo – Chico Buarque

A Música. É, para mim, aquela que desde o primeiro dia desponta a mesma reação em mim. Como se nunca a tivesse ouvido antes, mas que já deixou raízes no meu coração. Acompanha-me sempre, mesmo que não a oiça, está em mim. Oiçam bem este poema… Se vos acontecer como a mim, sentir-se-ão pequenos perante o Amor. O sentimento ao qual o Homem tanto foge, mas que “volta sempre a enfeitiçar”. Esta música dá-me razões para crer na beleza da nossa raça, apesar do dia-a-dia que o contradiz. 

Assim termino esta playlist… Estou de coração mais cheio, porque falei de um pouco do que me une ao Mundo e me move todos os dias. Obrigada, querida Sofia, por este espaço que fizeste meu, sendo teu. 

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[Diário de Bordo] O meu Retrato no projecto “Nas Entrelinhas da Fotografia – Interpretar Retratos” da Marta Banza https://branmorrighan.com/2016/10/diario-de-bordo-o-meu-retrato-no.html https://branmorrighan.com/2016/10/diario-de-bordo-o-meu-retrato-no.html#respond Sun, 16 Oct 2016 20:49:00 +0000

Hoje foi um dia especial. Especial porque, sendo raro, troquei de papéis com a Marta. Se no ano passado a convidei para ser a cara e a mão do 7º Aniversário do blogue, foi ela quem fez as ilustrações e os cartazes todos, em Julho deste ano ela convidou-me a mim para fazer parte de um projecto que ela andava a organizar que acabou por ter como título “Nas Entrelinhas da Fotografia – Interpretar Retratos”. 

As fotografias de Marta Banza unem-se ao enorme talento de 10 artistas – pintores, ilustradores manuais e ilustradores digitais – que aceitaram um desafio: Retratar uma pessoa que não conhecem e do qual só têm acesso aos olhos, à boca e a uma pequena descrição da personalidade, escrita pela fotógrafa.

Fiquei mais do que babada e lembro-me bem que naquela tarde nos Jardins da Gulbekian, em que cheguei a bufar, vinda quase a correr do trabalho para não me atrasar, estava nervosa. Costumo sentir-me confortável atrás de uma câmara fotográfica, mas à frente nem por isso. Daí tantas caretas na maioria das fotografias que me tiram, ou que eu me tido. Ahah. A questão é que, neste caso, estava ainda mais nervosa por ser o projecto da Marta e saber o quanto significava para ela. Mais! Ela achava que eu era merecedora de entrar nele. Nos dois primeiros cliques eu devia estar tão séria que a Marta chegou a perguntar-me se estava tudo bem, que eu devia descontrair e colocar a expressão que achasse que mais me caracterizava, mas que na verdade ela associava o meu rosto a um sorriso. Mesmo que não quisesse sorrir, a verdade é que não podia não sorrir depois dela e o Miguel concordarem com a afirmação e pumba! Ela captou esse momento. 

O resultado está à vista e hoje foi a apresentação do projecto. Conheci também o jovem artista graffiter, o André Damascena, que ficou responsável por fazer o meu retrato, e que acabou a ter de explicar à minha mãe (sim, querida mãe, tinha de partilhar isto) o significado da sua interpretação. “Quem melhor do que quem o fez para explicar?”, perguntava a senhora minha mãe, com muita razão, mas o jovem era tão tímido que já o estão a imaginar a encolher-se intimidado, não estão? Eheheh! Mas foi giro e mostrou um olhar e uma interpretação tão sublime que realmente só olhando com alguma atenção podemos identificar todos os detalhes. Por exemplo, os dois jogos do galo em que um está perdido e o outro ganho? Na vida por vezes perdemos, por vezes ganhamos. Os caminhos de ferro laterais, que desaparecem, podem ilustrar, por exemplo, que há muitas viagens e pensamentos que não se vêem, mas estão lá, e por aí fora. Claro, o meu irmão mandou logo a boca que só pelos dentes reconheceria logo o meu retrato. Ahahah! Tenho a melhor família! Já o Miguel Reis, o nosso Tio Rex, disse que realmente não precisava da fotografia para reconhecer o meu retrato porque está ali mesmo muito de mim, naqueles pormenores todos. Conhecer a Marta e o Miguel, através do blogue, foi mesmo das melhores dádivas! 

Mas bem, estou com tempo contado, por isso é que os Diários de Bordo não têm aparecido, o tempo tem sido mesmo muito pouco, e como tal vou-vos deixar com os retratos e com as fotos que tirei hoje por lá. Mil beijos e muito obrigada à querida Marta Banza, que tem dos melhores e maiores corações deste mundo e arredores. Sinto-me mesmo honrada e orgulhosa por fazer parte deste seu projecto que teve tanto talento envolvido. Tenham todos uma excelente semana e não se esqueçam de conservar perto de vós aqueles que mais gostam e que mais gostam de vós! 

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[HOJE] Nas Entrelinhas da Fotografia – Interpretar Retratos https://branmorrighan.com/2016/10/hoje-nas-entrelinhas-da-fotografia.html https://branmorrighan.com/2016/10/hoje-nas-entrelinhas-da-fotografia.html#respond Sun, 16 Oct 2016 13:22:00 +0000

As fotografias de Marta Banza unem-se ao enorme talento de 10 artistas – pintores, ilustradores manuais e ilustradores digitais – que aceitaram um desafio: Retratar uma pessoa que não conhecem e do qual só têm acesso aos olhos, à boca e a uma pequena descrição da personalidade, escrita pela fotógrafa.

O resultado? Poderão ver durante 1 mês a partir de dia 16 de Outubro, no Club Setubalense! 

A inauguração terá comes e bebes e será de entrada gratuíta. Lá vos esperamos!

Artistas: Joana Mendes (Mãos Frias); Ricardo Guerreiro Campos; Augustus John (Augustus); Zé Minderico; Inês Do Carmo; Inês Matos; Sara Rodrigues (SazzaWazza); Gabriel Gozzer (Organic Machine); Ana Quintino; André Damascena

PS: Conseguem identificar um dos pares de olhos da imagem??? :))) 

https://www.facebook.com/events/640728066105881/

https://www.facebook.com/MBanzaPhotography/

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[7 Anos Blogue Morrighan] A Marta Banza em Entrevista – Ilustradora oficial do 7º Aniversário e muito mais! https://branmorrighan.com/2015/12/7-anos-blogue-morrighan-marta-banza-em.html https://branmorrighan.com/2015/12/7-anos-blogue-morrighan-marta-banza-em.html#respond Sun, 13 Dec 2015 19:03:00 +0000 A querida Marta Banza… Conheci-a pessoalmente na comemoração do 6º aniversário do blogue no Maus Hábitos, Porto. Tinha convidado o Tio Rex para fazer parte do cartaz dessa noite e ele fazia-se acompanhar pela sua belíssima mais-que-tudo Marta Banza. Gostei logo dela. Um pouco tímida, algo reservada, mas simpática e atenciosa. O Miguel estava meio adoentado e o carinho e a preocupação, ao mesmo tempo que tentava estar presente para os restantes mostrou desde logo um coração cativante. Fomo-nos cruzando algumas vezes, para mim nunca suficientes, mas mesmo à distância criou-se uma amizade muito querida, uma empatia e um reconhecimento mútuo em muito mais do que se calhar ao início eu poderia imaginar. Em tudo o que faz, a Marta mete a alma e o coração. O seu talento vai para além da sua voz melodiosa e do desenho, atravessando a fotografia, o vídeo, o que for necessário para se expressar artisticamente. Estava na hora de conhecermos a mulher que está por trás de um grande homem, que é o Miguel Reis, mas que também ela tem um papel por si só. Com todo o respeito pelo meu querido tio, acho que está na altura de conhecermos a Marta Banza, artista portuguesa, cujo talento ultrapassa em muito a colaboração no projecto Tio Rex e que por isso merece por si mesma ter o seu destaque individual. Da minha parte só posso estar grata por, no meio de todos os seus afazeres e estudos, a Marta ter aceite fazer parte desta comemoração dos 7 Anos do Blogue BranMorrighan. A sua interpretação do que lhe pedi está perfeita!

Querida Marta, muita força, muita motivação, muito entusiasmo e todo o fôlego do mundo para que possas continuar a lutar pelo que queres! Obrigada por fazeres parte disto.

Fiquem com a sua entrevista!

https://www.facebook.com/MBanzaPhotography/

Olá Marta! Antes de mais obrigada por teres aceite fazer parte deste 7º aniversário do blogue BranMorrighan? Não nos queres falar um pouco sobre ti antes de avançarmos? 

Obrigada eu! Fazer parte do aniversário do teu blogue é um enorme prazer. Falar sobre mim? Não há muito para dizer na verdade! Nunca gostei muito de falar sobre mim, mas posso dizer que pessoas que me são próximas me descrevem como sendo uma pessoa simples. 

Muita gente poderá reconhecer-te de acompanhares o Tio Rex pela estrada fora. Como é ser sua companheira e ao mesmo tempo participar no seu trabalho artístico? 

Curiosamente, foram dois caminhos que se cruzaram muito cedo…Desde o início que ser sua companheira no amor e na música andam de mãos dadas. O que nos introduziu um ao outro foi precisamente um palco, a partir daí tudo surgiu naturalmente. Tem sido, acima de tudo, uma experiência entusiasmante e feliz. Para além de me ajudar a permanecer no mundo da música (onde realmente me sinto Eu), gosto de acreditar que contribuo da melhor maneira que sei para o seu projeto. Desde o início que o admiro muito como artista e estes anos apenas ajudaram a admirá-lo inclusive como pessoa. Partilho o palco da música com a pessoa com quem partilho o palco da vida – que mais podia eu pedir? 

Tens uma página de artista dedicada à fotografia. Lá afirmas “Para mim, fotografar é a arte da observação. É sobre encontrar algo interessante num lugar comum… Eu descobri que tem pouco a ver com as coisas que vemos e tudo a ver com a maneira como vemos as coisas.” O que é que procuras quando olhas para algo? Como é que te surge a necessidade de fotografar alguma coisa? 

Desde já tenho de te dizer que me sinto muito contente por teres feito essa pesquisa… Gosto muito que percebam o que está por de trás da minha “arte”. Para querer fotografar algo, esse algo tem de despertar qualquer coisa em mim. Não gosto de fotografar só por fotografar, e ver o que daí surge. Posso ir a caminhar pela rua sentir vontade de fotografar qualquer coisa onde veja que a luz está a incidir de uma maneira particular, por exemplo. Procuro também mostrar o que vejo da maneira mais genuína que consigo: todos nós vemos as coisas que nos rodeiam de forma diferente, e quero que a fotografia que eu tiro reflita especificamente o que os meus olhos viram e o sentimento que eu senti. Por outro lado, adoro fotografar pessoas, captar detalhes que escapam ao olho nu. Acredito mesmo que todos temos algo de belo à nossa maneira, e é mesmo muito gratificante para mim quando fotografo alguém e a pessoa se sente bonita ao ver as fotografias.

Sentes que falta essa emoção na maior parte dos trabalhos artísticos que vão aparecendo? 

Não sei se posso afirmar que existe falta de emoção… Como, para mim, a fotografia é algo de tão pessoal, percebo que possa também ser mal compreendida. Quem sabe se também não vêem falta de emoção nas minhas fotografias? No entanto, sei que é cada vez mais “fácil” ser “fotógrafo”. Escrevo ambas entre aspas porque ser fotógrafo de verdade não é assim tão fácil (e com isto não quero dizer que eu faço jus à definição, mas procuro). A acessibilidade a máquinas muito boas a preços confortáveis, juntamente com a facilidade com que se partilha uma fotografia hoje em dia, acaba por tornar esta actividade algo banal, e os que realmente se dedicam a isto com corpo e alma podem acabar mascarados no meio de tanta informação. No entanto, há que não confundir qualidade da máquina/fotografia com Qualidade do trabalho. 

Como poderão ver na ilustração do aniversário, e já noutros posters, também te tens aventurado na ilustração. É algo que queres continuar a fazer ou vais fazendo só por desafio momentâneo? 

Confesso que sempre adorei desenhar. Antes dedicava-me a desenhar retratos, cheguei a fazer um pequeno workshop, mas aos poucos fui perdendo tempo para continuar a praticar. Ainda faço uns rabiscos, aqui e ali… Nomeadamente, como sugeres, por desafio. Mas é certo que sempre que esses desafios aparecem, fico mais que contente por poder dar asas à imaginação e desenferrujar os dedos!

Fotografia Eugénio Ribeiro

A verdade é que também tu tens uma belíssima voz. Ouvi dizer que poderá haver a possibilidade de um dia, para além da Marta Banza Fotógrafa e Ilustradora, poderemos ter uma Marta Banza cantora. É um sonho ou tornou-se num desejo? 

“Belíssima” depende bastante dos gostos haha! Mas se houver alguém que gosta já fico muito contente. Essa possibilidade existe, de facto. Até há relativamente pouco tempo, digamos uns 4 anos, não considerava essa hipótese porque só me sentia bem a cantar sozinha. Com o tempo fui-me apercebendo que me sinto bem a fazê-lo em palco também, e tornou-se num desejo a partir do momento em que as pessoas à minha volta me fizeram sentir que se calhar poderei ter algum lugar nesse palco. Para além disso canto desde os meus 10 anos, em corais, e sempre foi algo que me entusiasmou. Se tudo correr bem, o desejo será cumprido, um dia. 

Como é que cada uma destas artes se complementa em ti?

Sempre estive muito dentro do mundo das artes. Sempre que toco ou canto, o mundo à minha volta concentra-se nesse momento. Sempre que coloco a máquina ao pescoço, as horas passam mais devagar. E, da forma mais simples e mais honesta que consigo explicar, sinto-me feliz. Posso mesmo dizer que estas vertentes artísticas me fazem sentir mais próxima de mim, mais activa. 

Mas avancemos para coisas um pouco mais informais, que eu sei que tens excelentes gostos. Queres-nos falar sobre o livro que mais te marcou até hoje? Ou alguns livros que tenham deixado rasto em ti? 

Que boa pergunta! Adoro ler, foi algo que me passou o meu pai e o bichinho lá foi ficando e crescendo. Tenho uma estante no meu quarto onde guardo os livros que mais gostei até agora… Um dos últimos que li e que, apesar de grande, me manteve sempre interessada, foi “O Último Cabalista de Lisboa”, de Richard Zimler. Não sei qual me marcou mais até hoje, mas um que me ficou na cabeça desde que acabei de ler foi “As Velas Ardem Até Ao Fim”, de Sandór Márai. Aconselho a sua leitura e, se acontecer o mesmo que a mim, vão fechar a última página do livro mais lentamente do que quando o abriram. 

Que outros artistas é que segues e admiras? 

Acabo por acompanhar mais artistas no mundo da música, e são variados. Internacionais acompanho e admiro muito o Benjamin Clementine. Para além de ter um talento enorme e fora do comum, em termos artísticos é o que sonharia ser. Cá da nossa terra, gosto de estar a par do que os Lavoisier vão fazendo porque foram dos poucos artistas que me arrepiaram dos pés à pontinha dos cabelos num concerto ao vivo. Mas tenho tantos outros artistas cujo trabalho gosto de ir desbravando… Há tanto de novo e bom à espera de ser descoberto. 

E agora vou puxar do ego e pedir-te uma mensagem aqui para o blogue 🙂

Haha, vou tentar ao máximo fazer-lhe jus… Não é todos os dias que encontramos um blogue como o teu, especialmente por ter a pessoa que tem por de trás. Nos dias de hoje é fácil fingir o interesse pelo trabalho do próximo, e ainda é mais fácil fingir orgulho nos outros. Este blogue é um porto de abrigo a quem quiser escapar a tudo isso – a Sofia consegue promover artistas, livros, pessoas, eventos, de uma forma muito humana e nua, desprovida de pretensiosismos. E isso vale mais do que muita gente poderá achar. <3 i="" nbsp="">

Ilustração do 7º Aniversáriohttp://www.branmorrighan.com/2015/12/7-anos-blogue-morrighan-7-anos-e-toda.html

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[7 Anos Blogue Morrighan] 7 Anos e toda uma vida – Parabéns! https://branmorrighan.com/2015/12/7-anos-blogue-morrighan-7-anos-e-toda.html https://branmorrighan.com/2015/12/7-anos-blogue-morrighan-7-anos-e-toda.html#comments Sun, 13 Dec 2015 11:30:00 +0000 Ilustração por Marta Banza

Meus queridos leitores, 

É com um gosto enorme enorme enorme que partilho este momento de felicidade e orgulho convosco. O blogue BranMorrighan faz sete anos, SETE ANOS, ufa!, e sinceramente nunca pensei que chegasse a tanto ou sequer que chegasse às características que agora tem. Sei que todos os anos tenho escrito um “discurso” inicial, prometo que vou tentar não me repetir muito, mas não posso não deixar algumas palavras sobre um dia que significa quanto baste para mim.

Quero começar com a ilustração deste ano, a belíssima imagem que podem ver logo ao início e que é da autoria da Marta Banza. Vou-lhe dedicar um post inteiro, só a ela e com entrevista, durante o dia de hoje. É das pessoas mais queridas que eu conheço e que, quase sem dar conta, tem feito diferença na minha vida. Ela toca piano, ela fotografa, ela toca com o Tio Rex, ela desenrasca amigas chatas que lhe pedem para fazerem parte do aniversário dos seus blogues e sei lá eu mais o quê! Eheheh. Tem um coração de ouro e um talento que ainda só está no início, mas já brilha. Acho que vão gostar de saber mais sobre ela. Sobre a ilustração em si, acho que é auto-explicativa. São sete anos e estão ali representados pelo menos sete elementos que têm feito parte da minha vida ao longo destes anos: a literatura, a mitologia, ciência/ensino, o teatro, a música, o cinema e o desporto. As iniciais que podem ver ali inscritas são uma pequena homenagem a alguém muito especial, a alguém que vocês certamente reconhecerão, caso já sigam o blogue a algum tempo. É uma homenagem ao Luís Miguel Rocha, uma das pessoas mais importantes para mim ao longo dos últimos anos e que tão entusiasta era em relação ao que eu fazia. Cada a aniversário do blogue é especial porque se algum dia ousei começar a organizar eventos, como foi o caso do Auditório Orlando Ribeiro em Janeiro de 2014, foi porque ele me deu o empurrão necessário para arriscar. Lembro-me, inclusive, que devido à sua agenda teve de vir e voltar de avião, só para estar aquelas horas presente. O Luís era um escritor maravilhoso, mas uma pessoa ainda mais extraordinária. Não havendo palavras suficientes para agradecer o quanto ele me apoiou, fica este pequeno memorial como recordação. Obrigada, Luís, por tudo, de coração. Obrigada Marta, por tão solenemente teres conseguido construir uma imagem que ilustra tão bem as áreas onde o blogue tem estado presente, numas mais que outras. 

Sete anos é literalmente uma vida. Acho que nunca partilhei isto convosco, mas há sete anos atrás, tinha eu 20 aninhos, estava na luta pela recuperação do meu joelho (tinha sido operada duas vezes depois de me ter lesionado com a selecção nacional sub20), ainda não sonhava voltar a jogar, a faculdade era um pesadelo e o blogue era uma espécie de escape para os meus devaneios mitológicos e curiosidades várias. Entretanto, tenho 27 anos, uma licenciatura e um mestrado em Engenharia Informática, estou a tirar um doutoramento também em Engenharia Informática, faço investigação há 5 anos na área da bioinformática e das ciências sociais computacionais, dou aulas na faculdade há três anos, voltei a jogar basquetebol, fui duas vezes campeã nacional, voltei a deixar o basquetebol há dois meses, o BranMorrighan ultrapassou qualquer expectativa que pudesse ousar ter, e fiz amigos e criei ligações que só foram possíveis por o ter criado… Onde eu quero chegar é que muitas vezes o tempo passa e nem percebemos bem, até pensarmos nisso, o quanto somos diferentes do que éramos. Sem dúvida que eu sou uma pessoa muito diferente daquela que era há sete anos, até de há um ano atrás. Parecendo que não, e fantasiando um pouco pelos relatos mitológicos, o próprio número sete é conhecido por ser um número especial. Para mim penso que significa que estou a fechar uma espécie de ciclo. Não que o blogue vá acabar, de todo, ou não estaria com esta conversa toda, mas de alguma maneira sinto que estes sete anos foram uma espécie de escola intensiva de crescimento, que a forma como quero encarar as coisas no futuro estão, de certa maneira, moldadas pelos acontecimentos dos últimos sete anos, principalmente do último ano.

Falemos de 2015. 2015 foi dos anos mais extaordinariamente assustadores da minha vida. Aconteceu tanta coisa… Por um lado houve uma evolução e maturação em relação àquilo que eu quero fazer, mas perder dois amigos num ano deixa as suas marcas. Este ano fica precisamente marcado pelo misto agridoce. Muitas conquistas, mas também muita dor. O ano começou com a comemoração do 6º aniversário no Musicbox e foi um sucesso. Ainda fomos ao Maus Hábitos cantar também os parabéns e foi muito bonito. Eis que depois perco um dos meus melhores amigos de infância e um mês depois um dos meus melhores amigos à data. Custa falar no passado, claro que sim. Ainda só estávamos no primeiro trimestre e isto tudo já tinha acontecido. Aliás, pelo meio também eu fui parar às urgência, lembro-me que foi no dia que fui à entrevista na Antena 3…! Não vou continuar com o relato do ano, mas as pessoas mais próximas sabem que tem sido um 2015 imensamente contraditório nas emoções, num equilíbrio precário entre a força e a fraqueza, entre a alegria e a tristeza. Estive para cancelar até qualquer tipo de comemoração de novo aniversário, mas como algumas pessoas me lembraram e muito bem, a tristeza não paga dívidas e isto é algo que eu realmente gosto de fazer.

Tenho tido a sorte imensa de ter comigo pessoas, neste 2015, que me resgataram da tristeza, que me ouviram, que me apoiaram, que sem elas provavelmente me tinha afogado num mar de mágoas e depressão profundas. Este ano em vez de ter pedido mensagens às pessoas, de aniversário do blogue, decidi ser eu a escrever mensagens a algumas pessoas e ao longo do próximo mês é isso que vai acontecer, alguns posts vão aparecer de homenagem a pessoais e locais de 2015 que me fizeram continuar com a determinação e motivação necessárias para levar tudo para a frente. 

Assim sendo, o aniversário deste ano vai ser parecido ao dos anos anteriores, embora mais recatado: o aniversário virtual vai ser de 13 de Dezembro a 13 de Janeiro, com passatempos de parceiros e pontuais colaborações; dia 15 de Janeiro temos festão no Musicbox (anuncio o cartaz talvez ainda hoje) e o Maus Hábitos está agendado para 12 de Fevereiro! Como sabem, está a ser preparada uma nova colectânea muito especial com o projecto Matéria Negra e também nos próximos dias vão ser revelados os ilustradores e os autores dos contos dessa colectânea. Não tenho data para quando vai estar pronta e em que formato, mas a pressa é inimiga da perfeição e por isso a seu tempo tudo irá sendo feito. 

Num resumo prático de 2015 deixo aqui registados alguns momentos muito importantes que me tiveram como mentora e organizadora:

– O 6º Aniversário no Musicbox com Twisted Freak, Azul-Revolto e The Allstar Project

– O 6º Aniversário no Maus Hábitos com Tio Rex, O Abominável, Tales and Melodies e Les Crazy Coconuts

– A colectânea Desassossego da Liberdade com Manuel Jorge Marmelo, Pedro Medina Ribeiro, Carla M Soares, Samuel Pimenta, Nuno Nepomuceno, Eduardo Duarte, André Mateus, Márcia Balsas, Márcia Costa, Cláudia Ferreira, Guillermo de Llera e Noiserv, com actuação de Tio Rex

– An experimental Jet Set, Trash & No Star Night! no Musicbox com Surma, Twin Transistors e Les Crazy Coconuts

– A Harmonia de Não ter Tempo no Musicbox com Tio Rex e Um Corpo Estranho

Sim, foi um ano preenchido e não faço ideia de como será 2016, mas sei que quero ser mais activa na vida real e dedicar-me mais completamente ao que decido fazer. Mesmo em termos de entrevistas e de artigos de opinião conto ser mais selectiva. O meu doutoramento está finalmente a carburar e preciso de me dedicar de corpo e alma também a ele. Como muito e bem não há quem, e como nestes anos também tenho aprendido que muito do que fazemos nem sempre é valorizado, acho que faz parte do crescimento também nos tornarmos mais selectivos naquilo e com quem preenchemos o nosso tempo. 

Chegando finalmente ao fim, YEAH! (aposto que nem meia dúzia vai chegar a estas últimas linhas!), quero dizer-vos que tem sido um prazer estar deste lado, que vou continuar a fazer de tudo para poder intervir na cultura portuguesa e a lutar por aquilo em que acredito. Que a festa que estou a preparar para 15 de Janeiro é muito, muito especial (com direito a actuação única e nunca antes feita), e que conto, como sempre, com o vosso apoio desse lado. Até já e obrigada, muito obrigada pelas vossas manifestações de carinho! 

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[Diário de Bordo] A um mês dos “7 Anos Blog BranMorrighan” ! https://branmorrighan.com/2015/11/diario-de-bordo-um-mes-dos-7-anos-blog.html https://branmorrighan.com/2015/11/diario-de-bordo-um-mes-dos-7-anos-blog.html#comments Fri, 13 Nov 2015 10:28:00 +0000 Novo logótipo por Marta Banza

2015, que ano! E ainda não acabou… Pouco mais falta do que mês e meio para terminar, mas a verdade é que desde que começou que parece que já vivi mil vidas, tão diferentes umas das outras. O post de reflexão virá daqui a um mês, a 13 de Dezembro, dia em que o blogue comemora os seus sete anos, mas agora que decidi avançar com umas quantas iniciativas acho importante fazer este pequeno desabafo.

Antes de mais, quero pedir desculpa por eventualmente vir a ferir alguma susceptibilidade, mas cada um é como cada qual e eu penso que perceberão o contexto. A verdade é que o Luís Miguel Rocha morreu. Passados estes meses todos eu ainda estou a tentar processar a sua ausência. É como um vazio constante, um pequeno abismo que trago comigo. Se nos últimos dois anos os aniversários do blogue deram origem a eventos (Auditório Orlando Ribeiro, Musicbox e Maus Hábitos) e a obras literárias (a primeira pela Editorial Divergência, a segunda pela Livros de Ontem) tal não aconteceu sem que o Luís fosse uma força motriz destas iniciativas. Já o disse antes, mas reafirmo, poucos acreditavam em mim como ele. Sempre que expressava alguma dúvida ou insegurança, ele conseguia fazer com que eu acreditasse que era capaz de (quase) tudo.

Como devem imaginar, num ano em que já fiz três lutos, pensar em festas e em comemorações de algo que me ligou tanto a uma pessoa parece quase anedótico. O problema é que sei que ele ficaria chateadíssimo comigo se por um momento eu pensasse em baixar os braços. Mas a verdade é que pensei. Pensei em acabar com o blogue, pensei em desistir do doutoramento, pensei em muita coisa menos boa. Não por ele ter morrido, mas porque por vezes a vida parece que nos confunde as voltas e deixamos de ver sentido em algumas coisas.

Há muito que continua a não estar bem. A vida pessoal de cada um só a si mesmo diz respeito e lá porque mostramos uma face alegre e sorridente a toda a hora, não quer dizer que a vida seja uma ilha paradisíaca. Ainda assim, acho importante que a pouca força que se vai arranjando convirja em algo bom, em algo positivo. Penso que se há pessoas que nos inspiram, o mínimo que podemos fazer é corresponder e tentar inspirar alguém. Não interessa quem. Nos pequenos momentos e pequenos gestos as pessoas tocam a nossa vida e se calhar também nós tocamos as dos outros sem termos consciência disso. Adiante…!

O 7º Aniversário vai para a frente e estão a ser feitos esforços para que seja mais um aniversário muito especial. Cada forma de expressão neste aniversário vai conter em si muito de mim e do que têm sido os últimos sete anos. Quero começar pela ilustração, que só verão no dia 13 de Dezembro, em estreia, mas cujos vislumbres já andam a circular nas redes sociais. Este ano quebramos o ritual de serem homens a assumirem a ilustração representativa do aniversário para termos uma estreia feminina – a Marta Banza! Muitos poderão já tê-la visto, e até conhecido, através do projecto Tio Rex (crime se não conhecerem nem um nem outro!). A Marta é uma pessoa incrível, multi-facetada, estuda, desenha, fotografa, toca, canta, eu sei lá! Mulher dos sete ofícios, diria eu, impecável para os sete anos do blogue. O resultado está muito querido e não será difícil associarem rapidamente todas as vertentes do blogue e pessoais, e ainda uma pequena homenagem. Estou ansiosa por poder partilhá-la convosco.

Outra novidade que quero anunciar, para começar a suscitar a curiosidade, é que estabeleci uma colaboração com o Matéria Negra para um projecto de ilustração e escrita inspirado em sete deuses celtas! Tanto a ilustração oficial como este projecto terão os seus posts próprios de apresentação e destaque, mas resumindo: quis voltar às origens. Sete anos é já uma janela temporal suficientemente grande para dar conta da enormidade de experiências que o blogue já me proporcionou. As parcerias literárias, as entrevistas, os convites para projectos externos, organização de eventos, coordenação de colectâneas, tanta, tanta coisa! Mas então, e como é que tudo começou? De onde vem o nome do blogue? Fazem-me tantas vezes esta pergunta que este ano decidi usar o aniversário como pretexto para revisitar a minha curiosidade genuína na mitologia e desafiar outros a entrarem nesse mundo e a saberem mais também! A colaboração com o Matéria Negra é mesmo isso: 7 pessoas ilustrarão 7 deuses, 7 pessoas escreverão sobre esses mesmos 7 deuses. A Matéria Negra ficou a cargo das ilustrações, eu estou a cargo de coordenar os escritos. Brevemente revelarei quem pertence ao quê!

Preparem-se também para reservarem já dia 15 de Janeiro nas vossas agendas. Vou voltar a assaltar o Musicbox para uma nova festança de aniversário! A data no Porto está por confirmar, mas o meu querido pessoal do norte não está esquecido. 

Pessoal dos livros, não se preocupem, o mês inteiro de grandes passatempos vai existir! De 13 de Dezembro a 13 de Janeiro os espaços no Morrighan vão ser especialmente dedicados a parceiros e a leitores. Se quiserem fazer parte do aniversário, seja através de uma mensagem ou de uma proposta de colaboração, basta enviarem mail para branmorrighan[at]gmail.com! Tem sido muito bonito receber as mensagens de apoio dos leitores, é o que dá sempre mais força. 

E pronto, se aguentaram ler até aqui acreditem que vos admiro muito. Desculpem o tom inicial do post mais sombrio, mas como podem ver a memória continua bem viva, tal como a influência. Brevemente mais notícias e coisas boas!

Páginas importantes:

Luís Miguel Rochahttps://www.facebook.com/authorluismiguelrocha

Marta Banzahttps://www.facebook.com/MBanzaPhotography

Matéria Negrahttps://www.facebook.com/materianegra2014

Musicbox Lisboa: https://www.facebook.com/MUSICBOXLISBON

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Sobre a noite de ontem no Musicbox com Um Corpo Estranho e Tio Rex https://branmorrighan.com/2015/09/sobre-noite-de-ontem-no-musicbox-com-um.html https://branmorrighan.com/2015/09/sobre-noite-de-ontem-no-musicbox-com-um.html#respond Sun, 20 Sep 2015 18:26:00 +0000

As fotos não têm muita qualidade, brevemente o Eugénio Ribeiro dar-nos-á o prazer da sua foto reportagem, mas o post urgia em ser escrito porque estas coisas merecem ter a sua frescura quando vividas há pouco tempo. 

Quem vai acompanhando o blogue sabe que o crescimento deste projecto tem sido sempre compassado, mesmo que por vezes me pareça vertiginoso. Penso que tudo tem tomado o seu rumo natural, sem precipitações e com cautela, mas o tempo passa muito depressa e olhando para trás parece que foi ontem que tudo começou. E é por isso que mesmo já tendo organizado vários eventos, a cada um sinto sempre o mesmo tipo de ansiedade e expectativa de que seja especial. E tem sido. Tenho a sorte de ao longo destes últimos dois anos ter conhecido tanta gente talentosa e especial e talvez por isso mesmo estas noites também se tornem bastante únicas.

Muitas vezes me perguntam o que é que ganho com estas noites, porque é que as faço, entre tantas outras questões. Carolice ou não, a resposta é bastante simples – dá-me um gozo do caraças poder mostrar projectos nos quais acredito, tendo também a esperança que a sua quota de admiradores aumente. O feedback que tenho recebido tem sido extraordinário. Não me interessa tanto a quantidade de feedback, mas a sua qualidade. Quando começo a ver que existem pessoas que já vêm porque sentem a confiança de que vão gostar do que vão ver, independentemente de conhecerem ou não, isso é o melhor. Confesso que me sinto orgulhosa quando me dizem que os projectos que apresento não são muito conhecidos, mas que são realmente bons. Perguntam-me como é que os descubro, como é que podem também eles seguirem as bandas, etc. etc. Do meu lado, isto é do melhor que pode acontecer após uma noite de concertos organizada por mim. Isso e o lado humano, tão fundamental. A gratidão partilhada entre mim e os músicos não tem preço.

Claro que há sempre o receio de aparecer pouca gente, de os músicos por algum motivo não gostarem tanto ou algo do género, mas é um risco que tenho estado disposta a correr. Economicamente também existe sempre a preocupação, do meu lado, em que as pessoas apareçam para também haver essa pequena recompensa para eles, mesmo quando já sei que a maioria não o faz por dinheiro por não haver qualquer hipótese de sustento só com essa vertente. Já agora, para os que pensam que faço dinheiro com isto nem preciso de dizer nada, pois não? 🙂 

Regressando à noite de ontem, a meu ver foi tudo muito bom. Foi óptimo rever o Rui e a Marta da Biruta Records, que me ajudaram na organização desta noite. São duas pessoas lindas e cheias de vontade de fazer coisas! Em relação a Um Corpo Estranho já conhecia as suas músicas e já comunicava com eles há algum tempo, faltava realmente tentar fazer mais por eles. Gosto muito do seu disco, está uma obra de arte tanto a nível físico como musical, mas a distância a que normalmente me encontro dos seus concertos andava a limitar essa proximidade. Quando pensei nesta noite com o Rui, achámos que a conjugação com Tio Rex seria perfeita. E foi. 

Tio Rex já dispensa apresentações neste blogue. Desde que conheci o Miguel, e posteriormente a Marta Banza, que sigo religiosamente o seu trabalho com o maior dos carinhos. Este projecto tem tanto de humano, de genuinidade e de querer, que é impossível não ficarmos tocados em qualquer concerto. Já tinha levado Tio Rex ao Porto, já o tinha convidado para abrir a apresentação da colectânea Desassossego da Liberdade, mas nunca o tinha levado ao que é, para mim, o palco com melhor qualidade em Lisboa – o Musicbox. Claro que com disco lançado há pouco tempo, a oportunidade surgiu. Um Corpo Estranho participou nesse disco e daí mais uma razão para conjugar as duas bandas.

Os concertos foram uma delícia. O ambiente estava descontraído, havendo parte do público que claramente era amigo enquanto havia outra mais distante, talvez na expectativa do que aí vinha. Os músicos souberam como interagir, como brincar uns com os outros e o companheirismo e o carinho partilhado foram notáveis. “SETÚBAL!”, gritou-se a certa altura, é a cidade berço destes dois projectos e muita música se tem feito por lá. Não sei se existe algum jet lag em relação ao destaque que acabam por ter deste lado da margem do rio Tejo, mas no que depender de mim terão sempre o seu lugar de destaque. Entre as colaborações que foram existindo nos dois concertos, a noite acabou por ser bastante dinâmica passando por fases tão calmas como mais roqueiras. Gostei muito das músicas novas que Um Corpo Estranho tocaram, espero que realmente possam ter um novo trabalho cá fora o quanto antes. Em relação ao meu querido Tio Rex e sobrinhos, eles sabem o quanto gosto deles, o quanto os acho especiais. Obrigada aos dois projectos por me terem deixado de face vermelhona com os seus agradecimentos, adoro-vos! 

Tenho também que deixar nota para a Ana Cláudia Silva e para o André, que foram uns lindos ao aparecerem e ao darem tanto apoio, ao Eugénio, claro, o meu afilhado lindão que me tem dado uma ajuda no que à fotografia diz respeito (e já agora no que toca a aturar as minhas neuras também), e ao João Caldeira e à Rita por terem lá estado e por se interessarem de forma tão querida pelo que vou fazendo. Obrigada também ao Musicbox por continuar a confiar em mim e em me deixar fazer estas noites tão especiais, espero que possam haver muitas mais! Por último, mas muito muito muito importante, grande beijinho à Marta Banza pelo cartaz maravilhoso e por ter aceite já um novo desafio que vos será revelado muito brevemente! Adivinham-se muitas colaborações entre a malta que se reuniu esta noite! Grande beijinho a todos e até breve! 

PS: A querida Marta, da Biruta, também tem um blogue para o qual vou deixar aqui a ligação. Acho sinceramente que ela é destas pessoas especiais com quem me tenho cruzado e que acredito que ainda tem muito por onde crescer no meio da blogosfera. Por ter um emprego exigente e ainda a colaboração na Biruta Records, nem sempre tem tempo para actualizar o seu blogue, mas que cada entrada vale a pena, vale. Mais, ouvi dizer que tem umas receitas maravilhosas, fora tudo o resto, e que o pessoal anda a insistir com ela para publicar com mais frequência. Bora lá seguir a Marta e incentivá-la a fazê-lo sem receios! Vejam tudo aqui: http://martajustspeaks.blogspot.pt

Links:

Tio Rex: 

https://www.facebook.com/tiorexmachine

Um Corpo Estranho: 

https://www.facebook.com/umcorpoestranho

Biruta Records: 

https://www.facebook.com/birutamusica

Marta Banza: 

https://www.facebook.com/MBanzaPhotography

Marta Just Speaks: 

https://www.facebook.com/Marta-Just-Speaks-461013307392092/

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