Palavras leva-as o Vídeo! – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:10:11 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Palavras leva-as o Vídeo! – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Queres é (a) Letra!] / [Palavras Leva-as o Vídeo!] Fugly – Take You Home Tonight https://branmorrighan.com/2017/11/queres-e-letra-palavras-leva-as-o-video.html https://branmorrighan.com/2017/11/queres-e-letra-palavras-leva-as-o-video.html#respond Wed, 29 Nov 2017 10:31:00 +0000

Num post anterior já vos tinha apresentado o vídeo e as novidades que estão para breve sobre os Fugly. Neste, apresento-vos a letra para poderem cantar e dançar com eles nos concertos, mas também o testemunho da banda sobre o vídeo. Digo-vos uma coisa, o único concerto do Fugly que já vi até hoje ficou-me na memória como um dos mais curtidos e bem dispostos de sempre. Não é só a sonoridade rock/punk que me agrada, é toda a postura dos quatro que sobem ao palco e que exalam um verdadeiro gosto e alegria, em tom de que se f**a o resto do mundo, pois estamos ali para curtir. E já viram o vídeo? Vejam e depois percebam o que é que a banda pretendeu com ele.

A ideia inicial foi de criar uma personagem cómica que pusesse em uso à expressão “fazer figura de urso”. Achámos que teria piada ver um gajo todo bêbado com uma cabeça de urso a dançar.  Pouco tempo depois pedi ao Telmo Soares para me fazer esse desenho e a personagem começou a ganhar mais vida. Até queríamos fazer uma animação em stop motion, mas dado o pouco tempo que tínhamos para fazer o video, decidimos passar para “live-action”.  Passado algum tempo começámos a pensar numa forma de justificar o porquê do urso estar naquele estado e decidimos criar aquele que seria ele no passado. Uma espécie de cantor acabado de Karaoke  para velhas na linha do Bingo, ou vendedor de televendas. Foi um bocado baseado no Saul Goodman da série “Better Call Saul”. Daí termos o Urso a  imitar alguns dos moves do cantor, que ele fez durante anos e que acabaram por levá-lo  a um ciclo vicioso de alcoolismo. É um videoclip que nos faz rir mas que no fundo é um bocado negro.



The world is clear

I have a thousand eyes

I’ll search you through the streets

tonight, I’ll take you home tonight


I had a drink

I’m a glitter-face

I’ll take the last train

Tonight, I’ll take you home tonight


I got a car

It’s just like yours

I’ll park at your space

Tonight, I’ll take you home tonight


I don’t miss you

I miss you again

I have to stop this shit

Tonight, I’ll take you home tonight


I don’t love you

I love you again

This shit is too strong

tonight, i’m gonna call you

tonight, I’ll be in shit

tonight, I’ll fucking die

tonight, I’ll take you home tonight

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[Queres é (a) Letra!] “Old Habits” – Minta & The Brook Trout – ganhou a competição de vídeos musicais do Curtas Vila do Conde https://branmorrighan.com/2017/08/queres-e-letra-old-habits-minta-brook.html https://branmorrighan.com/2017/08/queres-e-letra-old-habits-minta-brook.html#respond Tue, 01 Aug 2017 10:52:00 +0000 Fotografia Vera Marmelo

“Old Habits” de Minta & The Brook Trout ganhou a competição de vídeos musicais do Curtas Vila do Conde

Ficámos muito contentes por saber que o filme que o realizador João Nicolau​ imaginou a partir do nosso “Old Habits” ganhou a competição de vídeos musicais do Curtas Vila do Conde.


Se a nomeação já tinha sido uma belíssima surpresa, ter ficado com o prémio, tendo em conta a concorrência de altíssimo gabarito, é uma honra. Estamos muito gratos ao júri do festival, ao João Nicolau, e a toda a equipa que construiu este vídeo, feito de um só plano, sem cortes, numa noite quente do verão passado.

Foi o fecho perfeito para um fim de semana que arrancou com um concerto que muito gozo nos deu no Super Bock Super Rock, actuação descrita no Público como “americana cada vez mais afinada”. Que o futuro próximo continue a dar-nos prendas destas.

SOBRE O VÍDEO

A ideia do vídeo partiu do João Nicolau, sendo que sempre associámos o ambiente da música a uma cena de slow – foi aliás isso que deu o nome ao último disco de Minta & The Brook Trout.


A filmagem foi feita em casa de amigos, uma noite de verão longa e muito bem passada no ano passado – o vídeo não teria sido possível sem a ajuda de todas as pessoas que ajudaram nas filmagens, da equipa aos actores, que entraram no jogo de fazer tudo num só take com toda a paciência, coreografia e concentração que isso implica. Estou-lhes muito grata, e o prémio que ganhámos em Vila do Conde é tanto deles como nosso.


Francisca Cortesão, Minta & The Brook Trout

No it doesn’t make me look like a million bucks

No, not even close, you see


That is not my color, dear, and it never was

You should know that after thirty-seven years


There are days when I regret the hour we met

But I know I’d be lost out on my own

I’m tired

Please take me home


Sometimes when I wake up I feel so light and free

Then I turn and see you lying next to me


Can’t remember when I last spent the night away

Come to think of it, I can’t think of the day

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[Palavras Leva-as o Vídeo] “Marcha dos que voam”, de Galo Cant’às Duas https://branmorrighan.com/2017/03/palavras-leva-as-o-video-marcha-dos-que.html https://branmorrighan.com/2017/03/palavras-leva-as-o-video-marcha-dos-que.html#respond Wed, 08 Mar 2017 08:06:00 +0000 Fotografia Joana Linhares

Marcha dos que Voam | Galo Cant’Às Duas

A descoberta das imagens que se ligam ao videoclipe da “Marcha dos Voam, aconteceu em Outubro, Novembro e Dezembro de 2016, e foi um desafio, maior, para nós.

Desafio maior por desde muito cedo ter surgido a curiosidade em descobrir: qual a história a ser contada, como ligar a música a uma história, criar uma narrativa, para esta viagem e para a “Marcha dos que Voam” em particular, e, esse momento, momento de criação, quando acontece, é diferenciado pela forma como nós fazemos a música. Pensámos numa narrativa: sim, tivemos no máximo duas histórias relativamente aproximadas. Ambas coincidiam na procura de algo: de pessoas, de talismãs, de objectos, de algo, mas não foi muito intuitiva a forma de começar a estruturar as coisas.

Por várias razões nós estamos rodeados de amigos enormes, com uma extrema sensibilidade estética e artística e como consequência somos obrigados – e por isso estamos agradecidos – a incluir nas nossas rotinas uma preocupação maior na procura nas outras artes plásticas e performativas – procura  de diferentes texturas, abordagens, perspectivas da vida, do mundo, do cosmos, da nossa existência. Esta descoberta em cada uma das nossas personalidades – diferentes, claro – traz também para a música e para este videoclipe de uma forma leve aquilo que é o início de uma viagem, a primeira de um Ser, a “Marcha dos que Voam”.

O Argumento foi discutido várias vezes com a Joana Linhares – companheira desde sempre do Galo – que nos refrescou as ideias com aspectos tão técnicos como narrativos, e,  houve portanto e no entanto um consenso bem forte em relação ao lugar onde foi rodado o videoclipe, aos personagens da história e claro que à narrativa criada por todos. O Argumento original foi falado ao telefone com o amigo António Sanganha – que acompanha o Galo desde o seu nascimento – e adaptado por nós e pela Joana Linhares.

As crianças – filhos de amigos do Galo – foram a maior surpresa para nós pela total liberdade, espontaneidade e leveza destes Seres, – que é mágica – e isso está bem gravado nas nossas memórias. Nós tínhamos um guião que quase foi cumprido, e este quase tem tanto haver com aspectos técnicos como da predisposição das crianças. Durante a rodagem do videoclipe aprendemos que para fazer as coisas bem devemos estar bastante unidos e focados no que queremos – como na música acontece – e aprendemos também que as crianças são os Seres mais livres e mais inconsequentes e isto deu-nos bastante confiança na nossa ideia original: da procura, da liberdade, do simbolismo, do ser mais puro e deu também coisas que nós não queríamos e que funcionaram.

A escultura que não é totalmente revelada no vídeo, assim continuará, pouco visível para já. É uma réplica esta escultura, réplica de um original “sem título” da escultora Cristina Vouga. Cortámos em pedaços a escultura – cinco – , aprendemos que precisamos de mais tempo para fazer as coisas bem. O gesso não seca à velocidade que queremos, é necessário tempo, a nossa velocidade é sempre maior, mas é menor. O tempo em que rodámos o videoclip deve ter chegado a 24 horas.

Este videoclip traduz bem a descoberta de novos desafios, a velocidade em que pensamos e vivemos as coisas

Quanto à técnica e à estética, esta foi sendo criada e adaptada, pelas manifestações do meio, pelo sol que perfurava as árvores, pelas crianças que preferiam não abdicar das suas brincadeiras, ou da construção de uma “casa” no meio de uma floresta. Mas ainda assim como realizadores, eu, Joana e o Jérémy, conseguimos com mais um pedaço de pressão saudável, organizar mentalmente as ideias e estarmos predispostos ao que nos podiam dar.

Era tudo novo para todos. Para nós pela forma como lidávamos com 8 crianças em plateau. Para os Galos que de tanto voar era difícil manterem os pés descalços na terra, mas que encararam esta marcha como um voo que se repetia entre takes. E claro, para as crianças que todas juntas encararam as palavras “dancem em volta aos galos” como um manifesto saudável de pequenas loucuras selvagens, que nos fizeram mais rir do que propriamente captar cuidadosamente o momento. Por outro lado, foi essa inocência que estava descrita no guião, pela procura pela liberdade, a descoberta, a igualdade, entre outros conceitos que resultaram em momentos espontâneos de criação por parte das crianças, que a certa altura nos ordenavam que captássemos uma cena que eles próprios inventaram.

Foi, portanto, um processo de criação conjunto e muito reconfortante, que mais tarde, em fase de montagem nos deu dores de cabeça, mas que nos deixou muito satisfeitos. Foi um processo tão pensado quanto livre, que se montou, desmontou e renasceu na montagem através dos diferentes momentos que a própria música tem.

Galo Cant’às Duas

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[Queres é (a) Letra!] / [Palavras Leva-as o Vídeo!] Noiserv – 00:00:00 – QUINZE https://branmorrighan.com/2016/12/queres-e-letra-palavras-leva-as-o-video-2.html https://branmorrighan.com/2016/12/queres-e-letra-palavras-leva-as-o-video-2.html#respond Sat, 10 Dec 2016 11:52:00 +0000

QUINZE, o vídeo, já saiu há algum tempo, mas só agora consegui organizar as coisas de forma a publicar tudo como deve ser aqui no blogue. Fica o vídeo, e letra e o conceito do próprio noiserv em relação aos mesmos: 

Com este video quis fazer algo simples como a própria música e letra, uma simplicidade que liga o final ao início, transmitindo uma ideia de continuidade, de busca, de repetição mas sempre com algo novo a cada “volta”.



EU NÃO QUERO VER PIOR

SÓ NÃO QUERO VER MELHOR

EU NÃO QUERO VER MELHOR

SÓ NÃO QUERO VER PIOR

EU SÓ QUERO VER MELHOR

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[Palavras leva-as o Vídeo!] Animal Farm, dos Lotus Fever, e a referência a George Orwell https://branmorrighan.com/2016/10/palavras-leva-as-o-video-animal-farm.html https://branmorrighan.com/2016/10/palavras-leva-as-o-video-animal-farm.html#respond Mon, 10 Oct 2016 17:47:00 +0000

Se existe coisa que me fascina é a união de diversas artes e talentos. Gosto particularmente quando a literatura, a música e a imagem dão, de alguma maneira, vida a peças artísticas com características únicas. E foi isso que os Lotus Fever fizem com a música Animal Farm, cujo nome é homónimo ao livro de George Orwell e cujo vídeo já foi partilhado na dita página oficial do escritor (apesar de já não se encontrar entre nós) no Facebook. Deixo-vos na primeira pessoa o que a banda pretendeu relatar com o mesmo. 

A nova música é baseada num livro que todos lemos e adoramos, o “Animal Farm” do George Orwell. A música foi composta há vários anos mas só recentemente, no processo de gravação das demos para o álbum, é que tivemos a ideia para um videoclip animado que funcionasse em sintonia com a letra da música para contar uma história com princípio, meio e fim. É a nossa visão e interpretação de um grande livro que, felizmente, inspirou esta canção.


Assim vemos este nosso projecto, como uma curta que conta a sua história (ou a história de Orwell) e não apenas uma música acompanhada de video. A música acaba por se inserir na temática do álbum que sai em Novembro, que apesar de não ser sobre o livro aborda um pouco as mesmas temáticas do “sistema” e de como o povo (neste caso as ovelhas, e também todos os animais à excepção dos porcos e dos cães) é oprimido e explorado pelo poder. O que, infelizmente, continua a ser um tema demasiado actual.


Há uns meses desistimos da ideia por causa dos fundos necessários para fazer uma coisa destas… até aparecer a nossa designer, a Maria Bianchi (que fez a capa do primeiro álbum e agora a do segundo) e aceitar o nosso desafio. Queriamos lançar a Animal Farm como um “single”, antes de qualquer outra do álbum, e assim foi. Acreditámos que o conceptualismo e originalidade por detrás da música-video seria cativante para quem esperava novidades nossas, e a música serve para introduzir o tema e estilo do álbum que está para chegar.

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[Palavras leva-as o Vídeo!] “SETE”, de Noiserv https://branmorrighan.com/2016/10/palavras-leva-as-o-video-sete-de-noiserv.html https://branmorrighan.com/2016/10/palavras-leva-as-o-video-sete-de-noiserv.html#respond Tue, 04 Oct 2016 10:48:00 +0000

Com mais de dez anos de carreira, noiserv é já uma referência da música portuguesa. A sua imagem de marca, como homem-orquestra, tem-lhe proporcionado uma reverência e respeito que já vai muito além fronteiras. Depois de dois discos cujo balanço só pode ser positivo, eis que vem um terceiro a caminho, mas diferente dos anteriores. Desta vez as emoções do músico português são exorcizadas através de pianos. “SETE” foi o single que nos abriu para esse novo mundo, que em “VINTE E TRÊS” marcou o regresso à língua portuguesa nas suas canções. Segue-se a descrição do vídeo na primeira pessoa:  

Esta é uma das músicas que melhor serve o conceito deste novo disco, a banda sonora para um filme que ainda não existe. Posto isto, a ideia do vídeo centrou-se precisamente nesse conceito, em conseguir que a música servisse “um mundo”, “uma história”, “uma personagem”, “um dia-a-dia”, onde quase sem te aperceberes da música, a estarias sempre a ouvir e com ela a conhecer “essa realidade” que até então desconhecias.

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[Palavras leva-as o Vídeo!] “Vinte e Três”, de Noiserv https://branmorrighan.com/2016/09/palavras-leva-as-o-video-vinte-e-tres.html https://branmorrighan.com/2016/09/palavras-leva-as-o-video-vinte-e-tres.html#respond Mon, 26 Sep 2016 17:58:00 +0000

00:00:00:00 é o nome do sucessor de “Almost Visible Orchestra”, e é descrito pelo músico lisboeta como “a banda sonora para um filme que ainda não existe, mas que talvez um dia venha a existir”. É um disco diferente daquilo que noiserv nos tem habituado, a “orquestra de sons” que tão bem lhe conhecemos deu lugar ao som de um piano tocado a muitas mãos, enquanto da sua voz vemos sair, nos temas não instrumentais, histórias em português.

O artwork ganha uma posição de destaque onde a sua total transparência, de cor mas não de contéudo, reforça a ausência do filme ainda por fazer com a história de qualquer um de nós.

Oito canções perfazem 00:00:00:00, um dos discos mais conceptuais do músico lisboeta.

“VINTE E TRÊS” é o segundo single, depois de em finais do mês passado ter sido apresentada a música “SETE”.

O lançamento está marcado para o dia 28 de Outubro e o concerto de apresentação será a 10 de Novembro no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa.

Com quase 12 anos de existência, noiserv, “homem-orquestra”, ou banda de um homem só, tem vindo a afirmar-se como um dos mais estimulantes projectos da nova geração de músicos portugueses. No  currículo conta com o bem sucedido disco de estreia “One Hundred Miles from Thoughtlessness” [2008], o EP “A Day in the Day of the Days” [2010], e “Almost Visible Orchestra” [2013], disco distinguido como melhor do ano pela Sociedade Portuguesa de Autores e recentemente re-editado internacionalmente pela editora francesa naive, casa mãe de projetos como Yann Tiersen, M83, entre muitos outros.

A letra pode ser encontrada aqui – http://www.branmorrighan.com/2016/09/queres-e-letra-especial-vinte-e-tres-e.html – e noiserv fala também sobre o vídeo: 

A nova música é algo muito pessoal e introspectivo, e foi isso que quis mostrar com o video. O olho no video é o meu e a letra a passar é algo que o meu olho está a ler. Dizem que dificilmente se consegue olhar nos olhos de uma pessoa por mais de 15 segundos consecutivos, então a ideia foi mesmo essa: olhar de frente para a alguém enquanto a minha música acontece.

Um disco novo é sempre um misto de sensações, desde o medo de desiludir quem um dia gostou da minha música até à uma vontade enorme de dar estas músicas às pessoas e esperar que sejam tão importantes para elas como são para mim.

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[Palavras leva-as o Vídeo!] “Casa é Canção” – Versão Doc – o novo Vídeo de Joana Barra Vaz em Entrevista https://branmorrighan.com/2016/09/palavras-leva-as-o-video-casa-e-cancao.html https://branmorrighan.com/2016/09/palavras-leva-as-o-video-casa-e-cancao.html#respond Fri, 09 Sep 2016 16:53:00 +0000

Bem-vindos à nova rubrica do BranMorrighan, tendo como estreia o novo vídeo da artista portuguesa Joana Barra Vaz – Casa é Canção! Dado o contexto deste vídeo, e do novo disco – “Mergulho em Loba” – que se avizinha, achei que valia a pena explorar os bastidores e as razões que levaram à criação de um videoclip em tom de documentário. A ideia é explorar a motivação e o conceito dos vídeos que em si mesmo contêm mais do que a própria música e que de alguma maneira contam uma história. Deixo-vos com uma pequena introdução sobre “Mergulho em Loba” e com o texto da Joana Barra Vaz sobre o novo vídeo “Casa é Canção”. 

“Mergulho em Loba” de Joana Barra Vaz será editado no dia 30 de Setembro pela Bi-Du-Á. Um dia antes, Joana Barra Vaz e a banda f l u m e apresentam oficialmente o seu primeiro longa duração no Teatro do Bairro, pelas 21h30. “Mergulho em Loba” é a continuação da trilogia “flume” iniciada com “Passeio Pelo Trilho” (2012). 

A trilogia tem uma forte influência geográfica e, neste caso, o nome não esconde a sua principal inspiração: o mar. Escrito e composto entre 2012 e 2013, “Mergulho em Loba” é um disco de perguntas, uma viagem sonora com momentos de dança e de introspecção. Foi produzido por Joana Barra Vaz, Luís Nunes, e José de Castro; conta com arranjos de David Pires, Joana Barra Vaz e da Banda f l u m e II : David Pires, David Santos, Ricardo Jacinto, José de Castro, João Gil, Ana Nagy, Mário Amândio, Gabriel Correia e ainda com a participação de Selma Uamusse no tema “Tanto Faz”. 

O disco foi gravado entre os Estúdios Iá por Bernardo Barata (Diabo na Cruz, Oioai), Alvito “Road” por Luís Nunes (Benjamim), a Sociedade Musical União Paredense, Estaminé e em casa de Joana Barra Vaz pela própria e misturado por Tiago Gomes de Sousa.

O novo single “Casa é Canção” vem acompanhado de um videoclip documental do processo de gravação que dá continuidade aos teasers apresentados pela autora no decorrer de 2016, abrindo-nos a porta de casa às suas canções.

A principal inspiração para o vídeo foram todas as pessoas que aceitaram fazer parte do “Mergulho Em Loba”, principalmente os músicos — que me ajudam a crescer muito enquanto compositora — e ainda o José de Castro, o Bernardo Barata e o Luís Nunes, a minha família, e a SMUP: no fundo são aqueles que abriram a porta dos seus estúdios­-casa. É uma homenagem a eles e a tudo o que dão. Se a minha “Casa é Canção”, a casa das minhas canções são eles e as pessoas que se ligam a elas. Por mais que seja o meu primeiro disco em nome próprio, quis mostrar que não é, de todo, um disco “a solo”, como se costuma dizer. Não aparece a equipa toda — mas quis ser fiel a quem tinha participado neste tema.

O vídeo segue a narrativa dos teasers que temos apresentado online: neste vídeo já estou nas sessões de voz em Alvito com o Luís Nunes, num ambiente perfeito de tão acolhedor. Por sorte, tinha acabado de conhecer o Gonçalo Pôla e ele filmou­-nos com um olhar tão delicado que ainda hoje me espanta. Na altura não dei por nada, não sabia que o Gonçalo tinha filmado tanto e, naquelas imagens, estamos mesmo a gravar a voz final para o disco. É muito especial: foi daqueles encontros que ficam… O resto foi filmado por quem pegava na câmara — neste caso o Luís — e por mim, sem pensar muito nisso. Espero que o vídeo transpareça a sensação de casa que procurei sempre durante as gravações. Também aparece a S.M.U.P. — onde estreei o sótão numa residência artística, ainda o espaço estava em obras. Montei um pequeno estúdio, e passei lá um mês e meio a terminar a

produção do disco e a ensaiar. Foi nessa residência que percebi que o sótão era uma sala de gravação e de concertos muito boa e que acabei por a estrear também em concerto na Inauguração da Sociedade em 2015. 

Estas filmagens tiveram um efeito regenerador e ajudaram-­me a recuperar o espírito com que comecei o disco. Estamos a montar um espetáculo com algumas surpresas. Será uma oportunidade também de celebrar e de reunir parte da família deste universo de f l u m e: que foi pensado para ser uma trilogia de discos com inspiração em paisagens geográficas. A ideia surgiu nas vésperas da gravação do Trilho: ao organizar as canções apercebi-­me desta lógica geográfica e dei-­lhe esse nome: f l u m e, que significa rio, canal de água. Se o “Passeio Pelo Trilho” explorava paisagens campestres, e era mais ingénuo, o “Mergulho Em Loba” viaja por paisagens marítimas e apanhou com a crise de frente, o que se nota nas letras: tentei escrever de um ponto de vista íntimo sobre as dualidades, quer do país quer de um amor, e trocar o “lobo do mar” pela “loba do mar”. As paisagens acabam por influenciar a identidade sonora dos discos, e no caso do “Mergulho Em Loba” a escolha de instrumentos recaiu sobre o coro feminino, o violoncelo, a trompa e o trombone, e a bateria e percussões; inclusivé a música que dá nome ao disco — “Loba” — tem percussão de água gravada pelo José de Castro.

Estou muito feliz com a recepção que estas novas canções têm tido e expectante com o lançamento no dia 29, no Teatro do Bairro: aproxima-­se a hora de “entregar” o disco às pessoas, finalmente! Eu espero que gostem. E é bem provável que dê um mergulho no próprio dia para me inspirar.

Casa é canção

Onde ecoa um refrão sem esforço

Casa reluz

No tilintar da chave o teu rosto


Casa é qualquer lugar

Onde descansas o teu peito

Casa tem dois braços que

Nos recebem de qualquer jeito


Casa é de dois

De cinco de sete

De quantos formos nós todos

Casa seduz

Pé descalço

Meu sossego em seu ombro


Casa é qualquer lugar

Onde descansas o teu peito

Casa tem dois braços que

Nos recebem de qualquer jeito


Geografia onde fica a minha casa?

E que significa não ter poiso, não ter nada?

Geografia, o que define a minha casa?


“Casa não tem tempo de partir ou de chegar

Casa toda é tempo para quem sabe regressar. “

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