Projectos Portugueses – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:34:44 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Projectos Portugueses – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Entrevista a Pedro Inês (Silence is a Boy), Músico/Actor/Performer Português https://branmorrighan.com/2015/09/entrevista-pedro-ines-silence-is-boy.html https://branmorrighan.com/2015/09/entrevista-pedro-ines-silence-is-boy.html#comments Thu, 03 Sep 2015 14:43:00 +0000 Silence is a Boy é uma banda portuguesa que teve como embaixador o Pedro Inês, por muitos conhecido como o Egas dos Maias. Mas a música e o cinema não são as únicas áreas em que actuam, sendo que a dança é a sua profissão primária. Ainda assim, e graças à 2ª edição do Magafest, foi sobre Silence is a Boy, a sua banda, que nos sentámos a falar. Passámos também por outras curiosidades, literárias e cinematográficas, e podem ler sobre isso tudo no texto que se segue.

Tal como tem sido feito nas primeiras entrevistas, perguntei ao Pedro como é que Silence is a Boy nasce e como é que este grupo acabou por se unir. «Os primórdios foram quando fui estudar dança para a Alemanha, há muitos anos, há 17 anos, em que fui para Frankfurt sozinho. Havia pouco para fazer. Ou estava na escola a malhar ou estava em casa. Foi então que comecei a mandar mini discos com musiquinhas para o pessoal, tipo como diário de bordo, digamos assim.» Já com a guitarra nessa altura. «Sim, com guitarra. Depois, para minha surpresa, quando vinha de férias percebia que as músicas que andava a mandar começavam a fazer parte do reportório dos meus amigos. Então começou por aí. Comecei a perceber que o que eu estava a fazer fazia as pessoas contentes e queriam tocar. Se as pessoas queriam tocar e gostavam das músicas, o grupo foi-se formando até gravarmos o primeiro álbum. Depois a partir do primeiro álbum começámos a chamar-nos de banda e com uma formação mais ou menos constante… E, pronto, foi isso.»

Estando fora de Portugal, como é que o projecto tem evoluído? «Eu vivo lá (Holanda) e venho cá trabalhar. Agora como estou cada vez mais velho, sou cada vez menos bailarino e tenho trabalhado em cinema e em teatro em Portugal. Portanto, o que estou a fazer agora, sou um imigrante na minha própria terra. Eu vivo em Amesterdão, tenho lá a minha casa e a minha família e venho trabalhar cá. Estou a fazer o que normalmente faria no inverso, que é o viver cá e trabalhar lá, mas faço o contrário, venho trabalhar para a minha terra. Mas antes disso acontecer, porque isso só começou a acontecer desde há dois anos, antes o que acontecia era eu vir de propósito, além de fazer de férias e ver pai e mãe e aquelas coisas, para curtos períodos de ensaios e depois uns quantos concertos, ou para gravar o álbum ou o EP. Era sempre uma coisa muito focada nas minhas férias, focado nas alturas em que estava em Portugal, demorava ter a banda toda concentrada numa duas ou três semanas…»

Os outros elementos são todos de Portugal? «Eles são quase todos de cá, à excepção da Eliana, que toca órgão e canta, e eu, são quase todos de cá. Também o Nuno Pessoa, que é o nosso baterista e que é uma adição recente – porque nós éramos uma banda sem baterista até há pouco tempo, mas isso tem a ver com o disco ter começado com guitarrinha de quarto, portanto era música de quarto, sem bateria, depois começámos cada vez mais a ficar eléctricos, eu queria uma coisa mais teenager nesse aspecto, então veio o baterista – também vive fora, vive em Espanha.» Deve ser complicado gerir agendas para se encontrarem… «Sim, mas é sempre possível. A coisa gira é essa. Depois de andarmos às voltas com a disponibilidade e não sei quê, é sempre possível. Agora (para o Magafest) temos dez dias, que até agora foi o período mais curto que conseguimos arranjar. Dez dias antes de um concerto. Mas quando as pessoas se juntam forma-se uma sensação de urgência de pica como se não houvesse amanhã e nunca há amanhã. Também tem muito a ver com o material, com as coisas que eu escrevo, são estas coisas dos amores sem o amanhã, aquelas coisas teenagers e nós somos todos trintões, então é pensar no amor e nas coisas com a intensidade de quando tinhas quinze anos e agora não temos quinze anos.»

Fala-nos sobre essas canções. Tens, inclusive, uma música intitulada Lisboa. Tu prestas homenagens a pequenas coisas da tua vida ou àquelas coisas mais corriqueiras? «Embora Lisboa tenha a sua coisa autobiográfica, isso faz-me comichão e não é assim que eu gosto de trabalhar. Eu escrevo histórias. São pequenas ficções, ou melhor, são… Tipo agora vou escrever para uma miúda que só encontro no Bairro Alto. Portanto são aqueles amores em que tu estavas cheio de pica para sair na Sexta ou no Sábado, tinhas de escolher um dos dois porque os teus pais não te davam a Sexta e Sábado, e tu vinhas À Vizinha ou ao Captain Kirk ou ias não sei para onde na esperança de ver aquela rapariga, estás a ver? Pronto, essa pessoa fui eu, mas também foste tu e também foste tu, foi muita gente e eu não estou a pensar numa rapariga em específico, na minha panca quando tinha catorze anos. É só aquela pessoa que tinha uma panca quando tinha quinze anos e são coisas assim.»

Queres-nos falar então desta tua música mais recente, que colocaste vídeo no Facebook? “Vamos para a Praia Curtir” Tem uma letra muito engraçada! «Peguei no nosso guitarrista, ele é fotografo, pedi-lhe para fazer um vídeo no meu carro antigo onde tinha uma câmera presa. Portanto, e vou eu e a Mariana Ricardo que é a nossa musa que toca ukelele, que é argumentista para o Miguel Gomes, e fomos e voltamos à costa. Depois editamos a música por cima. Essa música é uma homenagem, digamos assim, às senhoras da música portuguesa dos anos 80. Ontem estava em casa, estava um dia do caneco, liga-me a Mafalda Veiga e diz “Vamos para praia curtir.” Não conheço a Mafalda Veiga de lado nenhum, como é óbvio, mas depois fomos à praia com todas estas senhoras, com a Lara Li, etc etc. Portanto são ficções, são histórias de alguém que foi à praia e encontrou todas estas mulheres da músicas portuguesa, todas nuas na praia a curtir. O objectivo da música é falar sobre essas raparigas, dessas mulheres que fizeram nos anos 80 e 90.»

A tua veia como actor tem contribuído para as tuas canções? «Sim, eu acho que a coisa do personagem que escreve, em vez de ser eu a escrever, o personagem que escreve, o bêbado deprimente que escreve – temho andado aborrecido e a abusar do bar sozinho, mas já chega desta merda, vou-te a casa buscar, põe um bikini na mala -, este tipo de coisas não sou eu, mas pronto, o trabalho de actor e o trabalho de escrever letras através de um personagem fictício, eu acho que não tem uma coisa a ver com a outra. Depois tenho tentado trazer para o palco, um pouco desta cena indie. Afinal muitas pessoas que estão no cartaz do MagaFest – eu conheço o Simão há muitos anos e o Noberto conheço-o desde pequenino –  são pessoas que fazem parte da minha realidade. Somos todos muito Lo-Fi, somos todos muito… A Mariana Ricardo toca ukelele assim… Eu quis, ou estou a tentar muito devagarinho, fazer de Silence is a Boy uma coisa mais performática, uma coisa mais estúpida no sentido em que as pessoas não têm que se proteger tanto, porque há uma imagem que eu imponho nelas, então elas podem estar ainda mais descontraídas. Ainda não consegui… (risos) Mas uma coisa que eu tento sempre fazer é uma história, uma dramaturgia em que às vezes digo ao público, por exemplo, “Bem-vindos a 2043. Este é o concerto reunião de Silence is a Boy. Parámos a banda há 30 anos e, portanto, vamos reunir que eu estou a morrer.” Foi uma coisa de alguns anos atrás. Então, pronto, há a ideia de nós sermos muito velhinhos e estarmos a tocar estas músicas de quando nós éramos novos. Pronto, tenho tentado fazer experiências nesse sentido. Este para o MagaFest estou a pensar, talvez seja algo baseado numa coisa que tenha acontecido alguma coisa lá fora. Tipo um ataque de zombies é uma coisa cliché demais, mas alguma coisa que faça com que estejamos todos na Casa Independente e o mundo lá fora não existe ou está terrível. Se calhar, alguma coisa também com isto das políticas, tentar contar uma história, pronto, tipo que seja o último concerto da humanidade ou qualquer coisa, ainda não sei bem! (risos)»

Silence is a Boy é algo que queres mesmo que cresça tanto em Portugal como lá fora? Como é que então acabas por encaixar a música entre a dança e o actor? «Sim. O conceito de profissão… Eu sou performer. Estudei dança moderna e clássica na escola, mas há muito tempo. Portanto, toda a minha carreira profissional como performer ou como bailarino nunca foi como parte de um corpo de baile. Eu trabalhei sempre como freelancer. Em dança moderna e contemporânea sempre me foi pedido para ser eclético, para usar vários skills para além do corpo. Sempre usei a voz, sempre trabalhei texto, sempre toquei guitarra, há muitas das peças de dança que fiz no passado em que toco guitarra – a parte em que tenho guitarra e toco uma música. Portanto, a noção de especialização em artes é uma coisa que, se calhar, em Portugal é menos celebrada. Eu acho que a malta pensa muito “agora só posso ser actor, senão as pessoas não me levam a sério como actor, se eu me ponho aqui a fazer música, as pessoas pensam que não sou um actor sério”. Eu estou de fora e, se calhar, é a minha primeira ideia e estou errado, mas o que eu penso é que aqui a malta é mais rígida nesse aspecto, porque é muito ciente da sua identidade como produto. São todos “eu quero ser autor”, muito conscientes daquilo que querem ser. Lá fora vês gajos como o Jared Leto, por exemplo, em que é um actor do caneco e vende milhões e milhões de álbuns por ano! Não é o Johnny Depp que toca guitarra numa bandazeca, estás a ver? Está bem que não estamos na América, mas uma coisa não tem que invalidar a outra… Eu acho que consigo continuar um bom trabalho, que estou adorar e que é trabalhar com realizadores portugueses – a cena do cinema é uma cena bué de fixe-, mas consigo fazer isso e, ao mesmo tempo, ter uma banda em Portugal e consigo fazer muitas mais coisas. (risos) Eu tenho 24h num dia, há muito que pode ser feito.»

O teu futuro passa por continuares a viver na Holanda? «Vivo em Amesterdão já há doze anos e acho que sim, que passa por ficar lá. E isso é outra coisa, eu tenho 37 anos e eu levei – tal como vocês têm levado com a mesma coisa, um bocadinho menos propagandista – com a coisa da Europa sem fronteiras, estás a ver? Nem são os Erasmus, agora podes ir estudar lá fora, foi o que eu fiz. Mas levámos com o “vamos poder trabalhar em todo lado e não sei quê” e não é bem assim. É difícil para caraças fazer isso, mas eu faço isso e quero acreditar que posso viver na Holanda e ter filhos putos loiros e holandeses ranhosos lá e estar a duas horas e meia de Lisboa. Porque estou, efectivamente, a duas horas e meia de Lisboa. Que é a mesma coisa de pegar no carro e ir para Faro. E no meio de Holanda e aqui ainda posso trabalhar a meia hora na Bélgica, a uma hora na França, a duas horas em Madrid e em duas horas e meia estás em Lisboa. Está bem que neste campo uma parte fundamental da coisa é andar aí, é andar aqui, é entrar aqui dentro, dar uma linha de coca, beber aqui um copo, ser visto com alguém. Há essa coisa, mas eu acho que não tenho que praticar isso. Eu posso estar lá, não ter que me mostrar e fazer tudo à mesma. Quero acreditar nisso. Se calhar, isto vai morrer agora. Depois do filme de Miguel Gomes estrear amanhã, depois nunca mais faço um filme… Quero acreditar que isso não seja assim. Aliás, quero acreditar que tocando Silence is a Boy que isso me vá dar trabalho em cinema e que pessoas que vão ao cinema vão pagar o bilhete para ver Silence is a Boy. Portanto, acho que é possível levar as duas coisas a sério.»

Indo para as cusquices literárias e porque, afinal, foste protagonista numa adaptação cinematográfica dos Maias. O que é que gostas de ler? «Chuck Palahniuk, o americano que escreveu o Fight Club. Eu gosto muito de ler as cenas dele. Agora assim lembro-me desse, que é super divertido. Não só o Fight Club, mas muitos muitos outros. A maneira como ele pensa, como ele subverte os mecanismos de necessidade… Em relação a’Os Maias, lembro-me na escola de ler aquilo por frete, ler por ter que ler e achar aquilo um frete descomunal. Agora, depois de ter lido o livro três vezes de maneiras diferentes, e mais cientificamente para estudar, para dissecar aquilo, foi um trabalho incrível. A riqueza que está ali dentro e a maneira como há tantas camadas naquele livro, foi um prazer estudar aquilo como deve ser.» Comentei que aos 16 e 17 anos também pode não haver muita maturidade para conseguir absorver todo o real conteúdo do livro. «É verdade e também é uma questão de contexto. É fácil dizer, imagino eu, “Lê este livro, mas estuda o João da Ega.” Estás a ver? Ou seja, estás a ler o livro, estás a ver o João da Ega, mas não está aqui, mas vais ter que continuar a ler. “OK, chegou a parte do João da Ega”, tiro notas, etc. Uma leitura mais participativa, digamos assim, podia ajudar. Lembro-me de estar a ler aquilo e estar pensar que a cor amarela queria dizer desespero! É uma coisa completamente “porra… a colcha da Maria Eduarda!” Estás a ver? Cenas que… Pronto, a contextualização da coisa e o trabalho do professor, acho que são muito decisivos.»

Voltando a Silence is a Boy, o que é que consideras que pode convencer as pessoas a irem ver? O que podem esperar da vossa actuação? «É verem a Francisca Cortesão, que é uma música fantástica – que é a cabeça de Minta & The Booktrout – a fazer back vocals para Silence is a Boy com a Crista Alfaiate – que é actriz e colega, a Xerazade das 1001 noites. São as nossas back vocals. Tivemos o nosso primeiro ensaio ontem e uma das coisas de Silence is a Boy é mesmo o Lo-Fi dos gajos que não são músicos profissionais tentarem ser megalómanos o suficiente em pensarem que podem dar um concerto que ponha a gente doida, e ter estas duas miúdas a fazerem coros com esse mind set de grandiosidade. Acho que vai ser do caneco! Ver isso também é giro! E a Mariana Ricardo que é a nossa Ukelelista e é muito mais do que isso. Mas pronto, é verem as Minta & The Brook Trout, que vão tocar no mesmo dia à tarde, e entrarem num mundo completamente diferente. Vê-las a operar é outra coisa, acho que isso vai ser interessante para quem segue este tipo de música e eventualmente chegue a elas. Depois vais ver uma banda, um grupo de pessoas, a fazer o melhor que pode. Acho que isso é bué fixe. Adoro! Não vamos provocar isso, mas isso acontece de certeza absoluta, mas o que eu gosto mais, por exemplo, quando vou ao teatro, é ver o bacano que se esqueceu da linha ou que aquela merda não abre… Aí é que tens a humanidade, ver aquelas pessoas a tentarem fazer a coisa a acontecer, estarem mesmo a fazer o melhor que podem. E aquilo pode estar a ser uma merda do caneco, mas se eles estiverem a tentar fazer o melhor, aquilo é maravilhoso. É lindo só pela humanidade que viste ali. Vais ver isso e depois vais ouvir melodias bonitas com letras bem engraçadas.»

Para terminar, em tom de brincadeira, comentei com o Pedro que no próximo trabalho vamos ter letras de homem casado. (Ele casa-se brevemente!) «Tipo: Sim! (risos) Acho que não vão mudar grande coisa, mas se calhar sim! (risos)»

Vocês no bandcamp têm um trabalho anunciado para este ano. Achas que ainda vai sair este ano?  «Eu espero que sim, mas quase de certeza absoluta que não. Nós trabalhamos com o Eduardo Vinhas no Golden Poney e, basicamente, porque me estou a casar, estou completamente liso, mesmo, e é preciso dinheiro para aquilo. O Vinhas não é o pai natal e nós ainda precisamos, no mínimo, de seis dias no estúdio. Não se está a falar de muito dinheiro porque ele faz preço de amigo, mas é dinheiro que eu não tenho. (risos) Vai demorar algum tempo, mas no início do próximo ano deve sair.»

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Entrevista a Simão Palmeirim Costa, Músico Português https://branmorrighan.com/2015/09/entrevista-simao-palmeirim-costa-musico.html https://branmorrighan.com/2015/09/entrevista-simao-palmeirim-costa-musico.html#respond Wed, 02 Sep 2015 18:10:00 +0000 Cheguei até ao Simão através da promoção desta 2ª edição do Magafest, mas já antes havia ouvido falar de outros projectos seus, o mais recente em power-trio com não simão. Enquanto que esse trio actuou no Magafest do 2014, este ano Simão apresenta-se sozinho, com canções adaptadas à sua interpretação pessoal com a guitarra como sua companheira. Estivemos à conversa n’A Vizinha na Bica e eis o resultado.

Sendo a primeira vez que falamos para o blogue, conta-nos um bocadinho sobre ti. Como é que a música entrou na tua vida?

O meu percurso é nas Belas Artes. Eu fiz Escultura nas Belas Artes e fui-me dedicando sempre às Artes Plásticas e depois fui fazer o Mestrado lá fora (Londres) e ainda estou a fazer um Doutoramento nas Belas Artes, em Ciências da Pintura Portuguesa Antiga. Mas a música foi sempre sendo um paralelo inevitável. Comecei com os amigos, como quase toda a gente. Jantaradas, copos, música brasileira, muita Bossa Nova, e depois quis aprender a tocar guitarra, porque eu gostava muito de cantar as bossinhas. Então fui aprendendo a tocar guitarra para poder acompanhar e depois comecei a perceber que a guitarra me dava a possibilidade de fazer coisas novas, de compor. Então comecei a fazer as minhas músicas muito num registo de cantautor e depois fui tendo vontade de explorar aquilo de maneiras diferentes. Tive alguns projectos, mas tudo num registo bastante acústico com os amigos. Depois quis lançar aquilo para uma postura um bocadinho mais Rock, ter assim uma bateria e umas guitarradas. Fiz-me acompanhar do José Anjo, na bateria, do Pedro Fernandes no baixo e temos não simão (trio) que se estreou no MagaFest 2014 e que tem tido alguma projecção. Temos tido muitos concertos aqui em Lisboa, num ano já demos uma pancada de concertos, um ou dois festivais – o Festival do Silêncio e o Festival Trampolim – e tem corrido tudo muito bem. Queremos gravar agora, talvez até ao fim do ano, e enquanto isto está a acontecer, tive este desafio da Inês para mostrar as minhas canções a solo que é bocadinho como voltar às raízes.

Começando pelo trio não simão, o que é que as pessoas podem esperar desse teu projecto?

Podem esperar um power trio, portanto Rock, mas com raízes de cantautor. São canções transformadas em power trio, são canções que agora têm um som bastante diferente e nós tentamos bastante puxar por esse som. Não temos raízes experimentais, também não vamos buscar ao Jazz, temos laivos de Funk, muito por causa do baixista e temos laivos de tudo aquilo que nos é mais querido. Se quiseres, podes ouvir ali bocadinho que parecem Ornatos Violeta, depois ali bocadinhos que parecem Jorge Palma ou José Mário. Eu costumo dizer que as nossas canções andam ali a dançar entre o intimismo e o optimismo.

As músicas são todas compostas por ti ou fazem-no em conjunto? O que é que influencia na composição?

As canções levo normalmente já feitas, isto é, tens a melodia, tens a letra, tens a sequência de acordes e depois, claro, nós exploramos aquilo. É inevitável quando queres trabalhar com outras pessoas dares esse espaço para trabalhar, senão também não tem interesse nenhum. Isso é uma das coisas que na música mais me atrai, é precisamente trocar informações e brincar. Nunca discutimos muito sobre “Ah! Faz uma linha de baixo! Ah! Red Hot Chilli Peppers! Ou faz aquele ritmo de bateria do não sei quê!” Não estamos preocupados com isso, estamos preocupados em respeitar o máximo a vontade da própria canção e enaltecê-la da melhor maneira dentro daquele grupo. Agora começamos a compor também coisas já os três, às vezes mesmo sem letra. Eu dou muita importância à palavra, mas como estou com eles e, às vezes, apetece-nos explorar um instrumental, exploramos e eu também gosto. As nossas influências não são claras no sentido de tentarmos mimetizar nada. Não estamos muito preocupados com isso. Por isso, também às vezes é difícil definir o som, porque é orgânico, é o que for saindo.

Dada essa importância que dás às letras, o é que gostas de explorar? Que temas é que gostas de abordar?

As letras são, na grande maioria, narrativas. São pequenas histórias que eu construo. Algumas são super literais, algumas são tiradas ponto a ponto de experiências minhas. Basta sair e descer a rua que há alguma coisa que acontece e que inspire a fazer, seja o que for, ou uma viagem de barco, ou o amor, claro, os desencontros. Acho que muitas as letras têm a ver com o desencontro e aí não é só no sentido amoroso, é também no sentido de falta de comunicação ou compreensão… Portanto, muitas são, literalmente, tiradas da minha vida e colocadas no papel e muitas são histórias simplesmente inventadas. Tu vês uma velhinha à janela e apetece-te fazer uma canção sobre uma velhinha à janela e vais por aí a fora. Desde que consigas transformar aquilo num poema, numa mensagem que é interessante, acho que vale tudo a pena e vale tudo, ponto.

A título de curiosidade, lês muito? Também gostas de ir beber à literatura e à poesia? Ou o escrever é uma actividade isolada dessas tuas experiências?

É. Eu escrevo, claro, mas escrevo em segredo, isto é, eu não mostro nada do que escrevo (risos), porque não tenho confiança para isso. O que escrevo para as músicas, escrevo com as próprias músicas, o processo criativo normalmente é… Gostas de um acorde ou vês uma cara ou vês um objecto e encontras o som certo para aquele objecto e depois vais para o acorde seguinte e aquilo traz-te uma palavra diferente. Depois vais construindo a partir daí. O que escrevo é mais seco, é mais íntimo e fica nos cardeninhos que estão nas prateleiras. (risos)

Mas tens referências de escritores ou autores que te tenham marcado?

Tenho com certeza. Temos todos, mas não posso dizer que tenha para a música. Há bocadinhos imaginários kafkianos ou pessoanos, mas acho perigoso fazer esse paralelismo. Como te disse, as canções são feitas de forma quase espontânea do ponto de vista da letra e de uma forma que quer autonomia. Quero-me dedicar só àquela história ou só aquela ideia. Às vezes pode vir até de uma pintura. Temos uma música que saiu agora nos Novos Talentos Fnac 2015 que se chama Sendo Dados que é uma peça do Marcelo Gouchan e aquilo é uma descrição, se quiseres, a letra daquela música é a descrição de como uma pessoa experiencia aquela obra. Agora dizer que isso tem um fundo literário evidente, é difícil.

E sem ser para a música, a título pessoal? Sabes que por aqui no Morrighan existe sempre essa curiosidade em saber o que é que os artistas lêem nos tempos livres.

Tenho, claro. Gosto muitos dos russos, Dostoiévski, já falei em Kafka, li Nietzsche com o maior prazer. Portugueses tens Fernando Pessoa, sou absoluto fã de Herberto Helder, até mais da prosa do que a poesia, se é que não é muito arriscado dizer isto. Infelizmente também por causa do academismo tenho que ler muito, mas nada literário. (risos) Vou lendo, sempre que posso, autores portugueses, mas também gosto muito dos americanos, o Steinbeck é uma das referências mais interessantes, o Hemingway também, leio de tudo, acho eu.

Voltando à música e às MagaSessions, a razão do Magafest existir, como é que foi a experiência com não simão nessa MagaSession?

Foi uma experiência interessante até porque tivemos que mudar um bocadinho o registo. A bateria não era um set completo, o baixo não usava distorções, a própria guitarra, eu estava a usar uma guitarra acústica e não eléctrica. Portanto fizemos uma adaptação para apartamento. Foi muito interessante e, entretanto, já fizemos dois ou três concertos nesse registo no Jardim da Estrela e no Festival Trampolim e é muito interessante, mas também gostamos muito de tocar no Music Box e no Sabotage, como já fizemos, para explorar o som.

Em relação ao teu projecto pessoal – Simão – o que é que estar sozinho com a guitarra te permite explorar que em trio não é possível?

Permite-me ser muito mais pausado. Permite-me explorar os tempos das canções de forma muito mais autónoma e muito mais minha. Posso perfeitamente arrastar indeterminadamente um tempo ou uma linha de voz ou uma coisa qualquer e depois recuperar… As canções tornam-se um bocadinho mais plásticas, no sentido do tempo que elas têm e permite-me também cantar de uma forma mais tranquila. Não é tranquila no sentido de estar mais à vontade, é mais baixo, num registo mais grave. Quando estás a projectar por cima de uma bateria tens tendência a subir uma oitava e a gritar e a ir para a frente. Quando estás sozinho com uma guitarra tens tendência a falar em sussurro. Então as coisas tornam-se todas mais suaves, muito mais leves. Ao mesmo tempo, no ponto de vista do alinhamento e da selecção de músicas vai ser uma coisa mais triste assumidamente, mais intimista, mais calma. Nós temos umas canções que são claramente de gozo e quase de piada que aqui vão desaparecer e vão ficar só as coisas mais intimas.

Fotografia Graça Ezequiel

Quem for ao MagaFest, o que é que pode esperar do teu concerto?

Pode esperar a voz… Quero explorar a voz ao máximo. Tenho uma pequena loop station onde faço harmonizações de voz à medida que vou construindo a canção. Portanto, pode esperar refrões que de repente tem várias vozes, momentos quase só de voz e uma guitarra que tenta humildemente ir dando cor às letras.

E o futuro, o que é que reserva? A nível financeiro, achas que te poderá dar algum conforto?

O futuro é incerto, e ainda bem. Vou acabar o doutoramento agora, mas a bolsa já acabou, portanto, estou desempregado, sem dinheiro, como todos nós ou quase… Não faço a mínima ideia o que é que o futuro reserva. O que eu quero é, como disse, gravar. Essa é uma das prioridades com não simão. Com Simão começar dar concertos, sim, sem dúvida e ver o que é que aí advém em termos financeiros, mas olha que acho que daí não advirá nada. (risos) Vou ter que arranjar um trabalho e ponto final e, se calhar, ter um doutoramento e ter que servir à mesa! (risos) Não faço ideia! Quero dar concertos e tocar, tocar, tocar! O lançamento do disco de não simão poderá ajudar nisso. Pode, claro. E irmos tocar aí por Portugal a fora, nós já demos muitos concertos, mas só em Lisboa e ainda só temos um ano de vida. Ainda temos muito por explorar e queremos ir tocar por todo o lado.

E de ti, Simão? Também queres gravar ou vais só andar, para já, a tocar?

Vamos devagar. Isto vai ser o primeiro concerto a solo com alguma projecção. Portanto, outros virão, espero que sim. Acho que é o tipo de coisa que vai ser interessante gravar, eventualmente sim, mas, se calhar, quase sem ser em estúdio, só em lives, só em concertos, só em experiências assim íntimas e calmas. Gostava de gravar assim num registo bastante diferente como não simão, acho eu, vamos ver.

Facebook não simão:

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Entrevista aos Thunder & Co., Banda Portuguesa, sobre Nociceptor, o primeiro disco https://branmorrighan.com/2015/07/entrevista-aos-thunder-co-banda.html https://branmorrighan.com/2015/07/entrevista-aos-thunder-co-banda.html#respond Thu, 02 Jul 2015 16:27:00 +0000 Os Thunder & Co. são uma dupla portuguesa, composta pelo Sebastião e pelo Rodrigo, que lançaram recentemente o seu primeiro disco – Nociceptor. E se o disco tem o nome dos receptores sensoriais que percepcionam a dor, também os vídeos têm levantado diferentes opiniões. Uma coisa tem sido certa, a receptividade tem sido boa e lá fora os elogios têm sido muitos. Por cá, estão confirmados em vários festivais para termos a oportunidade de testemunharmos em primeira mão estas 10 “canções lamechas”. Mas já lá vamos. Fiquemos então com a conversa com os Thunder & Co. no início de uma tarde extremamente ventosa!

Fotografia Nuno Capela

Comecemos então pelo início, quando é que tudo começou e como? «Nós juntamo-nos como amigos há muitos anos e colaboramos juntos há muitos anos. Neste projecto específico – Thunder & Co. – há dois, a propósito de um concurso de um remix para uma editora americana – que se chama DFA ou Death from Above – e foi assim que começaram os Thunder & Co.. O remix do concurso era para os Rapture, para a canção How Deep is Your Love, e a coisa correu muito bem. Chegámos aos finalistas e depois pensámos “Fixe, agora vamos continuar”.»

O primeiro contacto com esta dupla foi com a música O.N.O., em que o vídeo deu que falar. Seguindo uma metodologia muito usada nos dias de hoje – Search, Copy and Paste – muitos ainda esperam por um “vídeo oficial”. Mesmo em Apples, o conceito gráfico é diferente do habitual e quis explorar essa vertente que serviu como carta de apresentação da banda: «Antes de existir os Thunder & Co., já existia uma plataforma que nós criámos que se chama DURO, comigo (Sebastião), com o Rodrigo e com o Duarte Ornelas, que é o nosso produtor. A intenção da DURO em tempos, e que ainda não morreu, era a de poder lançar os projectos que nós gostássemos – nossos ou de outros amigos. Na DURO já tinham havido ensaios de música e artistas lançados – o Cut Slack é um produtor português que lançou um EP connosco ainda sobre a alçada do DURO e fazia parte daquele colectivo. Eu sou designer gráfico, por isso a ideia dos vídeos e dos layouts sempre existiu como parte integrante, a música não acabava só pela música. Claro que quando formámos os Thunder & Co. tudo ficou mais fácil. Pegámos em canções que já tínhamos – nossas ou de amigos – e com a ajuda do Duarte pusémo-las em pé. Essas noções todas de vídeo e de imagem estética já existiam também do que já tínhamos vindo a trabalhar.» O Rodrigo complementa: «Respondendo à tua pergunta (risos), nós não criámos os Thunder & Co. para fazer nenhum statement. Criámos os Thunder & Co. porque adoramos fazer música. Talvez o statement do vídeo seja uma lógica “anti-vídeo”. »

A explicação sobre a lógica do vídeo é simples: «Havia um constrangimento real que era não ter dinheiro para fazer um vídeo – não ter dinheiro ou não querer pensar num vídeo gigante, era o primeiro single. Eu  (Sebastião) já tinha andado a trabalhar muito na matéria do trabalho gráfico que fazíamos na DURO, era um trabalho de anti-design, ou seja, queria fazer coisas que não eram aparentemente tão bonitas. Essa ideia do vídeo já existia quase como uma ideia provocadora “E se eu fizer um vídeo só a procurar coisas no Google ou em bancos de imagens? O que aparecer tenho de usar”. Portanto, há uma intenção estética sem haver nenhuma. Depois, no fim, provoca uma peça que é feia e que ainda hoje temos problemas de pessoas que não o querem passar, nem ver. Chegam a ofender-nos e dizem-nos que os nossos vídeos são horríveis e que só nos estamos a prejudicar. Mas nestes vídeos há essa vontade de provocar, mas nós gostamos muito dos nossos vídeos. Quem compreende mais a corrente das linguagens estéticas de hoje em dia, sabe que aquilo já nem é nada de fora, até antes pelo contrário, é a coisa mais mainstream e mais na moda de agora que é fazer as coisas como se fossem todas mal feitas.»

E o receio de saírem prejudicados com isso, existe? «É assim, não tínhamos receio. Nós temos orgulho nos nossos vídeos!», disse com convicção o Rodrigo. O Sebastião complementou: «É fixe esticar, com a devida distância e humildade, a corda. Sabíamos que iam ter alguma dimensão. Mas por exemplo, existe uma parte neste vídeo da Apples – não tem nada de mal, estamos no século XXI – com um Jesus Cristo em 3D com um pila gigante e uma chave. Nós sabíamos que só aquilo ia chocar e já chocou: “Ah, mas tem aquela parte! Ah e aquilo é feio e é provocador! Ai o outro…” Mas no limite é tão… é bom que se façam essas perguntas… De facto, qual é o mal? Não tem mal. Até antes pelo contrário. Aliás, também a capa era uma grande questão. Mesmo este layout da capa, eu acho já isto muito para baixo, a ideia original era muito mais fora, mais feia ainda.»

«Mas esta capa não é feia. Esta capa é linda. Eu posso falar porque foi o Sebastião que a desenhou, não fui eu que a fiz, portanto eu posso dizer à vontade que é bonita.» (Rodrigo)

«Eu também posso dizer que é bonita, mas que também havia uma intenção de provocar e isso existe, mas graficamente. Depois o ponto de vista musical até acho que não.»

E essa é uma realidade. O disco é caracterizado por um forte conteúdo emocional, até pessoa, apelando pouco à provocação: « Mas isso é giro. As bandas POP que eu gosto, todas tiveram sempre uma tradição de que às vezes a matriz da música até parece muito certinha, mas depois em vídeos, nos concertos, nos visuais eram muito mais esticados. A matéria da música às vezes não precisa de acompanhar o resto e podes encontrar aí um sítio para ser mais provocador.» Será uma espécie de equilíbrio entre ambos? Música e Imagem? «É uma boa analogia dizer que é um equilíbrio. O importante é perceber que as coisas acontecem com naturalidade, ou seja, nós não fazemos música e depois vamos a correr ter uma imagem mais irreverente para “compensar” a música. Não. Quando nós desenhamos as músicas, as músicas saem assim e quando fazemos o design, o design sai assim. Apesar de ser um bom equilíbrio, são coisas naturais. Não é um equilíbrio provocado.»

Mergulhando no universo das letras, estas são da autoria do Rodrigo e ele explica o lado mais emocional/melancólico: «É assim, no meu caso é muito difícil escrever sobre coisas que não sinto ou que não vivi. Não consigo fazer esse exercício de fantasiar uma história e, normalmente, escrevo as coisas que sinto – é normal, as pessoas quando fazem música escrevem as coisas que sentem. No nosso caso, também é adicionada a condição do nosso produtor na medida em que ele é uma pessoa mais reservada e que vai muito encontro aos acordes mais tristes e às harmonias mais tristes. Esse casamento com a nossa composição e com a nossa escrita dá nesse resultado mais triste, mas como qualquer artista, nós não temos medo de nos expor.»

Fotografia Nuno Capela

Em relação ao nome do disco, sinónimo dos receptores da dor no corpo humano – Nociceptor -, a dupla contou-nos que fazer música é um exercício que consegue ser doloroso, pela voz de Sebastião: «Nós estávamos sempre a brincar os dois – brincar, mas que é uma coisa muito verdadeira –, mas para nós, fazer música, é super doloroso porque é muito difícil. Ao passo que se calhar esta parte mais de design a mim, pessoalmente, é mais intuitiva, fazer música, para mim, custa mesmo, dói. Porque tenho limitações, tenho de me esforçar e fico frustrado. Portanto, esta ideia de nós escolhermos o Nociceptor é porque nós achamos mesmo que fazer música é uma dor. Tocar dá-me um prazer imenso, cada vez mais anseio por continuar a tocar e tudo mais, mas quando se está a fazer é doloroso. Acho que não sou limitado, acho que não tenho nenhum problema, mas sou bastante autocrítico. Não aquele virtuoso que pega no piano e “Olha, mais uma! Mais uma! Agora canta por cima! Mais uma!”. Não! Até pelo contrário. Mesmo ele para escrever as letras, estar em estúdio e ter que ouvir e repetir alguns processos vezes sem conta. É doloroso. » 

Sobre a narrativa do disco: «Este disco é uma colecção ainda de músicas que estavam mais soltas. Como disse antes, nós tínhamos aquela plataforma da DURO e, sendo sempre as mesmas três pessoas – portanto, no fundo, éramos nós –, havia coisas que eu fiz mais sozinho com o Duarte, outras coisas que o Rodrigo fez mais sozinho e que invariavelmente tem formas diferentes. Portanto, nós pusemo-las todas juntas e achámos que isso até pode ser uma parte interessante da narrativa. É que são histórias diferentes. Por exemplo, esta introdução, os instrumentais eram de outro tempo, há canções mais Pop que nós já fizemos todos juntos. Portanto, eu acho que é isso. Eu acho que começámos em sítios muito diferentes e depois caminhámos para um final comum. A música sete – S.A.N. – é, de todas, a que mostra mais do que vai ser o trabalho – e isso acredito eu, atenção – a seguir.» 

E ainda sobre o facto de usarem, maioritariamente, iniciais em vez do nome completo das músicas: «Preguiça! (risos) Ou seja, isso começa com a forma como os projectos vão sendo gravados. Por exemplo, nós gravamos as músicas no computador, não é? Gravamos as guitarras, os baixos e gravamos a bateria, passamos para o computador e etc. e os projectos ficam com nomes, por exemplo, a O.N.O. que é One Night Only ou a S.A.N. que é Shine At Night… Pá… Nós não íamos escrever One Night Only ou Shine At Night – púnhamos O.N.O ou S.A.N..»

Sendo uma música com uma boa base electrónica, impõem-se a pergunta de como é que funcionam ao vivo: «A matriz do disco é electrónica, mas ele já tinha uma componente orgânica. Muitos baixos são gravados mesmo tocados, há guitarras, as baterias são gravadas acústicas. Por isso, ao vivo essa parte rítmica, essa secção rítmica é tocada. Portanto isso dá logo ali uma força diferente e depois tudo aquilo que é repercussão das maquinarias, dos sintetizadores, nós tentamos tocar ao máximo, tentamos despir sem desvirtuar. Tudo o que pudermos das nossas mãos fazer, vamos tentando fazer. A ideia é recriar tudo o que aí está, mas tocado.» Como companhia têm tido o Rui Maia (Mirror People) e o Ivo Costa (que também toca bateria com Batida, entre outros).

Fotografia Nuno Capela

O disco foi lançado pela NOS Discos e eles apontaram os aspectos positivos de o terem feito por essa plataforma digital: «O contrato com a NOS Discos é bastante aliciante porque permite-nos ter as músicas em download gratuito legal no site deles, em nos.pt, e ao mesmo tempo eles não metem qualquer impedimento a que nós possamos vender no iTunes ou em qualquer loja digital. É super justo para os artistas porque oferecem promoção e oferecem CDs. Deram-nos centenas de CDs que nós podemos vender ao preço que quisermos. Isto surgiu pela competência do nosso primeiro EP – lançámos um EP independente – que felizmente as pessoas ouviram e perceberam o valor que tinha e depois há uma continuidade natural. Para nós é um orgulho na medida em que os outros artistas que a NOS tem apoiado também são bons como o Mirror People, o Marfox, entre outros.»

A música gratuita tem sido largamente discutida por diversos meios. Reflectirá alguma tipo de desvalorização dos músicos? O Rodrigo e o Sebastião deram a sua opinião: «Os artistas, claro, querem fazer dinheiro para fazer a música e querem-se valorizar e tudo mais, mas a indústria que começou era uma indústria por trás. Quem queria cobrar o dinheiro, quem queria fazer aquele negócio eram as editoras. Se calhar, às vezes, se tu perguntares aos artistas: “Olha, preferes que a tua música chegue a um milhão de pessoas ou chegar a cinco mil e elas pagaram todas?”. Se calhar, eles diziam honestamente “prefiro que chegue a um milhão!” Eu acho que, honestamente, no fundo, todas as pessoas que começam a fazer música começam de uma maneira livre e altruísta que é: “quero fazer música para alguém ouvir”. Não é uma daquelas coisas que faças pelo teu próprio prazer. Fazes porque te dá para prazer, mas depois queres mostrar, nem que seja mais para criticarem, para passarem.» 

É nesta altura que o Rodrigo me cala quando contrapõe: «Tu não sentes que o teu blogue é um trabalho? Não ficas contente quando as pessoas vão ao teu blogue e não pagam nada por isso?». É claro que a minha resposta foi “Sim, nem faria sentido de outra maneira.” Partilhei com eles que monetizar o blogue nunca foi uma intenção, até porque acima de tudo é um espelho daquilo que sou e gosto. O Sebastião responde: «É o mesmo princípio. Agora estás a fazer o doutoramento e vais escrevendo papers que é algo que é propriedade intelectual tua. Em primeira linha, sei que estás a defender uma coisa que tu queres, mas também quando o estás a fazer, não estás a pensar “Ei, vou vender isto ou vou capitalizar isto”. Queres é o respeito pelo trabalho intelectual e se daí vier coisas boas… Connosco é o mesmo. Claro que nós não somos puritanos, se nos dissessem “Vamos dar-vos um milhão pelo próximo disco…”, a nossa resposta era logo “YEAH!” (risos)»

(Roberto): «E nós queremos muito que isto venha a dar, agora vivemos é numa era em que toda a gente é produtora de conteúdos gratuitamente. Os fotógrafos tiram fotografias de borla, toda a gente produz conteúdos gratuitamente hoje em dia nós olha, somos músicos e produzimos música gratuita.»

Na altura da entrevista um dos planos futuros era convidarem alguns artistas de que gostam a remisturarem algumas das suas músicas e a primeira fornada já saiu! Apples foi remisturada por Lewis M. (Salto) e Bodysnatcher – Shapeshifter por Rui Maia (Mirror People).

Deixo-vos com os leitores para poderem ouvir e também o link para o Facebook para poderem seguir Thunder & Co. aqui: https://www.facebook.com/ThunderAndCo

Podem ouvir o trabalho completo aqui: https://soundcloud.com/thunderco

O meu muito obrigada ao Rodrigo e ao Sebastião, foi um prazer falar com eles e espero vê-los em breve por esses palcos fora, um deles já no próximo Super Bock Super Rock, dia 18 de Julho. Relembro que também vão estar no Indie Music Fest, entre os dias 3 e 5 de Setembro! 

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https://branmorrighan.com/2015/07/entrevista-aos-thunder-co-banda.html/feed 0
[Queres é (a) Letra!] Thunder & Co. – Nociceptor – Apples https://branmorrighan.com/2015/06/queres-e-letra-thunder-co-nociceptor-2.html https://branmorrighan.com/2015/06/queres-e-letra-thunder-co-nociceptor-2.html#respond Tue, 30 Jun 2015 18:02:00 +0000

O Queres é (a) Letra! está de volta, com algum atraso, para o disco dos nossos fantásticos Thunder & Co. Ando em falta para com eles, porque tenho a entrevista já transcrita à espera de uma revisão e de uma reformulação de estrutura para ser publicada, mas o que é certo é que o Verão chegou e, embora seja um disco intemporal, é nesta altura que mais nos apetece dançar e por isso não podia aguardar mais. A ordem de publicação segue a ordem do disco, que podem consultar aqui. A primeira – Up, Down, Strange, Charm, Bottom and Top – não tem voz e por isso saltamos logo para a segunda – Apples. Um dos singles do disco e que muito tem dado que falar pelo seu vídeo. Recentemente foi, inclusive, seleccionado para a Competição de Vídeos Musicais do 23º Curtas Vila do Conde. Tudo boas razões para se revisitar a música que também acabou de ser remisturada por Mirror People e por Lewis M., novidade que também será divulgada brevemente. 

Quanto às letras do disco, estas são escritas pelo Rodrigo, sendo que são em grande parte caracterizadas por serem bastante intimas e muito ligadas à relação com quem nos é mais próximo. Fiquem com a Apples, eu cá já a sei praticamente de cor! 



Apples on my tray

A bird in my hand

my body starts to sway

I don’t respond to my command


I set off a drinking’bout

I never puzzled it out


I’m addicted to extremes

You bring me closer to my dreams      x2

Life is easier when you’re asleep

All my fantasies are hard to please    x2


I don’t feel engaged

I need you on my team

My brain is feeling caged

Until you’re in my stream

I set off a drinking’bout

I never puzzle it out


Chorus

I’m addicted to extremes

You bring me closer to my dreams      x4


Life is easier when you’re asleep

All my fantasies are hard to please    x2

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Final do Concurso Nacional de Bandas – Antena 3 – 2 de Julho no CCB https://branmorrighan.com/2015/06/final-do-concurso-nacional-de-bandas.html https://branmorrighan.com/2015/06/final-do-concurso-nacional-de-bandas.html#respond Mon, 29 Jun 2015 12:07:00 +0000

A Antena 3 está à procura dos novos talentos da música nacional.

É com muita alegria que partilho esta final, já no dia 2 de Julho, no CCB. Entre os finalistas estão uma das bandas que mais gosto e admiro em Portugal – Les Crazy Coconuts! Onde está a novidade? Em lado nenhum! Uma banda jovem, é certo, mas com capacidade para surpreender em qualquer palco e que rapidamente tem conquistado quem se dá ao luxo de os ver. A apadrinhar esta final estão os fantástico You Can’t Win, Charlie Brown, também eles uma das melhores bandas do nosso país. Bom palco, boas bandas, perfomances promissoras, só faltam vocês para testemunharem este grande momento! Boa sorte a todos, mas principalmente aos meus queridos Les Crazy Coconuts! (Podia ser imparcial, só que não, e acho que vocês também não estavam à espera que fosse.)

Sobre o Concurso: 

Nestes últimos 20 anos, a Antena 3 revelou e viu crescer bandas como Da Weasel, Deolinda, Blasted Mechanism, Blind Zero, Ornatos Violeta, entre tantos outros. Agora, chegou o momento de descobrir os artistas e autores que vão marcar o futuro da música portuguesa.

O Concurso Nacional de Bandas deu oportunidade a nove bandas para tocarem ao vivo, pelo País, com convidados de luxo.

A grande final deste concurso realiza-se no dia 2 de julho, no Grande Auditório do CCB. Nesta noite teremos a participação especial dos You Can’t Win Charlie Brown, autores do disco “Diffraction/Refraction” considerado um dos melhores de 2014 pela imprensa especializada. A eles juntam-se ainda três novos talentos (Eat Bear, Antony Left e Les Crazy Coconuts) que vão disputar um lugar no palco Antena 3 no festival Super Bock Super Rock 2015.

Entrevistas:

Les Crazy Coconutshttp://www.branmorrighan.com/2014/08/entrevista-aos-les-crazy-coconuts-banda.html

You Can’t Win, Charlie Brownhttp://www.branmorrighan.com/2014/01/entrevista-aos-you-cant-win-charlie.html

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2ª Edição do MagaFest já tem nomes: Filho da Mãe e Silence Is A Boy https://branmorrighan.com/2015/06/2-edicao-do-magafest-ja-tem-nomes-filho.html https://branmorrighan.com/2015/06/2-edicao-do-magafest-ja-tem-nomes-filho.html#respond Wed, 24 Jun 2015 13:01:00 +0000

2ª edição MAGAFEST

5 de Setembro, das 18h00m às 02h00m, na Casa da Independente

A segunda edição do MAGAFEST está ai. Um festival bem português que ocupa a Casa Independente  – Dia 5 de Setembro das 18h às 2h. Filho da Mãe e Silence is a Boy são os dois primeiros nomes do cartaz a ser divulgados.

Filho da Mãe, nome de Palco de Rui Carvalho, lançou o seu segundo álbum “Cabeça” em Novembro de 2013, ‘um disco instrumental, acústico, feito mais com a emoção do que com a razão’, irá entrar no mundo Maga em Setembro, mostrando-nos com a sua mestria sobre a guitarra o seu imaginário e o resultado de dois anos de concertos e colaborações de onde resultou o seu ultimo álbum.

Silence is a Boy, os Paladinos insuperáveis e propagadores temerários do “cylon folk”, género maior da chanson ligeira. Silence is a Boy a.k.a. SIAB, vê-se como a banda que bate mais porque gosta de ti. A banda que sabe que o tempo não esperou por ti. SIAB é a banda que sabe como era avassalador o fraquinho que tinhas pelo Francisco no sexto ano. SIAB toca o rock dos abandonados, o pop dos estragados e o punk dos reformados. SIAB é a banda secreta da tua vida alternativa.

O MagaFest é a celebração das MagaSessions, sessões musicais que acontecem no Saldanha na casa de Inês Magalhães desde 2012. Um espaço invulgar de concertos únicos e íntimos, onde se divulga e promove músicos já estabelecidos no panorama musical português, bem como novos talentos que fazem a sua estreia na casa.

A segunda edição aparece depois do êxito da primeira em 2014, que contou com nomes como Bruno Pernadas, Memória de Peixe, JPsimões e outros artistas que estão a fazer a diferença na música portuguesa.

Dia 5 de Setembro, das 18h às 2h, o MAGAFEST volta à Casa Independente, estabelecendo-se como um dos mais importantes momentos de elogio à música.

Faltar é perder!

Os bilhetes custam 15€ e estão à venda nas plataformas MagaSessions e Casa Independente.

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We Bless This Mess tem novo vídeo – Contemplate https://branmorrighan.com/2015/06/we-bless-this-mess-tem-novo-video.html https://branmorrighan.com/2015/06/we-bless-this-mess-tem-novo-video.html#respond Mon, 22 Jun 2015 13:33:00 +0000

Há uns meses tive a oportunidade de conhecer pessoal o conjunto We Bless This Mess cujo coração é Nelson Graf Reis. Andámos pelas paisagens de Sintra à conversa, com músicas pelo meio, uma ou outra gravação, resultando num convívio diferente, um espírito de agradecimento por tudo o que nos rodeia e um optimismo inevitável. Ao ver agora este vídeo – Contemplate – dou conta dos inúmeros cenários gravados naquele dia e foi inevitável sorrir. Na verdade, todo este vídeo reflecte bem a alegria com que estes companheiros andam na estrada e as próprias letras são o reflexo disso mesmo. A entrevista sai esta semana.

artwork por OHQFDM

Hoje,  a Biruta Records lança uma edição limitada em CD (50 unidades)​​​ que contém os temas “Contemplate” e “June”​. As músicas foram captadas e mixadas pelo Cláudio do Lago Tavares (nos Estúdios Sá da Bandeira, Porto). Para presentear os fãs, as versões digitais do EP de estreia “Love and Thrive” (editada em Janeiro de 2015) e dos novos singles estão disponíveis para download livre a partir de hoje no Bandcamp da Biruta.​ We Bless This Mess estará em Tour um pouco por todo o país durante os meses de Junho e Julho.  

Banda Suporte a Rocky Votolato e Sam Alone:

20 Junho – LOULÉ – Bafo de Baco

21 Junho – LISBOA – Sabotage Club

24 Junho – VIANA DO CASTELO – Kommix Bar

25 Junho – LOULÉ – Festival Med

26 Junho – FARO – Fnac (13h30) ● Guess Bar (23h30)

27 Junho – ODEMIRA – Fnac Guia (16h00) ● Café Concerto O Cais (23h00)

28 Junho – ALFRAGIDE, LISBOA – Fnac (17h00)

11 Julho – V.N. GAIA – Fnac GaiaShopping (17h00)

11 Julho – MATOSINHOS – Fnac Mar Shopping (22h00)

(MAIS A ANUNCIAR EM BREVE)

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[DESTAQUE c/ Opinião] Francis Dale com novo disco pela NOS DISCOS https://branmorrighan.com/2015/06/destaque-c-opiniao-francis-dale-com.html https://branmorrighan.com/2015/06/destaque-c-opiniao-francis-dale-com.html#respond Mon, 22 Jun 2015 10:01:00 +0000 Artwork por João Pedro Fonseca

Tenho andado a guardar esta pequena preciosidade para vos mostrar. Falo-vos do novo disco homónimo de Francis Dale, recentemente lançado pela NOS Discos. Começando pela capa, esta foi obra do nosso já conhecido João Pedro Fonseca e, ouvindo o disco e vislumbrando o propósito do mesmo, faz todo o sentido.

É um disco para se ouvir de headphones, daqueles que isolam bem o exterior e nos permitem mergulhar em pleno nas sonoridades. É, também, um disco que sendo português, ao ouvi-lo poderia dizer que estava perante um talento sólido internacional. O ambiente electrónico, as batidas ritmadas e a voz cúmplice transportam-nos para uma zona etérea em que as letras se alinham ao som, preenchendo-nos e deixando-nos vazios, como uma espécie de maré irrequieta.

Diogo Ribeiro, o nome por traz do projecto português, tem uma voz invejável e que encaixa harmoniosamente no género que produz. Não é difícil as músicas ecoarem na nossa mente, mas é ainda mais fácil fecharmos os olhos e deixarmos o corpo expressar-se livremente. Apesar de todo o potencial que as novas tecnologias trouxeram à música electrónica, não deixa de ser necessário ter o condão de fazer com que tudo faça sentido. Ao ouvir este disco, e em tom de brincadeira, fico com a sensação que os astros souberam como se alinhar, resultando em seis músicas versáteis dançáveis, que procuram no pensamento, na reflexão e nas emoções um porto de abrigo. É todo um oceano por explorar. Não se ouve só uma vez, ouvem-se muitas e em loop. Ou pelo menos foi isso que aconteceu comigo. 

Eleanor, a quinta música, já tem vídeo, mas não podia terminar este post sem dizer que a minha preferida é, na verdade,  Poème Électronique. Não sei dizer bem porquê, porque gosto de todas, mas existe algo no ritmo daquela música que mexe verdadeiramente comigo. E a última, Auguries of Spring, é uma espécie de epopeia na despedida, aquela marca de água salgada que fica na nossa pele enquanto nos despedimos de um pôr-do-sol na praia sem a certeza de quando o podemos repetir, com memórias à deriva. Ou assim imagino eu. Na verdade conto-vos estas coisas porque gostava que vós próprios sentísseis a necessidade de ouvir o disco, de o descobrirem livremente e de se deixarem levar por ele.

Brevemente o Diogo fará o lançamento da edição física do CD numa galeria em Lisboa. A edição física será limitada a 50 unidades cada uma criada manualmente pelo João Pedro Fonseca. “É a minha reacção a um mundo no qual a individualidade da peça foi perdida e no qual o acto de comprar um CD foi completamente desprovido de relevância!” 

Termino com os links e com a vontade de trazer mais sobre este projecto para vocês, brevemente.

Link NOS DISCOS: http://nosdiscos.pt/discos/destaques/francis-dale

Facebook Francis Dale: https://www.facebook.com/francisdalemusic

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[DESTAQUE] Tio Rex com novo vídeo (lançado em exclusivo pela Antena 3) – A Cura https://branmorrighan.com/2015/06/destaque-tio-rex-com-novo-video-lancado.html https://branmorrighan.com/2015/06/destaque-tio-rex-com-novo-video-lancado.html#respond Sun, 21 Jun 2015 11:22:00 +0000

Como sabem, o querido Tio Rex lançou recentemente um novo disco – Ensaio Sobre a Hamornia. Entretanto, um novo vídeo foi lançado, em exclusivo pela Antena 3 – «A Cura». Este vídeo foi todo pensado entre os intervenientes e a talentosa Marta Banza tratou da edição e da captação (este último com a ajuda de André Quendera). O cenário protagonista é a Taverna da Arca d’Água, em Setúbal e o resultado é lindíssimo.

Na descrição vem que “em resposta a uma derrota, «A Cura» relata a procura de um novo caminho que dissolva na memória e no coração as marcas desse evento. Debate o risco que se toma ao entrar no domínio do desconhecido, sem saber se no fim desse túnel está a luz ou uma parede.”

Não é novidade que Miguel Reis, o cantautor por trás de Tio Rex, já nos habituou a melodias e a letras que se entranham em nós, qual segunda pele. Os companheiros desta viagem Um Corpo Estranho, também eles têm um percurso musical que, embora desconhecido por muita gente, marca pela diferença. Os dois juntos funcionaram de forma perfeitamente “harmoniosa”! 

Ainda em relação ao Tio Rex, este vai apresentar este último disco no Festival Bons Sons, no dia 16 de Agosto. Ensaio Sobre a Harmonia tem uma edição física limitada de 150 cópias numeradas — com o CD, capa em ganga, uma agenda montada e cosida à mão (design e artwork de Ana Polido) e um bloco de notas com letras das canções, anotações e desenhos escritos e desenhados à mão por Tio Rex — e pode ser adquirida no Bandcamp da editora Biruta Records.

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[Divulgação] Lucky Lupe, duo luso-brasileiro, prestes a lançar o primeiro disco https://branmorrighan.com/2015/06/divulgacao-lucky-lupe-duo-luso.html https://branmorrighan.com/2015/06/divulgacao-lucky-lupe-duo-luso.html#respond Sat, 13 Jun 2015 12:26:00 +0000 Fotografia Ana Morais

No meio de tantos mails que recebo por dia, por vezes tenho de voltar atrás no tempo e rever os que possam ter ficado sem resposta. A verdade é que ainda bem que o faço. Por vezes é mesmo impossível dar vazão a todos os pedidos de divulgação, mas o que é certo é que desde que me dei a oportunidade de ouvir Lucky Lupe, um projecto que começa em Lisboa e que se encontra neste momento em São Paulo, que não é raro ter os vários ritmos na cabeça.

Em tom de apresentação sabemos que os dois membros se juntaram para desenvolver música instrumental como construção de paisagens e ambientes sonoros. O desafio era convergir a originalidade, a diferença e a conceptualidade da música, começando pelos próprios instrumentos usados para compor. São então usados para o efeito um Double Neck de guitarra e baixo elétricos, um sintetizador, bateria acústica, um Roland SPDX, Loopstations e diversos pedais de efeitos, sendo a música produzida em tempo real, sem pré-gravações de loops ou sonoridades, tanto em estúdio como ao vivo.

Durante o ano de 2012, até ao inicio de 2013 realizaram alguns concertos em Lisboa, em espaços

como a Fábrica da Pólvora, LX Factory e a Praça Camões, este no âmbito do Festival Faz

Música, no intuito de desenvolver experiência em palco como banda e divulgar o projecto.

Em meados de 2013 começaram a preparar as gravações de um LP de estreia, tendo no inicio de 2014 entrado em estúdio e concluído gravações do disco de estreia dos Lucky Lupe – 6 temas, em que cinco dos quais estão agora disponíveis no soundcloud:

No início de 2014 David F. membro fundador dos Lucky Lupe – muda-se definitivamente para a

cidade de São Paulo e traz com ele o projecto para dar continuidade no Brasil.

Deixo-vos também dois vídeos gravados ao vivo, “sem truques de estúdio”! Com pouco fazem muito e sem dúvida que vê-los ao vivo é algo que gostaria de o fazer. Para os meus leitores brasileiros, se puderem, apanhem-nos por aí! Cá em Portugal, os fãs de Memória de Peixe certamente não deixarão de apreciar esta dupla luso-brasileira! O segundo vídeo, em particular, é a apresentação da banda no Balcony TV de São Paulo, e que bem que o sotaque português encaixa por ali! Quando houver mais novidades, certamente que passarão por aqui. Boas audições! 

https://www.facebook.com/LuckyLupe

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