Raquel Lains – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Fri, 08 Jan 2021 17:30:15 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.2 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Raquel Lains – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 [Playlist da Quinzena] 16 a 31 de Maio de 2015 – As Escolhas de Raquel Lains (Let’s Start a Fire) https://branmorrighan.com/2015/05/playlist-da-quinzena-16-31-de-maio-de-2.html https://branmorrighan.com/2015/05/playlist-da-quinzena-16-31-de-maio-de-2.html#respond Sat, 16 May 2015 00:00:00 +0000 Fotografia da Vera Marmelo (alterada para P&B)

A Raquel Lains é das pessoas mais queridas que conheço. Estivemos juntas pouquíssimas vezes (e já dissemos que temos de corrigir isso), mas o carinho que tenho por ela é tão grande, sempre que penso nela sinto-me sempre tão grata… É verdade, dia 1 de Junho estou a fazer 27 anos e o último ano e meio deu-me toda uma outra perspectiva de vida – foi quando inseri uma componente musical forte no blogue. E se essa componente existe e cresceu como cresceu, devo-o às pessoas que acreditaram em mim desde o início, mesmo que nem elas soubessem ao início o que é que eu realmente andava para aqui a fazer. A primeira pessoa que me começou a enviar informações das suas bandas foi a Raquel. Após um contacto por causa do Noiserv, facilmente nos começámos a entender e vejam só que a minha primeira entrevista presencial – eu de caderninho na mão, amiga arrastada a meu lado, completamente apavorada – foi com o Richie Campbell! Ahah, acaba por ter a sua piada, mas também por reflectir o ecletismo dos meus gostos musicais que em muito vão de encontro aos da Raquel, ou pelo menos das bandas que promove. Desde então foram dezenas os projectos que entrevistei, uns pelas suas mãos, outros porque mais pessoas começaram a reparar no meu Morrighan e a propôr-me mais iniciativas. Estes pequenos gestos com grandes, e boas, consequências não podem passar indiferentes e daí este testamento todo que eu estou a escrever. Sei que no aniversário do blogue já lhe dediquei um post, mas as demonstrações de admiração e respeito nunca são demais. Fica aqui mais uma. Gosto muito de ti, Raquel Lains e só posso desejar ter um mínimo da tua força e motivação para levar as coisas com tanta paixão como tu as levas e demonstras. Desejo-te as maiores felicidades e obrigada por esta playlist que se tornou automaticamente numa das minhas preferidas, não tivesse eu já interagido com alguns deles e constatado o quão bons são. Mereces tudo de bom!

Assim que a Sofia me convidou para fazer esta playlist, e me disse que a escolha era livre, sempre que pensava se deveria colocar as minhas bandas ou outras escolhas musicais, só as minhas bandas me faziam sentido nesta escolha musical para o Morrighan! E assim foi, fiz uma selecção de algumas músicas que passaram pela Let’s Start A Fire. Faltam aqui dezenas de bandas… é impossível escolher um música de todas as minhas bandas, seriam horas e horas de música e acho que a Sofia ia ficar maluca se tivesse levado com a primeira lista de músicas que tinha preparado… algumas das bandas ainda não estão no Spotify e não as pude incluir por essa razão, as outras foi mesmo por falta de espaço. Queria ter colocado todas as minhas bandas nesta playlist porque todas elas me são muito especiais.

A Sofia está quase a fazer anos e esta é a minha prenda para ela! A Sofia é das pessoas mais lindas com as quais colaboro na Let’s Start A Fire e merece todas as prendas! <3 i="" nbsp="">

1 – Mão Morta “Tornados”

Esta é a música que marca para mim o início da Let’s Start A Fire. Foi com os Mão Morta que tudo nasceu e esta música é sem dúvida a que mais mexe comigo do primeiro disco que promovi na Let’s Start A Fire, o “Nús”. Ainda hoje fecho os olhos a ouvi-la… Sou fã dos Mão Morta desde sempre e foram eles que fizeram com que o meu sonho se tornasse realidade por terem acreditado em mim e me fazerem acreditar que era possível.

2 – Pop Dell’Arte “My Funny Ana Lana” (“Wild’N’Chic”)

A banda mais desafiante com a qual trabalhei e que ainda hoje me faz sentir o peito cheio de orgulho pelo trabalho que desenvolvi com eles. Esta escolha da “My Funny Ana Lana” deve-se por ainda não estar no Spotify a “Wild’N’Chic”, a música que gostaria de ter colocado nesta playlist. Para além da promoção, fiz o agenciamento dos Pop Dell’Arte e a “Wild’N’Chic” era das músicas que mais me tocava ao vivo e me fazia ficar deslumbrada por trabalhar música com esta qualidade. Escolhi “My Funny Ana Lana” por ser provavelmente a maior referência que tenho dos Pop Dell’Arte antes de trabalhar na música.

3 – YCWCB “Over The Sun, Under The Water”

Os YCWCB foram das bandas que mais me tocaram desde sempre e são um ponto de viragem na minha vida, marcam uma das mudanças mais difíceis pelas quais tive de passar. Os YCWCB e a música deles acompanhou-me nesse momento e acabaram por ser um grande apoio. Permitiu-me olhar em frente e seguir. Esta foi a música que mais ouvi do disco deles, no início por motivos profissionais, e que acabou por ser a música que me permitiu respirar, que ainda hoje me faz voar e não olhar para trás.

4 – noiserv “I was trying to sleep when everyone woke up”

É uma das melhores pessoas que conheci até hoje. A música do David e a sua entrega diz muito da pessoa que ele é. Poder ter entrado na vida dele e conhecê-lo para além da sua música, faz-me sentir uma pessoa especial. Vou ser a promotora do noiserv para o resto da minha vida, é só ele querer. Se não for, vou ser uma pessoa menos feliz e não lhe empresto mais o carro para ir em tour (ih ih ih ih).

5 – Walter Benjamin “Airports And Broken Hearts” (“We might never fall in love”)

É o meu rapaz sorriso. E tornou-se numa pessoa muito especial para mim. O meu parceiro de copos na Let’s Start A Fire na altura do seu regresso a Lisboa (Walter, obrigada pela descoberta da cervejinha a 0,50€), com quem eu partilhei inúmeras noites, grandes gargalhadas e boas conversas. A vida é uma chata e não nos deixa estar as vezes que queremos com as pessoas de quem gostamos muito. O Luís é uma delas. E sempre que o vejo tenho vontade de o abraçar apertado. Por mim, se pudesse, saíamos uma vez à noite por semana, no mínimo! Esta é a minha música favorita do disco. Mas posso dizer que a música “We might never fall in love” é provavelmente a música que cantei mais aos “berros” até aos dias de hoje! E o Walter foi muito lindo quando me convidou para cantar na música em estúdio… a única música que cantei até hoje para um artista meu (é sempre ao contrário, são sempre eles que cantam para mim)!

6 – Minta & The Brook Trout “Future Me”

Um dos discos mais bonitos que trabalhei até hoje e esta música… tão certeira. É linda, tocante, verdadeira… a sensação de que podia ter sido eu a escrevê-la. Aliás, não podia, por não saber escrever letras mas senti que me tinha sido dada, a mim, parece que a Francisca a escreveu baseada no que eu sentia no momento. Incrível. Minta… provavelmente, uma das bandas que mais vi ao vivo até hoje.

7 – Dear Telephone “The door was white”

Das bandas mais divertidas e mais queridas que tenho na Let’s Start A Fire. Adoro muito todos os membros da banda. O Simão é completamente apaixonante, a Graciela é das mulheres mais bonitas de Portugal (já viram bem a beleza dela?), o Pedro é das pessoas mais divertidas e das quais recordo com muito muito carinho um desenho que me fez com o título Super Raquel pelo trabalho que fiz com ele na altura dos Green Machine (a imagem era uma super heroína com a minha cara) e o Ricardo é muito muito querido. Esta é uma das duas únicas músicas que “sei tocar” no meu baixo e o Simão tem das vozes mais doces de Portugal. Eles seriam a razão para eu ir viver para Barcelos, adorava ser muito amiga deles, daquelas mesmo de verdade, amigas do coração, e passar muito do meu tempo com eles.

8 – Los Waves “How Do I Know”

Os meus Los Waves são muito lindos! Tratam-me que nem princesa e foram a banda que me fez voltar a ter vontade de agenciar de novo. O talento é enorme, a humanidade do José e do Jorge ainda maior, merecem o mundo. Não estavam a ter grande sorte no agenciamento e decidi ajudá-los nisso também, já que tinha começado a promovê-los há pouco tempo. Deram-me um bolo de anos feito de gomas. Mnham!

9 – Cave Story “Cleaner”

Que malha de banda! Apaixonei-me pelos meus Cave Story no Barreiro Rocks. Nunca tinha ouvido falar deles, ouvi-os a tocar no festival, fiquei de boca aberta, completamente sem acreditar no que tinha visto. Não consegui esquecê-los e fui atrás deles para trabalhar com eles. Apresentei-me, disse-lhes que adorava a música deles e que queria trabalhar com eles, na promoção e no agenciamento, tudo. Aceitaram-me. Se há amor à primeira vista no mundo da música, eles foram o meu.

10 – Sequin “Peony”

A Ana é muito querida! O mais engraçado é que, apesar de ser minha artista, só a conheci pessoalmente em Londres e, nesse momento, vi a minha primeira raposa na vida, no meio da cidade, após um concerto de Jibóia. Esta é a música que mais gosto do disco, provavelmente, pelos 30 segundos que iniciam aos 2m57s. É dos momentos mais bonitos de todas as músicas que trabalhei até hoje, não sei explicar (a música vive mesmo do quanto toca a cada um de nós, não é?). Podia viver em loop nesses 30 segundos… Ah, e adoro ver a Ana dançar e sorrir!

11 – The Glockenwise “Leeches”

Os meus putos Glockenwise! Os putos mais fixes! Trabalhar com eles não é trabalho, é só diversão e rir! Os únicos a quem socorri em palco com um penso, eh eh eh… não consigo não ser maternal com eles, afinal, foram eles mesmo que me chamaram de mãe num dos dias que passámos juntos em promoção… estou sempre mais que pronta para ir a um concerto deles, são dos concertos que mais me fazem dançar… aliás, o desafio é parar de dançar! Os meus putos deram um dos melhores concertos de Paredes de Coura em 2013! Os maiores!

12 – Alex D’Alva Teixeira “Homologação”

O Alex é um doce de pessoa e tem um coração maior que o mundo, é uma pessoa muito especial e que tive o privilégio de conhecer. O EP “Não É Um Projecto” foi um dos discos em que mais acreditei num artista à primeira audição pela frescura e personalidade cativante do Alex que transparecia nas músicas.

13 – Capitão Fausto “Célebre Batalha de Formariz”

Esta banda é incrível e ao vivo são impressionantes, das melhores bandas em palco nos dias de hoje. Adoro fazer parte da equipa e crescer com eles! Todos muito queridos e engraçados, são uns fixes e adoro encontrá-los por aí à noite e fazer um brinde! Ainda temos um jantar pendente…

14 – Lloyd Cole “Writer’s Retreat”

Um herói da minha adolescência com o qual tive o prazer de trabalhar e que pude conhecer pessoalmente. O conceito de cavalheiro nunca fez tanto sentido até conhecer o Lloyd Cole. Das pessoas mais queridas e respeitosas com quem trabalhei e que me fez sentir a maior do mundo quando disse à editora dele que em Portugal só queria trabalhar comigo. Memórias de esperar num camarim de tv por uma entrevista enquanto comemos morangos do meu tupperware e o Lloyd me lê um poema do Charles Bukowski. Adorável.

15 – Josef & Erika “Fight And Day”

A música do Josef & Erika é incrivelmente bonita e a voz da Erika impressionante e arrepiante. Quando entraram em minha casa para o acústico e a Erika abriu a sua mala de madeira e daí saiu um piano, não queria acreditar, pasmei. Dali só poderia sair magia. Ainda hoje a minha sala tem ecos das músicas que lá tocaram… Duas pessoas tão queridas e com as quais gostava de voltar a passar um bom tempo. Dos concertos mais bonitos que vi até hoje… Obrigada, Sílvia. E esta música, é tão bonita que até dói!

16 – peixe:avião “A Espera É Um Arame”

O primeiro disco que trabalhei dos meus peixe:avião! Têm um percurso muito certeiro e é uma banda com a qual quero trabalhar sempre, adoro a música e as letras. Quando penso neles, vem-me à cabeça uma palavra: profissional. Esta é provavelmente a música que mais gosto deles talvez por ter sido das primeiras que trabalhei… ainda hoje me arrepia!

17 – O Martim “Banho Maria”

No primeiro encontro que tive com o Martim, percebi de imediato que era uma artista hiper activo, cheio de boas ideias e com vontade de editar disco atrás de disco porque criatividade não lhe falta. A primeira coisa que me saiu foi “Tu não és o B Fachada”! Mal eu sabia que ele tinha uma música com este título… o Martim tem um coração de ouro e está sempre pronto a tocar, é o que gosta mesmo de fazer e o que o move. Adoro músicos assim.

18 – Gonzales “Dot”

Eu acho o Gonzales único, brutal e um artista completo. Para além de ser o melhor entertainer do mundo em palco, é divertido, tem um sentido de humor genial e ao piano é, no mínimo, tocante. Já o vi várias vezes ao vivo, desde o Festival Número, Culturgest, Space… não quero falhar um único concerto do artista.

19 – Bruno Pernadas “Ahhhhh”

Este disco é incrível! Dos mais versáteis que trabalhei até hoje e que mostra a genialidade do Pernadas a cada música que ouvimos.

20 – Josh T. Pearson “Woman, When I’ve Raised Hell”

Este é sem dúvida um dos discos mais bonitos que trabalhei até hoje! Só de pensar no disco, tenho um arrepio na espinha.

21 – Patrick Watson “The Great Escape”

Fiz a promoção do concerto de apresentação deste disco em Portugal! Ainda hoje este disco me faz sorrir… as músicas são tão mágicas e cheias de nuvens de algodão por onde podemos saltitar! É lindo!

22 – Manuel Fúria “Que Haja Festa Não Sei Onde”

Grande disco! Esta é a minha música favorita do álbum do Manel. Achei que ia ser complicado escolher a música mas quando a coloquei, não houve dúvida. O som orquestral do disco, os cânticos e as vozes, o ritmo, para mim fez deste disco um dos discos desse ano!

23 – a Jigsaw “The Strangest Friend”

Esta é das músicas que mais gosto dos meus a Jigsaw! São das bandas mais empenhadas e independentes que conheço. Uma das recordações mais divertidas que tenho é duma entrevista cá em casa para o Canal Q… os pormenores da entrevista têm de ficam por contar, eh eh eh! Os meus a Jigsaw deram-me o meu primeiro baixo…

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[6 Anos Blogue Morrighan] Mensagem Especial – A Raquel Lains dá os Parabéns ao Morrighan https://branmorrighan.com/2014/12/6-anos-blogue-morrighan-mensagem-2.html https://branmorrighan.com/2014/12/6-anos-blogue-morrighan-mensagem-2.html#respond Sat, 27 Dec 2014 12:28:00 +0000 Raquel Lains: http://www.branmorrighan.com/2014/04/entrevista-raquel-lains-promotoraagente.html


É este mês que o Morrighan marca o seu sexto ano na divulgação da música portuguesa!


Não consigo precisar a partir de quando comecei a colaborar com o Morrighan mas sinto que tenho vindo a acompanhar a sua evolução desde o início! E a verdade é que o blog evoluiu imenso desde a sua origem e tem vindo a ganhar um espaço cada vez mais importante na divulgação da música que se tem feito em Portugal.


Para além dos parabéns que aproveito desde já para dar (PARABÉNS PARABÉNS PARABÉNS), há que agradecer ao Morrighan (mais precisamente, à querida Sofia) por todo o trabalho de divulgação impressionante que o blog faz à música nacional. Temos que admitir, é impressionante! O Morrighan é um blog que acredita na educação musical do seu público e que trabalha para isso diariamente com a apresentação de novos artistas e novas músicas! Para além disso, há que salientar a qualidade e rigor dos textos publicados o que o diferencia de muitos outros blogs ou sites.


Manter um blog vivo e com esta dinâmica é de louvar!


Por tudo isto, muito obrigada pelo entusiasmo de sempre para com os meus artistas e muitos muitos parabéns!


É uma honra ter os meus artistas presentes no Morrighan!



Se hoje posso dizer que conheço gente maravilhosa e talentosa ligada à música, não posso deixar de referir que nada teria sido igual ou, talvez, até possível, sem o grande apoio e aposta da Raquel Lains no meu trabalho. Ainda me lembro de quando quis entrevistar o Noiserv, há mais de um ano atrás, e de ele ter aceite e de me ter reencaminhado para a Raquel, responsável da sua promoção. Foi o meu primeiro contacto com aquela que viria a tornar-se uma pessoa muito especial para mim e para o blogue. 

Quem conhece a Raquel sabe o quanto ela trabalha e se esforça e dá completamente tudo o que tem pelos seus artistas. Essa sua paixão não só é inspiradora como também contagiante. Se comecei de forma tímida a querer entrevistar alguns artistas, com o convívio virtual com a Raquel, rapidamente fui perdendo algumas vergonhas e foi através dela que fiz a minha primeira entrevista presencial com alguém, imaginem só – com o Richie Campbell! Eheheh, não, não é o estilo de música que costumo colocar por aqui, mas o que é certo é que essa experiência, para mim aterradora (no bom sentido), ajudou-me a ultrapassar mais alguns limites e a sair fora da casca de protecção da web. A querer fazer coisas diferentes e daí os formatos diferentes em algumas entrevistas. 

Hoje em dia já conheço pessoalmente a Raquel, que só veio comprovar a pessoa maravilhosa que é, e se algumas das minhas entrevistas já foram vistas centenas ou milhares de vezes e partilhadas em algumas páginas oficiais, bem, não há texto que agradeça o suficiente. Para juntar a tudo isto, a Raquel escreveu-me esta mensagem maravilhosa de Parabéns, que me trouxe, sinceramente, as lágrimas aos olhos e que agora partilho convosco. É que ter este reconhecimento, quando faço tudo pro bono, quando é tudo por carolice e paixão, é realmente muito, muito bom. Eu costumo dizer que percebo muito pouco dos aspectos técnicos da música, mas como ouvinte sou completamente apaixonada e viciada por aquilo que gosto. Tenho a sorte de a Raquel trabalhar com tantos artistas que admiro e que me permitem um bom escape à minha profissão. 

E sim, o blogue é escrito essencialmente por mim, com colaborações esporádicas, mas é de todos aqueles que contribuem para que cresça, e podem crer que um bom pedaço deste Morrighan é também da Raquel. Obrigada, querida Raquel, por todo o carinho, apoio e, sobretudo, confiança. A honra é toda minha! Tenho aprendido tanto, mas tanto! Grande beijinho! 

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Entrevista a Raquel Lains, Promotora/Agente Musical Portuguesa (Let’s Start a Fire) https://branmorrighan.com/2014/04/entrevista-raquel-lains-promotoraagente.html https://branmorrighan.com/2014/04/entrevista-raquel-lains-promotoraagente.html#respond Tue, 29 Apr 2014 08:11:00 +0000 Existem pessoas que tornam o meio em que trabalham em algo especial. Pessoas que, quando se fala no seu nome, provocam um sentimento de grande carinho e gratidão. É este o meu sentimento em relação a Raquel Lains, promotora e agente da Let’s Start a Fire. Foi muito graças ao seu espírito sempre tão alegre e dedicado que o Morrighan iniciou a sua aventura mais a sério no mundo da música e que conseguiu chegar aos seus artistas nacionais preferidos.

Ao longo dos últimos meses em que tenho interagido com a Raquel, a motivação e o dinamismo têm sido as palavras de ordem e o seu entusiasmo na divulgação dos seus artistas é completamente contagiante. Não, isto não é um post para puxar o lustre à nossa querida Raquel, mas antes a minha forma, o meio que tenho, de agradecer publicamente à Raquel por, sem saber, tornar um sonho meu realizado. 

Raquel, mereces todas as palavras maravilhosas que recebes dos teus artistas e colaboradores. É um prazer do tamanho do mundo trabalhar contigo. 

Fiquem então com a entrevista sobre a Raquel e todo o seu percurso na promoção de discos. 

1. Let’s Start a Fire é o teu projecto de promoção e agenciamento de artistas. O seu nome faz jus ao impacto que o teu nome, Raquel Lains, tem no mundo da música – são poucos aqueles que ainda não ouviram falar nele! Comecemos pelo início, como surgiu a Let’s Start a Fire?

Em adolescente, eu era daquelas miúdas que saía da escola e ia ouvir música para a minha lojinha de música favorita, escolher discos e ouvir sugestões de discos pela dona da loja. Passei horas e horas de phones numa lojinha em Leiria, a minha cidade natal. A música sempre foi uma das minhas paixões.

Comecei a trabalhar na música desde Janeiro de 2002, foi o meu primeiro emprego! Tirei o curso de Comunicação Cultural na Universidade Católica e finalizei-o em 2001. Dois ou três meses depois, quando desfolhava o Blitz, encontrei um anúncio duma editora/ distribuidora independente que precisava de alguém! Telefonei imediatamente e senti que essa era a minha oportunidade de trabalhar numa das coisas que mais gostava, a música! E consegui o emprego! Encontrei o meu primeiro emprego na Sabotage e na Zounds em Janeiro de 2002.

O catálogo e artistas que trabalhavam tinha tudo a ver comigo e sentia um orgulho imenso em lá estar! Trabalhei artistas como: Stealing Orchestra, Loosers, Devendra Banhart, GY!BE, A Silver Mt. Zion, Fantomas, Melvins, Fugazi, Mars Volta, Nina Nastasia; editoras como a Soul Jazz, Kranky, Constellation, Ipecac, Anticon, Young God, Dischord, Touch And Go. Ainda hoje vibro com os artistas da Sabotage! Estive lá dois anos até sentir necessidade de aprender e crescer mais. Optei por sair de lá e procurar novas perspectivas do mundo da música.

Uma semana depois de sair da Sabotage estava a ser contactada pelo departamento promocional da Universal Music porque precisava duma pessoa para substituir uma promotora de rádio que estava de baixa e alguém me tinha recomendado. Esta substituição seria uma temporária, à volta de 15 dias. Eu achei que seria muito interessante a nível profissional observar e ter contacto directo com uma major visto vir duma independente.

O mais engraçado é que os 15 dias transformaram-se em 2 anos de trabalho na Universal Music enquanto promotora de rádio. Aprendi muito na Universal. Sentia-me muito privilegiada por poder ter a experiência de ter trabalhado numa editora/ distribuidora independente (Sabotage/ Zounds) e de a poder completar com a minha passagem por uma das majors (Universal Music). Era uma perspectiva totalmente nova, um mundo novo que se estava a abrir completamente e a ensinar-me coisas sobre as quais nunca tinha ouvido falar.

Na Universal Music, deu-me muito gozo trabalhar determinados artistas como: Pluto, Blasted Mechanism, Cristina Branco, Caetano Veloso, DJ Shadow, Sonic Youth, Kaiser Chiefs, Beck, Feist, Eeels, Ian Brown, Yeah Yeah Yeahs, PJ Harvey, Donavon Frankenreiter, Queens Of The Stone Age, etc. São demais para conseguir mencionar todos.

Mas chegou a um ponto que senti que não iria aprender mais e que estava na hora de sair… mais uma vez! E já há um tempo que sentia que o que queria mesmo era decidir quais os artistas que promovia, promover os meus próprios artistas, os discos e artistas que gostava de ouvir, com os quais me identificava. E isso poderia ser uma aposta a nível profissional! E foi isso que fiz! Saí da Universal com o objectivo de apostar na promoção discográfica enquanto freelancer. E é isso que sou hoje, uma promotora discográfica que trabalha o que quer e que gosta!

2. Vários artistas mostram um grande carinho e admiração pelo teu trabalho. O que é que achas que fazes de diferente dos outros que torna essa ligação tão especial?

A Let’s Start A Fire apenas trabalha os discos e bandas que eu gosto musicalmente, com os quais me identifico e cuja sonoridade mexe comigo! O som que trabalho não tem necessariamente de pertencer a um determinado género musical mas tenho de gostar do som para ele dar a cara pela LSAF e vice-versa, para a LSAF dar a cara pelo disco/ banda. Eu tenho sempre de me identificar com a sonoridade do disco que vou promover, sempre. Esta é a minha filosofia e é assim que a Let’s Start A Fire funciona! É a vantagem de trabalhar em nome próprio.

Portanto, o amor pela música está sempre presente, é assim que trabalho, fazer tudo pelo prazer que sinto em trabalhar no meio da música e trabalhar com a música que gosto.

Para além disso, tento sempre ser o mais cuidadosa possível ao aceitar trabalhos. Como sou só uma pessoa, uma das coisas mais importantes é garantir a qualidade dos serviços que presto e se aceitar trabalhos a mais, essa qualidade poderá ficar em causa.

Por todas estas razões, todas as bandas que promovo são sempre muito especiais para mim, muito, e é raro o caso em que não sinta uma relação muito próxima com os músicos ou bandas. Sinto muitas vezes, inclusive, que faço parte da banda, que sou também um dos membros da banda. Tento sempre tratar todas as minhas bandas de forma muito especial, com o carinho e atenção que merecem.

3. O contacto faz-se através de contacto directo com músicos ou editoras? 

A maior parte das bandas com as quais trabalho contactam-me directamente! Alguém lhes recomendou o meu nom e contactam-me. Para além disso, também trabalho directamente com editoras, distribuidoras e promotoras de espectáculos. Trabalho com toda a a gente mas pela situação actual do mercado, trabalho maioritariamente discos de edições de autor ou de editoras independentes.

Foto por Vera Marmelo

4. Lidares com músicos internacionais tem contribuído para a tua postura em relação aos músicos portugueses?

Sinceramente, eu não diferencio os artistas por serem portugueses ou internacionais, por serem mais conhecidos ou menos conhecidos. Acho que todos devem ser tratados da mesma forma, com o máximo dedicação que merecem da minha parte. Por isso, não me vejo a ter uma postura diferente com um artista apenas por não ser português.

O meu trabalho é exactamente o mesmo sendo uma banda portuguesa ou não. A única diferença que me lembro é, no caso da banda ou artista ser estrangeiro, de tentar ajudar a banda ou artista a ter a melhor passagem pelo nosso país recomendando-lhe sítios, restaurantes, passeios, tentando que se sinta o mais confortável no nosso país e que saia daqui a gostar de Portugal.

5. Também promoves festivais e concertos, como é que consegues chegar a todo o lado? 

Eu trabalho na música há 12 anos e acho que o meu nome já começa a ser conhecido por algumas bandas e editoras. E isso faz com que, por vezes, me recomendem também para a promoção de festivais e de alguns concertos.

Estou a promover pelo segundo ano o Fusing Culture Experience e já promovi vários festivais como Musa Cascais, Atlantic Surf Fest, Lisboa Jamaican Day, Reggae Blast, Gaia Reggase Fest, Festival CCB Fora de Si, INJAZZ, Festival One Man Band, entre vários outros.

6. Tens alguma experiência especial que gostasses de partilhar? Algum momento marcante? 

O momento mais marcante foi a aposta dos Mão Morta, principalmente do Adolfo, no meu trabalho enquanto freelancer. Foi pelo trabalho que consegui fazer com eles que ganhei a confiança que precisava em apostar em mim própria, tal como eles apostaram.

Enquanto eu estava na Universal, estava a estudar Produção e Marketing Discográfico na ETIC e tive de fazer um trabalho para o módulo de Gestão da Imagem e, enquanto fã dos Mão Morta, quis fazer o meu trabalho sobre eles. Para esse trabalho, o ideal seria conseguir falar com a banda e, mesmo achando que os MM teriam mais que fazer do que perder tempo com uma miudita como eu, tentei a minha sorte e enviei um email. Tive resposta imediata e a minha relação com os Mão Morta começou nesse momento.

O Adolfo foi completamente prestável para o meu trabalho e eu só podia retribuir duma única forma. Oferecendo-lhes os meus serviços de promotora sempre que precisassem. E a altura da minha oferta foi perfeita! Estavam a preparar o lançamento de Nús e o Adolfo perguntou-me se eu teria interesse em fazer a promoção do disco! É CLARO que eu tinha! E correu muitíssimo bem! Demo-nos muito bem a trabalhar e os resultados foram excelentes!

O Adolfo e os Mão Morta apostaram em mim com esse trabalho e sou-lhes eternamente grata por isso! Estou ligada a eles desde essa altura. Sem eles, eu não era o que sou hoje, disso tenho a certeza!

7. Em relação a novos artistas que queiram iniciar um projecto, que conselhos é que lhes poderias dar? 

Actualmente, o mercado discográfico nacional e internacional encontra-se numa fase difícil. A venda dos discos está numa situação crítica devido ao aparecimento de suportes alternativos ao disco, ao fenómeno da pirataria e, todos sabemos, à crise económica. Isto é um facto que  influencia a direcção que a indústria discográfica está a seguir.

Devido à grande diminuição de vendas de discos, o poder de investimento das editoras, pequenas e grandes, tem vindo a diminuir a olhos vistos o que faz com que a aposta em novas bandas seja um risco que muitas já não possam correr. Isso implica que bandas geniais fiquem frequentemente por sua conta neste mercado cão.

E é aqui que eu acho que há uma grande mudança na indústria. As bandas não desistem e não cruzam os braços. Muitas bandas optam por editar em nome próprio, as cada vez mais frequentes edições de autor.

E é, principalmente, quando tomam esta decisão que as bandas têm que encontrar uma boa equipa de pessoas para trabalhar o seu disco nas várias frentes: gravação, produção, mistura, masterização, grafismo, fábrica, distribuição, promoção e agenciamento.

Portanto, o meu conselho é não desistir, acreditar no trabalho que têm na mão e rodearem-se das melhores pessoas possíveis para o trabalhar (com ou sem uma editora por trás).

Foto por Vera Marmelo

8. Achas que Portugal é um bom país para se fazer boa música? Isto é, achas que existem condições para bons artistas vingarem?

Cada vez mais, o público me parece mais aberto às bandas nacionais. Sinto que, há uns anos atrás, os portugueses eram mais fechados e não havia grande abertura para o conhecimento de novas bandas portuguesas, aceitavam as bandas nacionais mais conhecidas e essa era a sua zona de conforto a nível musical, tudo o que era novo causava desconfiança e sinto que é algo que foi mudando nos últimos tempos. As bandas têm cada vez mais espaço para mostrarem o seu trabalho (não me estou a referir a mais espaços para tocar ao vivo, porque a crise atingiu também a capacidade de investimento em concertos) e há uma maior aderência e curiosidade em relação à sua música.

Em relação às editoras, já falei delas anteriormente e no seu cada vez menor poder de investimento em novas bandas.

Quanto aos concertos, apesar de considerar que existem boas salas de espectáculos pelo país, a crise também atingiu os promotores de espectáculos e, há cada vez mais concertos com acordos de bilheteira o que implica grandes riscos para as bandas, irem a seu próprio risco sem qualquer garantia de receber um cachet minimamente aceitável pelo concerto que dão e pelas despesas que a banda tem para que esse concerto aconteça.

Mesmo assim, existem alguns artistas que conseguem viver inteiramente da música. É um esforço enorme e o retorno financeiro fica, na maior parte dos casos, aquém do trabalho que fazem mas, ainda assim, é uma escolha consciente e que acaba por ser equilibrada por uma realização pessoal muito maior do que se trabalhassem numa outra área da qual não retirassem tanto prazer.

9. Passando a perguntas mais informais: gostas de ler? (se calhar devia perguntar se tens tempo para ler! (risos) ) Algum autor preferido?

Infelizmente, tenho muito pouco tempo para ler! Adoro ler e tenho uma torre de livros gigante em cima da mesinha de cabeceira. O autor que mais tenho lido e que descobri nos últimos 2 anos é o Stefan Zweig. Não digo que seja o meu autor favorito mas é com certeza o que me está a encantar ultimamente.

10. E escrever? Vias-te a escrever um livro com tudo o que tens vivido através da música?

Não, não me vejo a escrever um livro. Acho que não teria grande sucesso.

11. Quais os teus artistas preferidos?

Os Belle And Sebastian.

12. Tens alguma música que te tenha marcado por alguma razão em especial? Que seja Aquela música?

Tenho muitas…

Perguntas rápidas:

Pessoa que admires:  minha mãe.

Combinação Prato/Bebida ideais: Há vários pratos. Mas a bebida é sempre cerveja.

Local de Concertos preferido: Não tenho uma sala preferida. Mas prefiro as salas pequenas a grandes salas ou festivais, sem dúvida.

Pergunta da praxe: o que achas do trabalho feito pelo blog Morrighan? 

Dou sempre muito valor aos blogs que divulgam música. Acho que é sempre um trabalho de mérito e que é sempre feito por amor à música e à arte.

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