Sevenwaters – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Wed, 23 Dec 2020 21:02:20 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.3 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Sevenwaters – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: A Chama de Sevenwaters/Flame of Sevenwaters de Juliet Marillier (Sevenwaters #6) https://branmorrighan.com/2014/03/opiniao-chama-de-sevenwatersflame-of.html https://branmorrighan.com/2014/03/opiniao-chama-de-sevenwatersflame-of.html#respond Sat, 01 Mar 2014 14:46:00 +0000

A Chama de Sevenwaters (Sevenwaters #6)

Juliet Marillier

Editora: Grupo Planeta

Sinopse: Dez anos depois do terrível incêndio que quase lhe custou a vida, Maeve, filha de Lorde Sean de Sevenwaters, regressa a casa.

Traz nas mãos disformes as marcas desse acidente e dentro de si a coragem férrea de Liadan e Bran, os pais adoptivos, e um dom muito especial para lidar com os animais mais difíceis.

Embora as cicatrizes se tenham fechado, Maeve ainda teme as sombras do passado — e o regresso a casa não se faz sem dificuldades.

Até porque Sevenwaters está à beira do caos.

Opinião: Sevenwaters… É impossível não ser completamente abalroada por uma extrema nostalgia, um carinho enorme e uma sensação de saudades inexplicável. Não sei se já tinha partilhado isto convosco, mas foi através da trilogia original de Sevenwaters que o bichinho da leitura se apoderou novamente de mim. Na altura a minha afilhada académica sugeriu-me Juliet Marillier e acabou por me emprestar os três livros que devorei ao ritmo de quase um por dia. Quando peguei em A Chama de Sevenwaters, foi quase como reviver A Filha da Profecia no sentido em que estava perante um novo fim, este definitivo, do mundo de Sevenwaters.

É chegada a hora de encerrar este ciclo e não podíamos ter melhor protagonista que Maeve, a fazer relembrar Liadan em tantos aspectos e fazendo-nos recordar também de Bran e da sua coragem infinita. É nessas duas personagens que Maeve se inspira e baseia para encontrar forças nos momentos mais complicados. As linhas dos destinos da família de Sevenwaters estão intrinsecamente ligadas às do Outro Mundo desde que Finbar foi raptado e o receio de que este tenha ficado com marcas irreversíveis desde então intensifica-se com o desenrolar da acção.

Depois de um desaparecimento misterioso de dezenas de aliados de Sean, alguns começam a aparecer mortos nas condições mais estranhas até que já só restam aparecer os filhos do líder. Para apaziguar o tumulto, dado que os desaparecimentos acontecem dentro das fronteiras de Sevenwaters, Maeve vê-se obrigada a regressar a Sevenwaters. O seu regresso é tudo menos pacífico para si e não fosse a sua melhor amiga e companheira, as coisas seriam ainda mais difíceis. Dada a sua limitação física por causa das mãos, muitas vezes sente-se observada e julgada, levando-a ao isolamento. 

O ambiente está caótico, numa fúria eminente e quando Finbar desaparece, Maeve irá encontrar desafios que irão colocá-la à prova e aos seus instintos. Confiar ou não confiar, o que temer, o que fazer, o medo, o pânico, tudo elementos que irão ser confrontados com a sua força de vontade férrea e a certeza de que tem que fazer o seu melhor para que tudo acabe bem. Dois irmãos com dons diferentes, mas que conjugados irão mudar para sempre o destino tanto de Sevenwaters como do Outro Mundo.

Não fiquei minimamente indiferente à narrativa. A autora soube como tocar no coração dos seus leitores provocando, por vezes, uma tristeza imensa e noutras uma euforia que nos prende a cada letra, cada palavra, cada frase. São destinos que se cruzam e que impõem sacrifícios, males que têm de ser combatidos custe o que custar e ao mesmo tempo o constatar que muitas vezes o mal é cometido com boas intenções, mas que muitas vezes essas boas intenções não passam de máscaras para disfarçar a cobardia.

Um livro forte, intenso, com a familiar magia da trilogia original e que fecha de forma honrada a história da grande família de Sevenwaters. Uma história repleta de amor, perda, luta, morte, conquista e sobretudo de sacrifício. Até mais, Sevenwaters.

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Opinião: A Vidente de Sevenwaters (Sevenwaters #5) de Juliet Marillier https://branmorrighan.com/2013/08/opiniao-vidente-de-sevenwaters.html https://branmorrighan.com/2013/08/opiniao-vidente-de-sevenwaters.html#comments Wed, 21 Aug 2013 10:01:00 +0000

A Vidente de Sevenwaters (Sevenwaters #5)

Juliet Marillier

Editora: Grupo Planeta

Sinopse: Sibeal entregou-se desde cedo à vida espiritual. Desde nova que sabia que a sua vocação era ser druidesa. Contudo, antes de cumprir os seus votos, Ciarán, o seu mestre, convence-a a passar o verão em Inis Eala, ilha onde estão a morar as suas irmãs com os seus maridos.

Apesar de contrariada, Sibeal acede ao pedido do mestre. Contudo, pouco tempo depois de chegar dá-se um terrível naufrágio perto da ilha. Apenas duas pessoas são resgatadas do mar, um homem e uma mulher. Graças ao seu dom da Visão, a jovem cedo percebe que existe um terceiro sobrevivente, e arrisca a própria vida para o recuperar.

Desde este incidente, que os habitantes de Inis Eala sentem que algo de grave está para acontecer. A verdade vai ficar oculta por muito tempo mas, à medida que é descoberta, faz com que protagonista faça uma viagem interior e perceba quem realmente é e quais as suas intenções.

Opinião: Para os leitores de Juliet Marillier, penso que o posso dizer sem cair em erro, o mundo de Sevenwaters será sempre especial. Os três primeiros livros, inicialmente a trilogia original, marcaram-nos de tal maneira que se por um lado a existência da continuação nos excitava, também nos fazia temer pelo rumo que a história podia tomar. A Vidente de Sevenwaters é o quinto livro deste mundo tão genuíno e mágico criado pela autora e os meus sentimentos em relação ao mesmo foram um misto de contradições com deslumbramento.

Sibeal é descendente da longa linhagem de Sevenwaters e, como tal, traz no seu sangue a sensibilidade aos elementos e aos deuses. Desde criança que é mais perspicaz e mais inteligente do que a média e rapidamente mostra uma grande vocação para servir os propósitos dos seres superiores. Com a mestria de Ciarán, Sibeal desenvolve os seus talentos de forma inigualável e prepara-se finalmente para assumir os seus votos em pleno. Falta-lhe apenas uma experiência – passar o Verão com as suas irmãs em Inis Eala, a ilha dos grandes guerreiros formados por Bran.

E tudo podia ter corrido como previsto, sem grandes sobressaltos, se não fosse o tal terceiro sobrevivente da horrenda tempestade que assolou a ilha. Este rapaz sem nome, sem memória, sem qualquer identidade e enfermo, irá mudar para sempre o rumo da vida de Sibeal, quer ela queira e esteja preparada ou não.

Uma história diferente da que estamos habituados, num ritmo mais lento, numa tentativa de aumentar a aura de mistério. A narrativa vai oscilando entre as duas vozes – Sibeal e Felix. O romance entre os dois é pontuado pelo tom trágico com que a autora já nos habitou anteriormente e, ainda que não sendo ao nível de pares anteriores, consegue enternecer o leitor.

Outro novo factor é a introdução da mitologia Selkie, que ainda não tinha visto em nenhuma das suas obras anteriores. O enredo criado à volta destas criaturas é interessante, sendo mesmo a linha condutora de toda a história.

Custa-me um pouco não dizer maravilhas de um livro de Sevenwaters porque, apesar de estar longe de ser um mau livro, estando inserido nesta série que é tão acarinhada pelos fãs da escritora sabe a pouco. Falta aquele acelerar da pulsação, aquele batimento cardíaco imparável, aqueles sorrisos e lágrimas que arrebatam o leitor. Digo isto, não obstante de o ter lido rapidamente. Como referi, o livro não é mau e é sempre bom rever personagens que nos são tão queridas e em A Vidente de Sevenwaters somos levados a recordar imenso do que aconteceu na trilogia que convergiu nos acontecimentos actuais.

Não sendo uma obra prima, é um livro que se lê bem, com uma bonita história de amor que se foca na luta entre o dever e as emoções, que reaviva eventos passados e nos deixa nostálgicos. O sexto livro da séria A Chama de Sevenwaters já se encontra à venda e conto lê-lo brevemente, curiosa sobre o que ainda está para vir.


Comprar
: http://www.wook.pt/ficha/a-vidente-de-sevenwaters/a/id/10984397/?a_aid=4ff9b52ae36d3

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Opinião: ‘O Filho das Sombras’ de Juliet Marillier (Sevenwaters #2) https://branmorrighan.com/2011/12/opiniao-o-filho-das-sombras-de-juliet.html https://branmorrighan.com/2011/12/opiniao-o-filho-das-sombras-de-juliet.html#comments Sat, 03 Dec 2011 12:29:00 +0000

O Filho das Sombras (Sevenwaters #2)

Julier Marillier

Editora: Bertrand

Sinopse: As florestas de Sevenwaters lançaram o seu feitiço sobre Liadan, a filha de Sorcha, que herdou os talentos da mãe para curar e penetrar no mundo espiritual. Os espíritos da floresta avisam-na de que, para que as ilhas sagradas sejam reconquistadas aos Bretões, Liadan deverá permanecer em Sevenwaters.

A Irlanda está agora em guerra, e as suas costas são assoladas por atacantes. Entre os inimigos há um que se destaca: o Homem Pintado, que granjeou uma reputação terrível de mercenário feroz e astuto, e que espalha o terror por onde quer que passe.

Ao regressar a casa, Liadan é capturada pelo Homem Pintado. Porém, este acaba por se revelar bem diferente da lenda, e apesar da antiga profecia que a obrigava a permanecer em Sevenwaters, a jovem sente-se atraída por ele. Mas poderá ela viver o seu amor sem que a maldição recaia sobre Sevenwaters?

Opinião: O Filho das Sombras é das melhores obras que já li. Tem todos os ingredientes para deliciar qualquer leitor, seja ele amante do género ou não.

Na obra anterior, ‘A Filha da Floresta’, fomos apresentados à magia de Sevenwaters, às suas gentes e à força que essa linhagem transporta com eles. E agora, quando pensávamos que o mal tinha sido derrotado na demanda de Sorcha, começam a surgir sinais que as teias de Lady Oonagh continuam a ser tecidas e uma nova força e união tem que surgir entre o povo de Sevenwaters.

Liadan, filha de Sorcha, é uma personagem de um carácter incrível, cheia de força e determinada a fazer o que acha certo e não o que lhe mandam fazer. Como o seu nascimento não estava previsto, é-lhe dito pelo seu tio, Conor, que ela pode vir a mudar o curso dos acontecimentos e a fazer a diferença.

Rapidamente o mundo de Liadan é virado de pernas para o ar, quando a caminho de casa é capturada pelo bando do Homem Pintado sem que este tenha conhecimento. Quando finalmente se cruzam, uma estranha dinâmica se forma entre eles e Liadan dá-lhe o nome de Bran, devido à forma como o seu corpo está tatuado em forma de corvo.

Contra tudo o que estava previsto, uma ligação mais forte que a vida ou a morte surge entre os dois, mas como pode o Homem Pintado, um fora da lei, amar alguém quando vive constantemente em guerras contra os senhores de Sevenwaters? Ainda mais confuso fica quando o irmão de Liadan, Sean, aborda o Homem Pintado para trabalhar para ele.

Juliet Marillier consegue conquistar-nos de vez com este segundo volume da trilogia. A autora tem uma escrita mágica, que nos envolve e nos prende não dando margem a que algo nos passe ao lado. Sorrimos com as personagens, sofremos e choramos com elas e só esperamos que as coisas acabem bem, embora nem sempre assim seja. Muito muito bom!

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Opinião: “A Filha da Floresta” de Juliet Marillier https://branmorrighan.com/2011/11/opiniao-filha-da-floresta-de-juliet.html https://branmorrighan.com/2011/11/opiniao-filha-da-floresta-de-juliet.html#respond Wed, 02 Nov 2011 14:51:00 +0000

A Filha da Floresta (Sevenwaters #1)

Juliet Marillier

Editora: Bertrand

Sinopse: A Filha da Floresta é uma história do tempo em que a Irlanda e a Bretanha ainda não eram “uma só ilha”, do tempo em que a honra era a razão de viver de muitos homens e também do tempo em que o amor entre irmãos vencia qualquer contratempo, derrotando quem os tentasse separar.

Colum, senhor de Sevenwaters, tinha sido abençoado com sete filhos: Liam, Diarmid, os gémeos Cormack e Connor, o rebelde Finbar e o novo e compassivo Padriac. Mas Sorcha, a sétima filha do sétimo filho, única mulher da família e muito nova para ter podido conhecer a sua mãe, está destinada a proteger a sua família e a defender as suas terras dos Bretões e do clã conhecido como Northwoods. Após a chegada de Lady Oonagh, uma traidora que se infiltrou em Sevenwaters, bela como o dia mas com o coração negro como a noite, tudo mudou. Para alcançar o seu objectivo, enfeitiçou Lord Colum e transformou os seus seis filhos em cisnes, tendo ficado unicamente Sorcha. Depois de escapar ao poder da feiticeira, Sorcha refugiou-se na floresta, longe de casa para poder cumprir a sua tarefa e salvar os seus irmãos. Mas é, entretanto, capturada pelo inimigo, ficando assim todo o seu futuro nublado, uma vez que Sorcha irá estar dividida entre o mundo que sempre tomou como seu e um amor, que só aparece uma vez na vida.

A Filha da Floresta é o primeiro livro de uma belíssima trilogia sobre sete irmãos, que pertencem à mesma corrente do mesmo lago e ao profundo bater do coração da floresta.

Opinião: Sevenwaters é um mundo recheado de magia que chegando até nós, entranha-se e não mais nos larga. As personagens de Marillier vão-nos conquistando o coração a cada página que lemos. Torna-se impossível ficar indiferente.

O primeiro livro desta saga, primeiro uma trilogia, mas depois a autora decidiu escrever mais livros dentro do mesmo mundo, apresenta-nos Sevenwaters, um local mágico cheio de significado, onde vive uma família muito especial. Lord Colum é o senhor destas terras e pai de Sorcha, a nossa personagem principal.

A sinopse já fala o bastante sobre a história em si e não me vou estender mais nessa área porque não há palavras que consigam transmitir o que se sente ao ler esta obra. A fibra de que as personagens são feitas, os seus sentimentos nobres, a lealdade entre alguns, o amor inerente e infinito entre aquela família é comovente. Mas claro que um bom livro não podia ser escrito sem ter o outro lado mais obscuro. Porque cada moeda tem duas faces e porque o mundo é feito de dualidades que se têm que equilibrar.

O que também me fascina são as descrições das tradições antigas. Ler um livro recheado de simbologia druida e com cultura celta bastante patente é sempre um factor muito motivador e de agrado para mim. Traz uma nova visão, chegando até em certas alturas a explicar que certos festejos cristãos vieram daquela cultura.

Quanto ao fardo que Sorcha carrega e à sua história, vivemos tudo com ela, sofremos com ela, choramos por ela, e trazemos em nós o desejo de a poder libertar de uma vez. A imprevisibilidade de tudo o que a espera acarreta ansiedade e torna-se um vício percorrer o livro o mais rápido possível.

Uma boa história sem dúvida, bem escrita e que nos deixa a desejar por mais. Excelente.

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