Terry Goodkind – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 04:41:11 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Terry Goodkind – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Opinião: A Primeira Regra dos Feiticeiros – Parte II, de Terry Goodkind https://branmorrighan.com/2014/12/opiniao-primeira-regra-dos-feiticeiros.html https://branmorrighan.com/2014/12/opiniao-primeira-regra-dos-feiticeiros.html#respond Mon, 15 Dec 2014 15:00:00 +0000

A Primeira Regra dos Feiticeiros – Parte II

Terry Goodkind

Editora: Porto Editora

Sinopse: Esta é a primeira regra dos feiticeiros: as pessoas são estúpidas e acreditam no que querem acreditar.

Richard e Kahlan têm uma missão: encontrar as caixas de Orden e frustrar os planos de Darken Rahl, cuja sede de vingança tem conduzido os seus mundos ao infortúnio e ao mais profundo dos abismos: se o malévolo governante conseguir o que deseja, a vida, tal como é conhecida, extinguir-se-á.

Mas o caminho que conduz à verdade, pavimentado com alianças inesperadas, segredos indescritíveis, traição e dor, não é certamente fácil… Em tempos sombrios, o seeker e a Madre Confessora serão obrigados a lutar contra os seus próprios sentimentos, contra aquilo que julgam conhecer e contra a sua própria natureza por forma a garantirem o futuro da humanidade.

Opinião: Em Setembro, ficámos suspensos na estória de Richard, Zedd e Kahlan quando a Parte I terminou. Eis que agora, com a Parte II, nos é revelada a verdadeira acção e adrenalina da trama. Compreendo a decisão da editora ao dividir esta obra em dois volumes, afinal cada um dos livros ficou com um volume e peso consideráveis, e a própria informação que é fornecida ao leitor acabaria por se tornar deveras densa. Se com o final da primeira parte sentimos que apenas houve espaço para conhecer bem o universo existente e as suas personagens, nesta segunda parte existe um verdadeiro desenvolvimento do enredo e um avanço considerável na concretização das premissas iniciais. 

Retomamos a narrativa com cada um deles em sérias dificuldades. A demanda na luta pela justiça e pela verdade parece cada vez mais assombrada por desafios tenebrosos, que exigem sacrifícios, que os colocam à prova a todo o momento. Conhecemos personagens novas que assumem um protagonismo temporário e que com as suas acções tanto ajudam como demonstram os extremos opostos da capacidade humana – o amar e o odiar de forma cega. 

Temos a pequena Rachel, cujo caminho paralelo só mais tarde se vem a cruzar com o nosso trio, mas que nos conquista o coração desde o início. Alvo dos caprichos de Violeta, filha da rainha Milena que se encontra em posse de uma das caixas de Orden, é obrigada a dormir num baú, a mandar vir com a criados, a dormir ao relento se faz algo que aborreça a princesa… Tudo aquilo que vai contra os princípios da bondade e da compaixão. No extremo oposto, e em destaque, conhecemos Denna, um símbolo das Mord-sith, que não são mais que mulheres escolhidas em crianças, as mais bondosas, quebradas pela via da violência física e psicológica. Quando quebradas, passam elas a infligir essa mesma violência às suas vítimas com um instrumento chamado agiel, que provoca dores atrozes. Os sentimentos em relação a esta, rapidamente se tornaram contraditórios. 

Existe sempre este contraste, da inocência com a crueldade, da entrega voluntária com o retirar forçado. Os personagens são obrigados a superarem-se constantemente, a atingirem limites que nunca antes pensaram. Também na escrita do autor nos vemos perante uma dualidade que nem sempre me agradou – o discurso perto do infantil com cenas de violência explícita que parecem desenquadradas com a restante narrativa. É certo que o nível de violência vai aumentando, mas a forma como vão sendo descritas não nos prepara para a mudança brusca. Não que a mudança seja má, pelo contrário, se toda a obra tivesse este discurso mais agressivo certamente perderia o tom infanto-juvenil que, maioritariamente, o caracteriza, mas neste caso, para o público mais infantil poderá causar impressão. 

Para terminar, o fim deixa-nos a querer saber mais. Tudo o que diz respeito ao Darken Rahl e à sua ligação com Richard ficou num estado suspenso, à espera de ser continuado e desvendado. Também no que toca à nossa Confessora e ao Seeker, ficam algumas perguntas no ar. Várias profecias foram sendo abordadas ao longo do obra que prevêem um possível futuro cinzento, caberá a Zedd desvendá-las? Bem versus Mal, o que é que significa cada um quando colocados sob diferentes perspectivas? Fico à espera do próximo volume de Terry Goodkind, esperando com ele também alguma evolução na sua escrita e no retrato das personagens. Gosto da estrutura da estória e dos temas abordados (mesmo que envoltos na aura fantástica), implico um pouco com a escrita do autor, mas também por isso mesmo estou curiosa com a continuação. 

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Opinião: A Primeira Regra dos Feiticeiros – Parte I, de Terry Goodkind https://branmorrighan.com/2014/09/opiniao-primeira-regra-dos-feiticeiros-2.html https://branmorrighan.com/2014/09/opiniao-primeira-regra-dos-feiticeiros-2.html#respond Wed, 24 Sep 2014 15:23:00 +0000

A Primeira Regra dos Feiticeiros – Parte I

Terry Goodkind

Editora: Porto Editora

Sinopse: Richard Cypher é um jovem guia em Hartland, à procura de respostas para o assassinato brutal do pai. Na floresta onde se refugia, encontra uma mulher misteriosa, Kahlan Amnell, que precisa da sua ajuda para fugir aos sequazes do temível Darken Rahl, governante de D’Hara, praticante da mais temível magia negra e um homem ávido por vingança.

Num golpe de verdadeira magia, Richard passa a deter nas suas mãos o destino de três nações e, sobretudo, da própria humanidade. O seu mundo, as suas crenças e a sua própria essência serão abalados e testados, à medida que Richard lida com amigos e inimigos, com a crueldade extrema e a compaixão dedicada, experimentando a paixão, o amor e a raiva, e o seu impacto na missão que lhe é imposta: ser aquele que procura a verdade.

Opinião: É sempre difícil classificar uma obra que não se encontra no seu todo. Dado o volume de páginas do original primeiro livro da série A Espada da Verdade, a Porto Editora optou por dividi-lo em dois. Sinceramente compreendo a opção e, enquanto leitora, se já achei este livro grande e pesado, tê-lo por inteiro seria muito pior tornando, provavelmente, a leitura mais morosa. No entanto, existe o reverso da medalha que, principalmente num primeiro volume onde nos é apresentado o universo para que somos transportados, faz com que saiba a pouco. 

O grande ponto forte deste livro, e por isso a minha ideia de ser para os mais jovens, para uma faixa etária onde a formação é mais forte, é a grande exploração que existe dos personagens enquanto pessoas, colocando à prova os seus verdadeiros valores, motivações e a sua “pureza” de espírito, revelando as suas verdadeiras intenções por trás das acções. Existe um mal, que envolve magia, que ameaça destruir tudo e todos, e existe um herói que juntamente com outros companheiros – uma Confessora, um Feiticeiro e um Guardião – parte da sua zona de conforto para o poder destruir. É um teste e um confronto às verdadeiras crenças, força de vontade e capacidade de sacrifício. Transpor todos estes valores para a vida real é completamente automático. 

Em relação ao mundo fantástico que nos é apresentado, este encontra-se dividido em três zonas, separadas por fronteiras erguidas através da magia, em que a Zona Ocidental, onde Richard – o seeker – vive, é suposta não conter nenhuma magia. O problema é que começam a aparecer criaturas estranhas e cedo este descobre que as fronteiras estão prestes a desaparecerem, tornando ainda mais fácil o mal varrer tudo por onde passar. É um enredo muito rico em diversidade de seres e personalidades, que explora então essa dicotomia do ser e do parecer, dos segredos por revelar, mas acima de tudo de haver a vontade de se fazer justiça. 

O primeiro sentimento que me assalta no final desta obra é que se o tivesse lido há dez anos, tinha conseguido ligar-me muito mais à estória e ao enredo. Não sei se é das minhas leituras, entretanto, terem diversificado para outros campos, mas enquanto há uns anos eu ficava fascinada com todo este worldbuilding e toda esta demanda na luta pela justiça, hoje em dia isso já não me basta. Preciso de personagens mais desenvolvidas, sentimentos mais profundos, um enredo, mesmo que fantástico, mais forte. Não que a esta primeira metade d’A Primeira Regra dos Feiticeiros lhe falte isso tudo, a minha sensação é que o público-alvo talvez seja mais jovem ou para alguém que gosta de contextos mais simples. 

A linguagem é muito fácil, acessível a qualquer faixa etária, fluida e com um ritmo de acção agradável. A narrativa baseia-se, maioritariamente, em diálogos, o que me agrada imenso, tendo na mesma uma boa dose de descrição para que possamos visualizar tudo à nossa volta. Gostei imenso do feiticeiro, uma das minhas personagens preferidas, e passadas cem páginas dei conta que este é o livro que deu origem à série Legend of The Seeker da ABC Studios. Graças a esta associação, foram vários os momentos que me fizeram rir ao associar os personagens aos actores. Foi uma leitura leve, mesmo com os seus momentos mais pesados e mais obscuros, que aconselho facilmente a quem aprecie este tipo de tramas. 

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