Vitorino Voador – Bran Morrighan https://branmorrighan.com Literatura, Leitura, Música e Quotidiano Mon, 28 Dec 2020 05:35:58 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.9 https://branmorrighan.com/wp-content/uploads/2020/12/cropped-Preto-32x32.png Vitorino Voador – Bran Morrighan https://branmorrighan.com 32 32 Entrevista a João Gil (Vitorino Voador), Músico Português https://branmorrighan.com/2015/08/entrevista-joao-gil-vitorino-voador.html https://branmorrighan.com/2015/08/entrevista-joao-gil-vitorino-voador.html#comments Tue, 04 Aug 2015 16:36:00 +0000 Já lá vai algum tempo desde que esta conversa aconteceu, mas o mais triste é que desde então pouco ouvi falar do disco “O dia em que todos acreditaram“. Talvez no dia em que o disco saiu tal tenha acontecido, mas entristece-me que desde então, desde o “Venha Ele” – o primeiro e único single – pouco se tenha dito. Claro que também percebo que o João nunca pare, para além do seu projecto pessoal Vitorino Voador tem, entre outros, um lugar cativo nas bandas You Can’t Win, Charlie Brown e Diabo na Cruz (estes últimos imparáveis nos últimos tempos). E porque o João é muito mais que a soma do que faz, eis a conversa que partilhámos no Jardim da Estrela e que serve para relembrar que o Vitorino Voador tem disco novo editado já em 2015! 

Cada vez que se fala no João Gil é com este sorriso que o recordo. Foi uma longa espera por este segundo disco, inclusive porque era para ter saído ainda em 2014: «Sim, foi uma luta. (risos)» E foi, literalmente, quanto mais não seja porque o nosso músico se viu a modos com duas mãos partidas nos entretantos! «É assim, eu tenho alguma vergonha de contar estas coisas, mas a verdade é que o tenho de o fazer, senão ninguém vai perceber. Houve duas mãos partidas pelo meio. (risos) Pouco depois de sair o EP, altura em que ia começar a trabalhar a sério no álbum, parti uma mão numa estupidez em casa. Cheguei a tocar com Trêsporcento com uma tala gigante! Aquilo não dava jeito nenhum! Mas pronto, ainda deu para salvar alguns concertos, só que para gravar o disco, arruinou completamente todos os planos que tinha. Passados uns meses, quando já estava bom dessa mão, a jogar à bola parti a outra. (risos) Para músico dá imenso jeito, não dá? Tudo isto fez com atrasasse ainda mais, o timing perdeu-se e o disco que teria saído naquela altura não é este disco que estou a apresentar agora. Sofreu muitas alterações, até porque tinha músicas novas e o sentido já era outro. No início era apenas um disco, mas com todo este tempo passado senti necessidade de mudar o contexto e tornou-se antes numa história e continuação daquilo que eu estava a fazer.» 

O disco acaba por ser bastante diferente do primeiro EP que saiu, o que acaba por reflectir a evolução do próprio João Gil enquanto mentor do seu projecto musical: «O EP foi uma coisa um pouco solitária. Não no sentido negativo, foi o que foi. Foi algo que fiz sozinho, era algo novo para mim, e também porque era esse o propósito da minha existência enquanto Vitorino Voador – era onde eu canalizava todas as coisas que estava a fazer para uma coisa só minha onde eu tinha o total poder de decisão. À medida que fui tocando, que fui fazendo músicas, rodeando-me de pessoas e percebendo que era aí que eu me sentia mais confortável, isso também mudou os meus planos para o disco. Apesar de ter feito tudo sozinho – a composição, as letras, etc. – quis ter mais gente envolvida no disco. Pedi ao António Vasconcelos Dias que é o baterista dos Tape Junk para me gravar as baterias e foi muito giro porque eu dava-lhe ideias e depois ele transformava aquilo em coisas muito mais interessantes do que aquilo que eu tinha planeado. Ele é baterista, sabe como é que faz aquilo… Meti cordas e o Ricardo Jacinto, que é um músico que eu gosto muito, gravou violoncelo. O Zé Castro, que já tinha trabalhado no EP, tratou de algumas coisas electrónicas. O David “Noiserv” participou no single e, na minha opinião, melhorou aquilo para uma coisa muito maior do que aquilo que eu esperava. Houve mais gente que fez parte do disco. Na verdade, eu queria soasse a uma banda e não a um artista a solo – é aquilo que eu mais me quero afastar, sabes? Não é que seja uma problemática, mas é uma coisa que eu gostaria que acontecesse. Quando as pessoas ouvirem o Vitorino Voador, pensarem “Esta banda é muito gira. Gosto desta banda. Gosto disto.” Depois podem descobrir e perceber “Ah, isto é daquele gajo que está ali”, mas que a primeira impressão seja uma banda. Porque isso é o mundo em que eu vivo, não é o do cantautor.»

Será que Vitorino Voador deixa de ter então a perspectiva de algo muito pessoal para um projecto banda? «Inconscientemente eu tinha essa vontade de ter uma banda, mas ao mesmo tempo acho que não sou a pessoa ideal para ser o líder de uma banda. Ter que gerir uma banda consegue ser uma trabalheira e uma chatice do caraças, às vezes leva uma pessoa à loucura, e acho que não nasci para isso. É ter de combinar ensaios em que um pode e o outro não pode, é um que está mal disposto e o outro está chateado… Entre tantas outras coisas que eu não quero enfrentar, mas terei que o fazer caso queira a transformação para banda. O que é que muda? Na verdade, eu vou continuar a fazer as músicas, não vai ser diferente. Eu vou continuar a ter as minhas ideias em casa, vou levá-las para os músicos com quem eu vou tocar… Se calhar o que vai acontecer é que vou ter uma participação diferente dessas pessoas do que aquela que eu tive, por exemplo, a gravar o disco que foi de ter as músicas prontas e pedir-lhes “agora participem nesta música”. Ali não, vai ser diferente. Vai ser uma coisa em que eles vão fazer parte do processo todo desde o início e as músicas vão acabar por se tornar músicas deles também. Da mesma forma que as músicas dos Diabo se tornam minhas e não são. São músicas que o Jorge pensa, leva para os ensaios e depois nós trabalhamos em banda e acabam por se tornar nas nossas músicas. Não são coisas que nascem naquele ensaio. Não é um que pensa na parte A da música, o outro pensa na B e outro na C e depois o outro escreve a letra. Não, não é assim. A verdade é que eu estou a falar de uma coisa que ainda não aconteceu e que pode mudar a qualquer momento – já me conheço completamente e já sei que as coisas comigo podem ser assim –, mas é uma vontade que tenho. De ter uma banda e que Vitorino Voador soe a uma banda. Não a uma pessoa.»

Artwork do EP

Do trabalho anterior para este também houve uma transformação gráfica da própria imagem que simboliza o Vitorino Voador. Será que essa mudança está relacionada com a associação a Van Halen? «Não não, aliás, lembro-me de apenas ter feito a descoberta que tinha o símbolo exactamente igual ao nosso amigo Van Halen apenas depois de já o ter definido, mas não, a mudança não teve a ver com isso. Teve a ver com o facto de ter trabalhado com um grande amigo meu, o João Correia Mendes, vocalista e líder dos Capitão Capitão, que é um gajo que tem uma grande visão das coisas. É arquitecto e tem uma opinião muito forte sobre as coisas e foi acompanhando partes da produção do disco. Depois de ter trocado algumas ideias com ele, a nova imagem foi uma das hipóteses que ele me deu. Assim que a vi, não quis mais nada. Apenas as cores eram ligeiramente diferentes. Acho que consegue mostrar tudo aquilo que realmente queria que é não perder aquele lado do super-herói, mas torná-lo um bocadinho mais sério e menos banda desenhada daquilo que foi o EP. Depois todo o conceito que está por detrás daquilo e toda a mensagem que eu quero transmitir, acabou por ser bem representada com as fotos do Joshua Benoliel. Eu fiquei maluco assim que descobri o trabalho dele. Não o conhecia de nome, acho que já tinha visto algumas fotos mas não sabia que eram dele. De repente, comecei a ver aquelas fotos e fiquei maluco. Elas conseguiam transmitir mesmo a mensagem que eu queria com este disco e assim foi.»

Capa do álbum “O dia em que todos acreditaram”

Quem tiver a oportunidade de ouvir o disco, rapidamente notará que o título por si só é sugestivo e que ainda o caminho que traçamos pelo mesmo é como uma viagem com um fio condutor. «Ainda bem que dizes isso porque esse era um objectivo.» Por outro lado também parece ter uma parte muito pessoal. Quanto do João Gil em si está neste disco? «Acho que nunca me vou conseguir soltar muito desse lado pessoal das coisas porque eu só escrevo dessa forma. Não sou um contador de histórias, não invento histórias, percebes? Aquilo que eu falo no disco, tem tudo a ver comigo. De uma forma ou de outra – ou é uma coisa que eu vivi ou é uma coisa que quero viver ou é uma coisa que eu posso ter assistido na rua ou é um problema qualquer… O disco é completamente do João Gil, mas também é completamente do Vitorino Voador – acabamos por ser a mesma pessoa. Pareço um maluquinho a falar, tipo com dupla personalidade… (risos) Às tantas já nem eu sei muito bem qual dos dois é que está a falar, mas é uma coisa muito minha.» 

A emoção transborda muito ao longo de cada música, seja nas letras ou na própria composição, será que o álbum acaba por ser uma espécie de diário da vida do João? «É isso mesmo. Por acaso, é giro dizeres porque nunca pensado tinha pensado nisso. No fundo, é o meu diário, mas está aberto ao público. (risos) Normalmente as pessoas escondem o diário numa gavetinha e fecham-na à chave. O meu está aberto para que todos possam ler. Acaba por ser uma terapia para mim, na verdade. É uma coisa que eu faço e que me faz mais feliz ao fim do dia porque acabei por contar as minhas histórias sem ter que ligar a 300 pessoas e ter que contá-las todas.» É desta forma que ele também aproveita para exorcizar os seus demónios: «Sim, sem dúvida. O que me passa pela cabeça eu ponho em papel, ou passo para a guitarra ou para o piano. Isso acho que é melhor do que uma pessoa pôr para dentro e às tantas rebentar. Até parece que estou só a falar das coisas más, mas também estou a falar das coisas boas. Se não passares as coisas boas para fora, elas acabam por perder um bocado… pelo menos, para mim, não partilhar perde um pouco o sentido.»

O single do disco “Venha Ele”, sendo uma carta de apresentação do mesmo, é das músicas mais antigas de Vitorino Voador. A música vem dos tempos do EP, mas que só agora levou uma roupagem nova com a contribuição do David “Noiserv” Santos: «Foi uma música que gostei tanto que comecei a tocar ao vivo logo nos primeiros concertos. Dá-me gozo e sinto que as pessoas têm mais facilidade em absorver essa do que outras músicas. Isso também ajudou naquele momento em que tive decidir qual é que era o single deste disco. O convite do David aconteceu porque ele, uma vez, foi a um concerto meu e gostou particularmente daquela música. Veio ter comigo e disse-me “Olha, acho a música muito bonita” e não sei quê… e eu quando estava naquela fase de decidir se convidava alguém ou se não convidava comecei a pensar e foi logo de caras “Pá, tenho que convidar o David”. Simples, porque foi daquelas pessoas que veio ter comigo e me disse uma coisa daquelas. Foi muito giro porque dei-lhe carta branca para fazer o que quisesse e aquilo que eu estava à espera era que ele cantasse. Ele não pôs a voz, tocou só… e foi muito brutal porque pôs imensas guitarras. Estava à espera que ele fosse para aquela coisa clássica de “Noiserv” e, de repente, fui a ouvir…Pá, muito giro. Os teclados muito loucos, a música ganhou uma dimensão completamente diferente. Antes tinha aquela cena no início da guitarra acústica e da voz e depois no fim era só guitarras e bateria, aquilo era tipo rock. Ele transformou a música numa coisa mais bonita.»

Chegados à Mensagem II, eis que temos uma surpresa (vão ouvir a música!): «Aquilo é uma mensagem muito dedicada a uma pessoa.» É que, de repente, somos confrontados com uma hidden track num tom que contrasta completamente com o que a letra transmite: «Essa música tem duas razões. Uma delas é uma homenagem que quis prestar aos discos que eu ouvi quando tinha 14, 15, 16 anos, havia muito, nessa altura, as faixas escondidas. Tens discos e discos que vais a ouvir e, de repente, passada meia hora de vazio tens assim uma cena qualquer fora do normal a acontecer e eu disse “É pá, vou ter que ter isso num dos meus discos e fica a minha homenagem feita a essas bandas dessa altura”. A outra razão é que era uma música que eu não estava a conseguir encaixar no disco. Não achava que fizesse muito sentido naquele seguimento de história que eu estava ali a querer contar, mas foi uma coisa que me aconteceu muito forte… Na noite, ao pé do bairro, assaltos e coisas pelo meio. Aquilo marcou-me bastante. Eu fiquei com aquilo na cabeça, andei ali a remoer sobre o assunto e, mais uma vez – por isso é que eu te disse que isto era terapêutico para mim – comecei a escrever, saiu-me aquela letra e a música logo a seguir. No fundo é uma balada, mas com uma letra um bocado violenta… e cá dentro resolvi as coisas e isso foi bom. Por muito que aquilo pareça um bocado despropositado, é uma das minhas músicas preferidas e é daquelas que eu vejo as pessoas reagem mais. Pensam “epá, este gajo é maluco”, mas depois gostam daquilo, acham piada e riem-se com aquilo e é muito bom para mim ver uma pessoa a rir daquela história. Foi tudo aquilo que não aconteceu. Por isso, ao mesmo tempo, a música ajuda, mas as pessoas que a ouvem também me ajudam e tornam aquilo numa coisa que, hoje em dia, conto a rir.» É tipo uma chapada de luva branca no final… «Que não é para todos. Nem toda a gente vai fazer isso que tu fizeste.»

O que o João mais queria era tocar o disco ao vivo, mas não é fácil conciliar agenda com os seus outros projectos: «É um bocado complicado. Tenho de ser organizado e não há outra hipótese. É um bocado complicado porque, por exemplo, neste momento estou com a digressão dos Diabo na Cruz e, felizmente, não é? Mas complica um bocado depois naquele lado em que tenho de marcar os meus concertos de Vitorino Voador. Por isso, o que vou fazer é… o disco está agora a sair, vou deixar passar algum tempo até porque quero que as pessoas oiçam e que percebam se gostam ou não e se forem depois aos concertos, já conheçam as músicas bem e que percebam o que se está a passar ali no palco.» E a reacção do público, como tem sido? «A reacção tem sido boa. Nuns sítios tenho tocado com mais gente, noutros sítios com menos. Vitorino Voador não é uma coisa que ainda… E, se calhar, pode nunca vir a ter, mas não é uma coisa com uma legião de fãs como Diabo na Cruz.»

Dada a participação em YCWCB e Diabo na Cruz, seria natural fazer a associação à pessoa João Gil em Vitorino Voador… «Não muito. Hoje em dia já fazem um bocadinho mais, já percebem que faço parte desta e daquela, mas muitas vezes não. Por um lado isso também é bom. Também não quero que o Vitorino Voador só chegue a certos sítios porque vai buscar o público desta banda e daquela. Não quero isso, nem faço sequer o mínimo esforço para que essas bandas falem do meu trabalho a solo. Acho que há um lugar certo para fazer as coisas e isto tem um bocado a ver com o facto de querer que isto seja uma banda. Também é um bocado isso, sabes? Não querer que o meu nome se sobreponha ao do Vitorino Voador. O João Gil não está escondido tipo ninja atrás de uns arbustos. Não quero que as pessoas façam associações nenhumas. Oiçam a música por aquilo que ela é. Até podia estar lá o Freddy Mercury ou o Bach a tocar piano, estás a ver? As coisas são o que são. Eu não é só… sei lá… por exemplo, as cenas do Tom York… Eu quando ouvi aquilo pela primeira vez – claro que assim que ele começa a cantar apercebes-te que é ele –, eu não sabia o que é que era e adorei aquilo. Se tivesse ouvido a voz dele logo e tivesse pensado logo no Tom York, aquilo tinha mudado um bocado… tinha influenciado um bocado a minha opinião, se calhar.»

Será que Vitorino Voador acaba por sofrer por causa dos outros projectos ou é paciente? «É paciente. Mas mais do que o Vitorino Voador ser paciente, eu acho que as pessoas é que são pacientes e eu tenho que agradecer! Depois de tantas promessas a seguir ao EP, um disco que devia ter saído logo e só dois anos depois é que saiu. Se as pessoas não fossem pacientes, eu já não tinha ninguém que ouvisse aquilo que eu posso fazer. Acho que mais do que o Vitorino Voador ser paciente, eu acho que as pessoas são pacientes e isso é o que me salva. Depois tem a ver com aquela questão com as agendas das bandas. Eu não quero deixar de tocar em nenhuma das bandas por ser o Vitorino Voador, mas também não quero deixar de ser o Vitorino Voador por causa de nenhuma das bandas. Então tenho que equilibrar as coisas e arranjar forma de haver espaço para todos. Felizmente os músicos com que eu trabalho nessas bandas também são pacientes e as coisas vão acontecendo e vão-se fazendo. Por isso, são todos pacientes. É tudo zen e a levitar, mas é isso. (risos)»

Ideias para o próximo disco, já existem? «Sim, já tenho ideias para mais quatro discos pelo menos. Só que vou proibir a mim mesmo de compor e… de compor é um pouco de exagero, porque eu continuo a fazer músicas novas quando pego numa guitarra ou num piano, gravo com o telemóvel, mas encosto logo à box. Nem ponho aquilo para dentro do computador para começar logo a fazer uma gravação a sério que é para não haver chatices. Isto é para que este disco possa ter a minha devida atenção e não ficar encostado de lado. Mas posso dizer que estou completamente mortinho por pegar nas coisas novas e começar a deitá-las cá para fora. Tenho ideias e ideias que nunca mais acabam… só que tem de ser assim, senão este disco acaba por não valer grande coisa… ainda começo a esquecer-me dele.» Nem te vou perguntar então para quando é que estás a pensar lançar o disco… «Não, eu agora recuso-me a dizer isso porque da última vez disse e parti duas mãos. Por isso, não queremos mais azares. Não sou supersticioso, mas também não vou andar aqui… Mas em breve!»

Aposto que não se esquece nada do disco e aqui fica um lembrete de alguém que gostou muito dele e que também gostava de o ver tocado ao vivo! Deixo-vos o leitor do bandcamp onde também podem adquirir a edição física!

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[DESTAQUE] Vitorino Voador com novo Disco e novo Vídeo – “Venha Ele” https://branmorrighan.com/2014/11/destaque-vitorino-voador-com-novo-disco.html https://branmorrighan.com/2014/11/destaque-vitorino-voador-com-novo-disco.html#respond Mon, 24 Nov 2014 14:20:00 +0000

VITORINO VOADOR LANÇA SINGLE “VENHA ELE”

NOVO DISCO “O DIA EM QUE TODOS ACREDITARAM” A EDITAR EM JANEIRO 2015

«Venha Ele» é o tema de avanço de «O dia em que todos acreditaram», primeiro disco de longa duração de Vitorino Voador – projecto a solo de João Gil (membro dos Diabo na Cruz, You Can’t Win Charlie Brown, entre outros projectos). «O dia em que todos acreditaram» será lançado em Janeiro de 2015, com o selo da Azáfama, e sucede ao EP de estreia, «Vitorioso Voo», que foi lançado em finais de 2012 pela Optimus Discos (agora NOS Discos).

“Este disco é, entre muitas outras coisas, sobre promessas quebradas e outras cumpridas (…). No que toca à musica em si, o que posso dizer é que quis trabalhar tudo de forma diferente. Quis que os arranjos seguissem outro tipo de caminho, quis trazer mais gente para o disco e receber o que cada convidado tinha para dar às musicas. Não vou falar muito mais sobre o que é o disco, já que aquilo que ele é para mim poderá ser muito diferente daquilo que ele será para outros.” (João Gil).

O disco foi produzido e gravado por João Gil e conta com participações de diversos convidados, entre eles: David “Noiserv” Santos, António Vasconcelos Dias (Tape Junk, Hombres con Hambre) e José Joaquim de Castro. Foi misturado e masterizado por José Arantes na L-House (em Londres). O artwork do disco, concebido por J.P. Mendes (Capitão Capitão), foi baseado em elementos da obra fotográfica de Joshua Benoliel, nomeadamente imagens de Lisboa antiga cedidas pelo Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Lisboa.

O primeiro single, «Venha Ele», trata-se de um tema que acompanha Vitorino Voador praticamente desde do início da sua existência. E faz uma ponte entre o primeiro capítulo da sua história («Vitorioso Voo») e o segundo capítulo que se inaugura agora. A escolha deste tema para apresentar o disco surgiu naturalmente, tal como surgiu o convite endereçado ao amigo David “Noiserv” Santos para participar e deixar a sua marca no tema.

O vídeoclip que acompanha o «Venha Ele» foi produzido pela Phantone . Produção Audiovisual. Contou com a realização, direcção de fotografia & montagem de David Barata e com um elenco composto por Pedro Massena e Pitch Kelly. Clémence Piétot foi primeira assistente e Agnieska Zarzeczna foi responsável pela maquilhagem e guarda roupa.

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Entrevista sobre a Azáfama no Bairro com a Azáfama – Produções Artísticas e seus músicos: Vitorino Voador, O Martim e Trêsporcento https://branmorrighan.com/2014/03/entrevista-sobre-azafama-no-bairro-com.html https://branmorrighan.com/2014/03/entrevista-sobre-azafama-no-bairro-com.html#respond Sat, 29 Mar 2014 12:58:00 +0000 A Azáfama – Produções Artísticas é uma editora musical independente que faz Agenciamento e Promoção das bandas Cachupa Psicadélica, Capitão Capitão, Hombres con Hambre, O Martim, Tono, Trêsporcento, Tupã Cunun e Vitorino Voador.

Em 2013 realizaram o primeiro Azáfama no Bairro em que juntaram grande parte dos seus músicos para uma valente noite de festa e boa disposição em que cada um teve o direito ao seu tempo de protagonismo e colaboração.

Este ano a festa repete-se, com alguns dos mesmos intervenientes, e aproveitando a divulgação do Azáfama no Bairro 2014 surgiu a oportunidade de entrevistar não só um dos editores da Azáfama, Pedro Valente, como alguns dos seus artistas: O Martim, Vitorino Voador aka João Gil que também é membro de Hombres con Hambre e ainda com o Loureço e o Salvador dos Trêsporcento, que apareceram de surpresa a meio da entrevista.

Pautada por um tom informal, mas sério, e sempre com uma excelente disposição, a entrevista começou com o Pedro Valente a falar sobre o conceito da primeira edição da Azáfama no Bairro: “Apesar da Azáfama já existir há mais de três anos, houve algo nesse último ano que mudou e sentimos que tínhamos atingido um portfólio, um crescimento, em que seria oportuno fazer uma apresentação mais oficial à indústria. Inicialmente a ideia era fazer uma festa mais tradicional, em que cada projecto tinha o seu tempo de actuação, mas depois surgiu a ideia de se fazer um espectáculo mais dinâmico em que para além de cada um actuar, houvessem também colaborações entre eles.

O início da Azáfama remonta então a uma primeira colaboração com o JP (Capitão Capitão) em que depois, através de outras pessoas e colaborações, acabaram por se ir juntando à Azáfama todos os outros artistas. O João Gil, por exemplo, entrou através de uma troca de conhecimentos e hoje em dia o seu papel na Azáfama passa não só pelo papel de músico, mas também de produtor do novo disco do Capitão Capitão: “Isto é uma coisa nova para mim, é a primeira vez que faço algo assim, o que ganha toda uma nova forma e importância. Tenho um estúdio pequenino onde tenho boas condições e onde posso gravar e fazer algum barulho. Não tarda muito temos aí um disco!

Aproveitando a deixa, perguntei ao João Gil como é que surgiu Vitorino Voador e o que é que este projecto a solo lhe trazia que os outros, em que já se encontra inserido (como You Can’t Win, Charlie Brown; Diabo na Cruz e f l u m e) ainda não lhe davam: “Desde que peguei na guitarra pela primeira vez, quando era miúdo, comecei a fazer música. Compor nas bandas em que participo sempre foi algo que gostei de fazer e cheguei ali a uma altura em que as músicas que andava a fazer não faziam sentido em nenhuma delas, tinham uma linguagem própria. Achei então que era então chegada a altura de fazer uma coisa só minha, em que não tinha de dar satisfações a ninguém.

Não estivesse o João já inserido em poucos projectos, questionei-o sobre a sua mais recente aventura em Hombres con Hambre: “Somos um trio instrumental, mais virado para a música electrónica, em estilo de dança tocada. É com o António (baterista de TAPE JUNk) e o Zé Guilherme (teclista de Brass Wires Orchestra) e é uma banda que estou a curtir bastante – são sintetizadores, samplers, bateria e loucura em cima do palco. Nunca fui apreciador do espectáculo estáticos da maioria dos DJs e com este projecto conseguimos dinamizar isso.

Já a entrada de O Martim na Azáfama, deu-se através de uma colaboração com Capitão Capitão. Por essa altura, apesar de já fazer a sua música, o cantor contou-nos que andava meio perdido em termos de encontrar uma editora e quando se deparou com a realidade da Azáfama decidiu que era ali que queria ficar: “Fui muito bem acolhido e fizeram-me sentir confortável e seguro. Sobretudo, senti que podia fazer música à minha maneira sem ter parâmetros ou limites que não os meus próprios. Na Azáfama não me sinto restringido por regras nenhumas, ao contrário do que outras editoras maiores muitas vezes fazem. Essa é a grande vantagem da Azáfama, somos livres de fazermos a nossa própria música à nossa maneira.

Foto por Francisco Gutierres Caseiro

Os Trêsporcento já tinham o seu disco lançado quando convidaram “Capitão Capitão” para fazerem parte da primeira parte do concerto de apresentação no Musicbox e daí surgiu a futura colaboração com a Azáfama: “Gostámos muito de trabalhar com a Azáfama nesse concerto e apesar de já termos estado noutras agências de promoção, achámos que era altura de mudar e que ali ficaríamos bem.“, conta-nos o Lourenço. “Enquanto músicos deixámos de estar preocupados com imensas coisas que antes eram uma autêntica chatice.” completa o Salvador.

A verdade é que todos os artistas da Azáfama acabam por partilhar o rock como pano de fundo da sua música e também toda esta familiaridade e à vontade por terem o apoio e liberdade por parte da editora. Quando confrontado com todos estes elogios por parte dos seus artistas o Pedro Valente afirmou: “Para mim não fazia sentido ser de outra maneira. Todos as pessoas que fazem parte da Azáfama são músicos com os quais musicalmente me identifico, o que acaba por facilitar o processo tanto por gostar da música como das pessoas. Tem de haver essa ligação para haver confiança e as coisas funcionarem. Não me fazia sentido impor seja o que for, dou sempre a minha opinião, claro, mas são eles próprios que acabam por pedi-la sobre o que estão a produzir, sem haver essa imposição.

À medida que a conversa a avança fica claro que o conceito desta editora vai para além da música, nunca prescindindo desta como motor principal, o conceito de família surge naturalmente e é por isso que as colaborações e entreajudas surgem naturalmente e com bons resultados. 

A Azáfama no Bairro 2013 acabou por resultar melhor do que qualquer expectativa que pudessem ter, muito por causa dessa harmonia entre os músicos e a editora: 

– “O feedback foi muito positivo e acabou por ser uma surpresa para nós. Aquilo que aconteceu em palco foi completamente inesperado. Todos sabíamos que íamos participar nas músicas uns dos outros, e que aquilo ia ser uma festa em cima do palco, mas eu, pelo menos, não estava à espera da loucura em que aquilo se tornou em pleno palco.“, conta-nos o João Gil. 

Foto: Adriana Boiça Silva

– “A sinergia criada e a aderência do público foi muito boa. Para mim foi uma experiência nova, nunca tinha concebido nada do género e resultou muito, muito bem. O público aderiu e divertiu-se, não foi cansativo e isso foi importante.“, atesta O Martim.

– “A experiência foi óptima. Estivemos todos uns com os outros, podia ter sido um caos completo, tinha tudo para correr mal (risos), mas acabou por correr muito bem porque os músicos são todos excelentes e as interacções entre as bandas correram todas muito bem.“, diz o Salvador.

– “Quando se vê em palco que os músicos estão a ter gosto no que fazem e que se estão a divertir, isso repercute-se no palco e também o público se diverte.“, completa o Pedro Valente.

Montar um espaço para mais de vinte músicos em que, a certa altura, estão todos em cima do palco, não é tarefa fácil e foi de consenso comum que há sempre coisas a melhorar, desde a posição dos instrumentos, à disposição dos músicos e respectiva distribuição pelo palco. “Temos muita sorte em trabalhar com o Manuel no som, para além de ser super competente é uma pessoa que facilmente identifica o problema e no meio da maior confusão ele resolve-o imediatamente em numa calma incrível.“, dizem o Pedro e O Martim.

O balanço pós Azáfama é claro – extremamente positivo. Para além de todo o prazer que os músicos tiveram em actuar, a própria festa acaba por servir de montra para os artistas que lá actuam e até para a própria editora “Se calhar hoje já me respondem aos e-mails que antes não respondiam. (risos)“, brinca o Pedro Valente.

Os próprios Trêsporcento estiveram recentemente na Austrália “Foi uma experiência espectacular, os concertos correram bem, fomos muito bem recebidos.“.

Dado todo o entusiasmo mostrado em relação à edição de 2013, foi-lhes perguntado se alguma vez pensaram em fazer uma digressão pelo país com a Azáfama no Bairro em que colaborariam todos por vários palcos espalhados por Portugal. “Eu quero fazer mil digressões temáticas! Adoro fazer digressões e a ideia de juntar imensos músicos numa carrinha e partir em digressão é fantástica.“, diz O Martim. O Pedro Valente esclarece que “o mais complicado será mesmo a logística, pois não é fácil conseguir juntar todos os músicos ao mesmo tempo, mais os instrumentos e levar tudo para a estrada“. O bom do grupo da Azáfama, é que “quase todos somos multi-instrumentistas e com essa versatilidade seria fácil formar um grupo com uma pessoa de cada grupo, pois cada um conseguiria colmatar as necessidades que pudessem surgir“, completa O Martim. 

A entrevista acaba com a pergunta clássica sobre o que podemos esperar da edição de 2014: 

-“Repetir a festa, claro. Não no sentido de ser igual, há coisas que vão mudar e surpresas que irão surgir, mas sem dúvida que será novamente uma noite muito divertida para todos e esperemos que a sala encha.“, diz o Pedro Valente.

– “Eu ainda não sei bem o que é que se vai passar em palco, mas sei que vai haver coisas espectaculares a acontecer! (risos)“, provoca-nos o João Gil. 

– “Este ano a minha abordagem, para simplificar a logística de palco, foi convidar, para cada música, um elemento de cada uma das outras bandas, a tocar um instrumento.“, revela-nos O Martim. 

– “Nós não teremos o Tiago, que não vai estar em Portugal, que é quem canta e quem é menos facilmente substituível, por isso essa parte ainda não vamos revelar, mas vamos preparar bem o espectáculo, não se preocupem (risos).“, assegura-nos o Lourenço.

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Da minha parte só posso agradecer a disponibilidade, a extrema boa disposição e o excelente tempo passado no Armazém do Chá. Desejo mesmo que tudo corra pelo melhor, foram das pessoas que mais gosto me deu entrevistar e aconselho-vos vivamente a estarem presentes no próximo Azáfama no Bairro. Para vos motivar um bocadinho, teremos já de seguida um passatempo para uma entrada gratuita no mesmo.

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Azáfama no Bairro 2014 regressa a 12 de Abril! Cartaz + Teaser https://branmorrighan.com/2014/03/azafama-no-bairro-2014-regressa-12-de.html https://branmorrighan.com/2014/03/azafama-no-bairro-2014-regressa-12-de.html#respond Thu, 06 Mar 2014 14:06:00 +0000

Azáfama no Bairro / 2014

Depois do sucesso da primeira edição da Azáfama no Bairro em 2013, a família da Azáfama voltará a reunir-se a 12 de Abril (Sábado) no Teatro do Bairro, desta vez com o apoio da CONTROL Portugal.

A festa terá início às 23h30 e contará com actuações de Cachupa Psicadélica, Capitão Capitão, O Martim, TV Rural, Vitorino Voador e membros dos Trêsporcento. Haverá ainda uma actuação de PZ (convidado especial) e uma after-party com live acts de Tupã Cunun e Hombres con Hambre e uma batalha entre DJs da Azáfama e Homem Temporariamente Só (Diego Armés).

Não faltarão colaborações entre músicos/bandas, convidados especiais e muitas surpresas ao longo desta noite especial, que pretende celebrar, novamente, esta reunião de estilos, músicos e amigos.

Os bilhetes custam 10 € e poderão já ser comprados ou reservados na bilheteira do Teatro do Bairro (213473358 / 913211263).

www.azafama.com

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