Aviso à navegação: este post terá conteúdo puramente emocional em que para quem se revir nas minhas palavras irá ter momentos tanto de gargalhadas como de lágrimas de nostalgia. Se nunca foste a Paredes de Coura, dificilmente conseguirás sentir as emoções que aqui vou depositar.
Fui pela primeira vez ao Festival Paredes de Coura em 2011. Na altura, sem saber muito bem porquê, senti-me compelida a ir. Tinha ganho um bilhete duplo para o festival, mas nem sequer tinha pessoal conhecido por lá a não ser um amigo meu. Colei-me um pouco à sua companhia, armei-me de tenda e bagagens às costas e lá fui eu de expresso para Paredes de Coura. Quis o destino que algumas peripécias acontecessem e acabei por me ver sozinha a maior parte do tempo durante o festival desse ano. Se para alguns isso seria motivo de não gostar do festival ou algo do género, para mim foi o oposto.
Nesse ano aprendi que o pessoal deste Festival tem todo um outro espírito, toda uma outra dinâmica e apesar de supostamente estar sozinha, não me sentia, de todo, sozinha. Quando o festival de 2011 acabou, tive a certeza que no ano seguinte ia voltar…
… E voltei, claro. Desta vez com algum pessoal amigo e a experiência foi inesquecível. Mais uma vez, a decisão de voltar no ano seguinte nem se colocou em causa. Olhando para trás, lembro-me perfeitamente que no final do festival de 2011 se falava em acabar com o Festival por não haverem apoios. Em 2012 a EDP decidiu dar um pequeno boost nesse aspecto, porém foi apenas este ano, com a Vodafone a pegar nisto como deve ser, que o Festival voltou a ter a projeção que merece.
Cheguei ao Taboão no dia 10 de Agosto e já o campismo estava bem composto. Tenho acampado sempre no mesmo sítio, nós chamamos-lhe Os Prazeres (o nome foi dado por gente de Coura, eu apenas me tornei habitante do mesmo), e este ano não foi diferente. Cheia de nostalgia, pousei a mochila gigante, o saco com o colchão e a tenda, espalhei uma das minhas mantas e deitei-me um pouco antes de arrumar tudo.
Éramos apenas 3 às 5h30 da manhã de dia 10 de Agosto na Gare do Oriente. Eu, a Joana e o Diogo. Chegámos a Paredes de Coura pelas 11h, dirigimo-nos aos Prazeres e descansámos um pouco. Passadas umas horas o acampamento revolucionou-se! Em menos de 24h éramos mais de 20 e aí sim, começou o verdadeiro Festival.
Em termos de cartaz tenho a dizer que não foi, nem de perto, dos melhores. Houve algumas surpresas, algumas desilusões, mas ainda assim adorei rever Alabama Shakes, destaco em tom fenomenal Noiserv, Everything Everything foi a confirmação de um grande talento, Jagwar Ma surpreendeu-me, The Vaccines e Hot Chip também me proporcionaram óptimos momentos, The Horrors são um clássico para mim, mas tenho-vos a dizer que foi no último dia que atingi o pico de delírio. Adorei Belle and Sebastian, Justice foi a loucura, mas foi em And So I Watch You From Afar que me despedi como deve ser do festival. Andava há anos para ver esta banda e foi dos melhores concertos, da melhor dinâmica e energia do festival. Perdoem-me a indelicadeza, mas quando o festival acabou eu só conseguia dizer “Que Concerto do C*r*lho!!!”
Do melhor! Guardo-vos a todos na minha memória e no meu coração! |
Dado o cartaz menos sonante, penso que o ponto forte desta edição do Festival foi o ar da sua graça que a Vodafone deu ao festival. Desde baloiços, espreguiçadeiras, distribuição de sacos, lenços, bóias, pequenos cartazes com frases inspiradoras, enfim, todo o tom de vermelho e branco em cima do verde da Natureza fez com que a boa disposição fosse a ordem do dia. Os clássicos mergulhos no rio deram origem a vários aplausos, os infinitos barcos insufláveis a desafios constantes e as idas à Vila deram sempre origem a momentos inesquecíveis.
Joana Neto, eu e Maria de Almeida |
Quando se tem um grupo de amigos que partilha o espírito Paredes de Coura, não se pode pedir mais. Eu sei que o post já vai longo, que muito está por dizer, que ainda queria dizer mais, mas há algumas pessoas que não posso deixar de referir. A energia, a alegria e a comunhão vivida este ano no Paredes de Coura não teriam sido a mesma coisa sem algumas pessoas chave.
Team Sofias com o João Caldeira |
O meu muito obrigada à Joana Neto, a minha pequeninha que faz anos hoje (Parabéns!!!); à Maria de Almeida que fez comigo uma equipa imparável e de conversas mega filosóficas; ao Bernardo Barros, o nosso Presidente que me elegeu como Prémio Revelação de Paredes de Coura e ainda como Mister do grupo!, das melhores pessoas que conheci em Paredes; à Sofia Lopes (a team Sofias foi do melhor!) e ao João Almeida pela eterna simpatia e companheirismo; ao Diogo Ruivo e ao João Caldeira por pelo segundo ano consecutivo darem outra animação ao grupo (Diogo, os teus cozinhados são de valor, Caldeira, xuxu, o prémio Sexy adequa-se mesmo bem! Ahahah); à Rita Gomes pela sua veia curiosa e entusiasta, sempre pronta a animar o pessoal; ao Rafael pelo seu espírito animado, sorriso inspirador e de dança imparável; e por último ao Zé Pereira, o meu filhote que partiu hoje para a Holanda (desejo-te mesmo tudo do bom e do melhor).
Outas experiências que só neste festival seriam possíveis de se viverem e com estas pessoas: Dançar descalça em plena colina e ir para o meio de Justice ainda descalça; acordar a meio da manhã porque algum pessoal ainda só nessa altura se ia deitar e meter a cabeça fora da tenda vociferando palavras mais agressivas (ahahah, Bernardo, Joana e João, eu sei que sem os meus resmungos o vosso Paredes não tinha sido a mesma coisa!!); viagens à Vila em que a frase chave é “Vamos levar isto para a viagem” (Joana, Maria e Diogo, vocês sabem do que falo, que equipa resistente que formámos!!!); em pleno Nuno Lopes irmos para cima dos bancos ao pé da igreja dançar (mais uma vez, Sofia Lopes, Joana Neto, arrasámos completamente); etc, etc, etc.
Foto tirada no último dia como despedida! |
Fiquei mais do que contente ao saber, ontem quando cheguei a casa, que a Vodafone já confirmou o seu patrocínio para Paredes de Coura 2014! Sem dúvida que este ano o festival teve outra beleza e outras condições. Sinceramente jamais esquecerei esta experiência e as amizades que fiz este ano têm tudo para continuarem a vingar. Sem dúvida que espero daqui a uns anos estar com o mesmo núcleo de pessoas a reviver estes momentos em Paredes de Coura! Sei que pelo menos a nossa presença no próximo ano, a não ser que hajam imprevistos, nem se põe em causa! Até 2014 Paredes de Coura e Obrigada!