Apesar de já existirem desde 2010, foi só com o lançamento de 8 que conheci os Sensible Soccers. Já aqui destacados antes com o tema AFG, o meu preferido, foi com grande entusiasmo que os vi anunciados para o Fusing Culture Experience. Aproveitando a onda de entrevistas às bandas do festival, esta era uma que tinha de acontecer, mesmo sendo por mail. Se há coisas em que estes rapazes são bons, não é só a fazer música como também a surpreender o seu público em alguns dos seus espectáculos. Admito a minha curiosidade extrema e só posso supor como será o seu concerto no Fusing. Entretanto, agradeço a disponibilidade aos Sensible Soccers para responderem a algumas perguntas no meio da sua atarefada agenda.
Quem são os Sensible Soccers? De onde vêm os seus membros e como é que surgiu o projecto?
Os Sensible Soccers são quatro rapazes que se juntam com alguma regularidade para tocar e fazer música em Fornelo, Vila do Conde concelho de onde o Hugo e o Né são naturais. O Emanuel e o Filipe são de São João da Madeira. Já nos conhecemos há uns anos e estivemos ligados noutros projectos anteriores.
A banda surge em 2010 mas só em 2011 é que se tornou neste quarteto que lançou um EP nesse ano, outro no ano seguinte e mais um par de temas antes de editar o primeiro albúm “8” em 2014 numa co-edição entre duas editoras portuguesas, a Pad e a Groovement. Durante este tempo demos cerca de 80 concertos e fizemos alguns trabalhos paralelos como participar no Festival de curtas-metragens de Vila do Conde este ano.
A vossa música tem, muitas vezes, um ambiente nostálgico. Foi também por nostalgia que deram o nome de um videojogo dos anos 90 à banda?
A escolha do nome surgiu antes sequer de existir música numa brincadeira de café. Gostamos do jogo e o Emanuel ainda o joga. O nome ficou porque achamos piada à forma como caiu na altura. Nunca nos demos ao trabalho de o mudar.
Como é que chegaram ao vosso som? Quais são as vossas influências?
Chegámos na procura duma forma de apresentar as nossas músicas ao vivo. Temos imensas limitações de material e não só, daí que a fase inicial tenha sido mais ruidosa, mais suja. Para o 8 tivemos amigos que nos emprestaram material a sério e o resultado foi diferente.
Fomos evoluindo e o Filipe em conjunto com o João Moreira foi produzindo e limando o nosso som ao vivo até este momento.
Esteticamente andamos por zonas que agradam aos 4. Apesar de gostarmos de coisas diferentes, tocamo-nos em pontos. Temos todos o gosto pela repetição, por exemplo.
Os temas acabam por mostrar que as nossas influências são muito variadas e pouco definidas. Não somos uma banda de género.
Qual a origem do nome do álbum, 8?
O momento de dar os nomes às coisas é sempre complicado aqui em casa.
Gostamos da ideia do nome do disco ser um número/símbolo. O disco tem oito músicas daí que se chame 8. Pode também ser visto como o símbolo do infinito em pé o que também nos satisfaz uma vez que a ideia de homenagem paira ao longo do disco.
Que receptividade é que têm sentido por parte do público? Estão contentes com o que conquistaram até agora?
Estamos satisfeitos com o disco sabendo que é apenas o nosso primeiro longa duração em que plasmamos umas propostas para as músicas em questão. Também estamos satisfeitos com o facto de termos conseguido modificar um pouco o processo de trabalho, e sentir alguma evolução nesse aspecto. Algo que nos deixa bastante felizes com este disco é também termos podido contar com a colaboração de vários amigos que nos emprestaram material, e deram o seu input criativo no disco.
Ao vivo tem corrido sempre muito bem. A reacção do público tem sido altamente e isso deixa-nos muito contentes.
Sei que já tocaram no estrangeiro, como foi a experiência? Algum acontecimento marcante? Neste Verão vão andar por alguns festivais, sendo o Fusing um deles. Que expectativas é que têm? Algumas vez tocaram num festival cujo palco é na praia? O mergulho vai fazer parte do ritual do concerto?
Há algumas estórias daquelas boas… Desde o casamento na Ilha da Madeira até aos concertos no Labranza na aldeia de Meiro na Galiza.
Fomos criando boas ligações por onde passamos. E no fundo é isso que esperamos que aconteça no Fusing. Dar um bom concerto e aproveitar bem o resto do festival. É a primeira vez que tocamos numa praia.
As vossas actuações acabam sempre por marcar a diferença, tornando-se bastante carismáticas. De onde vos vai surgindo as diferentes perfomances que vão tendo? Sendo o Fusing na praia, será que vamos ter alguma surpresa relacionada?
Para os concertos preparamos apenas as músicas. Esporadicamente acontecem coisas que dependem sempre do ambiente e também da disponibilidade de Ricardo.
Para o Fusing estávamos a pensar soltar uns pombos antes do concerto começar.
O que se segue depois do Verão?
Vamos continuar a tocar o “8” que saiu nem há meio ano.