Entrevista a Luísa Fortes da Cunha – Escritora Portuguesa

Boa tarde a todos! Hoje trago até vós uma entrevista muito especial. É com a autora Luísa Fortes da Cunha! Conheci-a na Feira do Livro de 2010 e finalmente publico a sua entrevista! Tenho um grande carinho pela Luísa que foi sempre muito simpática e receptiva. É um prazer estar com ela pelo menos uma vez por ano! Para não falar que as histórias da Teodora são um sucesso até fora do país! Fiquem então com as suas palavras.

Eu e a Luísa na Feira do Livro de Lisboa 2010

Sobre mim:

Sou em primeiro lugar a mãe e depois a professora e a escritora que quer formar uma geração de jovens criativos. Nasci em Vila Franca de Xira, mas aos doze anos fui morar para a Figueira da Foz. É nos anos de adolescência passada na praia da claridade que vivi grandes aventuras que me moldaram a imaginação e me inspiraram a escrever a Teodora vinte anos depois. Sou licenciada em Educação Física, fiz o Mestrado (antes de Bolonha) em Gestão da Formação Desportiva e uma Pós Graduação em Educação Especial. Conheci os meandros do Conselho da Europa com um estágio em Estrasburgo e viajei por meia centena de países.

Os meus leitores dizem que transbordo de energia, sou alegre, simpática, bem disposta e que consigo manter centenas de jovens atentos nas minhas palestras fazendo-os voar para um mundo paralelo, abrindo-lhes os horizontes e a imaginação.

Estilo e Ritmo de escrita:

Uma aventura da Teodora começa sempre com um trabalho preparatório que pode demorar vários meses. Essa tarefa passa pela escolha do cenário onde se vai desenrolar a acção, as lendas e tradições dos locais escolhidos, a criação de enigmas de acordo com o tema, etc. Só depois de toda esta preparação é que começo a escrever. Aí já tenho a história praticamente definida e posso escrever os capítulos a meu belo prazer, isto é, tanto posso escrever o primeiro capítulo como posso escrever o quarto ou outro qualquer.

Depois, o texto tem de ser corrido, numa aventura constante, num permanente desenrolar de acontecimentos, de forma a não dar ensejo ao jovem a colocá-lo de lado. A aventura não pode ter frases supérfluas, nem descrições desnecessárias que quebrem a acção. O jovem tem de ser agarrado desde a primeira página.

O ritmo depende do tempo que tenho para escrever, e esse é muito pouco. Como sou professora e mãe, o tempo que me resta para escrever resume-se aos fins de semana, às férias e ao fim do dia depois de todas as tarefas domésticas estarem terminadas.

Quer isto dizer que tenho de ser muito disciplinada e organizada em tudo o que faço. Uma boa gestão do tempo é fundamental e a prova disso são os treze livros que já escrevi em nove anos e meio.

Influências:

As minhas influências passam primeiro pelas minhas leituras de infância, nomeadamente os livros dos Cinco da escritora Enid Blyton. Depois baseei-me muito nas leituras que fiz sobre lendas, etnografia e contos tradicionais de alguns autores portugueses como: Teófilo Braga, José Leite de Vasconcelos, Adolfo Coelho e Conciglieri Pedroso.

Também as brincadeiras de infância, e as minhas viagens têm grande influência no que escrevo.

Fala-nos sobre o mundo de Teodora:

Teodora é uma menina prestes a completar 12 anos e a enfrentar o fabuloso destino que há muito lhe estava reservado pelas leis inexoráveis do mundo mágico: tornar-se uma fada. Opondo-se aos pais adoptivos, e na companhia dos amigos Alex e Gil, Teodora irá viver fantásticas aventuras num mundo paralelo ao nosso.

Teodora lutará pela sorte a que estava destinada desde os tempos antigos, muito antes de existir: ser uma fada e, graças à sua inteligência e habilidade, conhecer as chaves de todos os mistérios. Mas não se julgue que este percurso será fácil. Teodora terá de enfrentar Pooka, uma fada de um clã rival, e recuperar o anel mágico que recebera da sua fada madrinha no dia em que nasceu. As provações serão muitas, os obstáculos irão multiplicar-se, os adversários parecerão quase invencíveis. Mas será esta busca que lhe permitirá crescer, decifrar os diversos enigmas e mudar para sempre a sua vida.

Até tomar consciência da existência de uma realidade paralela à nossa, Teodora teve uma vida difícil: orfã desde o primeiro dia de vida, foi obrigada a trabalhar na casa dos Faia, os antigos patrões da mãe. É empregada para todo o serviço; trata dos gémeos Ruca e Cacá, limpa, cozinha, engoma, enfim, tudo o que seja necessário fazer numa casa. Teodora faz todas estas tarefas com uma facilidade impressionante, facto que até agora ninguém – nem sequer ela – estranhou.

Mas a sua sorte está prestes a mudar. Teodora é a última de sete irmãs e, pela tradição, está destinada a transformar-se numa fada quando fizer doze anos. Numa viagem de férias aos Açores, reencontra a parteira Viviana que tomara recentemente conhecimento dos planos da Congregação das Fadas para a sua protegida.

À própria Teodora começam a suceder os fenómenos mais inusitados: à noite, um cavalo assustador vem fazer-lhe estranhos avisos à janela do quarto; o duende David e o gnomo Robin aparecem para a informar que algo importante está para acontecer; por último, conhece Alex um rapaz que nunca vira mas que lhe garante que, a partir daí, se irão encontrar muitas vezes.

Mas é uma conversa com Viviana que esclarece tudo: a mãe de Teodora morreu pouco depois de a dar à luz mas ainda teve tempo para ser visitada por Urgânia, a Dama da Terra e fada madrinha de Teodora. Urgânia entregou-lhe um anel mágico para usar no dedo médio da mão direita. O anel iria protegê-la e nunca o deveria tirar. Por ser a sétima filha, Teodora seria uma fada quando fizesse doze anos. 

Sei que já houve interesse na publicação dos livros da Teodora no estrangeiro. Como tem sido? Já estão publicados noutras línguas?

A Teodora está traduzida e publicada na Lituânia e aguarda a publicação em Espanha e Brasil.

Que aconselhas a jovens autores portugueses que iniciem agora a sua aventura na escrita?

Ler muito. Depois escrever, corrigir, escrever, deitar fora, reescrever.

Projectos Futuros:

Há já alguns anos que tenho um romance dentro da gaveta e que espera o dia em que lhe darei autorização para sair. Quem sabe se não será no próximo ano!!!

A Teodora vai continuar a aparecer com novos títulos e talvez dentro de dois anos apareça uma nova série de livros juvenis.

E a pergunta da praxe: O que achas do blgo Morrighan?

É FANTÁSTICO!

Tomei contacto com o blog Morrighan muito antes de conhecer a autora e a minha opinião foi logo de um enorme apreço pelo trabalho nele desenvolvido. O destaque que a Sofia dá aos autores portugueses é de louvar pois poucos o sabem fazer com tanta mestria.

Onde podem encontrar a autora e o mundo da Teodora!:

Facebook da Autora

Facebook da Teodora

Site Editorial Presença

Blog da Teodora

Muito obrigada Luísa por toda a tua atenção e carinho!

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Ana C. Nunes
Ana C. Nunes
12 anos atrás

Não conhecia o trabalho desta autora, pois não tenho muitas crianças na família mais próxima, mas achei o conceito interessante e gostei de ler mais esta entrevista, especialmente em relação ao ritmo de escrita. Nunca é fácil conciliar a vida familiar e profissional com o gosto da escrita.

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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