As datas oficiais do festival Vodafone Paredes de Coura foram de 20 a 23 de Agosto, mas owarm-up começou uns bons dias antes, em plena vila. O primeiro concerto deu-se a dia 16, eu só cheguei a 17 e, como tal, só apanhei as bandas a partir daí. Eram poucas as que não conhecia, mas uma delas tocou logo no dia 18 e não resistir em saber mais sobre eles – os The Zanibar Aliens. Numa entrevista muito rápida logo a seguir ao concerto, pude fazer algumas perguntas e perceber que esta banda, ainda tão jovem, tem um entusiasmo contagiante e que quer mesmo muito seguir com este projecto em frente. Ora vejam lá o que eles me contaram:
A banda começou com apenas três elementos, o Carl o Filipe e o Martim, aos quais mais tarde se juntou o Diogo e ainda mais tarde o Ricardo. A história é-nos contada pelo Carl: «Eu e o Martim andávamos juntos na escola, eu tocava piano, estava a tocar para pianista clássico, de concerto, mas depois ele fez-me mudar de ideias – ele tocava guitarra e começou a mostrar-me mais o rock e decidimos criar uma banda. O meu irmão (Filipe), mais tarde entrou, começou por tocar baixo, mas não gostou, foi para a guitarra e assim ficámos com dois guitarristas. Durante um tempo fomos só nós os três, até que depois encontrámos o Diogo, amigo do Filipe, que até tinha, mais ou menos, jeito para tocar bateria (risos). A verdade é que ele aprendeu a tocar bateria connosco. Decidimos comprar uma, colocar lá em casa e foi lá que ele aprendeu, evoluiu e tornou-se num grande baterista. Estávamos mesmo a precisar de um baterista, a ficar desesperados! Só bem mais tarde é que entrou o Ricardo. A curiosidade é que ele era meu amigo de infância. Aqui somos todos amigos desde há muito tempo.»
Com a formação completa, estão juntos desde Õutubro de 2011, ainda todos entre os 15 e os 16 anos. Claro que a minha curiosidade virou-se para as influências que estes jovens poderiam ter já tão cedo: «Vai tudo do rock dos anos 60 aos anos 90. Pink Floyd, Queen, Tame Impala, Black Keys, Mac DeMarco, Arctic Monkeys, são estas as principais.»
A nível de trabalho editado em disco, eles explicaram-nos o seu percurso: «Ao início estivemos a gravar as nossas coisas em casa, tudo muito homemade, e a mostrar às pessoas na net. Ainda não temos um EP, por assim dizer, mas temos um álbum digital que foi gravado em Dezembro de 2012.» O álbum está disponível no Spotify e também podem encontrar vídeos e músicas no canal do Youtube da banda. Brevemente contam lançar um EP: «Em princípio vamos ter uma agência/label a apoiar-nos e contamos que saia em breve.»
Tão novos e ainda a explorar caminho, já tocaram em Paredes de Coura, mesmo tendo sido no warm-up. Dado todo o ambiente especial que existe à volta deste especial, perguntei-lhes como é que tinha sido tocar ali naquele palco na vila: «Empolgante! Fantástico! Foi muito bom, estávamos cheios de nervos, mas demos tudo ali no palco. O público respondeu muito bem.» Claro que respondeu, tiveram direito a t-shirts e tudo! Digamos que este pessoal é novinho, mas já sabe como ir conquistando com a simpatia.
Voltando um pouco então ao trabalho e ao futuro dos The Zanibar Alliens, ficámos a saber que o EP irá sair por volta de Outubro, que até Dezembro, pelo menos, irão andar a tocá-lo e que já têm seis datas marcadas. O único local que puderam adiantar, em que irão tocar, foi o Beat Club – já conhecido por receber bandas jovens e por ser um grande montra das mesmas. «Iremos tocar umas músicas mais antigas e contamos experimentar outras novas. Em Dezembro também contamos fazer uma digressão de semana e meia, mas adiantamos depois essa informação.»
Era então ora de olhar para as perspectivas futuras. Sendo uma banda tão jovem, alguns ainda a acabar o ensino secundário, questionei-os sobre o que é que esperavam, a nível musical, dos seus futuros: «Continuar a tocar até chegarmos a um ponto em que o público estará a cantar as nossas músicas. Queremos fazer disto vida.» A nível de palcos que gostavam de pisar, a primeira resposta foi logo «Wimbledon!», rimo-nos todos e pedi-lhes para serem um bocadinho mais realistas agora para o próximo ano e para me dizerem palcos em Portugal: «Gostávamos de tocar no palco principal do Alive daqui a dois anos!» Ao que eu questionei, “então e Paredes de Coura?” – «É já para o ano! (risos) Também gostávamos de tocar no Super Bock Super Rock, andamos a trabalhar para isso.»
Para terminar, pedi-lhes que deixassem uma mensagem que transmitisse parte do que são e do que querem: «Nós estamos a trazer de volta o bom e velho rock&roll, com umas misturas de vários géneros. Andamos a arranjar público novo com isto. Há que ser inovador. Comprem as nossas t-shirts, sigam este blogue que é muita fixe (risos), apareçam nos nossos concertos e peace and love!»
Foram, sem dúvida, minutos de muito boa disposição em que os The Zanibar Alliens conseguiram mostrar bem a sua vontade, o seu entusiasmo e a sua ambição. Gostei muito de estar com eles e vou andar atenta ao seu trabalho. Peace!