ERVAS MÁGICAS – BELADONA
Família: Solanaceae
Regente planetar: Saturno; Marte (uma vez que está associado à deusa romana da guerra Belladona, que seria sua esposa, irmã ou filha)
Região: Nativa da Europa, Ásia e Norte de África
Habitat: Prados, florestas e lixeiras
Também conhecida como Planto-do-diabo e Bagas-do-diabo. É muito vulgar, desde a antiguidade, confundir a Atropa Belladonna com a Mandrágora, e vice-versa.
O seu nome poderá também derivar do facto de a Atropa Belladonna ser utilizada pelas mulhetes italianas do séc. XVIII, época em que a planta foi baptizada com o seu nome científico, como forma de dilatar as pupilas para parecerem mais belas, através do efeito da atropina. “Belladonna” significa assim “Bela Mulher”, enquanto que Atropa poderá advir de Atropos, uma das três Moirai, divindades gregas do destino, sendo Atropos responsável pelo fim da vida.
A Beladona foi demonizada desde muito cedo, incluindo curiosamente por Hildegarda de Bingen, que referiu que esta “transporta em si o mal e a esterilidade”. Um registo do séc. XVI informa-nos que a Beladona tinha a propriedade de fazer transformar quem a utilizava num pássaro, peixe ou ganso.
O seu componente mais activo são os alcalóides tropânicos, que existem na raiz, nas folhas e nas bagas negras da planta, sendo este o componente que lhe confere toda a sua toxicidade. O seu consumo pode ser fatal, mesmo que em pequenas quantidades num adulto, e as suas bagas são doces, o que pode revelar-se perigoso para as crianças. Um dos seus agentes principais é a atropina, reconhecida como um forte alucinogénico. O manuseamento das suas bagas pode provocar erupções cutâneas pelo que qualquer parte da planta deverá ser manuseada com muita precaução.
A Beladona era adicionada ao vinho das festas dionísicas, proporcionando uma espécie de alucinação colectiva e actuando como desinibidor nas festas orgíacas. Era também utilizada para produzir ugentos mágicos, utilizados pelas bruxas, que entravam em êxtase místico quando a mistura era esfregada pelo seu corpo e, muitas vezes, nos seus órgãos sexuais. Acreditava-se que Atropa Belladonna era a planta predilecta do diabo, e daí ser temida pelos camponeses, pois acreditavam que esta planta atraia as forças do mal.
Na antiguidade, era usada para tratamento de depressão, psicose e doenças do foro espiritual. Era igualmente utilizada para encorajar a projecção e produzir visões no plano astral.
A tintura de Beladona é actualmente usada na homeopatia como tratamento de tosse, febre, epilepsia, entre outros.
S.V.R. em Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009 “Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia”