Capitão Fausto Têm os Dias Contados | Casa da Música – Porto e Lux – Lisboa
Os Capitão Fausto lançam o terceiro álbum no início desta primavera. “Capitão Fausto têm os dias contados” chega às lojas a 15 de Abril de 2016, dia do primeiro concerto de apresentação do disco, na Casa da Música.
O disco será apresentado ao vivo nos dias 15 de Abril na Casa da Música (Porto) e 28 de Abril no Lux (Lisboa). Oferta de bilhete na compra do disco nas lojas Fnac.
Digressão:
15.04 / Porto / Casa da Música (sala 2)
22.04 / Montijo / Time Out Bar
23.04 / São João da Madeira / Party Sleep Repeat
24.04 / Viseu / Carmo 81
28.04 / Lisboa / Lux Frágil
30.04 / Leiria / Texas Bar
05.05 / Évora
06.05 / Pinhal Novo / Auditório AJCOI
13.05 / Viana do Castelo / Castelo Santiago da Barra
14.05 / Braga / GNRation
15.05 / Coimbra / Aqui Base Tango
“Ao acabar de ouvir o que aqui está para ser ouvido, fiquei a pensar em Arthur Lee enquanto escrevia Forever Changes, de como vivia obcecado que a morte lhe estaria próxima e esse seria o último disco dos Love.
Perante a encruzilhada, perante a ideia da sua própria finitude, superou-se.
Longe de estéticas ou comparações, este é um disco desses.
Quanto tempo temos de sonho até a realidade nos apanhar. Hedonismo, Escola ou trabalho. Ouvir os pais, fugir com os outros ou olhar para dentro.
Fiz-me adulto cedo, mas o soco que é o refrão da “Morro Na Praia”, levou-me de volta a esse momento, em que as decisões que tomamos parecem de vida ou morte e dizemos adeus a uma certa inocência. Há muito que uma canção não sintetizava tudo isto, machucando e sendo pop ao mesmo tempo.
Na demanda pela luz surge “Amanhã Tou Melhor”, onde encontramos um classicismo à Belle & Sebastian, nome que jamais associaríamos aos Capitão Fausto dos dois discos anteriores.
E que dizer dos trompetes bêbados de “Semana Em Semana”, a do fisco à porta e onde se desdenha a Comporta? Como não amar uma canção assim? Sei bem as vezes em que pensei na velha ceifeira, ao receber correio do Estado. Finalmente um hino à dor de quem passa recibos verdes com os dedos em sangue.
Em “Corazón”, imaginamos como soaria Kurt Vile produzido por Brian Wilson, quase escapando ilesos ao veneno das entrelinhas. Depois há aquele solo em “Tem De Ser”, peça central numa ideia de Vida Vs Morte, opondo-se ao doce negrume de “Dias Contados” e “Mil E Quinze”.
Chegados ao majestoso desfecho “Alvalade Chama Por Mim”, e à secção de metais com um perverso piscar de olho a “You Only Live Twice”, sublinhamos as suspeitas que atravessam todo o disco: Morreram os putos, fizeram-se Homens.
E dessas dores de crescimento, construíram aqui o seu melhor álbum.”
por Pedro Ramos