O orgulho no Samuel há muito que extravasou e se tornou incomensurável, mas se há coisa que vamos aprendendo com a vida é que há sempre espaço para mais. O percurso do Samuel tem sido notável. Mesmo num país onde a aposta nos jovens criadores de cultura é pobre e a luta e o querer têm de ser exponenciais em relação às dificuldades, o Samuel nunca baixou os braços e aos poucos o retorno vai chegando. Muitos parabéns, meu querido Samuel! A última entrevista com ele, aqui: http://www.branmorrighan.com/2014/08/a-conversa-com-samuel-pimenta-foi.html
O jovem escritor de Alcanhões (distrito de Santarém), que publicou este ano o seu primeiro romance em prosa – OS NÚMEROS QUE VENCERAM OS NOMES – edição MARCADOR EDITORA, vê assim reconhecido o seu talento ao vencer umas das mais importantes bolsas de persecução do seu talento. A BOLSA JOVENS CRIADORES do CENTRO NACIONAL DE CULTURA (CNC), que tem como objetivo estimular o trabalho criativo dos jovens nas diversas áreas das Artes e das Letras, competindo ao CNC a gestão do processo de seleção e acompanhamento dos bolseiros, fazendo também com que a juventude seja um veículo de preservação da memória das tradições, incentivando-os a apresentar projetos neste sentido.
Dirigidas a jovens de nacionalidade portuguesa de idade não superior a 30 anos, estas Bolsas Jovens Criadores querem incentivar e apoiar o trabalho criativo dos jovens, nomeadamente nas áreas de Música, Artes Visuais, Literatura e Artes do Espetáculo. Este objetivo tem sido cumprido, quer pelo número crescente de jovens que concorrem desde 1990 (ano de lançamento do programa), quer pelos resultados dos projetos apresentados. Tendo sido atribuída a Samuel Pimenta bolsa na área da Literatura.
O projecto vencedor apresentado pelo jovem autor, Samuel Pimenta, consiste na escrita de um romance que pretende homenagear as suas origens e levar aos leitores os recantos da aldeia natal do seu avô e dos lugares onde vive com a sua família. Com o título provisório de “Plêiades”. Trata-se de uma história sobre um único dia da vida de uma mulher, que faz toda a rotina diária enquanto recorda memórias do passado, reflecte sobre o presente e projecta o futuro, antevendo-o. A partir da mulher, surgirão histórias de outras mulheres, contadas pela personagem principal como se, ela mesma, as estivesse a viver. É um livro que procura reflectir, acima de tudo, sobre a condição feminina ao longo do tempo, denunciar e pôr a nu a submissão das mulheres a um mundo estruturado em função de uma ordem masculina.
Para escrever este romance (é parte integrante dos objectivos destas Bolsas a preservação realizada pela juventude das tradições), assim, Samuel Pimenta vai realizar uma residência artística na aldeia de Pinheiro e uma apresentação pública em Carregal do Sal, onde irá convidar os seus habitantes a partilhar as recordações e tradições familiares para completar o seu livro.
Para Samuel Pimenta «esta é a oportunidade de avançar com a escrita deste livro é uma forma de homenagear os meus antepassados e de valorizar culturalmente uma região que faz parte do meu imaginário literário».
Mais informação sobre o autor: https://www.facebook.com/samuelpimentaescritor