A minha relação com o Super Bock Super Rock (PS: Amanhã vou lá estar)

Quando eu era miúda tive a maior sorte da vida que, na altura, foi ganhar um bilhete para o SBSR num passatempo da CP, isto vai para 2004. Foi lá que vi os Muse pela primeira vez, foi lá que vibrei que nem uma maluca com os Linkin Park (que na altura para mim eram os maiores, no alto dos meus 15 anos) etc. etc. Também foi no Parque Tejo que vi Tool pela primeira, tal como Alice in Chains, Deftones, Placebo, System of a Down, Prodigy, etc. etc. Três aninhos em que num dia ou outro consegui ir sem que me lembre de pagar grande coisa (os tostões eram mesmo contados), mas onde me perdi toda no meio dos moches – ainda era mais destemida do que agora as costas me permitem ser! 

Depois, uma série de acontecimentos na minha pessoal/desportiva levaram a que ficasse limitada fisicamente e festivais era coisa que nem pensar durante uns bons anos! Voltei então, desta já na cidade do pó, em 2011! Outra vez um passatempo (viva o site da Super Bock!) a ditar o meu regresso aos festivais com Arcade Fire, Portishead, Slash, Elbow, entre tantos outros a deliciarem-me. No ano seguinte voltei (viva o Site da Super Bock x2!) e no outro também. Só no último paguei e foi mais barato, não se pode fazer magia para esticar um orçamento que não existe. Entretanto, acho que se chama crescer, deixei de ter paciência para passatempos, o grupo de amigos com quem o fazia também se foi dispersando e o ano passado já não fui ao SBSR. 

Mas há muita coisa que posso dizer sobre este festival, entre o antes e o depois, e entre as minhas intenções em anos anteriores e no dia que amanhã se avizinha – o único ao qual vou este ano ao SBSR. A maior diferença é que apesar dos meus gostos não terem mudado muito, o meu foco mudou, e de que maneira. E talvez, no fundo, tudo isto faça sentido. O ano passado só fui um dia ao Alive (aquele 12 de Julho para mim era imperdível) e de resto passei no Fusing e em Paredes de Coura. Este último, já devem saber por esta altura, é uma relação de amor eterno e de entusiasmo que não baixa, para além de dias na vila só música portuguesa. Já o Fusing, sendo novidade, tinha uma única razão de ser – a música portuguesa. Entre finais de 2013 e os dias de hoje, descobri todo um novo mundo fascinante de talento nacional. Já “trabalhava” há uns anos com a literatura nacional e decidi virar-me também para a música. E isso traz-me ao cerne da questão – amanhã vou porque uma banda portuguesa me convidou. 

Existe maior sentimento de gratidão e de reconhecimento que este? Apesar do Fusing, NOS Primavera Sound e Paredes de Coura já me terem cedido entrada (isto desde o ano passado), tanto o Alive como o SBSR não me deram – o que respeito. O problema é que quando se tem um doutoramento para fazer, inúmeras questões médicas, entre tantas outras despesas, o investimento é seleccionado, tal como os promotores seleccionam quem acham que merecem ir aos seus festivais. 

E isto causa-me um misto de tristeza e faz-me valorizar cada vez mais a reciprocidade. Este festival foi aquele a que mais edições fui, de todos, apesar de Paredes de Coura estar no bom caminho para o ultrapassar. Passei lá momentos inesquecíveis com grupos de amigos totalmente diferentes. As primeiras três edições com colegas do secundário que só uma é que voltei a ver e a repetir a dose em 2013 – a otária da Joana na foto com o Sapo! love u! – e depois em adulta com colegas da faculdade e outras pessoas já de contextos completamente diferentes. 

As idas à praia, as noites intermináveis, o facto de numa das edições vermos um segurança a invadir uma tenda sem saber de quem era só para descansar, oh eu sei lá! E claro, todos aqueles episódios que obviamente não vou partilhar aqui porque isso já seria partilhar demais. Eheheh. Nem sequer estou a referir o quanto significou para mim e para a minha cultura musical algumas das idas e algumas das bandas que vi e com quem vi. 

Chegada a edição de 2015 algo mudou de forma considerável – eu só queria saber que bandas portuguesas é que iam estar em que dias e em que palcos, abrindo excepção para Florence + The Machine, das poucas bandas internacionais que nunca vi ao vivo e que venero. Aliás, não tenho problema nenhum em admitir isto, todas as acreditações eu peço são para dar destaque, em primeiro lugar, às bandas portuguesas e depois abordar tudo de forma mais leve (afinal sou só uma e só posso estar num local de cada vez), valorizando também o ambiente e a envolvência com o público. 

Não havendo acreditação e não havendo orçamento para um passe, fiquei triste quando me disseram que não me iriam dar a acreditação até porque o palco Antena 3 e o palco Carlsberg têm estado recheados de coisas boas e todas elas nacionais. É então que recebo uma mensagem que me deixou de peito cheio e grata, grata, grata. Não é só pelo convite, mas também porque nunca vi a banda ao vivo e andava cheia de curiosidade! Mais, coincidência das boas, é no dia da minha “Florência”, ou seja, o meu dia ficou tão infinitamente melhor! Cereja no topo do bolo é que já entrevistei todos os artistas portugueses que vão estar no palco Antena 3 (são todos uns amores!) e também já estive à conversa com os Throes and the Shine que irão actuar no palco Carlsberg. 

É verdade, mesmo no meio das coisas menos boas, existem aquelas que me fazem esquecer tudo o que não é positivo. Há pequenas acções que valem muito mais do que até quem as faz tem noção. Por isso, publicamente, muito muito muito obrigada! Já tenho o meu percurso mais ou menos montado, espero que dê para ver tudo o que quero, mas parece-me que sim! 

Em relação às acreditações, eu hei-de escrever um post sobre isso. Não porque me sinta injustiçada, nada a ver com isso, mas porque acho relevante que se perceba a postura de quem pede uma, no meu caso o que penso que poderia ser a reciprocidade entre alguns meios de virtuais e promotoras. Mas eu não percebo nada disto. Só tenho um blogue onde gosto de falar do que me apetece e de mimar os nossos músicos que, conhecendo, acho mais talentosos! Não me posso queixar, também eu tenho sido mimada quanto baste por eles.

Quem for amanhã pode deixar comentário ou mensagem no facebook e encontramo-nos por lá! 

Abreijos! 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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