Pintura de Ana Monteiro |
Durante a tarde de ontem, António Costa e Bernardo Barbosa, o duo que compõe Ermo, disponibilizaram uma das músicas do seu próximo EP. Não é um single, esse virá a seu tempo, mas antes uma prenda para quem ansiava por novos sons da banda bracarense. Chega então Súcubo, uma música, em tom poético, atrevida, ousada e despudorada. O som acompanha a voz, ou será o contrário?, em que a tormenta procura a libertação através de um dos actos mais primitivos – a masturbação. Existem muitas formas de expressão, mas sem dúvida que Ermo tem já a sua identidade bem vincada e a cada trabalho a confirmação de que estamos perante um trabalho artístico completo é cada vez mais evidente. Destaque também para a pintura da Ana Monteiro que complementa de forma perfeita tanto a letra como a sonoridade.
Entrevista cedida ao Morrighan depois do lançamento do álbum «Vem Por Aqui»:
http://www.branmorrighan.com/2013/12/entrevista-aos-ermo-dupla-musical.html
Dispo os meus pés. Tiro as calças. Desnudo-me totalmente em frente à minha cama e arrumo todas as peças de roupa, menos uma, para ter algo com que me limpar mais tarde.
Deito-me e toco-me, quase mecanicamente como se tivesse de o fazer para adormecer: Correm-me as imagens de seis vistos e seios imaginados e passam por mim todas as imagens recônditas da minha líbido porca e envergonhada e sinto-o e acaricio-o, como se não chegasse o que tenho e passo a mão pelo seu berço como que tentando saciar uma fome que não é minha mas que porá também um ponto final à que é.
Cada vez as imagens são menos turvas e imagino crinas… Crinas femininas, caindo-me aos ombros, varrendo a sujidade que se encrostou em mim. As caras vão mudando, os seios também e mordo o meu lábio inferior num prazer desmedido, durante o qual afasto a realidade que me morde, tentando por termo ao meu lazer.
Tremem-se-me os joelhos, arqueiam-se-me as costas e esfrego a minha nuca suada na almofada molhada e limpo a minha barriga do sémen, fruto do pecado que vos relatei.
Amanhã é um novo dia.