[7 Anos Blogue Morrighan] A noite que não se repetirá, no Musicbox Lisboa

Fotografia Luís Macedo

Estão a ver esta cara embevecida, meia tola, mas completamente sincera? Pois bem, foi assim o início do 7º aniversário do blogue no Musicbox Lisboa. Sinceramente, acho que também resume muito de toda a emoção que tem sido esta aventura. Muitos me dizem que estou muito bonita, sorriso genuíno, etc e tal, mas quando olho para esta fotografia vejo mais do que isso. Vejo o cansaço orgulhoso e feliz de quem deu mais um passo, de quem superou mais um desafio, de quem se sente realizada e ao mesmo tempo admirada. Organizar um aniversário está longe de ser aquela coisa bela e singela de marcar uns concertos e está a andar. Há muito trabalho por trás e se a divulgação chegou onde chegou, incluindo jornais e revistas, foi porque outras pessoas acharam que valia a pena e me ajudaram neste percurso. Sinto-me muito, muito grata, não só aos artistas por terem aceite um convite muito sincero e desprovido de qualquer interesse lucrativo, mas também a cada um que me apoiou e os apoiou a eles também. É assim que quero começar este post, com um MUITO OBRIGADA a quem teve dedo nesta festa. Sou eu que dou a cara, mas cada contributo foi fundamental. 

Uma certeza eu tenho, foi uma noite que não se repetirá. É daquelas certezas que tenho em mim pois ao ter juntado estas pessoas todas numa única noite, sei também, mais coisa menos coisa, o que significou para cada um deles, mas acima de tudo sei o que significou para mim. Ver o MAHOGANY subir a um palco em que o público lhe era maioritariamente desconhecido pela primeira vez foi um orgulho imenso. É claro que ele já havia actuado noutros locais, mas normalmente o palco era mais num tom mais familiar, amigos ou conhecidos por perto. Projectos acústicos no Musicbox é sempre um risco, mas ele saiu-se lindamente. Fiquei honestamente admirada com o silêncio que se fez sentir a maior parte do tempo. Aliás, se um burburinho começava e o Duarte cantava, automaticamente se calava tudo. A sua voz é realmente mágica e tem a capacidade de nos transportar. Pami, se leres isto, o Duarte dedicou uma canção à tua partida para a Suécia. Confesso que verti uma lágrima e tenho saudades tuas. É isto.

Coração quente com MAHOGANY, foi a vez de aquecer a imaginação e desafiar os limites do que é possível fazer com um baixo com O Manipulador. O nome diz tudo e o Manuel Molarinho não só manipula baixo, pedais e distorções, como tem uma voz sonante, que tanto é instrumento como mensageiro e que conjugando com a estética projectada contra uma cortina que o esconde torna tudo mais intenso e curioso. Já o tinha visto a actuar, mas sem a cortina. Se por um receei que esta criasse um certo distanciamento em relação ao público, por outro a magia que foi operada através das projecções do Eduardo compensaram totalmente. Foi como se através daquele cenário – as imagens projectadas por cima do Manuel numa espécie de ambiente 3D – as diferentes camadas e texturas fizessem projectar emoções que variavam no espectro da intensidade e da luminosidade. Disposições mais sombrias ou mais despertas, bonito bonito foi terminarmos com covers de PJ Harvey e Dead Combo. Mais uma actuação que me deixou imensamente orgulhosa e que tem tido um feedback brutal por parte dos presentes.

Na verdade, toda esta noite foi um orgulho. Chegada a última actuação, já imaginaram o privilégio de ter mais de 10 músicos já consagrados a colaborarem num concerto sem igual? Ainda estávamos no soundcheck quando tive o direito a assistir a uma jam com os músicos Rodrigo Gomes, Sebastião Teixeira, Rui Maia, Cut Slack, João Pascoal e Nuno Sarafa, que deu para arrepiar e querer obrigá-los a formar uma banda nova! Quando as duas primeiras actuações terminaram e os Thunder & Co. subiram ao palco, tive a certeza que esta noite não podia terminar de melhor maneira. Dito e feito. Num tom crescendo, com os convidados a passarem pelo palco, assistimos a momentos únicos. Os D’Alva chegaram mesmo a tocar duas das suas músicas – #LLS e Frescobol -, tivemos também Ruby Went Out Dancing, de Mirror People, numa performance recheada de músicos talentosos e numa harmonia espectacular. Houve ainda tempo para improviso e para a Maria do Rosário arrasar com a sua belíssima voz e terminou-se com uma O.N.O. a várias vozes, com praticamente toda a gente em cima do palco. Foi bonito, foi único, foi uma comunhão e companheirismo no gosto pela música que me fez sentir muito orgulhosa e babada. Também o reconhecimento e carinho por parte dos músicos contribui para o sentimento de tudo fazer sentido, de bater tudo certo, de que a noite correu como tinha a correr.

Dados os estilos tão diferentes de uns projectos para os outros, acredito que não tenha havido um consenso de adoração de todos em igual modo, mas para mim só fazia sentido assim. Mostrar que temos músicos cheios de talento e que existe muita diversidade, com qualidade, entre eles. Algumas reportagens já começaram a sair, hei-de divulgá-las todas, mas quero destacar a primeira reportagem completa que me fizeram chegar, com texto e fotografias, pelo carinho e reconhecimento com que a noite é retratada: http://www.musicaemdx.pt/2016/01/18/7o-aniversario-bran-morrighan/

Muito obrigada à Eliana e ao Luís por terem estado presentes e por todo o apoio que me dão através destas palavras. Também existe uma reportagem fotográfica que já me fizeram chegar e que deixo já aqui também. São fotografias do Lúcio Roque para a Punch! https://goo.gl/RWDvUT

Também a fotógrafa de excelência, Rita Carmo, esteve presente, com alunos seu em workshop e também o trabalho deles será divulgado. 

Só para vossa delícia, deixo-vos aqui quatro amostras de fotografias tiradas pelo incansável Luís Macedo, que voltou a fazer a reportagem fotográfica completa do aniversário, sendo que a última dá para perceber as figuras (completamente sóbrias) que aconteceram ao longo da noite. Brevemente publico a galeria completa do Luís que merece os maiores elogios pela fantástica pessoa que é, por ser sempre tão disponível e tão genuíno no que faz. É uma honra ter tanto este aniversário como o do ano passado retratado pela sua lente. Deixo-vos aqui o seu facebook: https://goo.gl/c6Al2x 

Esta semana anuncio o festão que irá acontecer no Porto, cidade do coração, em tom de eco à que aconteceu em Lisboa, cidade do berço. Os projectos que irão tocar lá são todos emergentes e são todos uma aposta minha para 2016. Fiquem atentos! Mil beijos a todos os que estiveram presentes, aos meus amigos incansáveis que não perdem uma noite que eu organize, aos novos amigos que têm surgido pela partilha da paixão pela música, obrigada a todos, sem excepção.

FOTO-REPORTAGEM COMPLETA

http://www.branmorrighan.com/2016/01/7-anos-blogue-morrighan-foto-reportagem.html

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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