Lua Cheia e Yule

Ontem foi noite de Lua Cheia.

Estava magnífica, cheia de energia e sempre majestosa.

É incrível como algo que à distância nos parece tão pequeno e tão distante, mesmo assim nos faça sentir a sua energia.

Desde a era primitiva que vários rituais eram feitos em alturas de lua cheia. Os povos reuniam-se à volta das fogueiras abençoando mais uma lua e sentindo a sua força.

Eu tenho sorte. A cada lua cheia a minha varanda é completamente iluminada e consigo senti-la bem, com todo o seu vigor. E ontem não foi excepção. Com uma essência de alecrim e com as minhas velas (branca, vermelha, preta), meditei durante um pouco estando grata por poder ser testemunha de mais uma Lua.

Mas o melhor ainda está para vir.

Dia 21 de Dezembro às 12h04m seremos testemunhos de mais um solstício de Inverno. Mas o que quer dizer isso no meu interior? Bem, todos nós sabemos que a noite deste dia é a maior noite do ano, também todos nós sabemos que a partir desse momento os dias começam a crescer e as noites a diminuirem. Mas, para mim, não é só isso.

Nas eras em que o paganismo ainda dominava por todo o mundo, este solstício era comemorado com o nome de Yule. Yule representa o renascimento do rei Sol. Dão-se as bençãos ao Deus que governa a metade mais escura do ano e despedimo-nos da Deusa. Assim, é como se o Rei das Sombras renascesse e se tornasse na criança promessa que deverá dar uma nova vida à natureza. É nesta fase que a Grande Mãe é a grande Anciã, que se prepara para o sono da morte, para renascer em Ostara e tornar-se na Virgem que juntamente com o rei renascido dão nova luz à natureza.

Nas grandes comunidades pagãs, o povo juntava-se à volta da fogueira, abençoando os Deuses e pedindo noites mais curtas e dias mais longos.

Embora se pense que o Natal tem origem cristã, isto é, pois, muito discutível. Em primeiro lugar, Yule é um festival que já se comemora desde o início dos tempos pelos povos nórdicos e pagãos. O facto de o Natal representar o nascimento de Cristo, também tem muitas semelhanças com Yule e com o renascimento do rei Sol. Até nas próprias decorações das árvores de Natal há semelhanças com as comemorações de Yule. Em Yule, as luzes e os enfeites pendurados na árvore como decoração são, na verdade, símbolos do sol, da lua e das estrelas, como aparecem na árvore Cósmica da Vida. Até mesmo o facto de se pendurar visco nas portas tem origem pagã. Visco é uma planta que na era dos druidas era muito respeitada pois estes acreditavam ter poderes curativos.

E é assim a roda da vida. Nasce-se, Cresce-se, Amadurece-se e Morre-se, para voltar a nascer, crescer…

E que a roda jamais pare de girar.

Autoria: Morrighan

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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