Balelas

Nem sempre sabemos o que é melhor para nós. Buscamos tudo aquilo que não sabemos e mesmo assim não conseguimos tomar consciência daquilo que está mesmo à nossa frente e que nem sempre queremos ver.

Escondemo-nos atrás de mentiras fáceis porque ajudam a que consigamos adormecer com menos dificuldade à noite e nem damos conta que nos vamos auto-destruindo lenta e dolorosamente. É um vício este ciclo de auto destruição. Só nos sentimos nós mesmo quando sofremos e sentimos que esse é o nosso habitat natural. MENTIRAS. Cobardia para ser mais específica. Não nos conseguimos impôr, não conseguimos sequer defender aquilo em que acreditamos e refugiamo-nos na pena e na depressão sobre nós mesmos porque somos uns fracos. Achamos que se formos sempre tímidos e contidos as pessoas vão gostar mais de nós.

Essa é outra… Que mania é esta de tentar agradar sempre a toda a gente? Mas que porcaria de droga é esta que todos procuramos que é ser adorado por todos? Passamos por cima deste e daquele para agradar ao patrão, ao chefe ou até à colega rica porque ela pode vir a emprestar-nos a casa de férias que tem em Las Palmas… Mas que vontade de rir me dá ver esta mediocridade toda à minha volta. Pessoas que ao fim de um dia mal se conseguem encarar pois tentam viver uma vida que não é a delas e não se conseguem assumir. Não assumem o que são nem se tentam mudar. Não. É mais fácil fingir, fazer de conta.. Mas que merda de gente hein?

Ahhhh.. Mas se fosse só o tentar agradar aos outros.. Mas não. Para a nossa sociedade isso não chega, é preciso também mentir e fingir. Mas se calhar isso deriva do tópico anterior. Quantos de nós já vimos pessoas a endividarem-se até à raiz quando nem para a ponta tinham dinheiro? Mas não, temos que manter o estatuto social porque sem ele não se tem amigos, não se tem emprego, não se tem nada. MAIS MENTIRAS… Eu não consigo perceber como é que esta gente fútil consegue coabitar consigo mesma…

Mais grave do que não sabermos o que é melhor para nós, é pensar que sabemos o que é melhor e acabar por se revelar uma péssima opção. Quantas vezes tentamos definir o nosso futuro numa linha recta? Eu vou fazer isto e aquilo e o outro e não há nada que me possa parar. Oh oh.. Balelas.. Como já dizia alguém que não me lembro quem (se é que alguém disse), a vida não passa de uma triste ironia. De tantos planos que fazemos, raramente algum se concretiza, raramente conseguimos fazer sequer um décimo do que planeamos. Quem não se lembra daquelas listas de “Coisas a fazer antes dos X anos” ou coisas a fazer depois de X dia.. Digam-me, de quem já fez estas listas, quantas coisas conseguiu fazer? ……………………………………………………………… Pois, bem me parecia…

Muito sem sentido e com muita confusão à mistura, é assim que eu vejo a sociedade destes dias. É triste não é? Enfim