Basquet – Widemond morre no intervalo do Ovarense-Académica

NORTE-AMERICANO SOFREU PARAGEM CARDÍACA NO BALNEÁRIOO basquetebol está de luto. O norte-americano Kevin Widemond, jogador da Ovarense, faleceu esta tarde em Pousos, Leiria, durante o intervalo do encontro de atribuição do terceiro e quarto lugares do Troféu António Pratas, que opunha os vareiros à Académica de Coimbra.O base caiu inanimado durante o intervalo, no balneário, e foi então chamado o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), que lhe fez uma massagem cardíaca, enviando depois o atleta para o hospital de Leiria.O jogo acabou por ser suspenso (40-32 ao intervalo) e a final do Troféu António Pratas, entre Benfica e V. Guimarães, não se irá realizar.Widemond, de 24 anos e 1,85 metros, tinha reforçado a equipa de Ovar em setembro, tendo-se estreado num particular frente ao V. Guimarães.

In Record

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Como alguns já deverão saber, sou jogadora de basquet. Já o sou desde Novembro de 2001 (estive parada entre 2006 e 2009 devido a lesão), e é com choque que recebo mais esta notícia.

Inúmeros casos de atletas a morrerem de ataques cardíacos têm assaltado as nossas televisões e os nossos jornais o que é de nos deixar preocupados e receosos.

Veio-me à memória o nosso grande ex-atleta Paulo Pinto. O seu caso:

Idade: 27 anos
Naturalidade: Porto
Clube: Aveiro Basket
Data da morte: 4 Março 2002
Causa: Paragem cardíaca
Circunstâncias: O atleta desmaiou no decorrer do jogo entre o Aveiro Basket e o Benfica, na altura em que havia sido pedido um desconto de tempo, quando estavam decorridos apenas oito minutos do encontro. Assistido de imediato pelo médico do Benfica, o atleta deu entrada no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, já sem vida.

Como estou nesta onda nostálgica aproveito para deixar aqui considerações do ex seleccionador nacional de séniors masculinos e de alguns companheiros de equipa de Paulo Pinto.

O ex-TREINADOR da selecção nacional, o ucraniano Valentyn Melnychuk, manifestou o seu grito de revolta face ao falecimento inesperado do seu pupilo, Paulo Pinto, durante o encontro de ontem entre o Aveiro Basket e o Benfica, a contar para a Liga TMN, interrompido ao intervalo pelo trágico acidente.

“Como é possível a Deus, se existe, permitir tamanha injustiça? Com tanto terrorista e bandido no Mundo, a morte de Paulo Pinto torna-se inexplicável aos nossos olhos. É uma tragédia para o basquetebol português e europeu. Sinto uma enorme tristeza pela perda”, considerou, emocionado, Melnychuk.

O categorizado técnico justificou a sua apreciação com o facto de Paulo Pinto ser considerado, unanimemente, um jogador exemplar no seio da selecção nacional, sendo conduzido ao lugar de capitão da equipa das quinas.

“Quando soube do falecimento do atleta, foi como sentisse que tinha explodido uma bomba nas proximidades. Ele era uma referência como atleta, um excelente jogador e um exemplo para todos os amantes da modalidade. Para além disso tudo, sinto a tristeza de ter perdido um grande amigo, que conhecia, desde há, sensivelmente, dez anos, altura em que cheguei a Portugal”, adiantou o ucraniano, referindo que Paulo Pinto nunca apresentou queixas quanto à sua saúde.

Consternado com o sucedido e ainda sem entender nem aceitar bem qual a razão de um dia tão negro, Melnychuk não deixou de se lembrar daqueles que mais de perto conviveram com o atleta: “Dou as minhas condolências à família, pois são eles que estão a sofrer mais neste momento. Ele tinha uma vida promissora pela frente e muito para nos dar. Por isso, não há consolação possível para um momento como este, que representa a perda irreversível de um cidadão exemplar.”

Mário Saldanha, presidente da FPB

“A morte do Paulo Pinto constitui uma grande consternação para a família do basquetebol. Ele era um exemplo para todos os desportistas. Era um verdadeiro capitão que colocava os interesses da selecção nacional acima de tudo. Não há palavras para a perca deste grande homem. O seu lugar jamais será preenchido.”

Manuel Aurélio, presidente da LCB

“Com a morte de Paulo Pinto perdeu-se um símbolo, por tudo aquilo que foi como atleta e ser humano. Estou profundamente chocado com o que sucedeu. Vamos averiguar, cumprindo a legislação, tudo o que há a saber sobre este infeliz acidente. Tomaremos medidas imediatas de solidariedade para com a família e clube do malogrado atleta.”

Pinto da Costa, presidente do FC Porto

“Foi uma tragédia o que aconteceu com o Paulo Pinto, um rapaz na plenitude da vida e um grande atleta, campeão pelo FC Porto. Estamos todos muito tristes com o que sucedeu. Agora, só desejo que repouse eternamente em bom sítio. Perdeu-se um homem exemplar.”

José Lello, Ministro da Juventude e Desporto

“Lamento profundamente o falecimento de um atleta como o Paulo Pinto e apresento as minhas sentidas condolências à família, ao clube, à Federação e a toda a família do basquetebol nacional. O desporto português está de luto com a morte de um cidadão exemplar.”

Carlos Seixas, basquetebolista

“Quando vi as imagens, fiquei na expectativa que tudo não fosse mais que um susto. Ainda não acredito que o Paulo nos tivesse deixado. Ele era um grande companheiro que nunca irei esquecer. Esta é uma situação que nos deixa pensativos. Será que os pavilhões dispõem de todos os meios necessários para ajudarem a tarefa dos médicos?”

Segunda-Feira, 4 Março de 2002

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