A Mulher e a Lua segundo a escritora Mirella Faür

Já há muito tempo que não tocava nestes temas. Hoje a navegar pela internet, acabei por encontrar este artigo (que adaptei) e achei interessante partilhar convosco (principalmente mulheres).

A roda da vida não pára de girar e nós não podemos deixar que ela passe por nós sem nós darmos conta do que somos.

Aqui fica então o artigo adaptado:

A mulher e a Lua

A palavra “menstruação” vem do latim mens e significa “lua” e “mês”. A primeira forma de medir o tempo foi pelo ciclo menstrual das mulheres. A sincronia entre o ciclo lunar e o menstrual reflectia o vínculo entre as mulheres, a Lua e as deusas da fertilidade. O poder da mulher vem do seu sangue, e por isso ela não deve desprezá-lo, mas considerá-lo sagrado. O sangue menstrual liga a mulher ao poder da Criação.

Com o advento das sociedades patriarcais, o sangue menstrual passou a ser visto como sujo e malígno, o que não deixa de ser irónico, visto que o sangue menstrual é o maior indicativo da fertilidade de uma mulher.

A escritora Mirella Faür diz: “Enquanto que nas sociedades matrifocais as sacerdotisas ofereciam o seu sangue menstrual à Deusa e faziam as suas profecias durante os estados de extrema sensibilidade psíquica da fase menstrual, a Inquisição atribuía a esse poder oracular a prova da ligação entre a mulher e o Diabo, punindo e perseguindo as mulheres ‘videntes’. E assim originaram-se os tabus, as proibições e as superstições referentes ao sangue menstrual”.

E continua: “Infelizmente, milénios de supremacia e domínio patriarcal despojaram as mulheres do seu poder inato e negaram-lhe até mesmo o seu valor como criadoras e nutridoras da própria vida. Reduzidas a meras reprodutoras, fornecedoras de prazer ou de mão-de-obra barata, as mulheres foram consideradas incompetentes, incapazes, desprovidas de qualquer valor e até mesmo de uma alma!”.

“Em vez dos antigos rituais de renovação e purificação (…), a mulher moderna deveria disfarçar, esforçando-se para continuar com as suas atribuições quotidianas, perdendo o contacto e sintonia com o seu corpo e com a energia da Lua. O resultado é a tensão pré-menstrual, as cólicas, o ciclo desordenado, o desconhecimento dos ritos de passagem e dos mistérios da mulher”.

É complicado para as mulheres que moram em grandes cidades adaptarem-se a esse ritmo. Afastámo-nos tanto da Natureza que acabámos até mesmo ficando confusas em relação ao nosso corpo. Não deveríamos temer o natural, mas o que nos é imposto artificialmente.

Preocupamo-nos demais com consumismos e modismos e esquecemo-nos do nosso poder como mulheres. Devemos retomar os antigos conhecimentos, estudar os antigos mitos lunares e reconhecer o poder mágico de nosso ventre. Desta forma, podemo-nos reconectar à essência primordial de nossas vidas naturais.

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Patrícia Cálão
Patrícia Cálão
15 anos atrás

Tens mais dois selinhos à tua espera no meu blog 😉

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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