Deusa Brighid – Parte 1

Nome

Brighid também conhecida por Brigit, Bríde, Briget, Briid é uma Deusa muito popular na Irlanda, cultuada em todos os territórios onde os celtas se instalaram.

A palavra “Brig”, em irlandês arcaico, significa força, poder. Segundo alguns filósofos, tal correlação pode estar por detrás da existência de guerreiros chamados Brigands ou “soldados de Brighid”.

Os brigantes, uma confederação de tribos celtas que se instalou em pontos tão diversos quanto a Armórica (França), a Grã-Bretanha e o sul da Irlanda, derivam o seu nome da Deusa Brigantia, aparentemente mais uma variação de Brighid. Na Gália, a Deusa Brigindo é outra faceta desta deidade, enquanto que Brigantia é o nome original das cidades de Bragança em Portugal e de La Coruña na Galícia (Espanha). Mas é na Irlanda que encontraremos os elementos dessa Deusa melhor preservados.

Deusa Tríplice

Brighid, que significa “luminosa” é uma Deusa tríplice do fogo da inspiração, da ferraria, da poesia, da cura e da adivinhação. Isto é, as funções que lhe atribuem são triplas, correspondentes às três classes da sociedade indo-europeia:

– Deusa da inspiração e da poesia – Classe Sacerdotal.

– Protectora dos reis e dos guerreiros – Classe Guerreira

– Deusa das técnicas – Classe de artesãos, pastores e agricultores.

Brighid como Deusa

Brighid é filha de Dagda,o Bom Deus, pertencendo assim, aos Tuatha De Danann. Dagda é o líder e o Grande Pai conhecido como o Poderoso do Conhecimento. Como rei da sabedoria, Dagda é a Boa Mão, um mestre da vida e da morte, e aquele que traz prosperidade e abundância. Gêmeo de Sucellos como o regente da luz durante a metade do ano. O poder e o conhecimento de Dagda é dado por um sopro, chamado “AWEN” através de um beijo no escolhido como sucessor para Chefe Trovador dos Duidas. O “AWEN” é o sopro de Deus (Dagda) que guia e instrui, tornando um trovador diferente dos outros.

Há lendas que alegam ser ela a esposa de Tuireann, com quem teve três filhos (Brian, Iuchar e Iucharba), que posteriormente matam Cían, o pai de Lugh.

Uma outra versão, nos diz que Brighid tinha como marido Bres, o malfadado líder dos Tuatha De Danann. Dessa união nasce Rúadan, o qual morre em combate na Segunda Batalha de Moytura. Ao encontrá-lo sem vida, lamenta sua morte numa tradição que viria a ser conhecida como “keening) (irlandês-caoineach), e que ainda hoje é preservada nas áreas rurais da Irlanda. Os “keenings’ eram lamentos emitidos por mulheres face ao falecimento de um membro da família ou da comunidade. Se constituíam em choros pungentes, quase bestiais, descritos por observadores como o som de “um grande número de demônios infernais”.

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Como Deusa, Brighid, é uma entidade fortemente vinculada com a inspiração e a criatividade, tanto que na tradição Britânica dos Druidas foi assimilada como a “Deusa dos Bardos”, por ser a “musa” que inspirava àqueles grandes sacerdotes similares aos Brahamanes da Índia. Actualmente diz-se que Brighid é o veículo e guardiã do “Awen”, o sopro do seu pai (Dagda), ou a “consciência da inspiração”, um estado muito variado de magnitude e cujos mistérios mais profundos parecem indicar um estado elevadíssimo de consciência, parecido ao Shamadi ou transe Yóguico.

“AWEN” é a força mental que inspira à criatividade.

Brighit também foi uma Deusa muito vinculada à curas (com ervas) e eram-lhe atribuídos conhecimentos mágicos das propriedades curativas das plantas. Como conhecedora desses mistérios é uma Divindade vinculada à Bruxaria, já que as bruxas sempre foram, na antiguidade, mulheres de avançada idade que possuíam um vasto conhecimento sobre as propriedades naturais e intrínsecas das plantas para todo o tipo de uso medicinal.

A Deusa era ainda uma grande guerreira que afugentava as tropas inimigas de qualquer exército quando era invocada, e também, infundia valor ao exército que apadrinhava. Brighid aparecia frequentemente de maneira imensa e feroz lançando gritos de raiva frente aos exércitos que pretendia afugentar. Desse mesmo modo, os Celtas antes das batalhas lançavam gritos selvagens e ininteligíveis com o único propósito de amedrontar os seus adversários.

Algumas vezes, Brigid é identificada com Danann (Deusa principal, Mãe dos Deuses da Tradição Celta) e é considerada como a Mãe de todas as coisas.

Lady Gregogy, em “Gods an Fighting Men”, diz dela:

” Brighid…era uma poetisa, e os poetas adoravam-na, pois o seu domínio era muito grande e muito nobre. E, era assim mesmo, uma curadora, e realiza trabalhos de ferreiro, foi ela quem deu o primeiro assobio para chamarem-se uns aos outros no meio da noite. E, um lado do seu rosto era feio, porém o outro muito belo. E, o significado do seu nome era Breo-saighit, flecha de fogo”.

Brigid assumiu inúmeros aspectos e atributos através dos tempos. As suas cores sagradas são o vermelho, o laranja e o verde. Cada uma destas cores representa um atributo de Brigid. O vermelho simboliza o fogo da forja, da lareira que aquece e alimenta. O laranja representa a luz solar, pois antes da ascensão patriarcal de Deuses como Bel e Lugh o patamar de Deuses solares, era a Brighid que o Sol era consagrado. O verde representa as fontes e ervas que curam, no papel de Brighid como Curandeira.

Os Seus Simbolos

Os seus símbolos são a haste e a roca de fiar, a chama sagrada, a espiral, o triskle, o torc, o pote de fogo e seus sapatos de latão.

Dias: Segunda-feira, terça-feira e sexta-feira.

Animais Sagrados

Brighid possui 4 animais sagrados: a cobra, a vaca, o lobo e o abutre.

A Cobra é a “Serpente Criadora” que era guardada nos seus santuários onde os oráculos eram revelados aos homens.

O seu segundo animal é a Vaca Sagrada. O seu leite abundante nutre humanos e crianças.

Ela está conectada com o lobo,pois ele é um dos animais totem das Ilhas britânicas.

E no seu aspecto de Deusa da Morte, ela está associada com o Abutre ou outras aves de rapina.

Igualmente lhe é sagrado o cisne, tanto o branco quanto o negro. Os antigos povos europeus acreditavam que o cisne era o resultado da união da serpente com o pato, simbolizando o fogo e a água respectivamente, ambos sagrados para Brighid.

Texto Pesquisado e Desenvolvido por Rosane Volpatto e adaptado por mim.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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