Boa tarde a todos! Cá estou eu com mais um autor que já tem a sua segunda obra em revisão! Bruno Soares Matos é um escritor editado pela SdE cujo primeiro livro, Alex 9, já está nas bancas e à vossa espera para o irem buscar!
Obrigado Bruno pela disponibilidade! Aqui fica então a entrevista:
Sobre mim:
Martin S. Braun é o pseudónimo de Bruno Martins Soares, 38 anos, 38 quilos a mais, 38 cabelos brancos (mais cabelo menos cabelo). Do nascimento à maturidade, o meu percurso foi: Lisboa-Funchal-Lisboa. Adoro ser cidadão urbano quase tanto como de estar perto do mar.
Escrevo desde os 12 anos porque teve que ser: as palavras tinham de sair para algum lado.
Acredito na autenticidade mais do que na diferença.
Acredito no desconhecido, de que existe mais no céu e na terra do que diz a filosofia do Horácio, mas que a História nos tem mostrado que a maioria das explicações populares para os fenómenos estranhos está certamente errada. Logo, não faço ideia se há vida depois da morte.
Acredito que se só existirmos nós no Universo há «um grande desperdício de espaço». Também acredito que 98% a 100% de todos os avistamentos de OVNI’s são pura fantasia.
Acredito em vampiros mas estou verdadeiramente convencido que nunca estiveram no nosso planeta. Suspeito que há lobisomens na Lua, mas não posso provar.
Também acredito que a imaginação é um dom sagrado e que todos a devíamos usar. Deus agradece o descanso.
Escrevi contos durante muitos anos, um par de novelas, ganhei um par de prémios, e depois estraguei muito papel e enchi muitas gavetas antes de publicar, finalmente, o meu primeiro romance em 2009: «Alex 9 – A Guardiã da Espada». Ficção científica ou fantasia, venha o diabo e escolha.
Estilo e Ritmo de Escrita:
Sou pouco dado a descrições longas género realismo mágico sul-americano. Gosto de um estilo cinematográfico, focado na acção. Um dia, há uns bons anos atrás, lia eu Kerouac, quando fui surpreendido por um parágrafo de três páginas que descrevia um ferroviário a tentar apanhar um comboio: fiquei fascinado pela rapidez e ansiedade daquela passagem e tornei-me adepto de frases longas que imprimem velocidade à acção. Há quem diga que é um defeito.
Acredito que é o ritmo que confere a emoção a um texto e em «Alex 9» tentei fazer uma «one-buttock narrative» que, em suma, é uma história que se lê de um fôlego. Há quem diga que consegui.
Influências:
Kazuo Koike, Frank Miller, Eiji Yoshikawa, Bernard Cornwell, Frank Herbert, Akira Kurusawa entre outros. Vamos lá um-a-um.
Kazuo Koike é um mestre de manga japonesa. A sua série «Lone Wolf and Cub» inspirou seis filmes e, para muitos, é a epítome da figura do samurai vagabundo. No entanto, sou um fã ainda maior de «The Path of the Assassin», que é a história cheia de intrigas e estratégias intrincadas do jovem Ieyasu Tokugawa antes de se tornar shogun, na perspectiva do seu ninja de confiança. Narrativas sólidas, sexo, violência e muita inteligência caracterizam o trabalho deste autor.
Frank Miller é um génio da bd. Com personagens lineares e muito cruas, consegue normalmente mexer com as emoções de quem quer que seja. O seu sólido «Demolidor» e o seu excelente «300» foram transformados em filmes fraquíssimos, mas a série «Sin City» foi trazida para a tela de forma competente e interessante. No entanto, foi a série «Ronin» que mais me marcou.
Eiji Yoshikawa escreveu um clássico da literatura do samurai moderno com a biografia romanceada do mais famoso samurai da História: Myamoto Musashi. A narrativa foi concebida em capítulos curtos feitos para serem editados em jornal, durante anos, o que cria efeitos curiosos de ritmo e estilo.
Bernard Cornwell é um mestre da literatura histórica. As suas descrições de batalhas são excelentes.
«Dune» de Frank Herbert marcou-me desde a adolescência. Nunca mais me esqueci do seu estilo intimista e inteligente, bem como das suas narrativas tão abrangentes.
Akira Kurusawa tornou Toshiro Mifune na figura mítica de um samurai vagabundo que marcou o cinema. Filmes como «Yojimbo» ou «Sanjuro» ou «Os Sete Samurai» deixam-me sempre de boca aberta de cada vez que os vejo.
Mas era capaz de encher muitas páginas com autores e títulos de filmes, livros, manga, anime e bd que me influenciaram. Recentemente, autores como George R.R. Martin, Anne Bishop, Juliet Marillier, Simon Scarrow entre outros, têm chamado a atenção.
O que aconselha a jovens que queiram publicar as suas obras pela primeira vez?
Sejam muito exigentes com o seu trabalho e evitem os clichés. Esqueçam os vampiros, os dragões, os trolls e os elfs. Criem coisas novas. Nem sempre se consegue, mas vale sempre a pena tentar.
Depois, trabalhem muito para que o resultado seja mesmo bom. Tenho a certeza que há muitas pessoas que não gostam muito do meu trabalho, que acham que fui preguiçoso aqui ou pouco original ali, mas para chegar a um nível em que apesar de um defeito ou outro o livro se tornou aceitável e até bom para alguns, teve que me parecer a mim quase perfeito. E mesmo que nos pareça perfeito a nós, nunca vai parecer às outras pessoas. Por isso, há que ser diferente. No mínimo isso temos de tentar.
Projectos Futuros:
Acabar a trilogia de «Alex 9». O segundo volume, «A Coroa dos Deuses» será publicado brevemente, e o terceiro, «A Magia dos Ventos», já está a crescer no seio do meu pc. Depois, parto para outro tipo de desafios: um romance literário (working title: «A Pé desde as Montanhas»), uma antologia de contos sobre o inconsciente (wt: «Baltimore de Madrugada»), talvez uma outra trilogia de sequela da «Alex 9»(wt: «As Crónicas dos Imperadores»), talvez um outro livro de ficção científica e fantasia (wt: «Tar-Kur»). E ainda um ou dois ensaios sobre outros temas.
Sinopse:A caminho da frente de batalha contra os invasores, o Príncipe Dael de Brodom descansava com a sua guarda junto às margens de um lago quando um estranho fenómeno aconteceu: uma estrela despenha se no lago, e das águas emerge uma mulher quase nua que cai inconsciente nos seus braços. Será este o sinal de que uma antiga profecia se está a realizar? Sem saber porquê, a Tenente Coronel Alex 9, da 3ª Unidade de Comandos de Elite, é projectada para um planeta muito parecido com a Terra, onde uma guerra entre impérios medievais se está a travar. Aparentemente, a chegada de Alex à Segunda Terra despoletou uma miríade de consequências políticas que estão ainda longe de fazer sentido. Ao longo deste volume, repleto de batalhas com espadas e armas magnéticas, as linhas de trama começam a cruzar se e descobrimos um conflito que se prepara há séculos. Mas onde levará?
Adorei a forma como o Bruno se descreveu e como respondeu às "questões". Só por isso já tenho vontade de ler o livro dele.
Há-de ser o próximo livro de autor portuguÊs que hei-de ler 🙂
Ele é mesmo muito simpático e disponível.