Boa tarde a todos. Hoje apresento-vos Sónia Louro, escritora portuguesa com dois romances publicados pela Saída de Emergência. Aqui fica a entrevista da autora:
Sobre mim:
O meu nome é Sónia Louro. Nasci em 1976, em França, mas, curiosamente, aprendi a falar português antes de saber falar francês. Sendo a última filha de um conjunto de três, e como os meus irmãos tinham alguns anos de diferença de mim, lembro-me de olhar para eles com admiração por tudo o que eles podiam e sabiam fazer e eu não. Ler era uma dessas aptidões que eles possuíam e eu ainda não! A minha irmã iniciou-me na leitura. Mal aprendi a ler, tanto ela quanto o meu irmão ofereciam-me livros pelo Natal e pelo meu aniversário. O feitiço estava lançado! Apaixonei-me irremediavelmente pelos livros, pela leitura e quase em simultâneo pela escrita.
Estilo e Ritmo de Escrita:
O meu ritmo de escrita é quase diário, pois é raro o dia em que não escrevo. O estilo não sei bem e, tal como outros autores disseram neste tópico, prefiro que sejam outros a classificá-lo. .Seja ele qual for, espero que tenha a capacidade de transportar os meus leitores para a vida dos personagens retratados e que lhes consiga dar a conhecer os mesmos.
Influências:
Os escritores favoritos acabam, invariavelmente, por se imiscuírem nas influências, e os meus são: Eça de Queiroz, Gabriel Garcia Marquez e José Saramago. Ainda não li a obra completa de cada um deles por dois motivos fundamentais: morro de medo do dia em que ela acabe e também porque, como qualquer coisa boa, deve ser saboreada devagar.
Também funcionam como influências situações a que assisti, as minhas observações sobre o comportamento humano e mais ou menos tudo o que em prende a atenção.
O que aconselha a jovens que queiram publicar as suas obras pela primeira vez?
No ponto de vista psicológico: sobretudo perseverança, confiança e um bom ombro amigo para se apoiar quando uma delas estiver trémula.
Do ponto de vista prático: julgo que um bom caminho para os jovens aspirantes a escritores é começarem por procurar todos os concursos e prémios literários e concorrerem àqueles que melhor se adequam ao seu género literário. Alguns desses concursos têm como prémio a publicação da obra, outros oferecem prémios pecuniários que podem ser utilizados para financiarem as impressões e os selos para o envio dos seus trabalhos para as editoras. Julgo que deverão preferir as editoras mais pequenas às maiores e, de novo, terem um ombro amigo de reserva para resistirem às obras que são devolvidas ou, até, às respostas que nunca chegam.
Projectos futuros:
Tenho mais coisas em mente do que horas disponíveis paras as fazer. No entanto, só gosto de ir revelando os projectos futuros quando eles se tornam realizações presentes.
Livros da autora:
O Cônsul Desobediente
A História de Aristides de Sousa Mendes. O homem que, para salvar 30.000 inocentes, desobedeceu a Salazar e foi perseguido.
Há pessoas que passam no mundo como cometas brilhantes, e as suas existências nunca serão esquecidas. Aristides de Sousa Mendes foi uma dessas pessoas. Cônsul brilhante, marido feliz, pai orgulhoso, teve a sua vida destruída quando, para salvar 30.000 vidas, ousou desafiar as ordens de Salazar.
Cônsul em Bordéus durante a Segunda Guerra, é procurado por milhares de refugiados para quem um visto para Portugal é a única salvação. Sem ele, morrerão às mãos dos alemães. Infelizmente, Salazar, adivinhando as enchentes nos consulados portugueses, proibira a concessão de vistos a estrangeiros de nacionalidade indefinida e judeus. Sob os bombardeamentos alemães, espremido entre as ameaças de Salazar, as súplicas dos refugiados e sua consciência, Aristides sente-se enlouquecer. E então toma a grande decisão da sua vida: passar vistos a todos quantos os pedirem. Salvará 30.000 inocentes mas destruirá irremediavelmente a sua vida.
A Vida Secreta de Dom Sebastião
Um Romance histórico poderoso, sobre o mais enigmático rei português
A História conta-nos que em 1578, em Alcácer-Quibir, D. Sebastião é morto e as suas tropas são desbaratadas. Com ele morre também a independência de Portugal. Mas, o que ninguém sabe, é que D. Sebastião não expirou. Ferido, enlouquecido, o jovem rei português sobreviveu.
Órfão de pai e abandonado pela mãe, rei aos três anos, disputado por uma avó ambiciosa e um cardeal determinado, abusado sexualmente pelo confessor, marcado por deficiências físicas que sempre o perseguirão e por uma misteriosa doença que tentará em vão esconder, D. Sebastião cresce torturado pela vergonha, em luta constante com os seus desejos carnais e espirituais. Desprendido da vida, é senhor de actos temerários que encontram o seu expoente na cruzada de Alcácer-Quibir. Mas quem foi este rei menino que um dia há-de voltar numa manhã de rnevoeiro? E o que fez depois de sarar as feridas quase mortais de Alcácer-Quibir? Rumores falam do seu desejo de reaver o trono, de espiões espanhóis enviados para o assassinar, da morte violenta de portugueses exilados que o auxiliaram, de conspirações no Vaticano para o silenciar…
Sónia Louro leva-nos numa viagem fabulosa por um dos mais marcantes e obscuros momentos da História de Portugal que só terminará em 1640 com a restauração da independência de Portugal.