Nos mitos da Escócia e da Irlanda, é considerado a divindade do mar. Contudo, muitas vezes é também representado como o psicopompo, uma vez que possui fortes ligações com as Ilhas do Outro Mundo, associadas à morte, ao tempo e os mistérios entre os mundos. Embora nem todos os estudiosos concordem, costuma ser retratado como um dos Tuatha dé Dannan.
Costuma aparecer em diversos contos e mitos celtas, geralmente desempenhando um papel de destaque e relevo. Mas, como ocorre com essas estórias antigas, são por vezes contraditórias quando apresentam os seus atributos.
Seu pai é possivelmente Lir, o mar, o que justifica um dos seus apelidos, “O filho do mar”, tendo como filha Taltiu, madrasta de Lugh. Manannán desposou Fand, associada ao lendário personagem Cu Chulainn. Diz-se ainda que também desposou Aife, cuja pele foi empregada para fazer uma sacola mágica e ainda Aine, a deusa solar do amor.
As lendas não dão indicações a respeito de que seja o pai biológico de alguém. Em contrapartida, vários heróis foram educados ou mesmo adoptados por Mannanán.
Possuía uma embarcação que se deslocava pelo poder do pensamento, sem qualquer necessidade de vento ou remos. Possuía um cavalo com o qual podia viajar a qualquer lugar, seja sobre a terra como sobre as águas. Também era dono de uma espada mágica, oferecida a Lugh Anfada, cuja propriedade era a de responder a quaisquer perguntas que lhe fossem feitas.
Nas diversas lendas, confeccionou ainda outros objectos mágicos, oferecidos a vários heróis. Eventualmente, a sua participação dava-se sob outras formas, como a de um palhaço. O famoso “caldeirão da regeneração” dos celtas é considerado como um presente de Mannanán. Os textos medievais comparam-no ora a um mago, ora a um sábio e em outras vezes, apenas a um mágico qualquer.
Como patrono dos Tuatha dé Dannan, conduziu este povo após a sua derrota pelos milésios à Terra da Juventude, no Outro Mundo. Diz-se que a cada dia, um porco era sacrificado e servido de alimento, preservando assim a juventude e a própria vida dos sidhe.
É considerado actualmente o patrono da Ilha de Man.