Opinião: “O Homem Pintado” de Peter V. Brett

O Homem Pintado

Peter V. Brett

Editora: Gailivro

Nº de Páginas: 648

Sinopse:Num mundo povoado por demónios que dominam a noite, forçando os seres humanos a esconderem-se atrás de guardas mágicas à espera que o sol nasça, o jovem Arlen assiste ao massacre da sua família por causa da cobardia do pai. A partir desse momento tudo muda e Arlen parte numa viagem de descoberta que o levará a percorrer o mundo e a conhecer Leesha e Roger. Os três são a última esperança da humanidade na luta contra os demónios. Só que por vezes os demónios mais difíceis de vencer são os que trazemos dentro de nós. Juntos estes três jovens oferecem à humanidade uma última e fugaz hipótese de sobrevivência. Para aqueles que procuram o novo grande nome da fantasia a espera terminou. Ele é Peter V. Brett. Comparável a muitos mas diferente de todos, oferece-nos uma história brilhante que nos prende da primeira à última página. Dizer que é uma obra magistral é pouco para descrever a história épica da luta de Arlen, Leesha e Roger para salvar uma humanidade condenada a viver num medo permanente da noite e dos demónios que ela encerra.

Opinião: Peter V. Brett construiu um mundo fantástico em que, chegada a noite, demónios – nuclitas – erguem-se do Núcleo para habitarem a noite dos humanos. Eles atacam, destróiem, rasgam e mutilam qualquer um que  se atravesse nos seus caminhos. E entre eles e a destruição total, estão apenas as guardas – símbolos mais antigos do que se conseguem lembrar – de protecção entre outras, que vamos descobrindo ao longo do decorrer da história.

As personagens principais – Arlen, Leesha e Rojer – são extraordinárias. Tendo sofrido algum tipo de desgosto familiar, vão formando o seu carácter e a sua personalidade naquilo que pensam estar certo. Todos os três, têm uma enorme dificuldade em imaginarem-se presos a algum sítio, não se conformam com o facto de não conseguirem fazer nada em relação aos nuclitas e são esses sentimentos que, mesmo estando eles em pontos espaciais bastante diferentes, o destino leva a que as suas vidas se cruzem e entrelacem, numa demanda na luta pela sobrevivência. São personagens de que é fácil gostar, acarinhar e até mesmo, inconscientemente, zelarmos pela sua protecção e força.

Adorei a escrita de Peter V. Brett. Limpa, fluída e cativante. Achei os capítulos bem organizados e espaçados, alternando entre as histórias de cada uma das personagens e deixando-os em pontos que não nos dá hipótese senão continuar a ler para saciar a constante curiosidade.

Outro ponto que gostei de ver nesta obra, foi a diversidade de demónios que o autor criou. Muitas vezes falamos dos elementos que constituem a natureza, desde o fogo à água, do ar à terra, da madeira à rocha, e aqui vemos esses mesmos elementos representados nos demónios. Claro que depois há certas “armas” que se adaptam melhor a cada tipo de demónio, e é essa uma das coisas que vamos aprendendo. Algo que gostaria de saber é sobre a origem dos nuclitas. Mas no fim da obra, penso que o autor nos  propõe que no futuro falará disso. Espero que sim. São seres que geram muitas perguntas para as quais poucas respostas foram dadas.

Um livro que apesar das suas 600 páginas é facílimo ler (talvez pelo tamanho de letra que poderia estar mais reduzido poupando papel…) e não é nada denso ou negro como talvez possa parecer. Embora a capa seja intimidadora e fale em demónios, não se trata de um livro agressivo ou obscuro, mas sim de um livro de fantasia autêntica com alegrias e tristezas, partilhas e perdas. Adorei.

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11 Comentários
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Elphaba
Elphaba
13 anos atrás

Este é um dos vários que está aguardar vez… Fiquei ainda mais curiosa com o teu post =)

David Costa
David Costa
13 anos atrás

Eu também já li este livro e gostei muito. Estou a acabar de ler a segunda parte, "A Lança do Deserto", e é ainda melhor que este.
É um daqueles livros que não apetece parar de ler!

Morrighan
Morrighan
13 anos atrás

David, tenho aqui A Lança do Deserto, mas queria tentar ler outros entretanto.
Mas não duvido do que dizes. Foi um livro que gostei mesmo de ler e acho que só pode melhorar =)

Anónimo
Anónimo
13 anos atrás

Um livro simplesmente excelente! Um mundo muitíssimo bem criado e personagens muito bem desenvolvidas! Estou cheia de vontade de ler o próximo que já saiu em português!

Madalena N. Santos
Madalena N. Santos
13 anos atrás

Entretanto, foi lançada uma nova capa para o livro.

Podem vê-la aqui: http://multimedia.fnac.pt/multimedia/PT/images_produits/PT/ZoomPE/7/7/7/9789895576777.jpg?201007202046

Morrighan
Morrighan
13 anos atrás

Eu prefiro esta à nova.
Acho que diz muito mais sobre o livro.

Vitor Frazão
Vitor Frazão
13 anos atrás

Grande livro, narrado sem peneiras. Realmente é difícil conceber uma história pós-apocalíptica más (excepto para Kevin Costner)…

Seja como for, grande história, mal posso esperar para ler o segundo.

Já agora, o facto da segunda capa não revelar tanto sobre o livro também é bom.

Morrighan
Morrighan
13 anos atrás

Talvez, mas esta capa ajuda-te a visualizar bastante mais do que a outra. É fácil imaginar uma personagem de capa, mas talvez não seja tão fácil imaginá-lo com todos os símbolos.
Mas claro que ambas as capas servem para o fantástico livro que este é.

Vc
Vc
13 anos atrás

Há algum tempo que tenho este livro e "A Lança do Deserto" na estante. Tenho andado ocupado com outras coisas e o tempo não me permite "acorrentar-me" a um livro. Estou a guardá-los para mais tarde, pois sei que, como aqui já foi referido, quando começar, não vou querer parar x)

Morrighan
Morrighan
13 anos atrás

Eu tive pena de não poder pegar logo no "A Lança do Deserto", mas até Novembro tem que ficar lido =P

Vc
Vc
13 anos atrás

Estou ansioso por "Brayan’s Gold"! Deve ser magnífico! Só será lançado em 2011 nos EUA, mas até lá vou-me entretendo com "A Lança do Deserto" 🙂

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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