Após tanto tempo, finalmente temos o Jornal Conto Fantástico disponível. Fui à sua apresentação/lançamento e fiquei a saber muito que não sabia. Como o caso de, sobre o preço de um livro, 65% a 70% serem para distribuidores e lojas, normalmente 10% para o autor e ainda uns % para o governo. Ou seja, acaba por chegar muito pouco às editoras… Enfim, uma data de coisas que por normal os leitores desconhecem. Foi bastante interessante.
Quanto ao jornal em si, composto por 5 contos, duas entrevistas e ainda uma crónica, o balanço é positivo.
A crónica “Memórias da Ficção Científica” está excelente. Álvaro de Sousa Holstein conseguiu mostrar de forma clara o quanto a facilidade de edição evoluiu e que ao mesmo tempo a publicação de FC e Fantástico pareceu tomar o rumo inverso. Gostei bastante. Um discurso limpo e inteligente que nos dá a ver como tudo tem acontecido nas últimas duas a três décadas.
As entrevistas estão ambas bastante boas. Quanto ao discurso do autor João Barreiros, sempre o achei um pouco extremista e continuo a achar, e o autor Afonso Cruz conseguiu despertar uma grande curiosidade devido à sua versatilidade em tantas artes e a sua humildade.
Em relação aos contos gostei, mas confesso que não me deslumbraram. Achei-os um pouco “verdes”. Não é que não estivessem engraçados e até mesmo originais, apenas ficou um gosto de “saber a pouco”. Mesmo assim houve qualidade e o que mais gostei foi do último.
É bom dar-se oportunidade a estes jovens autores de modo a que possam evoluir e é uma maneira de termos noção do que se vai escrevendo de FC por cá.
Em suma, acho que é um óptimo projecto que pode dar bastantes autores a conhecer e quem sabe lançar alguns, se a qualidade assim o justificar, e ao mesmo tempo dar voz a crónicas e entrevistas originais. Que o Roberto e a Antagonista continuem o bom trabalho.
Nota: A partir de Outubro, tal como já foi anunciado, o Jornal Conto Fantástico terá um novo formato.
Estou à espera que o meu chegue para ler (encomendei na fnac), mas parece interessante.
Ana, vou ficar atenta à tua opinião.
Como fui ao lançamento, fiquei logo com um. Mas só agora consegui pegar nele. É uma tristeza andar sem tempo para nada!! Eheheh =)
beijinho*
A "indústria" parece ter problemas com isto de se falar de custos e lucros, nunca entendi porquê. Por mim até colocava na última página dos livros as quantias que iam para impressão, para a distribuição, as lojas, o governo, o autor e a editora, como algumas editoras anarquistas fazem.
Mas supostamente ia ter problemas com os livreiros ou até com a distribuidora… fui aconselhado a não o fazer, é uma pena, assim ninguém sabe porque raios os livros em Portugal são tão caros, toda a gente julga que é culpa das editoras!!!
E agora que o Rogério Ribeiro me avisou acerca da "lei do preço fixo do livro", estou abismadíssimo… como editor, mas principalmente como leitor, macacos me mordam se não vou escrever a meia dúzia de deputados e ao ministério da cultura acerca desta estúpida lei que proíbe os editores e livreiros de fazerem descontos superiores a 10% durante ano e meio antes do lançamento do livro.
Para todos os efeitos é uma lei que proíbe a existência de livres baratos!!!