Este texto foi retirado de um blog que sigo. Identifico-me claramente com a autora no que ela escreve e como achei tão ‘eu’ decidi postar aqui o seu texto, com os devidos créditos. Leiam e reflictam.
Todos os dias somos confrontados com a necessidade de escolher. Desde o que vamos comer ao pequeno-almoço ou que atitude tomar perante uma situação que nos incomoda, onde investir os nossos recursos mais preciosos, o nosso tempo, o nosso dinheiro, a nossa energia?
Certamente que há escolhas mais técnicas, no nosso dia-a-dia, como a escolha de um bem material ou de um serviço, para responder a uma necessidade prática. Mas há também as escolhas que têm o potencial de causar um maior impacto na nossa vida, e que se podem apresentar de forma mais evidente ou mais subtil. E neste último caso, é importante percebermos que podemos escolher, apercebermo-nos das opções à nossa frente. Mesmo quando nos sentimos encurralados, sem opções… ainda assim, podemos escolher como nos sentimos e transformar a nossa realidade.
Todos sabemos também quão difícil, por vezes, é escolher. Quantas vezes ficamos perdidos entre as nossas próprias percepções daquilo que podemos ganhar e daquilo que podemos perder, como resultado das escolhas que fazemos?
Gerir o poder de escolha, com todas as suas implicações criativas e espirituais, é essencial à experiência humana. A evolução da humanidade desenha-se numa rede de escolhas interdependentes desde o início da nossa história. A escolha é o processo de criação em si. Que mecanismos estão por trás das escolhas que fazemos e que grau de consciência temos dos mesmos?
Nunca conhecemos totalmente o desfecho de uma escolha que fazemos. Há sempre uma componente de imprevisibilidade, de cenários que não podemos controlar. Mas também perante essa incerteza e imprevisibilidade, novamente é nossa a escolha de que atitude queremos tomar.
O que é então uma escolha certa? Como se mede a qualidade de uma escolha? Que critérios poderemos usar?
Será que faz sentido avaliarmos se uma escolha é certa ou errada pelo desfecho da mesma, avaliado a posteriori? Se assim for, nunca poderemos responsabilizarmo-nos totalmente pela qualidade das nossas escolhas, pois não podemos controlar inteiramente o desfecho… Em cada momento, fazemos uma escolha com base na melhor informação disponível e na nossa entrega consciente, honesta e humilde, à análise dessa informação e à atribuição de um sentido à nossa escolha. Por mais trivial que a escolha possa parecer, este processo, podendo ser mais simples ou mais complexo, mais rápido ou mais demorado, está sempre ao nosso alcance. É ele que marca a nossa individualidade e a nossa presença e expressão única no mundo.
Uma escolha de vida enraíza-se profundamente na nossa intenção, nas razões do nosso coração para seguir um caminho. Só podemos conhecer a nossa intenção, se conseguirmos escutar a nossa voz interior. Afastar todo o ruído que nos rodeia, que se dispõe à nossa volta em camadas, na forma de opiniões, condicionamentos, preconceitos, todas as formas de poder externo que inconscientemente aceitamos. A qualidade de uma escolha está directamente ligada à qualidade da intenção que está na base da mesma. Quanto mais pura e autêntica é a intenção que nos move numa escolha, estaremos mais preparados para aceitar e compreender as consequências.
Que razões nos levam a escolher A ou B? No total silêncio, em total honestidade, conseguimos escutar as reais motivações que nos impelem para uma decisão? Que energia nos domina, o medo ou o amor? Estamos perante uma escolha de medo ou uma escolha de fé? Estamos perante uma fuga a algo que gostaríamos de evitar mas que precisamos enfrentar ou inspira-nos um sonho, uma visão? A escolha que estamos prestes a fazer está alinhada com o nosso sistema de valores? Respeita o nosso plano de vida, a nossa ética pessoal, as nossas prioridades?
Quantas vezes pensamos que estamos a escolher, quando na verdade a escolha é feita por alguém ou algo, a quem nós entregamos o poder de fazer essa escolha. Seja porque nos julgamos incompetentes, porque temos medo, porque procuramos quem se responsabilize por nós. Mas quando entregamos essa responsabilidade, entregamos também a nossa liberdade.
O que é que está, efectivamente, ao nosso alcance controlar ou influenciar? Aquilo que mais ninguém pode fazer por nós. O grau de consciência que temos da nossa verdadeira intenção: a intenção da nossa alma. Alinhar as nossas escolhas terrenas, com um sentido maior, o propósito da alma, a parte de nós que é eterna, significa deter poder autêntico nas nossas vidas e assim, a capacidade de influenciar positivamente o nosso destino.
Todos temos desejos, sonhos, valores, vontades… mas é em cada decisão, e sobretudo, na coerência e consistência das nossas várias decisões, que criamos a nossa realidade, e inspiramos também a criação da realidade dos outros à nossa volta.
Gerir a autenticidade das nossas escolhas é uma importante responsabilidade, não a única, mas certamente, pessoal e intransmissível.
Retirado de: http://oventonaspapoilas.blogspot.com/
Costumo seguir os seus posts apesar de não comentar, gosto bastante de ler o que escreve. 🙂
Sei que este texto não é seu mas também identifiquei-me com ele. Acho, na realidade, que qualquer pessoa se identifica com ele. E a situação por que estou a passar realmente obriga-me a escolher. sem dúvida que é um texto que me leva à reflexão, faz-nos pensar nas escolhas que fizemos ou que teremos de fazer.
Deixe-me ainda dizer-lhe que a autora escreve muito bem e foi um prazer ler um texto dela. 🙂