Druidismo – Bardos

“Entre os povos da Gália, falando de um modo geral, existem três grupo de homens que são tidos em enorme consideração: os bardos, os ovates e os druidas. Os bardos são cantores e poetas; os ovates, filósofos naturais e divinos; os druidas, além da filosofia natural, estudam também a filosofia moral.”

Estrabão – Geographia (escrito no final do século I a.C.)

“E existem entre eles compositores de versos a quem chamam bardos. Estes, cantando ao som de nistrumentos semelhantes à lira, elogiam alguns e vituperam outros.”

Diodoro da Sicília – Histórias (séc. VIII a.C.)

Os Bardos, conhecidos como Filid (plural de Fili) na Irlanda, possuíam habilidades poéticas, artísticas e académicas. Eram encarregados de transmitir os ensinamentos druídicos, contando as suas histórias e lendas na forma de poemas recitados ou através de músicas. Eles eram considerados os guardiões da tradição oral. 

Embora representem o primeiro grau de aprendizagem druida, não devemos pensar que se encontram num patamar inferior ou que são menos importantes que os restantes graus, muito pelo contrário. Já antigamente haviam vários graus de aperfeiçoamento e os bardos mais dotados eram tidos em elevada consideração chegando a desempenhar funções quer dos ovates quer dos druidas.

O processo de aprendizagem dos bardos era intenso e durava bastante tempo. Na Irlanda demorava cerca de 12 anos passando pelas seguintes etapas:

– No primeiro ano tinham de aprender as bases das artes bárdicas: gramática, vinte histórias e o alfabeto ogham, o chamado alfabeto das árvores. Passavam assim de Principiantes a Assistente de Poeta para por fim ser Aprendiz de Poeta Satírico.

– Nos quatro anos seguintes, aprendiam mais dez histórias por ano, cem combinações de ogham, uma dúzia de lições de filosofia e uns quantos poemas.

– No sexto ano, quem tivesse ficado no curso era designado por Pilar e aprendia mais uns quantos poemas e histórias. Nos três anos seguintes os Pilares passavam a Correntes Nobres (Anruth). Durante este período o seu reportório de histórias já ia em 175.

– Nos últimos três anos de aprendizagem passavam a Ollamh ou Doutor em Poesia. No fim do último ano o bardo ficava a saber um total de 350 histórias.

Concluindo:

“A Inspiração é aquilo que move o Bardo, mas o Bardo é apenas a pena que escreve, a voz que acalanta e a nota que soa. Ele é apenas um canal e pulsa nas mais diferentes formas, a fim de transmitir a mensagem dos Deuses e a fazer chegar até cada um de nós sempre que precisarmos da Sua presença em nossas vidas”. 

Alexandre Malhado

Escrito e Adaptado por Sofia Teixeira

Referências:

“Os Mistérios dos Druidas” de Philip Carr-Gomm (Zéfiro Editora, 1ª edição, 2008)

O Bardo Malhado

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

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