«Janus é o deus romano dos começos, das portas e das passagens. Por essa razão, na Roma antiga, foi-lhe atribuída a tutela do mês de Janeiro – cujo prefixo Jan manifesta essa regência –, que é simbolicamente o “portal do ano”. Na língua portuguesa, encontramos na palavra janela o mesmo prefixo, o que é interessante se nos lembrarmos que a janela serve como um portal entre dois espaços diferentes.
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Em termos etimológicos, segundo o relato de Macróbio, Ianus representaria simultaneamente Apolo e Diana (Iana), tendo a mesma raíz do latim dia, Diovis (Jove) e Iuppiter (Júpiter), ligando-se às forças celestes masculinas e femininas do Sol e da Lua. Uma outra interpretação sugere que o termo Ianus encontra a sua origem no sânscrito yana, que transmite a ideia de ida, passagem ou via.
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Representando os começos e os fins, Janus era cultuado no início das colheitas, da sementeira, dos casamentos, nascimentos e em todos os acontecimentos importantes na vida dos cidadãos romanos. Era muitas vezes invocado como “deus dos deuses” ou “pai dos deuses”, facto que atesta a sua importância no seio das divindades imortais da Antiguidade.»
Alexandre Gabriel
Excerto do artigo “Janus, Guardião dos Portais”, in Mandrágora – O Almanaque Pagão – 2012: A Roda Sagrada do Ano Mágico, Zéfiro, 2011.
Encontre o Mandrágora em: www.zefiro.pt