Opinião: ‘Duna’ de Frank Herbert

Duna

Frank Herbert

Editora: Saída de Emergência

Colecção: Bang!

Sinopse: O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império se desmoronará. O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filho, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad’Dib. Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da Casa Atreides. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas no líder, mas num messias, libertando o imenso poder que Duna abriga numa guerra que irá ter repercussões em todo o Império…

Opinião: Há já algum tempo que tinha este livro aqui para ler, mas confesso que a grossura do livro me tinha assustado um bocado e quando surgiu o Clube de Leitura Fantástico da Bertrand com este livro como principal, decidi que estava na hora de pegar nele. Fiquei arrependida de não ter pegado mais cedo.

Duna traz-nos um mundo diferente, magnífico à sua maneira e com um conjunto de personagens bastante diversificado, mas de grande qualidade. A transição entre as diversas fases da história causam sempre algum impacto no leitor e o autor não é meigo nem piedoso quando tem que tomar alguma decisão mais crítica em relação a uma personagem que até nos possa ser querida.

Um conceito muito interessante explorado pelo autor, foi o da água como essência da vida. No planeta Arrakis, a água é mais que um elemento sagrado e, para já, a imagem deles de água a cair dos céus é apenas uma miragem. Duna é um país seco, desértico, mas que tem muito mais para dar do que ao início poderíamos desconfiar.

Outro pilar da história que me agradou, foi a formação Bene Gesserit, uma escola de treino mental e físico estabelecida principalmente para estudantes do sexo feminino. A mãe de Paul, o Muad’Dib, Jessica, é uma Bene Gesserit e é graças ao treino que vai dando ao filho que este vai despertando as suas capacidades até se tornar no messias tão esperado pelos fremen.

Quanto à trama em si, está muito poderosa. A luta pelo poder, as traições, as próprias batalhas entre eles, estão muito bem construídas. Apesar de ser considerado um livro de ficção científica, não existem robots ou tecnologias avançadas. As tecnologias são puramente analógicas ou biológicas. O povo Fremen também está muito bem conseguido, representando o fanatismo religioso chegando a venerar os vermes que tanto são temidos pelos restantes ocupantes de Arrakis.

Uma leitura um pouco morosa, mas que valeu completamente a pena e que aconselho sem restrições nenhumas. Gostei muito.

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4 Comentários
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Carla M. Soares
Carla M. Soares
12 anos atrás

Desculpem a ignorância, mas este é o Duna que inspirou o filme que entusiasmou parte da minha geração, na adolescência??

Morrighan
Morrighan
12 anos atrás

Desconfio que sim! 🙂

Luis
Luis
12 anos atrás

Carla M. Soares, este foi realmente o livro que inspirou o filme. Foi considerado um filme inovador para quem nunca tinha lido o livro, no entanto os fãs do livro afirmaram durante anos que o filme era confuso e muito inferior. Claro que seria certamente imposivel na altura criar todo o mundo que Frank Herbert escreveu. Fantástico!

Morrighan, gostei muito da tua opinião! bem te tinha avisado que ias gostar.Deixo-te aqui a minha opinião se tiveres curiosidade.

http://www.lerycriticar.blogspot.pt/search/label/Frank%20Herbert

Beijinhos!

Morrighan
Morrighan
12 anos atrás

Luis, muito obrigada pela tua partilha 🙂 Já tinha lido a tua opinião. Gostei, claro!

Beijinho

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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