ERVAS MÁGICAS – MANDRÁGORA
Reino: Plantas
Família: Solanaceae
Regente planetar: Mercúrio
Região: Nativa da Europa Central e do Sul circundantes do mar Mediterrâneo
Habitat: Solos leves e profundos, com uma leve humidade
Também conhecida como “Maçãs douradas de Afrodite”, Planta de Circe, Falo-dos-Campos, Maçã-de-Satã, ou Raiz das Bruxas.
Contém alcalóides tropânicos, tal como a Beladona, e o seu agente principal é a escopolamina, o que permitia que a mesma fosse usada como anestesiante. A escopolamina é, no entanto, altamente tóxica, oque faz com que qualquer dose seja facilmente fatal.
A raiz da Mandrágora assemelha-se a uma cherivia e pode crescer bastante abaixo do solo. A sua raiz pode ser única ou bifurcada e as suas folhas saem directamente da raiz e possuem um odor fétido. As suas flores assemelham-se a prímulas e estas crescem a par de um fruto redondo do tamanho de uma pequena maçã e de cor amarelo alaranjado.
O maior enigma associado à Mandrágora consiste na sua similaridade com a figura humana. É, também, conhecida a lenda que nos fala do grito da planta quando arrancada do solo e, é dito que este grito é mortal para quem o ouve. Surgiram vários relatos de diversos truques para serem utilizados aquando do arranque da raiz. O mais conhecido consistia em atar um cão à planta antes de a puxar do solo de modo que, ao fugir, o cão puxasse a planta até à superfície. Desta forma seria o cão a sofrer a “morte fatal” e o dono seria livre de manusear a planta posteriormente.
Na bruxaria, a mandrágora pode ter vários tipos de usos: aumentar o desejo sexual, a fertilidade, induzir a gravidez e, em situações de aborto, para expulsar o nado-morto, como uma «puga do útero». É também referido que era utilizada como anestesiante de operações cirúrgicas. Na antiguidade acreditava-se que a mandrágora teria sido um presente de Hermes Trimegisto, e daí estar intimamente associada à prática alquímica e também à invocação de espíritos. Para além de anestesiante, a sua raiz era utilizada como antiséptico, narcótico e estimulante; no vinho, poderia servir para curar crises de insónia. A sua componente afrodisíaca era também muito reconhecida.
Na Alemanha, durante o século XVI, as bruxase anciãs eram chamadas de Alraundelberin – “a portadora da Mandrágora” – e há documentos do século XV que relatam perseguições às bruxas que utilizavam mandrágora para os seus intentos mágicos. Aparece igualente relatado um uso muito interessante investido à mandrágora: o de induzir o transe xamânico. Para além disto, a sua figura aparece em múltiplas cenas do mundo egípcio.
Diz-se que uma raiz inteira de mandrágora terá a particularidade de proteger e gerar a prosperidade tal como poderá ser usada para exorcismo, como é relatado na antiguidade. Também se acredita que o seu odor incita a sonolência e a sua presença protege o sono.
S.V.R. em Mandrágora – O Almanaque Pagão 2009 “Usos e Costumes Mágicos da Lusitânia”
Gosto imenso da Mandrágora, portanto, é óbvio que adorei o teu post 🙂
Beijos, Alyra*