O Rei Veado (As Brumas de Avalon #3)
Marion Zimmer Bradley
Editora: Saída de Emergência
Colecção: Bang!
Sinopse: O clássico As Brumas de Avalon regressa ao mercado português para dar a conhecer a uma nova geração esta história mágica e intemporal centrada nas mulheres que, por detrás do trono de Camelot, foram as verdadeiras detentoras do poder.
Nos anos que se seguem à coroação do rei Artur, a rainha Gwenhwyfar continua as suas manipulações para assegurar a lealdade do seu marido à igreja cristã, enquanto a sacerdotisa Viviene decide confrontar Artur pelo ato de traição contra Avalon.
Nos bastidores, Morgaine planeia o casamento de Lancelet, que ameaça sucumbir ao desespero pelo triângulo amoroso em que se vê enredado. Quando a rainha Gwenhwyfar descobre esse plano, jura vingança. Morgaine, através do seu próprio casamento, dedica-se a fortalecer a causa de Avalon. As sacerdotisas da Ilha das Brumas tudo farão para competir pela alma da Grã-Bretanha contra a maré insurgente da Cristandade. Mas que efeitos terá a chegada do jovem Gwydion, filho de Morgaine e Artur? Irá correr em auxílio do rei ou libertar o caos?
Opinião: Este é, provavelmente, um dos volumes mais intensos d’As Brumas de Avalon. As sacerdotisas e os druidas encontram-se num impasse em relação à recente cristandade de Artur e tornou-se crucial que este se lembre dos juramentos que fez a Avalon. Afinal, continua a possuir a sagrada espada Excalibur e é também graças à sua magia que a paz prospera no seu reinado. Que opção irá o rei tomar?
Gwenhwyfar continua sem conseguir dar um herdeiro ao trono. A sua frustração é crescente e não tarda começa a depositar todas as culpas nas feitiçarias de Morgaine e nos pecados do marido. Quando descobre que Morgaine e Artur geraram um filho nas fogueiras de Beltane há tanto tempo atrás, quase enlouquece e obriga o seu rei a ir ter com os padre e a penitenciar-se até se livrar do pecado para que assim possam finalmente ter filhos.
Morgaine, finalmente volta a sentir o chamamento de Avalon e, apesar da traição de Gwenhwyfar ao provocar o seu casamento com o rei de Gales que já se encontra para lá de velho, é em Accolon (filho do rei de Gales) que encontra o seu rei, detentor das serpentes de Avalon e, juntos, começam novamente a semear a espiritualidade de Avalon e os ciclos da Deusa.
Lancelet é um homem atormentado. Por muito tempo que passe continua a amar a rainha. Mas será que ele só quer estar perto dela para poder estar ainda mais perto do seu amado rei? Nesta obra existem umas quantas questões que poderiam ser bastante polémicas naquela altura dado que ainda o são hoje. Gosto da forma como a autora aborda a sexualidade das suas personagens sem pudor e sem vergonhas.
E enquanto o reino continua com as suas divergências entre cristãos e pagãos, e Morgaine procura o seu caminho de regresso a Avalon, Gwydion, apelidado de Mordred pelos Saxões e detentor da Visão, começa a trilhar o seu caminho rumo ao seu pai.
Note-se que neste volume nos deparamos com um fanatismo religioso de fazer o estômago contorcer-se. As interpretações completamente distorcidas que muitas vezes são feitas da palavra de deus ou dos ideais pagãos são, na sua maioria, elevadas a um grau de literalidade insano e mostram um desequílibrio mental daqueles que o fazem. E claro, graças aos fanáticos, acaba sempre tudo em desastre.
O Rei Veado está recheado de emoções contraditórias, acontecimentos que se dirigem para um fim potencialmente desastroso, mas que mesmo assim consegue manter alguma da chama de esperança acesa. As Brumas de Avalon, divido em quatro volumes em Portugal, é sem dúvida uma das obras mais emblemáticas e mais poderosas sobre a lenda do rei Artur e sobre os mitos de Avalon. Sou da opinião que devia ser de leitura obrigatória. Marion Zimmer Bradley foi dotada de um grande dom e de uma capacidade invejável de criar um mundo e uma história que se tornaram intemporais. Escusado será dizer que Adorei.
Ora aqui está o único livro que li desta autora… e não posso dizer que correu bem 😛
Talvez se tivesse começado pelo 1° livro teria sido diferente… 🙂
Se calhar convém mesmo começar pelo primeiro :b
Ao contrário de algumas sagas, não faz sentido ler estes em separado. Até porque o original sãos os quatro juntos…
Beijinhos
Sim… e como já lá vão uns bons anos, é uma boa ideia 🙂